segunda-feira, 25 de abril de 2011

Belo Monte. O que rola na internet sobre o tema


Extraido de debates na internet sobre a construção do Belo Monte. Incluindo uma entrevista com Gilberto Carvalho, Ministro chefe da Secretaria Geral do Governo.

A construção da usina do Belo Monte é um caso particular e não geral do mito da separação total entre economia e meio ambiente.  É também um exemplo claro de como endereçam de forma errada o problema, inclusive os agora tardios defensores de energia nuclear com quem não podemos discutir, pois são especialistas com PhD em engenharia de energia nuclear.

É pessoal, agora temos um grupo de "iluminados", com "PhD em engenharia" (não dá para discutir com eles), no ápice da sua arrogância cega, defendendo o uso de energia nuclear como alternativa à queima direta de carvão e como se energia nuclear não oxidasse absolutamente nenhum átomo de carbono em etapas de processo, como mineração, refino, enriquecimento, comissionamento e descomissionamento de plantas.  Uma afirmação verdadeira que produz o mesmo resultado de antes: rota de colisão contra a Terra.  Ou seja nada muda!

Não é de mais energia que precisamos, mas de menos. Não existe falta de energia, mas excesso.  Não tem como não ter pressão ecossistêmica insustentável com qualquer uma das opções escolhidas, sejam as mais controversas, como nuclear, ou as menos compreendidas, como solar, eólica e biocombustíveis.

Para diminuir nossa necessidade de energia, temos que cortar o desperdício incomensurável da mesma.  Basta abandonar o carro e comer menos carne e teremos um ganho singular, mas não é só isso que pode ser feito.  Provavelmente os PhD em engenharia que defendem a energia nuclear na carona do Monbiot devem fazer questão de ter um reator construído na esquina das suas casas. Logo enviaremos um formulário de projeto de mudança para a esquina de Angra dos Reis onde poderão provar na prática suas crenças cegas, porque fácil é falar, o difícil é fazer. Vamos ver se fazem.

Segue artigo sobre medidas do governo em relação à Belo Monte:

Belo Monte: governo vai instalar representação na região Luciana Lima e Ivanir José Bortot, da Agência Brasil - O governo pretende instalar uma representação próxima à região de construção da Usina Belo Monte para mediar conflitos e não permitir que os impactos da obra no Rio Xingu (PA) gerem problemas como os enfrentados recentemente nos canteiros do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) no Rio Madeira, em Rondônia. De acordo com o ministro Gilberto Carvalho, da Secretaria-Geral da Presidência da República, a representação terá atendimento das várias pastas do governo envolvidas com a construção da usina.

"Nossa ideia é ter lá um interposto do governo federal fazendo um diálogo. Seria uma representação federal, uma espécie de delegacia da presidência, coordenando toda intervenção federal na região e intermediando a relação dos trabalhadores com as empresas, com o consórcio, com o poder público local, com a sociedade local e assim por diante", disse Carvalho, em entrevista à Agência Brasil.

Carvalho informou ainda que a presidenta Dilma Rousseff convocará para a próxima semana uma reunião com todos os ministérios envolvidos na construção da Usina Belo Monte, principalmente, as pastas que cuidem dos problemas sociais e ambientais decorrentes da instalação da usina.

O ministro disse que Dilma quer fazer de Belo Monte o "exemplo de bom funcionamento de uma intervenção federal". Segundo ele, o governo entendeu que há a necessidade de se ter em Belo Monte uma presença maior do Estado, postura diferente da que ocorreu com os canteiros de Jirau e Santo Antônio, no Rio Madeira, palcos de manifestações de trabalhadores no mês passado. O ministro criticou ainda a determinação da Organização dos Estados Americanos (OEA) de suspender as obras da Usina Belo Monte. Para ele, o pedido "não foi adequado" e causou estranhamento ao governo.

O ministro garantiu que o governo vai cobrar das empresas participantes do consórcio o cumprimento das condicionantes previstas no projeto. "Os erros que reconhecemos no caso de Santo Antônio e Jirau é que nós não estivemos suficientemente presentes. Muitas vezes deixamos as empresas, que assumem aquela parte das compensações ambientais e sociais. E as empresas nem sempre dão para essas compensações o mesmo ritmo que dão para as obras", disse o ministro.

