sábado, 24 de novembro de 2012

Leitura obrigatória para a esquerda que ainda vive de ilusão

Nossos Anos Verde-Oliva - 

Roberto Ampuero



Um jovem chileno deixa o seu país em 1974 para escapar da ditadura de Pinochet Alemanha Oriental e em busca de refúgio no comunismo. Lá, ele se apaixona por Margarita, ninguém menos que a filha do comandante Ulysses Cienfuegos,  poderoso embaixador em Moscou de Fidel Castro. Com a seu apoio para deixar Cuba, onde, apenas 90 milhas dos Estados Unidos, a Revolução tinha emergido a partir da vontade das massas. Desde a 'Ilha da Liberdade ", e longe da sombra do regime militar, esperaria porque seu país natal recuperara sua democracia. Mas o socialismo cubano e a ditadura chilena adquiririam rapidamente uma angustiante semelhança. Órfão de ideais políticos, e enquanto no Chile descobre que nada voltaria a ser como tinha sido, vários de seus colegas políticos e familiares se tornam inimigos gradualmente perigosos.

Nossos anos verde-oliva é um testemunho da profunda decepção que substituiu os efeitos animadores da revolução cubana na juventude mundial. Roberto Ampuero narra de forma comovente o que ele viveu durante o tempo em que ele se refugiou na ilha de Fidel, de modo que o livro foi-e ainda é-censurado em Cuba. Em última análise, é um romance sobre fraude política de uma geração de revolucionários em uma fase final da Guerra Fria, quando a renúncia de compromisso político era traição, uma análise crítica dos ideais era mudar de lado, passando para o lado do inimigo, e deixar a utopia poderia significar a morte.

Nossos anos verde-oliva é um romance autobiográfico sobre os anos em que Roberto Ampuero viveu exilado em Cuba, e para onde não pode mais voltar. É, também, um romance sobre a decepção política de uma geração de revolucionários em uma etapa culminante da Guerra Fria, quando a renúncia ao compromisso político era traição, o questionamento dos ideais era passar-se para o lado do inimigo e abandonar a utopia podia significar a morte. Em 1974, um jovem sai de seu país, fugindo da ditadura de Augusto Pinochet, e busca refúgio no comunismo da Alemanha Oriental. Apaixona-se por Margarita, nada menos que a filha do poderoso embaixador de Fidel Castro em Moscou, o comandante Ulises Cienfuegos. Com a ajuda do embaixador, parte para Cuba, onde a revolução havia surgido da vontade das massas. Da “ilha da Liberdade” e longe da sombra do regime militar, espera que seu país natal recupere o caminho democrático. Até que a ilusão acaba.

Nossos Anos Verde-Oliva - Roberto Ampuero


Enem revela abismo na rede de ensino

Avaliação

Alunos da rede privada têm melhor desempenho do que os da pública

Mais uma vez a condição econômica se refletiu no desempenho dos estudantes paraenses no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Somente oito escolas públicas aparecem na lista das cem melhores instituições de ensino do Pará na avaliação realizada no ano passado. Destas, nenhuma é da rede municipal de ensino e apenas duas são estaduais. Os destaques entre as escolas não privadas, são os colégios de aplicação de universidades, escolas técnicas e federais. É o caso da Escola de Ensino Infantil Fundamental e Médio Tenente Rêgo Barros, que assumiu o posto de melhor escola do Estado (era a segunda no ano passado), com média geral de 626,86 pontos. No entanto, a melhor escola do Pará só aparece na 322ª posição no ranking nacional

As notas por escola foram divulgadas ontem pelo Ministério da Educação (MEC). As notas levam em conta as médias obtidas pelos alunos de cada escola que participaram do Enem em cada uma das quatro provas objetivas (ciências humanas, ciências da natureza, linguagens e códigos, e matemática), e também na redação. A média final, no entanto, não leva em conta a nota da redação que, segundo o MEC, usa critérios subjetivos e não utiliza a Teoria de Resposta ao Item (TRI), como as outras provas. Apenas escolas com mais de 50% de participação e o mínimo de 10 alunos foram consideradas, dando um total de 180 escolas no Pará e 10.076 em todo o País.

As outras escolas públicas que figuram no "Top 100" do Pará são o Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia do Pará - Campus Belém, com nota 577,69 (7ª posição no ranking estadual e 1.829ª no nacional); Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia do Pará - Campus Tucuruí, com nota 556,07 (22ª no Pará e 2.828ª no Brasil); Escola de Aplicação da UFPA, em Belém, com média 529,90 (50ª e 4.013ª); Escola Estadual São Raimundo Nonato, de Santarém, com nota 510,44 (83ª e 5.034ª); Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia do Pará - Campus Abaetetuba, com média geral 509,55 (87ª e 5.079ª); Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia do Pará - Campus Castanhal, com 508,07 (89ª e 5.172ª); e a Escola Estadual Jornalista Romulo Maiorana, com 499,99 (100ª e 5.702ª).

