sábado, 25 de julho de 2015

Lula apela a FHC para conter impeachment


O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva autorizou amigos em comum a procurar seu antecessor, o tucano Fernando Henrique Cardoso, e propor uma conversa entre os dois sobre a crise política. O objetivo imediato do movimento é conter as pressões pelo impeachment da presidente Dilma Rousseff.

Há cerca de duas semanas, amigos de Lula discutiram separadamente com ele e FHC a possibilidade de um encontro dos dois. Os contatos ocorreram às vésperas de o tucano viajar de férias para a Europa.

Lula disse a aliados que a conversa poderia ser por telefone e antes de Fernando Henrique viajar. O tucano preferiu deixar a definição de um eventual encontro para ser discutida depois que ele voltar ao Brasil, em agosto.

Não foi o primeiro aceno de Lula à oposição. Em maio, ele encontrou o senador José Serra (PSDB-SP) na festa de um amigo comum e disse que gostaria de marcar uma conversa reservada. Lula derrotou Serra na eleição de 2002.

Lula tem mantido somente os aliados mais próximos informados sobre essas conversas, e só avisou que procuraria Fernando Henrique na véspera de autorizar os contatos com o antecessor.

A intenção do petista é buscar um conciliador na oposição para tentar dissipar, pelo menos dentro do PSDB, as forças que trabalham pelo impeachment da presidente.

A crise que envolve Dilma aprofundou-se nas últimas semanas, com o avanço das investigações sobre corrupção na Petrobras, a crise econômica e a rebeldia dos aliados do PT no Congresso.

SEM INTERMEDIÁRIOS

Por meio de nota, a assessoria de imprensa do Instituto Lula afirmou nesta quarta-feira (22) que o ex-presidente não tem interesse em conversar com Fernando Henrique nem soube de nenhum interesse da parte do antecessor.

Por e-mail, Fernando Henrique disse à Folha: "O presidente Lula tem meus telefones e não precisa de intermediários. Se desejar discutir objetivamente temas como a reforma política, sabe que estou disposto a contribuir democraticamente. Basta haver uma agenda clara e de conhecimento público".

Serra não quis confirmar o conteúdo da conversa que teve com Lula em maio, e disse apenas que não tem nenhum encontro marcado com ele.

As informações sobre a movimentação de Lula foram confirmadas à Folhapor integrantes do Instituto Lula e políticos de três partidos. Para a assessoria de Lula, "relatos anônimos" servem apenas para alimentar "especulação".

RADICALIZAÇÃO

A aliados com quem discutiu o assunto, Lula disse preferir uma conversa discreta com FHC. O petista tem procurado evitar que seus movimentos ampliem a radicalização do ambiente político.

Lula, que fez recentemente críticas ao modo como Dilma vem lidando com a crise, tem procurado agir como bombeiro e procurou líderes do PMDB, como o senador Renan Calheiros (AL), para conter os ânimos no Congresso.

O ex-presidente debateu com seus auxiliares durante meses a decisão de buscar reaproximação com os tucanos. Os petistas sabem que a radicalização da campanha presidencial do ano passado, em que Dilma atacou FHC, tornou mais difícil o diálogo com eles.

No PSDB, há dúvidas sobre a conveniência de uma conversa que tenha como tema a governabilidade de Dilma. Mesmo tucanos considerados moderados, que hoje são contra o impeachment, temem que um diálogo com o PT seja visto como conchavo e arranhe a imagem do partido.

O presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG), que foi derrotado por Dilma na eleição presidencial do ano passado, é visto pelos petistas como um dos principais obstáculos a qualquer tentativa de acerto entre os dois grupos políticos.

Momento não é para busca de aproximação com o governo, diz FHC




Daniela Lima, 
Folha, São Paulo

terça-feira, 21 de julho de 2015

A festa dos palhaços da CBF


CBF procura Sampaoli, mas só para ouvir sugestões




A CBF quer ouvir sugestões de pelo menos um treinador rival da seleção brasileira: Jorge Sampaoli, técnico do Chile. O argentino recebeu um convite de Gilmar Rinaldi para conversar com a comissão técnica comandada por Dunga. No primeiro telefonema dado pelo coordenador de seleções da CBF, Sampaoli não respondeu se aceita o convite.

O argentino tem dúvidas se Dunga reagiu bem à ideia. Porém, o técnico brasileiro está em sintonia com Gilmar no projeto de reunir técnicos estrangeiros para discutir o futebol nacional.

A meta do coordenador era juntar vários treinadores de outras nacionalidades de uma só vez, mas ele encontra dificuldades por conta da agenda de cada um. Assim, pode realizar encontros individuais.

O blog procurou Gilmar para falar sobre o assunto, no entanto, seu celular foi atendido pela assessoria de imprensa da CBF que declarou que informações só serão divulgadas por meio do site da entidade.

Campeão da Copa América, Sampaoli se transformou num dos estrangeiros mais desejados pelos times brasileiros desde o ano passado.

O São Paulo foi clube que mais se aprofundou nas negociações. Após a saída de Muricy Ramalho, Carlos Miguel Aidar, acompanhado do empresário e ex-volante Bernardo Silva, que tem bom relacionamento com o argentino, mas não é agente dele, teve uma longa conversa com treinador.

Durante a Copa América, foi a vez de Modesto Roma Júnior, presidente do Santos, tentar a contratação em vão.

Por sua vez, apesar de querer ouvir Sampaoli e outros estrangeiros, a CBF mantém a postura de rejeitar técnicos de fora do país no comando da seleção. E assegura que Dunga segue firme no cargo.

Luta feminina do ano, Ronda Rousey x Beth Correia