O ministro falou ainda da relação da presidenta Dilma com os movimentos sociais e das obras para a Copa do Mundo de 2014. Abaixo, leia os principais trechos da entrevista concedida pelo ministro Gilberto Carvalho à Agência Brasil.

Agência Brasil - No governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o próprio presidente era o interlocutor com os movimentos sociais. No atual governo, o senhor assumiu essa função. O que mudou?

Gilberto Carvalho - De fato, isso é real. O presidente Lula tem uma comunicação epidérmica com os movimentos. Está na índole, na história e na intuição dele. A presidenta Dilma Rousseff, embora tenha vindo de uma grande luta da esquerda, não tem essa proximidade e essa história pessoal mais recente de ser expressão do movimento social como foi a do presidente Lula. É muito interessante como ela, até por isso talvez, tenha sentido e expressado de maneira muito clara, a intenção política de manter nesse governo uma relação muito estreita, muito próxima e muito organizada com os movimentos sociais. Tudo que a presidenta Dilma faz, naturalmente só é possível porque houve um Lula antes. Tudo que eu faço aqui [na Secretaria-Geral da Presidência], só é possível porque houve um Dulci [Luiz Dulci, ex-ministro da Secretaria-Geral da Presidência] antes. Um governo de continuidade de projeto tem essa característica.

ABr - Mas o que mudou?

Gilberto Carvalho - O que está havendo agora é que, como a presidenta Dilma não assume proscênio [a frente do palco] dessa ação, pela característica de gestão dela, ficou reservado a mim um papel de ocupar esse espaço público de encontro. O que nós estamos tentando fazer, diferentemente do que havia no ano passado, é ter uma relação mais estável. Todo mês nós teremos aqui no Palácio do Planalto as centrais sindicais reunidas. A cada dois meses teremos aqui os movimentos do campo. Estamos tentando dar um pouco mais de organicidade e estabilidade nessa relação. Essa é a única diferença que eu veria.

ABr - Na sua avaliação, esse diálogo está fluindo com os movimentos?

Gilberto Carvalho - Até agora, está bem adequado, guardadas as características desse tipo de diálogo. Toda vez que eu sento com os movimentos sociais eu lembro a eles o seguinte: governo é uma coisa datada, tem dia para acabar, tem conjuntura de correlação de forças, tem limites institucionais. Movimentos não. Não tem tempo para acabar, tem que trabalhar utopia, tem que pressionar. Então, é uma relação naturalmente tensa.

ABr - Em que momentos nesse governo ela foi mais tensa?

Gilberto Carvalho - Vou dar o exemplo do salário mínimo. Nós sentamos à mesa com as centrais sindicais, dizendo para eles que iríamos conversar, mas com um limite. Não vai passar disso. Foram duras as conversas, em quatro ou cinco rodadas. Não cedemos ali, mas cedemos no Imposto de Renda [correção da tabela], cedemos nessa coisa de ter uma pauta permanente, de abrir a discussão sobre a valorização dos aposentados, de abrir a possibilidade de discutir a questão do fator previdenciário.

ABr - E na negociação em relação às usinas Jirau e Santo Antônio?

Gilberto Carvalho - Na pauta relativa à questão de Jirau e Santo Antônio foi uma coisa mais construtiva, porque conseguimos unir as empresas, os sindicalistas e o governo para tentar fazer um compromisso tripartite. Assim como na questão da cana-de-açúcar, estamos conseguindo fazer um acordo para o trabalho decente. Queremos fazer a mesma coisa na construção civil, tendo em vista a importância das obras do PAC [Programa de Aceleração do Crescimento] e das obras para a Copa do Mundo e as Olimpíadas. O que a gente quer é ter paz no setor e grande produtividade. É um diálogo que, se for franco, leal e transparente, o fato de ele ser tenso não desconstrói, não impede que ele continue existindo.

ABr - E em relação à Usina de Belo Monte?