O Liberal 

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Farc decretam cessar-fogo




A guerrilha das Farc decretou um cessar-fogo unilateral de dois meses a partir da meia-noite desta segunda-feira, antes de iniciar em Havana as negociações de paz com o governo da Colômbia, anunciou seu líder, Iván Márquez.

"Acolhendo o clamor dos mais diversos setores do povo colombiano, (o secretariado das Farc) ordena às unidades guerrilheiras em toda a geografia nacional o fim de todas as operações militares ofensivas contra a força pública", segundo um comunicado lido por Márquez.

(Redação com AFP)

Sem indústrias o Pará, para.


􀃔PARÁ

REPORTER 70 

Industrialização
A Associação Comercial
do Pará aprovou,
por unanimidade, a
inserção nos Anais da
casa do artigo “Castelos
de areia”, do nosso
diretor jurídico Ronaldo
Maiorana, publicado na
edição de domingo deste
jornal. O artigo faz um retrato
do Pará atual, praticamente
sem indústrias
e vivendo do extrativismo
- da madeira e
dos minerais brutos - , com
emprego de salário mínimo,
enquanto as melhores
oportunidades vão aflorar
nos centros onde esses produtos
são destinados para
industrialização.

O Liberal 20/11/2012

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

"Boom" mineral". Mais uma ilusão...

Mineradoras planejam investir US$ 41,3 bilhões no Pará até 2018

Para cada um dos 230 mil empregos diretos previstos haverá 12 indiretos


EVANDRO FLEXA JR.

Da Redação

Nos próximos seis anos, o Pará deve se tornar a maior província mineral brasileira e uma das maiores do mundo. Os investimentos previstos para os projetos minerais em território paraense, até 2018, baterão a casa dos US$ 41,3 bilhões. Pelo menos 13 grandes projetos já começaram a sair do papel no Estado, sendo que, ao alcançar a fase de exploração, devem gerar aproximadamente 230 mil empregos diretos. Este número é 53% maior do que o total de vagas hoje ocupadas pela mão de obra do setor, que não passa de 150 mil oportunidades de trabalho. E para cada emprego direto, pelo menos mais doze indiretos são criados, estes nas áreas de comércio e serviços, atendendo a crescente demanda gerada no entorno destes grandes projetos minerais. Segundo apontam especialistas, a mineração vai permanecer sustentando a economia paraense, no mínimo, pelos próximos 60 anos. A preocupação, entretanto, é com o depois que a fonte secar.

De acordo com o geólogo paraense Alberto Rogério Benedito da Silva, autor do livro "A Indústria Mineral no Pará", quando se pensa em projeto de mineração a primeira coisa a ser idealizada é como ficará o local da exploração após a mina fechar. "O minério é uma obra da natureza. Cabe ao geólogo e à empresa mineradora chegar até ele. Porém, o projeto é de responsabilidade de um conjunto de entes, que jamais pode esquecer-se de garantir um retorno à sociedade", afirma, enfatizando que esta é a premissa de número 1 das exploradoras. Em sua obra, Rogério mostra como as empresas de mineração se comportaram ante a globalização e suas principais fusões no mercado, investimentos, PIB mineral e carga tributária. Segundo ele, no prazo máximo de três anos, a indústria mineral do Pará deve competir igualitariamente com as da Indonésia, da África do Sul, da Austrália, da China e da Índia, países experientes na produção e exploração de minérios.

Entre os principais projetos de exploração mineral no Pará está o S11D, da Vale, no município de Canaã dos Carajás, que deve produzir 90 milhões de toneladas de minério de ferro por ano. A Vale também vai implantar em Canaã dos Carajás o projeto Níquel Vermelho, com produção de 45 mil toneladas/ano de níquel. Ao todo, o investimento chegará a US$ 14 milhões. A Anglo American vai investir US$ 4,3 milhões em São Félix do Xingu, para produzir 90 mil toneladas de níquel ao ano. Os projetos Cristalino, em Curionópolis; Salobo, em Marabá; 118, em Canaã dos Carajás; e Alemão, em Parauapebas, deverão produzir 550 mil toneladas/ano de cobre. A produção de 50 mil toneladas de cobre ao ano em Tucumã, a partir do projeto da empresa Caraíba, deve investir no município US$ 275 milhões. Já em Juruti deverão ser produzidos de quatro a seis milhões de toneladas de bauxita ao ano, com um investimento de US$ 300 milhões. A produção de ouro também será intensificada no Pará, nos próximos seis anos.


domingo, 18 de novembro de 2012

Dilma pede crescimento




CÁDIZ - A presidente Dilma Rousseff fez um forte ataque aos programas de austeridade “excessiva e simultânea” em sua intervenção na plenária da 22ª Cúpula Ibero-americana, nesta manhã, sinalizando a inquietação com as consequências da crise europeia.

