sábado, 13 de julho de 2013

Falece no Rio uma das geografas mais importantes do Brasil

Hoje, Sábado 13 de julho de 2013 deixou de existir aqui na terra e embarcou para uma outra dimensão, a pesquisadora e amiga Bertha Becker. 





Há mais de 40 anos, a geógrafa Bertha Becker viajou para realizar pesquisas na Amazônia. Professora emérita da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), ela conheceu a região na palma da mão a ponto de ser consultora do governo federal para os temas relativos ao bioma. Uma das suas últimas grande participação foi para ser debatedora em dos painéis da programação oficial da Rio + 20.

Aí falou sobre  florestas, assunto que escolheu como objeto de pesquisa em 1970 quando pisou pela primeira vez na Floresta Amazônica. 

Veja também uma das últimas entrevistas. 

Nesta entrevista ela faz uma crítica ao Rascunho Zero. Diz que ele favorece a iniciativa privada e não aborda como o atual sistema econômico gera problemas ambientais sério, como a perda da biodiversidade. 

Ela também faz uma crítica ao termo Economia Verde, por ser genérico demais.



O GLOBO - A senhora faz uma crítica ao Rascunho Zero, documento preparatório das Organização das Nações Unidas (ONU) para a Rio + 20. Por que?

BERTHA BECKER - O texto defende a mercantilização da natureza. É a lógica capitalista transposta para a natureza. Teremos mais um mercado, dos produtos e serviços da natureza, mas não vamos discutir novas formas de desenvolvimento. É mais uma tentativa para sair da crise econômica e não um novo mecanismo de desenvolvimento, mais responsável, como precisamos. Também acho que o rascunho não aborda, por exemplo, de que forma o atual sistema econômico gera problemas ambientais, como a destruição da biodiversidade. Temos que debater isto para criar novos mecanismos de desenvolvimento. O documento fortalece a iniciativa privada. Favorece a criação, por exemplo, de mercados de carbono e não trata de sistemas de regulação. Nós precisamos da iniciativa privada, mas não podemos ficar submetidos a ela. Porque favorecer a criação de mercados de carbono privados e não criar bolsas de carbono nos estados reguladas pelo poder público? Imgine Manaus com uma bolsa de carbono? É importante favorecer a iniciativa privada, mas a Ciência e o Estado devem estar também a serviço de um novo modelo de desenvolvimento.

O GLOBO - A senhora também faz críticas ao conceito de Economia Verde, não é?

BERTHA BECKER - Sim. O que é Economia Verde? Como se pode falar em apenas uma Economia Verde. O que é bom para a Europa não é bom para o Brasil. São muitas Economias Verdes, pois as realidades dos países são diferentes. O termo é genérico demais e não dá conta das diferenças regionais. Também não entendo a associação de Economia Verde com redução de pobreza, pois como já disse ela (a Economia Verde) se baseia na lógica capitalista de produção que promove exclusão. Não sei, por exemplo, como a venda de créditos de carbono por empresas privadas pode ajudar a reduzir a pobreza. Esta relação para mim não é clara.

O GLOBO - O que seria Economia Verde para a realidade brasileira?

BERTHA BECKER - Somos um país que desperdiça. Desperdiçamos recursos naturais, alimentos, energia. Desmatamos mais do que devíamos e do que podíamos. E exportamos sem agregar valor aos produtos. De modo que Economia Verde para o Brasil significa reduzir o desperdício, como, por exemplo, investir em eficiência energética; reduzir o desmatamento, criando uma indústria madeireira responsável; e criar indústrias de beneficiamento para os produtos e não mais exportá-los in natura, o que geraria empregos.

O GLOBO - O que está em jogo, hoje, na Rio + 20?

BERTHA BECKER - Durante a ECO 92 o que estava em jogo era a preservação da Amazônia. Era uma questão internacional. Hoje são muitos os problemas. Há os países insulares que vão sofrer com o auamento do nível do mar. Há a questão da distribuição de alimentos. No Brasil, temos que vencer a luta contra a pobreza, combater o desmatamento, criar uma indústria de beneficiamento, ter um olhar atento para a classe C, que acaba de ascender a condição de consumidor. Enfim, são muitas as questões em jogo na Rio + 20.