Gilberto Carvalho - Os eventos de Jirau e Santo Antônio [protestos de funcionários nos canteiros de obras] nos alertaram muito para os riscos de Belo Monte. Faz 30 anos que se planeja a construção de Belo Monte. Se Porto Velho está enfrentando dificuldades com a chegada de Jirau e Santo Antônio, Altamira (PA), que é a cidade mais importante daquele ponto de 12 cidades, vai sofrer muito mais. Ontem [segunda-feira, 18], eu recebi a prefeita de Altamira, que está preocupada. Uma obra dessa é uma grande oportunidade para o município, o comércio ri à toa com a perspectiva de um grande movimento, mas há também a perspectiva de problemas na área de saúde, na questão sanitária, no esgoto, na poluição, na prostituição, na violência, droga, violência, tudo isso.

ABr - Como minimizar esses problemas?

Gilberto Carvalho - O Estado tem que estar presente. Os erros que reconhecemos no caso de Santo Antônio e Jirau é que nós não estivemos suficientemente presentes. Muitas vezes deixamos as empresas, que assumem aquela parte das compensações ambientais e sociais. As empresas nem sempre dão para essas compensações o mesmo ritmo que dão para as obras. A obra vai dar dinheiro logo, vai dar lucro, então elas aceleram e deixam para um segundo momento as compensações.

ABr - Que áreas do governo tem de estar presentes?

Gilberto Carvalho - Nossa ideia é ter lá um interposto do governo federal fazendo um diálogo. Seria uma representação federal, uma espécie de delegacia da presidência coordenando toda intervenção federal na região e intermediando a relação dos trabalhadores com as empresas, com o consórcio, com o poder público local, com a sociedade local e assim por diante.

ABr - Ao fazer isso, o senhor acha que o governo está respondendo à observação feita pela Organização dos Estados Americanos (OEA) de descumprimento das condicionantes?

Gilberto Carvalho - Nós estranhamos muito essa intervenção da OEA porque nós entendemos que não foi adequada. Foi provocada por elementos da sociedade lá da região, mas nós não achamos que foi adequada. Nós não estamos tão preocupados em responder à OEA, e sim responder à necessidade que nós temos de criar uma referência positiva de como se pode construir uma obra com esse porte sem prejuízos sociais.

ABr - Quais são as preocupações do governo em relação à Copa do Mundo?

Gilberto Carvalho - Vamos ter remoção de populações para construir as vias de acesso aos estádios. Essa gente tem que ser bem tratada, assim como os atingidos por barragens precisam ser bem tratados quando se faz uma hidrelétrica. Nós vamos ter o problema das grandes obras, com a concentração de muitos trabalhadores, como tivemos em Jirau  e Santo Antônio. Então, a gente quer criar um padrão de intervenção de obras no qual os prejuízos sejam mitigados. As obras não podem ser vistas como um problema, e sim como uma vantagem, uma solução.

ABr - Com esse novo padrão, a obra acaba saindo mais cara do que o governo previa? Como equacionar a necessidade de fazer a obra com a política de contenção de gastos?

Gilberto Carvalho - Na verdade, não temos um aumento tão importante de gastos. Toda obra dessa já prevê uma compensação ambiental. Há algum tempo já se trabalha com esse conceito. Já foi o tempo de Itaipu, de Tucuruí, onde as máquinas chegavam, metiam bala. Os movimentos sociais e a pressão da sociedade geraram um processo em que os custos sociais para a empresa já estão embutidos no valor da obra. Então, não se trata de acrescentar coisas, mas fazer com que as empresas cumpram o que está escrito. É claro que podem ocorrer gastos a mais para o governo, que ainda não estão contemplados, mas aí, esses recursos podem vir do Orçamento Geral da União. Mas se as empresas realizarem o que está ali, nas condicionantes, já há um volume importante de recursos previstos para essas compensações.

Fonte: Ambiente Energia

domingo, 24 de abril de 2011

Pesquisa sobre população com diploma universitário deixa o Brasil em último lugar entre os emergentes


Amanda Cieglinski
Da Agência Brasil
Em Brasília

Para concorrer em pé de igualdade com as potências mundiais, o Brasil terá que fazer um grande esforço para aumentar o percentual da população com formação acadêmica superior. Levantamento feito pelo especialista em análise de dados educacionais Ernesto Faria, a partir de relatório da OCDE (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico), coloca o Brasil no último lugar em um grupo de 36 países ao avaliar o percentual de graduados na população de 25 a 64 anos.

