sábado, 13 de novembro de 2010

Celine dion, Shanaia Twain, e Gloria Estefan, com a magia e o encanto de Carole King

CORRUPÇÃO - Na Secretaria do Estado do Meio Ambiente, Pará

Oito pessoas presas por participação em fraudes para liberar processos ilegais 

A operação 'Térmita' da Polícia Federal realizou a prisão de sete pessoas, ontem, em Belém, e uma em Fortaleza (CE).

A maioria é ou foi servidor da Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Sema), onde teria se instalado um esquema de pagamento de propina para liberar processos e até autorizar projetos fantasmas.

Em nota, o órgão informou que ainda desconhece o teor da denúncia. Nada sabia.

Em Belém foram presos Jacinete Silva Lima, Lucas Steffen Velasco, Edson Carvalho Brasil, Fernanda Suely Santos Araújo, Maria Cláudia Pinheiro Coroa, Mário Carlos Penna Mourão e José Augusto Ferreira de Oliveira.

Em Fortaleza, onde estava a passeio, foi preso Fernando Luiz Dias Mouta. As prisões são preventivas e foram efetuadas em cumprimento à ordem judicial da 1ª Vara de Inquérito da Capital.

Oito mandados judiciais também levaram à apreensão de documentos e computadores nas casas e escritórios localizados em Belém, Dom Eliseu, Ananindeua e Ulianópolis.

Cairam os peixes pequenos, ainda faltam os grandes, os que comandavam o esquema, da cúpula  da Secretaria.

O Liberal

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Confira os gabaritos das provas do Enem 2010 - Estudantes podem pedir correção especial em site

Já está disponível no site do INEP o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) o módulo para que os estudantes que tenham sido prejudicados por erros na folha de respostas possam solicitar a correção invertida do gabarito.

No primeiro dia do exame, a  folha em que os estudantes marcam as respostas das questões estava com o cabeçalho das duas provas trocado – a primeira metade das questões era de ciências humanas e o restante, de ciências da natureza, mas na folha de marcação as questões estavam identificadas de forma invertida.

O MEC diz que alertou os fiscais de sala para que orientassem os alunos a seguirem a ordem numérica. Quem foi mal orientado e  trocou a ordem do preenchimento, poderá fazer o requerimento para a correção invertida.

O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) também divulgou hoje no site do Enem o gabarito das provas. (Agência Brasil)

A gente perdoa, mas não esquece

Me lembro, como se fosse ontem, quando um secretário do Governo do Estado do Pará, que em janeiro de 2011 deixará o cargo, falou para sua nova secretária: "Informe aos assessores e DAS que nem precisam subir, que já estão todos exonerados". Esse estilo perdurou até dia 1 de novembro.

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Meio Ambiente - OEA pode recomendar suspensão do Belo Montes (Blog do Deputado Nilson Pinto)

OEA pode recomendar suspensão de Belo Monte

Por Nilson Pinto

Recebi por e-mail e divulgo:

A Organização dos Estados Americanos (OEA) recebeu hoje (11/11) um documento que denuncia as ilegalidades no processo de licitação e os impactos às comunidades indígenas e ribeirinhas que serão atingidas pela construção da usina hidrelétrica de Belo Monte, no rio Xingu. Assinada pelo Movimento Xingu Vivo Para Sempre e por outras organizações representantes das comunidades – Conselho Indigenista Missionário (CIMI), Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (COIAB), Prelazia do Xingu, Sociedade Paraense de Direitos Humanos (SDDH), Justiça Global e Associação Interamericana de Defesa do Ambiente (AIDA) –, e elaborada com a participação de mais de vinte organizações e movimentos sociais apoiadores, a petição solicita em caráter de urgência a concessão de medidas cautelares* para a suspensão do processo de licenciamento ambiental do projeto. Na denúncia, as entidades afirmam que o Brasil está violando tratados internacionais ao ignorar direitos fundamentais das comunidades Arroz Cru, Arara da Volta Grande, Juruna do Km 17 e Ramal das Penas, todas à beira do rio Xingu.

O deslocamento forçado – sem consulta prévia e consentimento livre das comunidades – e as ameaças à segurança alimentar, ao meio ambiente e ao acesso a água potável são alguns dos problemas graves do projeto ressaltados no documento. As organizações lembram que em 2009 a OEA concedeu medidas cautelares que determinaram a suspensão das obras de construção da usina hidrelétrica Chan 75, no Panamá, devido ao deslocamento forçado de comunidades indígenas locais.

