SÃO PAULO - Em um congresso neste sábado, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) aproveitou o lançamento da candidatura do ex-ministro da Educação Fernando Haddad à Prefeitura de São Paulo para atacar o líder das pesquisas, o ex-governador José Serra (PSDB).
“Fernando, aproveite, porque os teus adversários são provavelmente os mais frágeis que você enfrentará em uma campanha”, afirmou.
Em seguida, Lula focou os ataques no tucano, sem citar nominalmente Serra. “Tem um que já está tão desgastado que nem sei porquê ele vai ser candidato a prefeito. Ele utilizou a cidade apenas como trampolim, para ser candidato a governador. Depois achou que governador era pouco, e não terminou o mandato para concorrer a presidente. E ai tomou uma ‘conga’ da presidente Dilma”, ironizou Lula, que disse que o ex-governador está desesperado.
Lula também aproveitou para dar seus recados – que não foram ouvidos, já que a senadora Marta Suplicy faltou ao evento, embora tivesse confirmado presença e tenha sido até anunciada na abertura. Citou o resultado do PT nas eleições anteriores para defender uma candidatura nova e explicar a escolha do ex-ministro, como forma de ultrapassar a barreira de 35% dos votos que o PT tem na cidade de São Paulo.
“Haddad, você agora precisa encontrar o mote, o discurso, para falar não apenas com os 35% que já votam na gente. Tem que falar com os 15% que, por alguma razão, ainda teimam em não votar no PT”, recomendou o ex-presidente.
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Lula contou a própria história, ao dizer que era preciso uma mudança para vencer. “Durante uma discussão em 2002, eu dizia que não queria ser candidato a presidente de novo em 2002 para ter 30% dos votos. Porque isso eu já tive em 1989, 1994 e 1998. Quero ser candidato para ganhar com os 20% dos votos que faltam. Por isso que nos aproximamos de um empresário, o Zé Alencar”, afirmou.
Marta Suplicy concorria pela indicação para ser a candidata do PT à Prefeitura de São Paulo pela quarta vez seguida, mas desistiu por pressão de Lula. Embora tenha abandonado a candidatura, não ingressou na campanha de Haddad e, nos momentos em que falou ao lado do ex-ministro, o constrangeu dizendo que “apenas o novo não é suficiente” – em referência ao mote da campanha, de que Haddad representa o “novo”.
(Raphael Di Cunto | Valor)
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