Os números se referem a 2008 e indicam que apenas 11% dos brasileiros nessa faixa etária têm diploma universitário. Entre os países da OCDE, a média (28%) é mais do que o dobro da brasileira. O Chile, por exemplo, tem 24%, e a Rússia, 54%. O secretário de Ensino Superior do MEC (Ministério da Educação), Luiz Cláudio Costa, disse que já houve uma evolução dessa taxa desde 2008 e destacou que o número anual de formandos triplicou no país na ultima década.

“Como saímos de um patamar muito baixo, a nossa evolução, apesar de ser significativa, ainda está distante da meta que um país como o nosso precisa ter”, avalia. Para Costa, esse cenário é fruto de um gargalo que existe entre os ensinos médio e o superior. A inclusão dos jovens na escola cresceu, mas não foi acompanhada pelo aumento de vagas nas universidades, especialmente as públicas. “ Isso [acabar com o gargalo] se faz com ampliação de vagas e nós começamos a acabar com esse funil que existia”, afirmou ele.

Costa lembra que o próximo PNE (Plano Nacional de Educação) estabelece como meta chegar a 33% da população de 18 a 24 anos matriculados no ensino superior até 2020. Segundo ele, esse patamar está, atualmente, próximo de 17%. Para isso será preciso ampliar os atuais programas de acesso ao ensino superior, como o Reuni (Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais), que aumentou o número de vagas nessas instituições, o Prouni (Programa Universidade para Todos), que oferece aos alunos de baixa renda bolsas de estudo em instituições de ensino privadas e o Fies (Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior), que permite aos estudantes financiar as mensalidades do curso e só começar a quitar a dívida depois da formatura.

“O importante é que o ensino superior, hoje, está na agenda do brasileiro, das famílias de todas as classes. Antes, isso se restringia a poucos. Observamos que as pessoas desejam e sabem que o ensino superior está ao seu alcance por diversos mecanismos", disse o secretário.

Os números da OCDE mostram que, na maioria dos países, é entre os jovens de 25 a 34 anos que se verifica os maiores percentuais de pessoas com formação superior. Na Coreia do Sul, por exemplo, 58% da população nessa faixa etária concluiu pelo menos um curso universitário, enquanto entre os mais velhos, de 55 a 64 anos, esse patamar cai para 12%. No Brasil, quase não há variação entre as diferentes faixas etárias.

O diagnóstico da pesquisadora da USP (Universidade de São Paulo) e especialista no tema Elizabeth Balbachevsky é que essa situação é reflexo dos resultados ruins do ensino médio. Menos da metade dos jovens de 15 a 17 anos está cursando o ensino médio. A maioria ou ainda não saiu do ensino fundamental ou abandonou os estudos. “Ao contrário desses países emergentes, a população jovem que consegue terminar o ensino médio no Brasil [e que teria condições de avançar para o ensino superior] é muito pequena”.

Como 75% das vagas em cursos superiores estão nas instituições privadas, Elizabeth defende que a questão financeira ainda influencia o acesso. “Na China, as vagas do ensino superior são todas particulares. Na Rússia, uma parte importante das matrículas é paga, mas esses países desenvolveram um esquema sofisticado de financiamento e apoio ao estudante. O modelo de ensinos superior público e gratuito para todos, independentemente das condições da família, é um modelo que tem se mostrado inviável em muitos países”, comparou ela.

A defasagem em relação outros países é um indicador de que os programas de inclusão terão que ser ampliados. Segundo Costa, ainda há espaço – e demanda – para esse crescimento. Na última edição do ProUni, por exemplo, 1 milhão de candidatos se inscreveram para disputar as 123 mil bolsas ofertadas. Elizabeth sugere que os critérios de renda para participação no programa sejam menos limitadores, para incluir outros segmentos da sociedade.

“Os dados mostram que vamos ter que ser muito mais ágeis, como estamos sendo, fazer esse movimento com muita rapidez porque, infelizmente, nós perdemos quase um século de investimento em educação. A história nos mostra que a Europa e outras nações como os Estados Unidos e, mais recentemente, os países asiáticos avançaram porque apostaram decididamente na educação. O Brasil decidiu isso nos últimos anos e agora trabalha para saldar essa dívida”, disse a pesquisadora.

sábado, 23 de abril de 2011

Ela sabe, mas a equipe não tem idéia



“...Dilma vai mudar a cara do Brasil para muito melhor. Ela vai lançar o programa de combate à miséria absoluta...”
“...[...] Ela sabe tanto, ou até mais que eu, do caminho que deverá trilhar para acabar com a pobreza e miséria absoluta do Brasil”.
Lula. 