Outros casos da América Latina também são citados. Baseadas em pareceres de órgãos estatais – como o IBAMA e o Ministério Público Federal – e em laudos técnicos de especialistas, as entidades afirmam ainda que a construção de Belo Monte ocasionaria o aumento de doenças e da pobreza, além de causar o surgimento de fluxos migratórios desordenados que sobrecarregariam os sistemas de saúde, educação e segurança pública da região. “Apesar da gravidade e irreversibilidade dos impactos da obra para as comunidades locais, não foram realizadas as medidas adequadas para garantir a proteção dos direitos e do meio ambiente”, diz o texto do documento.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Lula chefia operação que converte Enem em ‘tortura’, Deu no UOL (Josias de Souza)

Decidido a exercer a incompetência com a máxima competência, o governo converte o Enem em instrumento de tortura da estudantada.

Lula frequenta a encrenca como comandante do suplício. Primeiro, em solo africano, tirou os pés da realidade: o Enem foi “um sucesso extraordinário”.

Nesta quarta (10), ainda na África, o presidente ensaiou uma queda da ficha: "Nós vamos fazer uma investigação...” “...

Duas coisas estarão garantidas à juventude brasileira: a Polícia Federal vai fazer todas as investigações para saber o que aconteceu efetivamente...”

“...E nenhum jovem vai ficar sem cursar a universidade. Se for necessário fazer uma prova, faremos. Se for necessário fazer duas, faremos...”

 “...Se for necessário fazer três, faremos. Mas o Enem continuará a ser fortalecido".

Antes de retornar ao Brasil, Lula ainda passará por Seul, na Coreia do Sul. Dispõe de tempo para cair em si.

A bordo do Aerolula, pode ser que reflita. Ao encostar a sola do sapato nessa terra de palmeiras, sabiás e confusões talvez seja devolvido à realidade.

É possível que conclua: a garotada não enfia a cara nos livros por um ano para fazer duas, três provas do Enem. Uma só, sem erros, já basta.

Se o clareamento das idéias for completo, Sua Excelência pode até usar a tinta que lhe resta na caneta para assinar uma, duas ou três exonerações.

Não é necessário investigar muito para verificar que o MEC foi relapso. E o Inep, para dizer o mínimo, inepto.

Mineração - Consulta Pública Plano Nacional de Mineração 2030

O Ministério de Minas e Energia (MME) abre consulta pública para o Plano Nacional de Mineração (PNM-2030), cuja portaria n° 917 foi publicada, nesta quarta-feira (10), no Diário Oficial da União (DOU).

O documento, elaborado pela Secretaria de Geologia, Mineração e Transformação Mineral (SGM), é o primeiro plano para um período de 20 anos realizado no País. Após um amplo processo que contou com a contribuição de estudos sobre o setor mineral brasileiro e a realização de várias oficinas e seminários com mais de 400 participantes, consolidou-se um documento base que ficará disponível para consulta pelos próximos 30 dias. Essa fase visa assegurar que todos os interessados no tema tenham a oportunidade de participar.

O documento base do PNM – 2030 pode ser acessado no endereço eletrônico do MME Aqui, na pagina da SGM, no ícone “Plano Nacional de Mineração 2030”. As contribuições deverão ser feitas em formulário específico (acesse aqui o formulário) , a fim de facilitar a consolidação do texto final, e serão recebidas durante o período de 10 de novembro a 9 de dezembro de 2010.

O formulário de contribuições poderá ser enviado para o e-mail pnm-2030@mme.gov.br ou para a Secretaria de Geologia, Mineração e Transformação Mineral, no Ministério de Minas e Energia (Esplanada dos Ministérios, Bloco U, Sala 405, Brasília – DF, CEP 70.065-900).

Destaque aparte merece a participação da Professora Maria amélia Rodrigues da Silva na equipe de redação e de consolidação do Plano. ela é Assessora da Secretaria de Geologia. 


Para mais informações acesse o link: Aqui

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Presidente do INEP/MEC: Tenho orgulho de coordenar o ENEM 2010 e do dever cumprido. Mistura de ignorância, arrogância e imcompetência.

É curioso, mas as declarações do presidente do INEP/MEC, no sentido de que estava orgulhoso de haver concluído o ENEM de forma brilhante ("dever cumprido") não motivaram comentário algum, até parece normal acontecer isso no Brasil, os incompetentes parecem premiados. Até agora, ninguém manifestou indignação.

