sábado, 9 de junho de 2012

Minha Caixa minha vida.


Caixa tem que fornecer informações claras


A Justiça Federal divulgou na noite desta sexta-feira (8) a determinação de que a Caixa Econômica Federal (CEF) esclareça aos consumidores durante o Feirão, que acontece em Belém até domingo (10), sobre a inexistência de garantia de financiamento pré-aprovado para todos os imóveis colocados à venda durante o evento. Caso o banco descumpra a decisão, a multa é de R$ 10 mil.

A decisão liminar foi da juíza da 2ª Vara Federal em Belém, Hind Ghassan Kayath. Segundo a decisão da juíza, caso necessário, a Caixa Econômica poderá ser intimada no local do evento, realizado no Hangar - Centro de Convenções e Feiras da Amazônia.

“Não basta que as empresas participantes do evento sejam instruídas acerca da informação a ser transmitida. Na condição de empresa pública organizadora do evento, a CEF também está obrigada a agir em prol dos interesses do consumidor, promovendo publicidade clara que forneça diretamente ao público a informação acerca da real situação de cada empreendimento”, ressaltou Kayath.

A ação que pediu a defesa dos direitos dos consumidores foi encaminhada à Justiça no último dia 21 pelo Ministério Público Federal (MPF). Assinada pelo procurador da República Bruno Araújo Soares Valente, a ação solicitou que a Caixa fosse obrigada a tomar essas providências em todos os feirões que realizar. A decisão liminar, no entanto, restringiu-se ao feirão em Belém. A ampliação dessa obrigação para todo o país será avaliada em decisão posterior, registra a decisão.

HISTÓRICO

O caso passou a ser investigado pelo Ministério Público Federal a pedido de famílias que se disseram enganadas. Em um feirão da Caixa em Belém, elas fizeram contratos de promessa de compra e venda com a Porto Rico Incorporadora de Imóveis para aquisição de unidades residenciais do empreendimento Vila Rica.

A promessa da construtora era de entregar os imóveis em 2010. Mas isso não ocorreu porque a empresa não atendeu todos os pré-requisitos para aprovação do financiamento pela Caixa. “A ré Caixa Econômica Federal realiza feirões com o seu nome, para venda de imóveis, sem, no entanto, garantir os empreendimentos”, criticou o procurador da República no texto da ação.

No final de 2011, o MPF encaminhou recomendação para que o banco regularizasse a propaganda dos feirões, mas a Caixa apenas limitou-se a dizer que “não tem gestão sobre as peças publicitárias, tampouco sobre o conteúdo divulgado”. (DOL, com informações do MPF)

“É bobagem isso tudo”


“É bobagem isso tudo”, diz Marta Suplicy sobre eventual saída do PT


BRASÍLIA - A senadora Marta Suplicy (PT-SP) rejeitou nesta quarta-feira a avaliação de seu afastamento progressivo da cúpula do PT e negou ter cogitado deixar a legenda. “É bobagem isso tudo. Não têm o que falar, então ficam inventando história”, disse a senadora ao ser questionada sobre uma eventual saída do PT.

Dizendo-se “tranquila”, a senadora evitou estender-se em comentários sobre a campanha do ex-ministro da Educação Fernando Haddad à Prefeitura de São Paulo e suas relações com dirigentes do PT.

“Há o tempo para falar, há o tempo para silenciar. Eu estou onde sempre estive. Eu tenho que ficar quieta, me preservar”, disse.

Marta era aguardada no lançamento da pré-candidatura de Haddad no último sábado, mas não compareceu ao evento. E não deu explicações a correligionários e militantes.

Dois dias depois, Marta justificou a ausência por meio de nota por “impedimento de caráter privado”.

Integrantes do PT entenderam a ausência da senadora e ex-prefeita de São Paulo como uma demonstração de que Marta não pretende participar da campanha de Haddad. A senadora pretendia lançar-se à disputa municipal, mas foi pressionada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva a desistir.

A ausência também foi entendida por alguns petistas como uma afronta de Marta ao ex-presidente Lula.

(Bruno Peres/Valor)

quarta-feira, 6 de junho de 2012

Pobre o Pará - Porque àquele que tem, se dará, e terá em abundância; mas àquele que não tem, até aquilo que tem lhe será tirado. Mateus 13:12


terça-feira, 5 de junho de 2012

Empresas dos EUA usam água salgada para extrair componente de bateria de carros elétricos


Carros elétricos ainda são caros demais (BBC)

Carros elétricos são uma opção para diminuir a poluição, mas ainda não são populares, pois a tecnologia para fabricação de baterias ainda não avançou.

As baterias atuais são pesadas, caras e não duram muito.

Mas, empresas do Vale do Silício na Califórnia podem mudar isso com água salgada.