Ecologia - Sacola ecológica será vendida a R$ 0,19


Embalagens feitas de amido de milho se decompõem no ambiente em 2 meses; cobrança visa desestimular consumo

Extinção do uso de sacolas no Estado de SP é fruto de acordo e não tem força de lei; feiras e lojas estão fora


TONI SCIARRETTA
ENVIADO ESPECIAL A COMANDATUBA

Acordo entre o governo de São Paulo e supermercados prevê o fim do uso de sacolas plásticas até o fim do ano no Estado. A campanha será oficializada em maio, na feira anual da Apas (Associação Paulista de Supermercados).
A extinção das sacolas plásticas, que demoram mais de cem anos para se decompor no ambiente, foi acertada entre o governo paulista, as grandes redes supermercadistas -Pão de Açúcar/Extra, Carrefour e Walmart, que têm 35% do setor no Estado- e também as redes pequenas.
São Paulo deverá ser o primeiro Estado do país a banir as sacolas plásticas -já há iniciativas assim em grandes cidades do país. 


A medida, entretanto, não tem força de lei e é fruto de um acordo do governo com os supermercados. Feiras e lojas, por exemplo, poderão continuar a dar sacolas plásticas aos clientes. 


A partir da data da feira da Apas, os estabelecimentos terão seis meses para deixar de distribuir as sacolas.
Juntamente com as garrafas do tipo PET (usadas em refrigerantes), as sacolinhas são os maiores poluentes de rios e de mananciais no país.
As sacolas plásticas serão substituídas por embalagens ecológicas, confeccionadas com uma espécie de "plástico verde" biodegradável de amido de milho. O material se decompõe em até dois meses. "É um material comestível. Seu filho vai poder comer a sacola", disse João Galassi, presidente da Apas, em tom de brincadeira.

ALTERNATIVAS
Cada sacolinha de milho custará R$ 0,19 -preço de custo- e será vendida nos caixas. A ideia é que a cobrança pelas embalagens diminua a sua utilização. Além da "sacola comestível", os supermercados venderão sacolas retornáveis de pano com a grife de entidades assistenciais, a R$ 1,80. 


"Vamos incentivar entidades assistenciais e ONGs a fazer suas sacolinhas retornáveis. Os supermercados também vão comprar essas sacolas para vender no caixa." As caixas de papelão, nas quais o varejista recebe os produtos da indústria, também serão disponibilizadas aos clientes, prática que atualmente já acontece em alguns estabelecimentos. 


Antes de levar o programa a todo o Estado, os supermercados testaram o programa em Jundiaí (58 km de SP). A substituição teve forte apoio popular e tirou de circulação 132 milhões de unidades em seis meses, o equivalente a 480 toneladas de plástico.
Estima-se que os brasileiros consumam 12 bilhões de sacolas por ano -média de 63 unidades por habitante.



Com GUILHERME CHAMMAS, colaboração para a Folha


O jornalista TONI SCIARRETTA viaja a convite da Lide (Grupo de Líderes Empresariais)

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Lula diz que Dilma "será a candidata do PT em 2014"

DE SÃO PAULO

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, em entrevista publicada ontem pelo jornal "ABCD Maior" que Dilma Rousseff será a candidata do PT à Presidência da República em 2014.

"Não tem como esconder, embora ela não possa, e nem deva falar, mas Dilma será a candidata do PT em 2014. Dilma vai mudar a cara do Brasil para muito melhor", disse.

Segundo ele, Dilma "vai lançar o programa de combate à miséria absoluta, onde fará um pente fino para descobrir quais são os pobres que ainda não foram atendidos" em sua gestão.

Lula disse ainda que Dilma "sabe tanto, ou até mais que eu, do caminho que deverá trilhar para acabar com a pobreza e miséria".

