terça-feira, 6 de novembro de 2012

Tipping point? Pesquisadores alertam para um colpaso do planeta


Tipping point? Não precisamos nos preocupar. Recebi um paper de um leitor sobre  investimentos privados em conservação da natureza bastante alvissareiro. E as ações de sustentabilidade que crescem exponencialmente com o destroçamento dos ecossistemas e o fim dos 22 serviços ecológicos que dão sustentação a todas formas de vida terrestre?



Os investimentos privados possuem um track record excelente, embora tenham ignorado por completo seus impactos ambientais e sociais. Entre as conquistas temos a comida mais venenosa de todos os tempos que provocou a fatalidade de um em cada dois homens ter algum tipo de câncer ao longo de suas vidas e uma em cada três mulheres. Somos assombrosamente os bichos da Terra mais submetidos a doenças degenerativas que já se teve notícia por aqui. Uma conquista e tanto. E essa conquista só tende a aumentar: o número de diabéticos da China aumentou dez vezes desde que chegou lá o fast food e os relatórios comemoram com o impulso que vai dar no sistema de saúde. Chocante, porque não há nem porque esconder a alegria com os resultados atingidos.



Outra conquista importante, são as condições atmosféricas urbanas que se tornaram tão nefastas que hoje quase 100% de crianças e idosos sofrem de doenças respiratórias e um percentual até morre, aumentanto o setor de sepultamento. Sequer enxergamos essa exemplar destruição da camada atmosférica, totalmente irrefutável e não suscetível a qualquer desvario da negação do aquecimento global. Na verdade, nós não enxergamos mais nada, quase que literalmente e alguns mais afortunados conseguem mudar de cidade, o que impulsiona as regiões interioranas para levar lá o mesmo tipo de “desenvolvimento”. Tudo se resolve, mesmo que seja pela expansão da pior cadeia de atividades produtivas que se tem notícia desde que inventamos a roda.



Com todas essas conquistas luxuriantes como track record, agora temos investimentos privados, private equity ou precificação para conservação da natureza. Tudo isso muito provavelmente com o propósito único de testar se a unicidade planetária de seres vivos e ecossistemas é realmente válida, porque essa seria condição sine qua non para evitar o fim da vida e para não precisar mudar radicalmente um modelo que está nos lançando na direção da nossa própria extinção.



Ironias a parte, sabemos que de onde poderiam ver as verdadeiras críticas, isso não acontecerá; de onde poderia realmente vir as mudanças no sistema de produção, não virá. Tanto o poder econômico quanto intelectual conseguem se confundir a ponto de não saber mais onde começa nem onde termina o erro no qual nos enfiamos e nem lembramos ou reconhecemos que apenas somos psítacos repetindo da maneira que nos convém as verdades que já foram ditas por tantos antes de nós, como Georgescu.



Adicionalmente, não dá para negar que as evidências atuais do planeta já seriam desconcertantes e mobilizadoras se algum resquício de bom senso nos tivesse restado.



Pela nossa total falta de bom senso e interesse próprio individualista extremamente aguçado, só iremos acordar não quando a evidência for desconcertante, mas quando ela atingir um número de pessoas suficiente para deixar bem claro que até mesmo a fantasilândia onde poucos de nós vivemos nesse planeta será destroçada a qualquer momento.

Aí iremos mexer nossos traseiros. Mas quase com certeza será tarde demais. A biologia tem toda razão em declarar que a espécie humana é a mais estúpida desse planeta, pela sua incapacidade de interagir harmoniosamente com as demais espécies vivas e os ecossistemas, sem os quais não somos nada. Não são só os físicos que se assombram com as bobagens escritas por Paul Krugman, David Romer, Joseph Stiglitz, etc. Os biólogos também não são muito misericordiosos conosco e com razão. Depois falamos dos paleontólogos que contam por dia o desaparecimento eterno de espécies animais e vegetais e podem, à diferença das espertas dúvidas com o aquecimento global, apontar com bastante clareza os culpados. Também não dizem com muito alegria que “é muita ingenuidade achar que essa extinção jamais irá se voltar contra a natureza.”

Menos desmatamento até 2020



O Brasil se comprometeu a reduzir o desmatamento da Amazônia em 80% em 2020, tendo por base a média registrada entre 1996 e 2005; e do Cerrado em 40%, também daqui a oito anos, se comparado com a média verificada de 1999 a 2008. Essas metas, consideradas ambiciosas pelos especialistas da área ambiental, estão descritas no âmbito da Política Nacional sobre Mudança do Clima (PNMC) e foi um dos tópicos da explanação do analista do Ministério do Meio Ambiente (MMA), Adriano Santhiago Oliveira. Na tarde de quarta-feira (31), ele participou de audiência pública na Comissão Mista de Mudanças Climáticas (CMMC) do Congresso Nacional, destinada a debater os planos de prevenção e controle do desmatamento na Amazônia e no Cerrado, e o plano de agricultura de baixa emissão de carbono.