Na falha de San Andreas, uma usina geotérmica usa água salgada quente para movimentar turbinas e se transformou em uma nova fonte de minerais como o lítio, um material chave para fabricar baterias melhores.
BBC/Brasil.


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'Aqueles que apostam na crise vão perder', afirma Dilma



A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta terça-feira (5), em discurso na cerimônia de comemoração ao Dia Mundial do Meio Ambiente, que aqueles que apostam na crise, "como apostaram há quatro anos atrás, vão perder de novo".

Dilma afirmou que já está tomando as medidas necessárias para enfrentar a crise e disse que o governo possui um "arsenal de providências" que ainda poderão ser adotadas.

"Quem aposta na crise, como alguns apostaram há quatro anos atrás, vai perder de novo. Enfrentaremos novas dificuldades com transparência, sem esconder problemas. [...] Vamos continuar crescendo, incluindo, protegendo o meio ambiente. [...] As medidas necessárias estão sendo tomadas e ainda temos um arsenal de providências que serão adotadas quando necessário", afirmou a presidente.

Ainda sobre o cenário econômico internacional, Dilma disse que a crise não pode servir de pretexto para que os governos deixem de lado ações de proteção ao meio ambiente.

"O que todos esperamos é que a crise mundial, gerada pelo excesso de ganância e pela falta de controle dos mercados, não seja um pretexto para uma vitória do excesso da ganância e da falta de controle sobre recursos naturais", disse a presidente.

MEDIDAS

Em maio, o governo lançou uma série de medidas para incentivar os setores automotivo e de bens de capital, além do consumo em geral. O pacote inclui redução de impostos, aumento de prazos de financiamentos e corte de juros.

Entre as medidas, o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) cobrado em todos os financiamentos para consumo caiu de 2,5% para 1,5%.

Outra medida foi a redução do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) até 31 de agosto em até sete pontos percentuais, de acordo com o modelo e a cilindrada do veículo. A renúncia fiscal é estimada em R$ 2,1 bilhões.
KELLY MATOS
DE BRASÍLIA

Folha.com

Serra conquista 4º aliado e isola ainda mais Haddad


Cortejado por praticamente todas as siglas que lançarão candidatos à Prefeitura de São Paulo nas eleições deste ano, o PR anunciou ontem apoio à pré-candidatura do ex-governador do Estado José Serra (PSDB) e isolou ainda mais o candidato do PT, o ex-ministro da Educação Fernando Haddad, que ainda não tem nenhuma aliança formal. 


O PR também será mais um a pressionar os tucanos a abrirem a chapa de vereadores - o PSD, do prefeito Gilberto Kassab, também reivindica a coligação proporcional.


Capacidade da indústria recua


Uso da capacidade da indústria cai para 81% em abril, diz CNI

SÃO PAULO - O nível de utilização da capacidade instalada (Nuci) da indústria brasileira caiu para 81% em abril, com ajuste sazonal, em relação aos 81,5% registrados em março, de acordo com a pesquisa Indicadores Industriais, divulgada nesta terça-feira pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).

A utilização era maior em abril de 2011, quando o setor operou com 82,4% de sua capacidade instalada.

O faturamento real da indústria cresceu 0,2% no período, ante março, feitos os ajustes sazonais, e subiu 2,7% na comparação com o mesmo período do ano passado.

O emprego dessazonalizado diminuiu 0,60% em abril na comparação com março e teve contração de 0,40% na comparação com o mesmo período do ano passado.

Já o número de horas trabalhadas apresentou queda de 0,60% em abril ante março, com ajuste, e queda de 1,9% na comparação anual.

2012

No primeiro quadrimestre do ano, o faturamento real da indústria cresceu 2,2% na comparação com o mesmo período do ano passado.

O emprego aumentou 0,2% e as horas trabalhadas cederam 1,1% na mesma base de comparação.

Caminhos opostos em um setor

A indústria de tecidos registrou o pior desempenho dentre todos os 19 setores da indústria de transformação no quesito horas trabalhadas: queda de 8,5% ante o mesmo mês de 2011.

Na outra ponta da cadeia, os fabricantes de vestuário registraram o melhor resultado entre os pesquisados pela CNI: avanço de 1,2% nas horas trabalhadas na comparação entre abril deste ano e abril do ano passado.

Mesmo com a forte queda nas horas trabalhadas, a indústria têxtil ampliou seu faturamento real em 8,3% na mesma comparação (abril de 2012 ante abril de 2011).

Mais curioso é o aumento do emprego formal - os empregados do segmento trabalharam menos em abril, mas os empresários ampliaram seu quadro de pessoal em 3,6% na comparação com o mesmo mês do ano passado.