Empresa mais querida do Governo está mal das perna, mas segue recebendo apoio da mãe do PAC.


Apesar de ter recebido todos os incentivos financeiros, legais e econômicos dos governos Lula/Dilma, a empresa mais querida do PT e Governo, está quebrando aos pedaços e ainda segue sendo apoiada pelo Papai e Mamãe do PAC. SEM RESULTADOS PARA O BRASIL!!!
Ja recebeu incentivos fiscais, do BNDES, BB, CEF, SEBRAE, e até do Planalto, que serve de aval!. Só lucra e nada retorna para o País e muito para eles.

Desde a época da ditadura, os Batistas se serviram das informações privilégiadas do poder, para explorar minérios e levar riquezas, sem deixar em contrapartida NADA, para a Amazônia nem para o Brasil.

Oferece como garantia aquilo que não tem. Enquanto as pequenas empresas devem ter garantias reais, Eike Batista oferece o que não é dele. Isso é como se eu tivesse que entregar para o Banco do Brasil, suas próprias ações, para receber um crédito.

Modelo econômico de desenvolvimento brasileiro Maravilha!!! só aqui existe. Incentivos fiscais para produzir commodities, nada para incentivar indústria, inovação tecnológica, produtividade.

Agora recem sairam da manga uns penduricalhos, políticas 1,99 que podem ajudar o desenvolvimento da indústria.



Veja matéria do Valor. 


ANP se diz tranquila sobre OGX assinar novos contratos arrematados



RIO - A diretora-geral da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Magda Chambriard, afirmou que está tranquila sobre a OGX, empresa de petróleo do grupo EBX, de Eike Batista, assinar os contratos de concessão dos blocos arrematados na 11ª Rodada de Licitações.

Durante entrevista coletiva no Rio nesta sexta-feira, a diretora afirmou que a companhia está estudando a proposta feita pela OGX de dar como garantia o óleo previsto para ser produzido no campo de Tubarão Martelo, na Bacia de Campos, para o programa exploratório mínimo das áreas da 11ª Rodada.

"As empresas podem dar seguro garantia, carta garantia ou penhor de óleo. Está no edital. Nesse caso, há um pleito de programa exploratório mínimo ser honrado com a garantia utilizando o penhor de óleo", acrescentou.

A OGX porém ainda não está produzindo em Tubarão Martelo. E por isso a agência está analisando a proposta da petroleira.

O assunto deverá ser definido até a data prevista para a assinatura dos contratos de concessão da 11ª Rodada, prevista para ocorrer em 6 de agosto. A data foi escolhida pela agência por ser o aniversário de 15 anos da assinatura do primeiro contrato de concessão da ANP. Mas o edital da licitação prevê que a assinatura dos contratos ocorrerá em agosto, sem explicitar o dia.

Com relação à informação dada pela OGX de que é inviável economicamente manter a produção no campo de Tubarão Azul, também na Bacia de Campos, a superintendência de produção da ANP está analisando o assunto. Caso a superintendência determine que a área é comercial, a OGX será obrigada a manter o programa de desenvolvimento ou devolver os blocos. "Se a OGX achar que não tem comercialidade [no campo de Tubarão Azul] ela terá que devolver o campo", acrescentou.

Por Rodrigo Polito e Marta Nogueira | Valor



quarta-feira, 10 de julho de 2013

VOCÊS PRECISAM VER ESTE VÍDEO. Mensaje del Vídeo de "La Teoría Gerson"

terça-feira, 9 de julho de 2013

O Brasil parece que está bem, os que estão mal são os brasileiros, caro Delfim.


Afinal, não é o apocalipse fiscal


O Brasil vive um paradoxo. Sua situação fiscal não é tão tranquila quanto sugerem as autoridades e nem tão catastrófica como insistem alguns portadores das virtudes da austeridade. Há muitos anos estamos acumulando desperdícios e escolhendo mal as prioridades, juntamente com um controle laxista da gestão dos recursos públicos.