Em 15 minutos de discurso, a presidente observou que o panorama internacional de hoje é distinto daquele de 1991, quando as nações ibero-americanas se reuniram pela primeira vez, em Guadalajara, no México. “A crise financeira, que hoje afeta a Europa, golpeia de forma particular a península ibérica. Sabemos que Portugal e Espanha estão diante de tarefas de complexa solução. Mas sabemos, também, da força desses países, da energia criativa de suas sociedades, de sua capacidade de superação”, afirmou.

A presidente observou que “temos assistido, nos últimos anos, aos enormes sacrifícios por parte das populações dos países que estão mergulhados na crise: reduções de salários, desemprego, perda de benefícios”. Notou que “as políticas exclusivas, que só enfatizam a austeridade, vêm mostrando seus limites: em virtude do baixo crescimento, e apesar do austero corte de gastos, assistimos ao crescimento dos déficits fiscais e não a sua redução. Os dados e as previsões para 2012 e 2013 mostram a elevação dos déficits e a redução dos PIBs”.

Dilma destacou que o Brasil vem defendendo, inclusive no âmbito do G20, que “a consolidação fiscal exagerada e simultânea em todos os países não é a melhor resposta para a crise mundial – e pode, inclusive, agravá-la, levando a uma maior recessão”.

“Sabemos que os impactos da crise são diferentes entre os países, e as respostas à crise também têm suas diferenças e produzem consequências diversificadas. O equívoco, porém, é achar que a consolidação fiscal coletiva, simultânea e acelerada seja benéfica e resulte numa solução efetiva”, acrescentou.

A presidente foi adiante, no mais sólido discurso que fez até agora na cena internacional contra a austeridade: “O que temos visto são medidas que, apesar de afastarem o risco de uma quebra financeira, não afastam a desconfiança dos mercados e, mais importante ainda, não afastam a desconfiança das populações. Confiança não se constrói apenas com sacrifícios”.

Para Dilma, é preciso que a estratégia adotada mostre resultados concretos para as pessoas, apresente um horizonte de esperança e não apenas a perspectiva de mais anos de sofrimento.

A presidente reiterou que a atividade econômica mais fraca em 2012, as perspectivas para os anos seguintes, o sofrimento das populações colocam, assim, na ordem do dia a necessidade do crescimento. “Urge que os países superavitários também façam a sua parte, aumentando seu investimento, seu consumo, e importando mais”, disse.

Para Dilma, o que parece cada vez mais claro é que, “sem crescimento, será muito difícil o caminho da consolidação fiscal. Os ajustes serão cada vez mais onerosos socialmente e cada vez mais críticos politicamente”.

Em seguida, destacou medidas adotadas pelo Brasil, de estímulo econômico “sem comprometer a prudência fiscal”.

Observou que o Brasil também foi atingido pela crise, através da redução dos mercados internacionais, mas acrescentou que o país está ampliando os investimentos públicos e privados em infraestrutura. Além disso, disse que reduziu a carga tributária sobre a folha de pagamentos e fez a reforma previdenciária dos servidores públicos.

“Promovemos programas sociais que, além de seus efeitos de distribuição de renda, contribuem para manter a demanda interna. Temos logrado, assim, apesar da crise internacional, manter o desemprego em níveis bastante baixos”, acrescentou.

A presidente sugeriu à Europa não copiar erros passados da América Latina. “Quando nos reunimos em Guadalajara, duas décadas atrás, a América Latina ainda vivia as consequências de sua ‘crise da dívida’. Os governantes de então, aconselhados pelo Fundo Monetário Internacional, acreditavam, erradamente, que apenas com drásticos e fortes ajustes fiscais poderíamos superar com rapidez as gravíssimas dificuldades econômicas e sociais nas quais estávamos mergulhados. Levamos assim duas décadas de ajuste fiscal rigoroso tentando digerir a crise da dívida soberana e a crise bancária que nos afetava e, por isso, neste período, o Brasil estagnou, deixou de crescer e tornou-se um exemplo de desigualdade social. Nossos esforços só resultaram em solução quando voltamos a crescer. Pagamos a dívida externa e acumulamos quase US$ 380 bilhões de reservas e mudamos nosso modelo de desenvolvimento, ao compatibilizar crescimento econômico, contas públicas robustas, controle da inflação e distribuição de renda.”

A presidente salientou que, hoje, não só o Brasil, mas toda a América Latina “dá demonstrações de dinamismo econômico, de vigor democrático, de maior equanimidade social, graças às políticas que privilegiaram o crescimento econômico com inclusão social”.

Dilma repetiu que, na última década, o Brasil retirou da pobreza 40 milhões de brasileiros e os incorporou a um mercado de quase 200 milhões de pessoas.

Para a presidente, hoje o país está diante de um novo desafio, o da competitividade. Dilma disse que isso exige a redução do custo de capital, a ampliação dos mecanismos de financiamento de longo prazo, a criação de um forte mercado de capitais, o aprimoramento educacional, a geração de tecnologia e inovação.

Por Assis Moreira | ValorDilma pede 
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