Já os fabricantes de vestuário viram seu faturamento real saltar 8,9%, na mesma comparação, e o nível de emprego apenas 0,2%.

(João Villaverde | Valor)

Eleições 2012. Paraupebas PT/PMDB Deus os cria...

RD - Diário do Pará, 05/06/2012

segunda-feira, 4 de junho de 2012

Pobre nosso Pará, aqui temos 70% dos pesquisadores da Amazônia, mas quem fala pela Região e Manaus.

Encontro de Desenvolvimento Sustentável da Amazônia

Após três dias de debates, representantes de todos os estados da Amazônia Legal finalizaram documento que será encaminhado à presidente Dilma Rousseff e apresentado na Rio+20.
De 30 de maio a 1º de junho, aconteceu em Manaus (AM) o Fórum de Desenvolvimento Sustentável da Amazônia, no Salão Rio Negro, em Manaus, Amazonas. Durante três dias, delegações de todos os estados da Amazônia Legal discutiram as prioridades da região e qual será o modelo de desenvolvimento econômico a ser defendido na Conferência das Nações Unidas Rio+20, que acontece de 13 a 22 de junho, no Rio de Janeiro. O objetivo principal era a construção da Carta da Amazônia, que contém ações de desenvolvimento sustentável do Norte para os próximos anos.

Em seu discurso na abertura do evento, o governador do Amazonas, Omar Aziz, discursou sobre a inclusão do homem no processo de crescimento da Amazônia, "somos favoráveis a preservação do meio ambiente, mas nesse contexto há que se observar as dificuldades de viver na Amazônia, ver o que nossos ribeirinhos e homens da floresta vivem e enfrentam. Posso dizer que este Fórum é um dos maiores encontros já feitos para se discutir a Amazônia. Na Rio+20 os países vêm discutir modelos de desenvolvimento para o mundo, mas virão também discutir nossa região", disse o governador.

No encontro, autoridades e estudiosos deram o tom de como pretendem trabalhar o ideal de sustentabilidade na Amazônia. No primeiro dia de debates, observou-se que há vontade de pesquisadores e políticos em criar um modelo de desenvolvimento pensado pelos próprios amazônidas em detrimento a modelos impostos por outros estudiosos fora do contexto amazônico, "com a Carta da Amazônia queremos dizer ao mundo o que entendemos por desenvolvimento sustentável. É fácil dizer o que é bom para nós, mas desejamos mostrar o que queremos e pensamos", disse o representante de secretarias de meio ambiente da Amazônia.

Outro palestrante foi o pesquisador Ennio Candotti, vice-presidente da SBPC e diretor do Museu da Amazônia. Candotti ministrou palestra sobre os problemas da Amazônia e apontou sugestões para enriquecer os debates.

Falou ainda sobre o pequeno número de pesquisadores que há na Amazônia e os poucos incentivos para a área de pesquisas na região, "cerca de 70% das pesquisas na Amazônia são realizadas por estrangeiros, temos que mudar este quadro valorizando nossos cursos de mestrado e doutorado, minha sugestão é que o programa Ciência sem Fronteiras, [programa de incentivo a ciência e pesquisa do governo federal] que investe em 75 mil bolsas de estudos, transfira pelo menos 20 mil destas bolsas para o desenvolvimento da Amazônia, em nossos estudantes da região", relata.

O palestrante abordou temas delicados, como o crédito de carbono, na qual chamou de colonialismo, ao ver que certos países possuem licença para desmatar e produzir, bastando somente que consigam áreas em outras regiões onde se preserve a floresta. Outro ponto foi quanto às águas na Amazônia que, ao exemplo do petróleo, poderia gerar 'royalties' por onde passasse, como a água que move turbinas e que irriga plantações.

Candotti frisou pela preservação do potencial amazônico e seus microorganismos, onde a regeneração da floresta depende de fungos que transformam folhas e madeiras em nutrientes. Outro ponto foi quanto à falta de menção no novo Código Florestal as florestas alagadas que, segundo o cientista, atinge uma área de 500 mil quilômetros quadrados na Amazônia. No discurso final fez uma defesa das populações ribeirinhas, povos indígenas e dos aqüíferos [reservatórios de águas subterrâneas] na Amazônia.

Outra palestrante foi a pesquisadora Berta Becker. A professora deu início a sua fala onde cita que há mudanças propostas pelo mundo entre o conceito de desenvolvimento sustentável para o de sustentabilidade global. Berta Becker fez críticas às exportações feitas na Amazônia atualmente, "temos que terminar com este conceito de exportar em bruto, temos que fortalecer nossas cadeias produtivas, isso melhorará nosso modelo de desenvolvimento e nossa contribuição ao PIB nacional que é de apenas 8%", disse.