Oliveira disse aos parlamentares que o desmatamento no bioma da Amazônia é o menor dos últimos oito anos, pois houve uma redução de 77% em 2011, se comparado ao índice registrado em 2004. “O Plano de Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia (PPCDAM) e o Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento e das Queimadas no Cerrado (PPCerrado) são as maiores contribuições do Brasil para a mitigação da mudança climática justamente no setor que mais contribui para as emissões de gases de efeito estufa, o setor de mudança de uso da terra e florestas”, salientou.

Também participaram do debate promovido pela CMMC o especialista em meteorologia do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), Alaor Dall´Antonia, e o coordenador do Programa de Mudanças Climáticas da WWF-Brasil, Carlos Eduardo Rittl. A audiência pública foi presidida pelo deputado Márcio Macedo (PT-SE). (Fonte: Luciene de Assis/ MMA)

Chefe do FMI elogia Brasil e vê fim de desaceleração chinesa










 A diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, avalia que a economia brasileira entrou em processo de recuperação e é um dos destaques positivos no cenário global deste fim de ano. Lagarde, segundo apurou o Valor, fez essa avaliação em discurso informal, ontem à noite, em um jantar oferecido aos participantes do G-20, na Cidade do México.

No jantar, Lagarde comentou que havia dois "destaques positivos" na situação global, no fim de 2012. Uma é a retomada do crescimento da economia brasileira. Outro destaque, na visão de Lagarde, é que a desaceleração da China teria sido finalmente interrompida.
Dólar


Os países do G-20 devem se comprometer com políticas cambiais mais transparentes, segundo informou nesta segunda-feira uma fonte de uma das delegações que participam do encontro de autoridades financeiras na Cidade do México.
Os ministros das Finanças e presidentes dos bancos centrais dos países do G-20 vão divulgar, até o fim do dia, um comunicado no qual se comprometerão a caminhar mais rapidamente em direção a taxas cambiais determinas pelo mercado, segundo fontes ouvidas pela Dow Jones Newswires.
No comunicado, o G-20 dirá que seus membros vão se abster de desvalorizações cambiais que tragam vantagens competitivas, segundo uma fonte.
Com Dow Jones Newswires

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segunda-feira, 5 de novembro de 2012

O pensamento único, o ENEM e o achismo do Ministro

O Movimento Imigratório para o Brasil no Século 21.


Sem noção, falaram alunos que renderam o ENEM, referindo-se ao tema da redação.


Forçação de barra, falavam outro. O tema foi acertado com Lula e Dilma, para elogiar o "crescimento da economia" brasileira, dizia uma moça na porta da UFPA.

Veja a declaração do Ministro de Educação. Achismo puro.

“Temos uma comissão competente que considerou, entre tantas sugestões de tema, este o mais adequado. Ele pressupõe a capacidade de articular informações e refletir sobre o momento que o Brasil está vivendo. O Brasil é um país que teve uma diáspora, mas com a estabilidade, a democracia, hoje atrai povos. Acho que é um tema bastante contemporâneo, desafiador e não previsto".

Sim, o Ministro acha, que  o tema deve ser contemporâneo. Achismo. 

Tão contemporâneo que praticamente não existe literatura sobre o assunto, que permita construir uma argumentação teórica fundamentada, fora do que falam alguns jornais ou declarações do Palácio do Planalto sobre a COPA e outros eventos, onde se pressupõe que haverá grandes investimentos.

Seguramente o Ministro se inspirou naquela propaganda do Ronaldo que diz que o Brasil é a bola da vez...

Isso é diminuir a construção de um discurso sobre a imigração para o Brasil. Qual tendência migratória que supere à dos japoneses do século passado ou as dos latino americanos, também do século passado. A dos Haitianos, Quantos já vieram para o Brasil?, e quantos bolivianos entraram pelo Acre?. Chute, porque existe pouca informação estatística sobre o assunto.

Por que no se fala logo que o que o Ministro e o Governo pretenderam foi forçar a construção de um discurso onde se elogiasse o governo Lula que, segundo muito se fala, abriu as portas para a imigração de algumas comunidades de países da América Latina (Só Bolívia) e Caribe.

Eu não soube de chilenos que imigrassem para o Brasil em busca de oportunidades de trabalho, ou de argentinos...

Se a "competente" designada pelo ministro tivesse mais imaginação poderia ter falado sobre o que uma suposta imigração reversa, que acho ainda não da para um texto de redação do ENEM.