Até aqui, ele repetia que a candidatura de Dilma à reeleição seria o caminho natural, mas não apresentava a questão como fechada.

Lula escolheu o "ABCD Maior" para dar a sua primeira entrevista exclusiva a um jornal brasileiro desde que passou a faixa presidencial a Dilma, em janeiro.
A publicação é ligada ao Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, onde ele iniciou a carreira política. Parte da entrevista foi ao ar na véspera pela TVT, do sindicato.
O "ABCD Maior" é dirigido por Celso Horta, ex-assessor do prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho (PT).

Lula não precisou responder a perguntas sobre temas incômodos, como a concessão de passaportes diplomáticos a seus filhos e o julgamento do mensalão.
Em trecho transmitido pela TVT, ele disse que o PT governará o país por 20 anos.

Governo amplia controle de agências

Novos cargos para o comando dos órgãos reguladores serão entregues a profissionais mais alinhados com a presidente Dilma Rousseff

BRASÍLIA - As agências reguladoras vão começar a ganhar um perfil mais alinhado com a presidente Dilma Rousseff ainda neste ano. As indicações para os cargos em aberto já foram iniciadas pelo Palácio do Planalto. Até o fim do ano, o comando de órgãos reguladores importantes, como a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e a Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) estarão sob nova gestão.

As indicações políticas não estão completamente vetadas pelo novo governo, mas os partidos alinhados terão de encontrar, entre seus apadrinhados, pessoas com conhecimento técnico efetivo para entrarem na disputa pelos cargos. A orientação foi repassada por Dilma a todos os ministros nos primeiros dias do seu governo.
A ANP sofrerá as maiores mudanças. O órgão vem operando com quórum mínimo, já que dois dos quatro assentos da diretoria estão vagos há alguns meses. No início do mês, o governo encaminhou ao Senado as indicações de Florival Carvalho e Helder Queiroz para ocupar os cargos em aberto.

Carvalho já trabalha na ANP como superintendente de Planejamento e Pesquisa e é filiado ao PCdoB de Pernambuco. Queiroz é professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro, integrante do núcleo de Energia do Instituto de Economia. Em dezembro, será a vez de trocar a direção-geral da ANP, com o fim do segundo mandato de Haroldo Lima, também ligado ao PCdoB.

Racha. Na Anatel, a escolha do indicado à quinta vaga no Conselho Diretor do órgão já gerou um racha no PT. De um lado, o ex-ministro José Dirceu tenta emplacar o nome de Luiz Tarcísio Teixeira Ferreira, irmão do líder do partido na Câmara, Paulo Teixeira. Do outro, o deputado Arlindo Chinaglia (SP) luta para colocar no órgão regulador Luiz Prado, ex-integrante do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).

O comando-geral da Anatel deve ser trocado em novembro, quando se encerra o mandato do ex-ministro Ronaldo Sardenberg. Na Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), a presidência está sendo exercida interinamente pelo diretor Carlos Eduardo Peregrino desde que Solange Vieira deixou o cargo, no mês passado.
As agências reguladoras têm como finalidade regular e fiscalizar as atividades de setores como energia elétrica, telecomunicações, petróleo, recursos hídricos, mercado de comunicação, planos e seguros de saúde suplementar, mercado de fármacos e vigilância sanitária, aviação civil e transportes terrestres.

Foram criadas na década passada para regular e fiscalizar a atuação de empresas privadas que assumiram funções antes exercidas pelo Estado. Embora vinculadas aos ministérios do respectivo setor, as agências reguladoras devem ser independentes.

Herança bendita: Capacidade de oferecer milagres


Pimentel acredita que Foxconn investirá R$ 12 bilhões e criará 100 mil empregos no Brasil  

O ministro da Indústria e do Comércio, Fernando Pimentel, disse nesta quarta-feira, 20/04, durante entrevista ao programa "Bom Dia Ministro", da NBR TV, que se criou uma "certa seleuma" com relação aos números anunciados pela Foxconn de investimentos no Brasil, durante a visita da presidenta Dilma Rousseff à China. "Isso é um processo longo, a empresa não vai chegar aqui do dia para a noite e contratar 100 mil pessoas", disse Pimentel, lembrando que os chineses projetam esse investimento para um período de cinco anos.
 