Berta Becker expôs que este modelo de exploração da Amazônia está mudando. "A exploração de nossas matérias primas está cedendo à exploração das funções da natureza, por exemplo, o uso racional de nossa estrutura para fins mais sustentáveis como o uso de energias alternativas".

Também relatou sobre a transformação da Amazônia em uma fronteira de imigrantes internacionais, "países como índia e o Haiti são exemplos onde há pessoas vindas para trabalhar e viver na Amazônia", disse.

Carta da Amazônia - A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, e a ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, participaram do último dia do "Encontro de Desenvolvimento Sustentável da Amazônia". Elas serão as responsáveis de encaminhar pleitos dos governadores à presidente Dilma Rousseff.

Antes do pronunciamento no evento, as titulares se reuniram com as autoridades dos nove estados da Amazônia Brasileira para tratar sobre a "Carta da Amazônia", que integrará as discussões na Rio+20. Ideli Salvatti enfatizou a disposição dos governadores em criar um Conselho do Desenvolvimento Sustentável com participação dos governos federal e estaduais, sociedade civil e municípios para que o desenvolvimento com sustentabilidade possa acontecer na Amazônia.

"A Amazônia tem um grande apelo mundial e por este motivo ela tem uma relevância neste evento. Por isso, o que os governadores fizeram preparando a carta, colocando as necessidades, os avanços e os pleitos são de fundamental importância nesse momento. Realço que na carta uma das principais deliberações é no sentido de avançar naquilo que será debatido na Rio+20, que é a governança para o desenvolvimento sustentável", disse Ideli Salvatti.

A ministra assegurou que o documento formulado pelas autoridades da Amazônia Legal será encaminhado à presidente Dilma Rousseff. Além disso, as titulares irão articular uma audiência entre os governadores e a presidente. "A ideia é que esse encontro ocorra antes da Rio+20 para que todos esses pleitos, análises e a parceira entre os governadores da Amazônia e a presidenta possa se consolidar", concluiu Ideli Salvatti.

Já Izabella Teixeira ressaltou que a região Amazônica irá se apresentar ao mundo depois de 20 anos com a menor taxa de desmatamento da história. "Houve avanços nas políticas de desenvolvimento regional e com uma convergência de políticas importantes em relação ao mundo sustentável. O próprio sentido da erradicação da pobreza, da economia verde e inclusiva que aposta nos melhores caminhos em termos de sustentabilidade, que traga crescimento econômico e social", declarou a ministra.

Na análise da titular, dois pontos importantes integram as prioridades da 'Carta da Amazônia': o foco nas questões urbanas e os aspectos das inovações científicas e tecnológicas. "A proposta dos governadores é uma proposta muito concreta com um comitê que vai avaliar, reunir as prioridades e as questões de buscar os meios para implementação, não vai ser uma governança separada e sim única, mudando o modelo atual das Nações Unidas", explicou a ministra do Meio Ambiente.

(JC com informações do Portal Bvnews e Portal G1)

domingo, 3 de junho de 2012

Tesoureiro de Dilma nega pedido de ajuda ao ex-diretor do Dnit


SÃO PAULO - O tesoureiro de campanha da presidente Dilma Rousseff, deputado federal José de Filippi (PT-SP), afirmou neste sábado que não precisava do ex-diretor do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), Luiz Antônio Pagot, para ter contato com as empresas que doaram para o PT em 2010.

Pagot acusou, em entrevista a revista “Isto É”, lideranças do PT e do PSDB de buscarem recursos para a campanha eleitoral no seu departamento, um dos que mais recebe verbas do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

Segundo o ex-diretor, Filippi teria pedido sua ajuda para arrecadar com as empreiteiras que prestavam serviços ao Dnit – do qual foi demitido em 2011 por Dilma, no escândalo de corrupção no Ministério dos Transportes.

“O Pagot está magoado, mas não entendi as declarações dele. Já tive contato com os presidentes dessas empresas em 2006 [quando foi tesoureiro de campanha do ex-presidente Lula], então não precisava dele para fazer os contatos”, disse o deputado ao Valor. “Quem realmente conversou com algumas dessas empresas foi o [secretário de finanças do PT, João] Vaccari", completou.

Filippi afirmou que se encontrou três vezes com Pagot. A primeira, no comitê de campanha de Dilma, no começo do período eleitoral, quando ele foi apresentado por lideranças do PR e ofereceu três aviões do senador Blairo Maggi (PR-MT) para usar na eleição.

“Trocamos uns dez telefonemas sobre isso, mas não deu certo porque um avião estava no conserto, outro fez uma viagem à Europa. Depois de umas três semanas, acabamos procurando outro avião para a campanha”, afirmou.