Mas o pensamento único constrói seu discurso como pode, até sem argumentos, nem fundamentos. Como não sabem que a história se mede por tendências, qualquer panfleto é suficiente....

Como se fosse pouco, agregaria que o tema do ENEM foi escolha política partidária. Valorizou demais as Ciências Humanas (muito lero, lero) e puniu as Ciências Exatas. O que Brasil mais precisa...



Brasil melhora participação em ranking global de inovação

O País conquistou duas novas posições no ranking mundial de investimentos em pesquisa e desenvolvimento (P&D) elaborado pela consultoria americana Booz & Company.


O Brasil, que nas últimas duas edições anuais do levantamento era representado por cinco companhias, agora conta com sete. À lista - que tinha Petrobras, Vale, CPFL Energia, Totvs e Embraer - foram adicionadas Gerdau e Companhia Paranaense de Energia (Copel).

"A inserção dessas duas empresas não surpreende porque são companhias de setores de capital intensivo [energia e siderurgia] que precisam de P&D para dar eficiência na aplicação desses recursos", disse ao Valor Gustavo Roxo, sócio da Booz & Company no Brasil.

Das empresas que constavam nos levantamentos anteriores, todas melhoraram suas colocações. A maior evolução foi registrada pela CPFL Energia. A companhia saltou 71 posições e passou da 705ª para a 634ª. O levantamento é realizado desde 2005 e leva em consideração as mil maiores empresas de capital aberto do mundo.

Com o resultado das companhias brasileiras, o país somou US$ 3,7 bilhões, um incremento de US$ 1,6 bilhão na comparação com o estudo de 2010. Isso fez com que o país quase dobrasse sua participação nos gastos globais com P&D. A parcela do Brasil, que foi de 0,39% em 2010, ficou em 0,63% em 2011.

Na avaliação de Roxo, o desempenho do Brasil é positivo, mas as empresas brasileiras precisam evoluir muito seus investimentos para que o país possa se aproximar de nações emergentes como China e Índia. Juntos, os dois países registraram o maior aumento em recursos para P&D no mundo no ano passado: 27,2%, somando US$ 16,3 bilhões. Deste total, a China respondeu por mais de 90%. O país tem mais de 40 empresas na lista das mais inovadoras. A Índia, apesar de ter um volume de investimento (cerca de US$ 2 bilhões) menor que o do Brasil, tem nove empresas na lista.

A questão, segundo o especialista, não é só aumentar o volume de dinheiro aplicado nessa atividade, mas também ter mais atenção à classificação desses aportes dentro dos balanços. "Muitas dessas informações às vezes não estão claras nos balanços. Gastos com P&D acabam entrando como investimento normal. E é importante ressaltar isso até para valorizar o que a empresa faz", disse.

Globalmente, os investimentos em P&D das mil maiores empresas cresceram 9,6%, para US$ 603 bilhões. É o segundo ano consecutivo de crescimento, depois de recuos ocasionados pela crise econômica mundial entre 2008 e 2009. De acordo com Roxo, a retomada dos investimentos foi estimulada pelos Estados Unidos. "Os EUA, de certa forma, servem como referência para os investimentos em P&D no mundo. O sentimento de retomada da economia por lá é um forte estímulo", disse. Os investimentos das empresas americanas cresceram 9,7% em 2011, pouco acima da média mundial (9,6%).

Em 2011, a montadora japonesa Toyota assumiu a liderança da lista da Booz. Com um aumento de 16,5% em seus investimentos em P&D, a companhia chegou a quase US$ 10 bilhões em recursos aplicados, o que a fez passar da 6ª colocação para a primeira. O resultado permitiu à Toyota desbancar a farmacêutica Roche, que liderou as listas de 2009 e 2010. Com retração de 2,1% nos investimentos (US$ 9,4 bilhões em 2011 ante US$ 9,64 bilhões em 2010), a Roche ficou na 3ª colocação, e ficou atrás da também farmacêutica Novartis.

Na lista das dez companhias que mais investem em P&D no mundo, duas são do setor automotivo, quatro da área farmacêutica e quatro de tecnologia da informação. Na avaliação de Roxo, esses setores, em relação a outros segmentos, exigem aportes mais altos das companhias para se diferenciarem dos concorrentes.

Pelo segundo ano, nenhuma empresa do mercado de TI figurou na lista das três maiores investidoras em P&D. Duas companhias do setor, no entanto, tiveram altas de investimento bem acima da média, o que ajudou a elevar suas posições no ranking: Intel (27,3% a mais de investimento, passando da 11ª para a 8ª colocação) e Samsung (13,9% de incremento, subindo um degrau, para a 6ª colocação). Os setores de computação e eletrônicos lideraram os investimentos em P&D, com 28% do total.

Valor Econômico
Terça-Feira, 30 de outubro de 2012