Brilhante sim é o Ministro de Educação e as importantes ações no plano educacional realizadas durante sua gestão. É um dos melhores ministro do Governo Lula. Agora esse arrogante e incompetente da vontader de chorar quando se autolegogia e ainda acusa a alunos pelos seus grosseiros erros e, ainda está impune.

Blocos de questões foram editados de forma errada o que motivou o equivoco de alunos, cadernos para as respostas também foram alterados e, em algumas regiões as perguntas foram retransmitidas do interior da sala por jornalistas e, tudo foi brilhante disse o presidente o INEP/MEC,  Joaquim José Soares Neto.

Ele continua no cargo, mentras o ENEM pode ser realizado, novamente e nossos filhos pagar pelos erros de um babaca.

O Presidente do INEP/MEC se está burlando de mais de 4 milhões de jovens, muitos dos quais definem, a partir do ENEM seu futuro.

Meu caro: Já ouviste a expressão: " expressão tu és um incompetente de m..."?.

domingo, 7 de novembro de 2010

O gato subiu no telhado


 Um britânico filmado por celular colocando o gato de seu sobrinho em um forno micro-ondas, uma secadora de roupas e um freezer foi condenado a 126 dias de prisão.

Colin Sherlock, 44, de Newton Abbot, na região inglesa de Devon, admitiu ter causado sofrimento desnecessário a um animal.

A sentença poderia ter sido maior se o acusado não tivesse admitido o crime. A corte o proibiu também de possuir um animal por dez anos.

Ele foi preso após Sherlock e dois menores de idade terem enviado o vídeo para conhecidos. Uma das pessoas que recebeu as imagens ficou chocada e entrou em contato com a polícia.

Detergente – O incidente aconteceu em maio. Sherlock agarrou o gato preto e branco e o colocou no micro-ondas por oito segundos.

Na sequência, ele o coloca em uma secadora que gira por sete segundos. O gato é então colocado em um congelador por outros 20 segundos.

Quando o freezer é aberto, o animal não consegue se mover rapidamente e é jogado por Sherlock em uma tigela com água e detergente.

O promotor do caso, John Wyatt, disse que, após o ocorrido, o gato tornou-se ‘extremamente nervoso e sofreu um sério trauma psicológico’.

O advogado de Sherlock disse que este alega que bebeu antes do incidente e estaria ‘envergonhado’ do que fez.

O gato ainda encontra-se recebendo cuidados antes de ser reintegrado a uma família.

(Fonte: G1)

Ela parecia Margaret Thatcher, disse ex-marqueteiro do PT. Todos falam, menos quem deve explicar o pq da derrota


 Preste atenção na entrevista do marqueteiro Chico Cavalcante, que foi o responsável pela maioria das campanhas do PT no Pará, menos esta de 2010. Ele, como todo marqueteiro, coloca a culpa da derrota da Ana Julia, na empresa Link que veio da Bahia, e que por tanto desconhecia o terreno e a realidade social e política do Estado. A mesma conclusão faz o jornalista "BACANA". 
Tudo muito simples e reducionista, já que parece ser que bastaria ser do Pará para ganhar qualquer eleição. Esse argumento é de uma simplicidade que não resiste nem merece maior análise. Imagine o marqueteiro do Lula e Dilma, que também fizeram sucesso em campanhas fora do Brasil e em países praticamente desconhecidos pelos marqueteiros. João Santana levou à presidência do “El Salvador”, esse pequeno país de Centro América a um ex-guerrilheiro da Frente FMLN (Frente Farabundo Martí de Liberación Nacional). E aí não é só não conhecer a realidade e não falar espanhol (qualquer um fala espanhol) é falar o verdadeiro dialeto dos centro-americanos, necessário para repassar a mensagem aos eleitores. 
A outra burrice do jornalista é pensar que "eleição se ganha e se perde no período eleitoral". Grande erro, os problemas são mais complexos e me estranha que um marqueteiro não consiga visualizar além da ótica da imagem e das e dos chavões clássicos da campanha.

Outra vez a questão é mais complexa. Se assim fosse uma campanha conseguiria transformar em dois a três meses, um bandido em santo ou uma santa Maria em Bandida.