A segunda vez, de acordo Filippi, foi em novembro, depois da eleição. O encontro ocorreu no comitê de campanha, quando o tesoureiro buscava recursos para saldar a dívida deixada, de quase R$ 28 milhões. “As empresas que o Pagot cita já doavam antes desse encontro em novembro”, disse.

A terceira reunião foi uma visita oficial como deputado ao Dnit em março de 2011, ainda segundo o petista. “O Pagot me apresentou os funcionários, me explicou como funcionava, falou dos problemas de orçamento”, relatou o deputado, que disse ter uma boa relação com o ex-diretor.

Pagot disse à revista que encontrou 15 empresas, na prestação de contas do PT, que doaram a pedido seu: as construtoras Carioca Engenharia, Concremat, Construcap, Barbosa Mello, Ferreira Guedes, Triunfo, CR Almeida, Egesa, Fidens, Trier, Via Engenharia, Central do Brasil, Lorentz, Sath Construções e STE Engenharia.

Segundo Filippi, dessas 15, duas não doaram: Lorentz e Sath Construções. O petista também diz acreditar que outras duas, a STE e a Central do Brasil, doaram de forma impessoal. “Enviamos cartas para as 10 mil maiores empresas do país pedindo contribuição para a campanha. Pelos valores doados pelas duas, acredito que o dinheiro tenha vindo daí”, afirmou.

O tesoureiro diz que, se Pagot contribuiu com a campanha, foi na doação do então candidato e hoje senador eleito Blairo Maggi, que o indicou para o cargo no Dnit. “Eu não tenho contato com o senador Maggi. O Pagot ajudou a concretizar a doação de R$ 1 milhão feita pelo senador”, afirmou.

Filippi também refuta outra declaração de Pagot, de que o ex-diretor teria enviado cópias dos boletos das doações. “A doação é feita diretamente na conta da campanha, fica o registro online. Não tem boleto”, afirmou.

(Raphael Di Cunto | Valor)

PSDB derruba sessão da Câmara de SP para não homenagear Haddad



SÃO PAULO - A bancada de vereadores do PSDB na Câmara Municipal de São Paulo se dividiu, mas conseguiu derrubar a sessão nesta quarta-feira e evitar a aprovação de uma homenagem para o ex-ministro da Educação Fernando Haddad, pré-candidato do PT à prefeitura da capital paulista.

O petista receberia, por projeto de decreto legislativo de autoria do vereador Francisco Chagas (PT), o Diploma de Gratidão da cidade e a Medalha Anchieta. A concessão de honrarias é tradicional na Câmara para os parlamentares prestigiarem suas bases eleitorais e é sempre aprovada por votação simbólica.

Entretanto, o líder da bancada do PSDB, Floriano Pesaro, se aproveitou do baixo quórum e pediu a votação nominal no projeto, que não alcançou número suficiente de votos para ser aprovado – era necessário o apoio de dois terços dos vereadores, mas faltaram dois votos.

A falta de quórum, que tem sido rotineira nesse período pré-eleitoral, acabou com a sessão e o projeto ficou pendente para o dia 6 de julho. A resistência à proposta, porém, não encontra respaldo em toda a bancada do PSDB. O projeto foi assinado por três vereadores tucanos – Aurélio Nomura, Aníbal de Freitas e Adolfo Quintas.

“Não sou contra não. Aprovamos até o [ex-presidente] Lula. Ocorreu polêmica porque faltou discutir melhor, já que era uma homenagem ao Haddad durante o período eleitoral”, disse o vereador Aníbal de Freitas, que negou, contudo, divisão na bancada. “Esse tipo de projeto é coisa íntima, de cada vereador. Não é algo que vá mudar a vida na cidade, então não necessita de posição de bancada”, afirmou.

(Raphael Di Cunto | Valor)

Marta falta em evento de lançamento da candidatura de Haddad


SÃO PAULO - Ainda dando mostras de que está inconformada em não ser a candidata do PT à Prefeitura de São Paulo, a ex-prefeita e hoje senadora Marta Suplicy (PT) faltou ao congresso que lançou a candidatura do ex-ministro da Educação Fernando Haddad neste sábado.

Marta havia confirmado a presença no evento e teve até o nome anunciado na abertura, mas não apareceu. Os petistas não souberam dizer o motivo da ausência. “Não sei”, disse Haddad, ao deixar o evento. Questionado se a senadora fez falta no congresso, o ex-ministro respondeu que “a ex-prefeita sempre faz falta”.

O presidente do diretório municipal petista e coordenador da campanha de Haddad, vereador Antonio Donato, disse aos jornalistas “para perguntar à prefeita” o motivo da ausência. O senador Eduardo Suplicy (PT-SP), ex-marido de Marta, tentou falar com a senadora, que não atendeu ao celular.

Derrotada nas duas últimas eleições, a ex-prefeita liderava as pesquisas de intenção de voto, e também as de rejeição, quando foi pressionada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a desistir da candidatura em favor de Haddad.