Mas deixou claro que acredita ser "perfeitamente possível que a Foxconn complete seu programa de investimentos ( R$ 12 bilhões) e chegue aos números que anunciou" não entrando, porém, no mérito de que oficialmente a empresa não confirmou nem desmentiu essas informações. Na realidade, elas partiram do ministro da Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, que também viajou com a presidenta Dilma à China.

Pìmentel também jogou no dúbio com relação aos locais ondes esses investimentos serão feitos. Lembrou que os contatos do governo não se restringiram à Foxconn. Disse ser possível que pelo menos uma delas (Foxconn, Huawei e ZTE)  resolva se instalar no Pólo Industrial de Manaus, assunto que não foi até agora cogitado por nenhuma das companhias.

Mudando de tema, defendeu as Lan Houses, que acabaram de ter um projeto de Lei de regulmentação aprovado pela Câmara, mas que ainda falta passar pela análise no senado. A entrevista do ministro Fernando Pimentel foi concedida a uma cadeia nacional de rádio formada pelo programa de rádio "Bom Dia, Ministro", produzido pela Secretaria de Comunicação da Presidência da República e a Empresa Brasileira de Comunicação (EBC).
CDTV do portal Convergência Digital reproduz os principais trechos da entrevista referentes ao setor de Tecnologia.

 
Comentário do Blog que conhece a máquina por dentro. 

Percebe-se falta de foco na política econômica do governo da presidenta Dilma. Lula terminou seu governo prometendo grandes investimentos (cerca de 2 trilhões de reais eram os investimentos pactuados pelos órgãos de financiamento, no PAC1 e PAC2), alguns compromissos seriam assumidos pela iniciativa privada. Caso concreto Belo Monte, mas agora, o Governo será o principal investidor da obra. Igual panorama no Trem Bala. 

Essa obra sairá extremamente cara, se comparados os preços internacionais. Já foi postado neste mesmo Blog um cálculo que mostra que o custo por km do trem chinês está sendo de $ 2.250.000 (dólares) o km e o nosso vai ficar em $ 43.750.000 (dólares) o km.
A realidade de hoje é uma diminuição enorme de investimentos produtivos e grande parte da política pública está voltada, não para dar um novo impulso à economia e sim para frear o sobreaquecimento da economia.

Não está claro o discurso desenvolvimentista da presidenta e o discurso dos responsáveis pela política monetária, industrial e de inovação. Esses setores não dialogam, não conversam. Mais ainda, eles têm posturas diferentes em quanto aos principais eixos da política econômica. Resultado Zero avanço. 
Quais os mecanismos de política econômica e financeira utilizados?
  • Basicamente a política monetária. Resultado, alta de juros, encarecimento do crédito, ruim para quem quer investir.
  • Taxa de cambio, valorização do Real. Já dizia um economista que a inflação aleija, mas o câmbio mata. Resultado, golpe mortal na indústria nacional, perda total de competitividade, desindustrialização, que, unida a uma tendência global de “reprimarização” das economias emergentes, nós colocam novamente no século em que éramos simples exportadores de matérias primas.
Há um problema na condução da política econômica, industrial, de inovação e sua relação com a política monetária. 
Falta musculatura aos líderes do governo nesse item. Fora do Tombini, Mantega (e sua equipe técnica), além do Luciano Coutinho (excelente), o resto é fraco. Pimentel foi um prefeito é só. Com falta de visão de conjunto da política econômica não tem um discurso afinado com os outros setores. Pimentel cometeu um dos erros mais graves de uma liderança, se rodeou de pessoas também fracas e só alguns estão dando um bom retorno, o resto, desprezível. 
Meu pai sempre me disse, " te rodeis de pessoas mais competentes do que tu, assim tu terás para onde correr". Isso não foi feito por alguns ministros que estão aí. Depois de serem derrotados em eleições, receberam como prêmio de consolação um presente e foi o melhor presente. Isso a Presidenta esqueceu, prêmio de consolação é aquele que sobra dos presentes e não os melhores. 
Outro ministro fraco é o Mercadante. Também recebeu o melhor premio de consolação e deu no que deu.Esse será tema de outra postagem.

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Vale também para o Pará?


Em Ouro Preto, Minas Gerais A Presidenta Dilma mais uma vez prometeu.