E não é assim. A história conta e as instituições são de fundamental importância nestes casos. O economista, Prêmio Nobel de 1993, Douglass North, explica em detalhe o papel que as instituições desempenham no desenvolvimento e na evolução das sociedades. Conclusão, se nada disso existe, nada poderá ser refletido na campanha eleitoral. O contrário seria concordar com uma grande mentira que o povo não aceita. Mesmo assim alguns pensam que o povo é mesmo burro. O pior é que as vezes conseguem enganar.

Mas vamos a entrevista da jornalista do Diário do Pará ao marqueteiro Cavalcante. 


Responsável por todas as campanhas do PT no Pará entre 1994 e 2006, o jornalista Chico Cavalcante foi preterido, neste ano, pela agência baiana Link, que comandou os programas de rádio e TV de Ana Júlia Carepa, candidata à reeleição. 

Responsável pela campanha vitoriosa da coligação PSB-PT, que levou Camilo Capiberibe ao governo do Amapá, Cavalcante falou, por e-mail, com a repórter Rita Soares sobre o que considerou os erros fatais da campanha de Ana Júlia, que acabou derrotada na disputa com o tucano Simão Jatene. 

P: Qual sua real participação na campanha de Ana Júlia neste ano e por que ela foi tão restrita? 

R: Eu não tive nenhuma participação na campanha de Ana Júlia ou Paulo Rocha. Houve tentativas de me inserir na campanha, mas fui vetado pela Link (a agência baiana responsável pela campanha de Ana Júlia) que, ao considerar a eleição como ganha, estava antecipando comigo uma suposta disputa de mercado. Durante o primeiro turno participei da campanha de proporcionais, tão somente, ajudando a eleger alguns deles. 


P: A que o senhor atribui a derrota nestas eleições? 

R: A dois fatores: má engenharia política e comunicação ineficaz. A falta de uma política de aliança que reproduzisse o arco de apoio nacional à Dilma certamente foi um fator importante, mas poderia ser contornado durante a campanha pela construção de argumentos adequados, de posicionamento de marca que ajudasse a dar firmeza ao eleitor de Ana Júlia e o tornasse um propagador de sua decisão de voto. Ao fim e ao cabo, a derrota foi produzida por uma comunicação ineficiente de Ana Júlia em contraposição a uma comunicação extremamente eficaz de Simão Jatene. 


P: Quais foram os principais erros da campanha de Ana Júlia? 

R: Posso apontar três erros fundamentais. O primeiro foi insistir na tese do desenvolvimento como eixo único da campanha. Esse foi o erro político, de análise errada de conjuntura e da subjetividade do eleitor, que estruturou os demais. Quem é daqui sabe que esse erro já foi cometido antes e que o preço foi a derrota. Para recordar, esse foi o tema de Oziel Carneiro [cujo slogan, “O Pará vai disparar”, inspirou o “Acelera Pará”], quando disputou e perdeu para Jader Barbalho em 1982; foi o tema imanente de Sahid Xerfan, quando perdeu para Jader; o mesmo tema atravessava o discurso da campanha de Jarbas Passarinho, quando perdeu para Almir Gabriel; erro simétrico cometeu Almir Gabriel, quando perdeu para Ana Júlia, que agora pegou o discurso derrotado em 2006 e o trouxe para si. 
A base da antipatia a essa ideia é objetiva. Num Estado como o Pará, com IDH historicamente deplorável, falar em desenvolvimento e alardear de maneira desmedida soa ora como escárnio, ora como discurso desprovido de sentido. O efeito colateral dessa linha desenvolvimentista e desequilibrada foi aprofundar as diferenças regionais. Enquanto insistia em falar da Siderúrgica de Marabá, a campanha da Link deixava descobertas outras regiões, parecendo que privilegiou uma cidade ou região em detrimento de outras. Isso explica a derrota acachapante em Santarém. Especialmente para um candidato do PT, um partido com origem no movimento social, o centro do discurso tem que ser o fator humano, que é universal; Ana teria que insistir no social. Esse é o seu reduto. 

De costas para ele e guiada por estranhos, se perdeu. Já o erro de posicionamento de imagem foi o que fez consolidar a rejeição da governadora. A imagem apresentada ao eleitor aumentava a rejeição de Ana Júlia. Era a antítese da guerreira, da lutadora, da mulher destemida, da mulher sintonizada com o povo, da mulher que fez sua trajetória a partir dos movimentos sociais. 