Entretanto, ela tem se mantido distante da campanha e, quando discursou ao lado do ex-ministro, o constrangeu dizendo que “o novo não é suficiente” – em referência ao mote da campanha petista, de que Haddad representa "o novo" para a cidade.

Muito conhecida pelos militantes petistas e com alta popularidade nas regiões mais carentes da cidade, a ex-prefeita era vista pela coordenação da campanha como capaz de tornar Haddad conhecido mais rapidamente e melhorar o posicionamento do petista nas pesquisas – que, até os últimos levantamentos, o mostravam na lanterna, com apenas 3% de intenção de voto.

(Raphael Di Cunto | Valor)

Para Lula, Haddad enfrentará os candidatos mais frágeis em São Paulo


SÃO PAULO - Em um congresso neste sábado, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) aproveitou o lançamento da candidatura do ex-ministro da Educação Fernando Haddad à Prefeitura de São Paulo para atacar o líder das pesquisas, o ex-governador José Serra (PSDB).

“Fernando, aproveite, porque os teus adversários são provavelmente os mais frágeis que você enfrentará em uma campanha”, afirmou.

Em seguida, Lula focou os ataques no tucano, sem citar nominalmente Serra. “Tem um que já está tão desgastado que nem sei porquê ele vai ser candidato a prefeito. Ele utilizou a cidade apenas como trampolim, para ser candidato a governador. Depois achou que governador era pouco, e não terminou o mandato para concorrer a presidente. E ai tomou uma ‘conga’ da presidente Dilma”, ironizou Lula, que disse que o ex-governador está desesperado.

Lula também aproveitou para dar seus recados – que não foram ouvidos, já que a senadora Marta Suplicy faltou ao evento, embora tivesse confirmado presença e tenha sido até anunciada na abertura. Citou o resultado do PT nas eleições anteriores para defender uma candidatura nova e explicar a escolha do ex-ministro, como forma de ultrapassar a barreira de 35% dos votos que o PT tem na cidade de São Paulo.

“Haddad, você agora precisa encontrar o mote, o discurso, para falar não apenas com os 35% que já votam na gente. Tem que falar com os 15% que, por alguma razão, ainda teimam em não votar no PT”, recomendou o ex-presidente.

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Lula contou a própria história, ao dizer que era preciso uma mudança para vencer. “Durante uma discussão em 2002, eu dizia que não queria ser candidato a presidente de novo em 2002 para ter 30% dos votos. Porque isso eu já tive em 1989, 1994 e 1998. Quero ser candidato para ganhar com os 20% dos votos que faltam. Por isso que nos aproximamos de um empresário, o Zé Alencar”, afirmou.

Marta Suplicy concorria pela indicação para ser a candidata do PT à Prefeitura de São Paulo pela quarta vez seguida, mas desistiu por pressão de Lula. Embora tenha abandonado a candidatura, não ingressou na campanha de Haddad e, nos momentos em que falou ao lado do ex-ministro, o constrangeu dizendo que “apenas o novo não é suficiente” – em referência ao mote da campanha, de que Haddad representa o “novo”.

(Raphael Di Cunto | Valor)


No mundo do cada um por si

Marcos Troyjo é codiretor do Briclab, nos EUA - Reprodução
Marcos Troyjo é codiretor do Briclab, nos EUA
SÃO PAULO - De um lado do Atlântico, a crise na União Europeia ganha proporções inéditas. Do lado oposto, críticos veem no livre mercado o responsável pelas desigualdades de renda na maior economia do mundo. Na seara política, a democracia representativa parece não dar conta de problemas tão distintos quanto a formação de um novo governo na Grécia e os impasses no Congresso dos Estados Unidos. No mundo todo, a ideia de Estado-Nação volta a ganhar força. Esses parecem todos sintomas de um novo fenômeno que pode durar alguns anos e deve afetar não só o mundo desenvolvido, mas o Brasil e outras economias emergentes: a desglobalização.

O diagnóstico é do economista e cientista político brasileiro Marcos Troyjo, um dos diretores do recém-criado BRICLab, núcleo dedicado ao estudo dos Brics na Universidade Colúmbia e especialista do think tank liberal Instituto Millenium. 

Na opinião de Troyjo, a nova conjuntura apresenta uma série de desafios para o Brasil. O principal é mudar o DNA de nossa economia. De país exportador de produtos de baixo valor agregado, ele precisa se tornar líder em inovação. Para que isso ocorra, o pesquisador defende maior investimento em ciência, educação e tecnologia e o resgate de um debate sobre o que chama de "interesse nacional", conceito que considera pouco claro para os brasileiros, mas bastante concreto em economias como a da China. 