As últimas informações sobre o déficit público (necessidade de financiamento do setor público) e o seu comportamento dinâmico não revelam, entretanto, tragédia iminente. No acumulado de 12 meses, o déficit nominal foi em maio, de 3% do PIB: gasto com juros de 5% do PIB e superávit primário de 2% do PIB. Desde o Plano Real, como se vê no gráfico, tem sido mantido sob controle e lentamente reduzido.



























Mas então por que o paradoxo? Por dois motivos: 1) frequentes lacunas de clara comunicação
sobre a ação fiscal; e 2) uma propensão por manobras contábeis tão exóticas quanto inúteis, que lançam dúvidas sobre a qualidade das contas públicas. Quando o voluntarismo da autoridade ignora as reações dos agentes privados, é preciso lembrar-lhe que o faz não por sua conta e risco, mas pelo da economia nacional. Todos concordam que as agências de risco antecipam muito mal o risco, mas ignorá-las é um grave risco! Por uma miserável e desagradável razão: sua opinião influi (e em certa medida controla) o comportamento dos operadores do mercado.

O cálculo do déficit, tanto quanto o da dívida, envolve muitos aspectos contenciosos e - sempre - alguma arbitrariedade. Logo, o que precisamos fazer com rapidez é dar maior transparência à contabilidade pública, para restituir-lhe sólida credibilidade. De nada adiantam truques que transformam dívida em receita para construir imaginários superávits fiscais, ou não registrar adequadamente o montante da dívida.

No fundo, bem no fundo, a coisa é clara: quando o registro é fiel (como exige a moralidade pública), o déficit e a dívida de cada exercício se expressam na identidade estimada com os dados abaixo da linha: déficit no ano T = dívida pública total no fim do ano T, menos a dívida pública total no fim do ano T-1, calculados no regime de competência. Parece óbvio, por exemplo, que no cálculo deve ser incluída a variação dos "restos a pagar" não cancelados no último dia do exercício.

Algumas observações são necessárias: 1) a relação dívida pública líquida/PIB introduz maior arbitrariedade na avaliação da situação fiscal. Gera mais sombra do que luz; 2) não há dúvida sobre a importância da dívida pública tanto para o financiamento de projetos de desenvolvimento de infraestrutura como para o exercício da política monetária. Dizia Alexander Hamilton, que criou as finanças públicas dos EUA, que "uma dívida pública não excessiva será para nós uma benção", o que lembra que a natureza da dívida pública é oposta à da privada.

A situação da relação dívida bruta/PIB no Brasil já não era confortável em 2008: era quase duas vezes a dos países emergentes. Com relação à dívida líquida/PIB, é visível que a mudança do seu comportamento está ligada à arbitrariedade da sua classificação a partir de 2008, o que lhe tira a importância. O desconforto se acentua quando lembramos que nossa dívida bruta/PIB já estava, em 2012, no mesmo nível da alemã e francesa antes da crise do Lehman Brothers. A despeito disso, é ridículo supor que estamos às vésperas do apocalipse fiscal.

A dinâmica do déficit nominal e da relação dívida bruta/PIB depende da evolução da conjuntura econômica. A receita tende a variar na mesma direção do PIB e do emprego. Parte da despesa tende a variar no sentido inverso, o que mostra que os efeitos do déficit fiscal precisam ser julgados à luz da conjuntura. Basicamente, quando, por qualquer motivo (não desejado pelas autoridades econômicas), a demanda privada é insuficiente para manter o pleno uso do mais escasso dos fatores de produção, nada mais natural do que suprir essa insuficiência com um aumento da demanda pública, através de um aumento do déficit fiscal. Por outro lado, quando não existem fatores de produção na proporção adequada e o excesso de demanda global se dissipa em inflação e em déficit em conta corrente, a solução é reduzir o déficit fiscal para cortar a demanda pública.

Começamos agora a namorar com o déficit estrutural. Levado a sério demais poderá também dar lugar a exercícios de alquimia. Eles exigem a estimação de parâmetros metafísicos: o "produto potencial" e as elasticidades de receita e despesas com relação ao PIB. Esses estão longe de serem estáveis e estimáveis e perto de serem fixados discricionariamente. Por que não ficamos no arroz e feijão bem feito?

Antonio Delfim Netto é professor emérito da FEA-USP, ex-ministro da Fazenda, Agricultura e Planejamento. Escreve às terças-feiras