Ela parecia Margaret Thatcher, a baronesa que foi primeira ministra da Inglaterra. Falava lento como se estivesse anestesiada, com estranha ênfase no final das frases. O terceiro erro grave da campanha de petista foi o de fugir ao confronto. Dilma teria perdido se não confrontasse. Só abriu diferença de Serra no segundo turno quando partiu pra cima dele. Ocorre que há quem confunda o termo “confronto” com a expressão “baixaria”. Não há baixaria na confrontação. Confrontar é respeitar o eleitor; é colocar em questão a fala do adversário. Toda campanha vitoriosa, inclusive a de Jatene, fez isso. O comercial “quem fez mais pelo Pará?”, criado por mim para a campanha de deputados, refutava o argumento adversário com base em dados públicos, apresentados pelo governo, sem baixaria nem ataques pessoais. Para o povo, vale a lógica “quem cala, consente”. Se você é atacado e não responde é porque não tem resposta, é porque o que o adversário diz é verdade. 

A Link fez o impensável, fez o PT calar. Extirpou a rebeldia. Domesticou o vermelho, azulou suas bandeiras. Desde o começo fez Ana Júlia e Paulo Rocha se apequenarem, falarem falas despossuídas de paixão, de vida, enquanto Jatene e Flexa Ribeiro ostentavam um vigor exemplar. A Link impôs ao PT um caráter lerdo, lento, abobalhado diante das denúncias e ataques que, por fim, foram sedimentando. Essa turma colocou na boca das principais lideranças do PT textos e falas abaixo da crítica.

A reação reflexa aos ataques, tipicamente de esquerda, inexistiu na campanha da situação. Mesmo em inferioridade de tempo no primeiro turno, Jatene conseguiu consolidar a rejeição da candidata petista, retirando a possibilidade de que essa rejeição inicial, natural em quem governa, caísse ao longo da campanha e se diluísse no segundo turno. 
Com a rejeição alta e sólida, o círculo de voto da campanha de Ana Júlia acabou se circunscrevendo praticamente aos votos do PT, situados um pouco além do terço do eleitorado identificado com a legenda. É curioso isso porque, ao fazer uma campanha azul no primeiro turno [no segundo turno a campanha tornou-se vermelha por imposição do partido, contra a vontade da Link], escondendo os símbolos do partido, negando a história das campanhas passadas, a Link queria que Ana se distanciasse do PT que, por fim, acabou sendo seu abrigo. 


P: É possível diferenciar o que foram erros de governo, erros da campanha e erros de comunicação?

R: Vejo que está havendo um grande esforço de atribuir a derrota de Ana Júlia a um suposto mal desempenho de governo. 

É um bode que estão colocando na sala. 

Rita, não se engane: eleição se ganha e se perde no período eleitoral. 

Não há resultado a priori. Dificilmente erros de governo podem impedir um candidato de ganhar eleição se sua campanha fizer o que precisa ser feito. Jacques Wagner, o governador da Bahia que venceu a eleição no primeiro turno, era muito mal avaliado e tinha uma sólida rejeição antes da campanha. 

Lula, em 2006, vinha de um profundo desgaste de governo advindo da crise do “mensalão”, ao ponto de que alguns analistas indicarem que ele não deveria nem tentar a reeleição. Duciomar Costa tinha 70% de rejeição e uma desaprovação recorde antes do pleito em 2008 e se reelegeu. Ao mesmo tempo, Almir e Jatene, que tinham altos índices de aprovação de governo perderam a eleição para Ana Júlia em 2006. Isso prova que avaliação de governo pode ser alterada ao longo de uma campanha eleitoral, rejeições podem ser reduzidas, ambientes desfavoráveis podem ser alterados. 


P: Qual dos erros pesou mais para o resultado que tivemos? 

R: O fator decisivo foi o posicionamento obtido pelos candidatos no decorrer da campanha. O que é posicionamento? É ocupar um lugar na mente do eleitor. Quem obtém o melhor lugar, vence. Como se faz isso? Com comunicação, com argumentos, com imagens eloquentes. Em uma campanha você não pode apenas afirmar a razão de voto em você, mas também a razão de não voto no adversário. Quem faz isso melhor, vence. Dito de outro modo, os erros de comunicação da campanha de Ana Júlia e os acertos da comunicação da campanha de Jatene foram os fatores que pesaram mais para o resultado final. 


Leia a entrevista completa no Diário do Pará.
Fonte: Diário do pará