Diplomata de carreira - serviu na missão brasileira junto às Nações Unidas em Nova York entre 1997 e 2001 -, Troyjo também faz críticas ao que considera falta de um plano estratégico para lidar com esse novo cenário e defende a substituição de clássicas prioridades da política externa brasileira, como a demanda por um assento permanente no Conselho de Segurança da ONU, por uma política mais ampla de inserção global do Brasil. A seguir, os principais trechos da entrevista que esse paulistano de 45 anos deu ao Aliás. 

Quando o economista Jim O'Neill cunhou o acrônimo Bric, alguns analistas o criticaram por incluir o Brasil. De fato, o país vem crescendo menos que seus parceiros. Em sua opinião, o grupo é representativo? 

Há um futuro comum para os Brics?

Marcos Troyjo: A ideia de Bric foi um conceito pensado para tentar descrever a evolução da economia global de agora até 2050. População, tamanho do mercado e dinâmica relativa foram os fatores que criaram uma certa identidade para esse grupo. Mas imaginar que esses países vão se converter em uma organização internacional é incorreto. É mais provável que seu futuro seja parecido com aquilo que durante muito tempo foi o G-7 (grupo das nações mais industrializadas), ou seja, um grupo que se reúne regularmente para emitir opiniões sobre como o mundo funciona e como deve funcionar. Se é verdade que o Brasil cresce menos que os outros, é verdade que talvez seja a economia mais madura dessas quatro. Muito provavelmente haverá outras economias que vão crescer a taxas superiores, mas isso não quer dizer que o Brasil terá sua posição ameaçada. O que vai poder ameaçar o Brasil é o país não conseguir fazer a conversão do DNA de sua economia, ou seja, se continuar apenas como produtor de baixo valor agregado, com um trabalhador de baixa produtividade. Esse é o grande dilema brasileiro: fazer a transição entre país que investe intensivamente em produtos de baixo valor agregado para país inovador, que investe com energia em tecnologia. Mas não existe um esforço nacional em relação a esse caminho. Não temos uma grande parceria entre a sociedade e o governo para fazer do Brasil um país com esse perfil. 

Ao mesmo tempo, os Brics vêm se posicionando de maneira conjunta em fóruns internacionais. O grupo pode se tornar um agente político de peso? 

Marcos Troyjo: Acho que os Brics vão ser muito mais uma espécie de voz crítica à inadequação e atraso no desenho de algumas instituições multilaterais, sem necessariamente se constituírem numa grande força em prol de sua reforma. A China e a Rússia são membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU. Esses países não querem ver seu status diminuído em termos relativos com a entrada do Brasil e da Índia. A China deseja uma ou outra reforma, mas não uma revolução da governança global a partir da qual ela venha a desempenhar um papel de liderança. Pelo contrário, a China vai focar seus problemas internos. Aliás, entendo que vamos viver uma década de desglobalização, e isso vai afetar os Brics. Se percebemos a globalização como mais comércio e investimento internacional, mais coordenação macroeconômica, mais livre circulação de bens, capitais e pessoas, todas essas frentes estão em xeque, assim como a globalização de valores, aquela ideia dos anos 1990 de que democracia representativa e economia de mercado eram os melhores parâmetros para a organização da sociedade. Vinte anos atrás, parecia que o mundo estava caminhando para um processo de integração econômica regional que tinha na União Europeia um caso paradigmático. Ora, a União Europeia está descarrilando. Estamos observando um renascimento do Estado-Nação. Há várias frentes desglobalizantes no mundo e um renascimento não dos nacionalismos, mas dos individualismos nacionais. É o mundo do cada um por si. 

E como isso afeta o Brasil?

Marcos Troyjo: Isso pode ser benéfico se conseguirmos definir onde reside nosso interesse nacional. Os chineses, por exemplo, sabem muito bem qual é o deles. O Brasil às vezes parece saber com mais clareza o que ele quer para o mundo do que definir o que quer receber dele. 

Como essa dificuldade se reflete nas decisões do governo? 

Marcos Troyjo: Qual comércio exterior o Brasil quer como porcentual do PIB em 2025, por exemplo? Qual o número de doutores por 100 mil habitantes que o Brasil pretende formar em 2025? Qual a poupança em relação ao PIB que o Brasil quer ter em 2025? Com metas assim você vai arregimentar recursos e esforços para chegar lá. Existe isso no Brasil? Acho que não. O Brasil precisa de um plano. 

Nós já tivemos algum projeto nacional? 