Em seu discurso, o governador Anastasia realçou semelhanças, digamos, mais apropriadas.
O pupilo de Aécio Neves cobrou do governo federal a revisão do modelo tributário do setor de mineração.
Chamou de “injusto” o sistema atual. Como o ouro já foi apropriado por Portugal, o governador ocupou-se do minério de ferro. É retirado do solo mineiro, segundo ele, sem retribuições ao Estado.
“Mesmo o principal tributo estadual, o ICMS, não incide quando este produto é exportado”, disse o governador.
Anastasia aproveitou a ocasião para recordar a Dilma o apoio que ela dera à revisão da sistemática de cobrança de royalties da mineração.
Hoje, Minas recebe entre 0,2% e 3% do faturamento líquido das mineradoras, dependendo do tipo de produto. O Estado quer mais.
Em resposta, Dilma repisou a promessa: “Mais uma vez externo aqui o meu compromisso com o envio do marco regulatório do setor de mineração...”
“...Não é justo, nem tampouco contribui para o desenvolvimento do Brasil, que os recursos minerais do país sejam daqui tirados e não haja a devida compensação”.
Além de morder, Anastasia teve a delicadeza de assoprar. Injetou nos fetejos da Inconfidência uma homenagem às mulheres mineiras.

Leia as manchetes de hoje dos principais jornais do país

VALOR ECONÔMICO
- Arrecadação amplia superávit fiscal.
- Mercado vira e prevê alta de apenas 0,25 ponto na Selic.
- Em busca do novo modelo econômico.
- IOF maior faz ressurgir o leasing.
- Megacampanha marca a oferta do Magazine Luiza.

FOLHA DE S.PAULO
- Como FHC, Lula quer atrair nova classe média.
- 'Renovação' em Cuba fica nas mãos de Raúl, 79, e Ramón, 80.
- Gasolina sobe 4,7% e pressiona meta de inflação.
- Síria acaba com lei de emergência depois de 48 anos.
- Sé é a região da cidade com mais acidentes fatais.

O ESTADO DE S.PAULO
- MP permite mais capital estrangeiro em aéreas.
- Migração para SP cai e reduz crescimento da população.
- Cresce número de mortes de motociclistas.
- Lei Maria da Penha é usada para punir gay.
- Minha Casa derruba mata nativa no AM.

O GLOBO
- País tem mais 100 empresas notificadas por biopirataria.
- Empresas lavam dinheiro na Rocinha.
- Médicos: plano contra drogas é lento demais.
- Corinthians perde Adriano por 5 meses.
- Velha guarda fará reformas em Cuba.

(Valor)

Grande arma do Governo Federal - Política monetária...

Já disse o Velho economista que sirviu a todos os governos, da ditadura e da democracia, Delfim Neto. 

"Inlfação aleja, mas câmbio mata"

Mais política monetária no Banco Central. 


BRASÍLIA - O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) decidiu elevar a taxa de juros básica Selic em 0,25 ponto percentual, para 12,0% ao ano, sem viés.

A decisão, porém, não foi unânime. Dois diretores queriam um ajuste de meio ponto. O comentário do comitê foi o seguinte:

"Dando seguimento ao processo de ajuste das condições monetárias, o Copom decidiu elevar a taxa Selic para 12,0% a.a., sem viés, por cinco votos a favor e dois votos pelo aumento da taxa Selic em 0,50 p.p.

Considerando o balanço de riscos para a inflação, o ritmo ainda incerto de moderação da atividade doméstica, bem como a complexidade que ora envolve o ambiente internacional, o Comitê entende que, neste momento, a implementação de ajustes das condições monetárias por um período suficientemente prolongado é a estratégia mais adequada para garantir a convergência da inflação para a meta em 2012."

Desta forma, o Copom reduz o ritmo de reajuste anunciado nas reuniões de 19 de janeiro e 2 de março, quando a taxa avançou meio ponto em cada reunião. Antes disso, foram três reuniões em que a Selic ficou estável em 10,75%, em 1º de setembro, 20 de outubro e 8 de dezembro de 2010.
A próxima reunião do Copom ocorrerá nos dias 7 e 8 de junho.

(Azelma Rodrigues | Valor)