Marcos Troyjo: Existem planos emergenciais, desenhados para lidar com problemas pontuais urgentes. Por exemplo, os planos de combate à inflação no Brasil, como o Plano Cruzado e o Plano Verão. Há também planos voltados para a harmonização das capacidades internacionais de competir. Temos o caso do PAC, o Programa de Aceleração do Crescimento. O PAC não é o Brasil construindo para o futuro. É o Brasil em busca do tempo perdido. Construir ferrovias, portos, estradas não é o futuro, é o presente. O País já teve alguns planos estratégicos, o "50 anos em 5" de Juscelino Kubitschek, por exemplo. Agora vamos ingressar em uma fase, talvez até já estejamos nela, de desglobalização, em que o tema do interesse nacional vai ter que prevalecer. 

O Brasil parece carecer da mesma influência internacional que seus parceiros de grupo. Em termos de influência política, o País tem que se conformar em ser um sócio menor dos Brics?

Marcos Troyjo: É importante saber quais são as políticas de poder, de prosperidade e de prestígio brasileiras. Em relação ao poder, o País abriu mão de posições estratégico-militares de caráter ofensivo. As ambições nesse aspecto se resumem a ser um membro construtivo e, se depender do Brasil, ainda mais ativo de organismos multilaterais como a ONU. O Brasil gostaria de ser membro permanente do Conselho de Segurança. Essa é uma questão que depende dos atuais membros e não deve ser resolvida no curto prazo. Talvez nem devêssemos colocar tanta ênfase no assunto. O Conselho de Segurança tem mandato internacional para fazer intervenções importantes no mundo, mas hoje tem sido pouco eficiente. Em termos de influência de prosperidade, vai depender muito do que acontecer com a economia brasileira. Se o Brasil crescer 5% ao ano no período de 2012 a 2030, vai ser uma das quatro maiores economias do mundo. E, se fizer uma conversão da sua economia para atividades cada vez mais tecnológicas, sem dúvida projetará influência por conta de sua prosperidade. Quanto à política de prestígio, acho que vai estar ligada à prosperidade brasileira e projeção dos interesses econômicos do Brasil. Deve estar muito associada também a políticas de inclusão social, como programas de renda mínima, Bolsa Escola e Bolsa Família, que têm chamado atenção de outros países e sido um elemento importante do chamado soft power brasileiro. 

Qual deveria ser então o objetivo principal de nossa política externa?

Marcos Troyjo: Acho que deveria ser um objetivo que vá além da política externa, algo a ver com a política de inserção global do Brasil. É um esforço que precisaria ir além da diplomacia tradicional para aumentar a parcela do comércio internacional na composição do PIB, ou seja, aumentar o número de exportações e importações e também abrir novas frentes para investimentos. O número de funcionários que nosso serviço exterior coloca à disposição das atividades de promoção comercial e atração de investimentos nas embaixadas e consulados é muito pequeno se comparado ao de outros países. Tínhamos de unificar o comando da política de comércio exterior e de atração de investimentos estrangeiros diretos. Se conseguirmos colocar todos os nossos ativos de política exterior ao serviço do projeto de prosperidade brasileiro, acho que isso constituiria uma prioridade mais relevante para as necessidades da população do que fazer parte de um clube restrito como o Conselho de Segurança. 

Como a crise europeia afeta o Brasil?

Marcos Troyjo: Em primeiro lugar, os investidores puxam o freio, correm para os ativos mais tradicionais e seguros. Essa onda de pessimismo e apreensão também chega ao Brasil. A questão do comércio é algo menos impactante. Feliz ou infelizmente, o Brasil tem apenas cerca de 17% de seu PIB como resultado da soma de importações e exportações. Ou seja, o comércio exterior para o Brasil não desempenha um papel tão importante. Além disso, apenas 20% das nossas exportações vão para a União Europeia e são produtos em geral de baixo valor agregado. Não há necessariamente uma grande retração de demanda. Já em relação a investimentos, aí sim o Brasil é mais afetado. Primeiro porque os investimentos financeiros saem daqui para buscar opções mais seguras e mais chamativas, pois o País perdeu atratividade com a redução da taxa de juros. Em segundo lugar, com a perda de velocidade da economia mundial e da economia brasileira, os investimentos estrangeiros diretos também arrefeceram. 

A redução da taxa de juros deveria ser evitada, já que juros altos atraem mais investimentos?

Marcos Troyjo: É uma faca de dois gumes. Do ponto de vista teórico, está correto jogar as taxas de juros para baixo, porque taxas elevadas acabam se tornando um dos obstáculos para o crescimento econômico. O fato é que há uma aversão de risco generalizada. Vamos saber se essa redução da taxa de juros vai ser benéfica se a atividade industrial e econômica se aquecer em velocidade superior aos efeitos negativos da saída de capitais. Essa vai ser a tensão. Muita gente acha que os efeitos negativos da saída de investimentos são mais rápidos que os efeitos benéficos de taxas mais baixas.
Caio Quero - O Estado de S.Paulo