Amazônia, meio ambiente, ecologia, biodiversidade, desenvolvimento sustentável, ciência e tecnologia, incubadoras e parques tecnológicos, política nacional e internacional - Amazonia, the environment, ecology, biodiversity, sustainable development, science and technology, incubators and technology parks, national and international policy
Mostrando postagens com marcador pobreza Extrema. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador pobreza Extrema. Mostrar todas as postagens
segunda-feira, 28 de janeiro de 2013
sexta-feira, 7 de setembro de 2012
Cachorro ganha destaque na FOLHA DE SP, mas crianças abandonadas.....
A cadela Polly, desaparecida desde a noite desta quarta-feira (5), em Porto Alegre, depois de ser levada no carro roubado de sua dona, foi devolvida na tarde desta quinta-feira (6). Um casal encontrou a shih tzu no estacionamento de um supermercado, na zona sul de Porto Alegre.
Conforme a comerciante Tatiane Sodré de Matos, 30, dona de Polly, a família foi avisada por um telefonema. "Ligaram para nós dizendo que tinham visto ela no bairro Nonoai. Meu marido foi ao local e confirmou. Ela está super bem, alegre e faceira", conta. "A minha filha é a mais feliz com a volta da Polly. Ela está eufórica", completou a comerciante.
Na noite de ontem, Tatiane foi rendida junto com a filha de oito anos e a mãe, de 62, no bairro Petrópolis, em Porto Alegre, quando chegavam em casa. O veículo foi encontrado intacto ainda durante a madrugada. Porém, o que ainda preocupava a família até o final da tarde de hoje era o desaparecimento da mascote.
Através das redes sociais e da imprensa, a comunidade se envolveu na busca por Polly. No início da tarde, havia relatos de que o animal tinha sido visto na zona sul de Porto Alegre, onde as buscas foram intensificadas pela família.
UOL NOTÍCIAS
sábado, 17 de setembro de 2011
Diminui a pobreza no Brasil. Efeito do Bolsa Família, que sai do orçamento. Mas o lucro dos bancos continua crescendo.
São R$ 12 bilhões os que anualmente o Governo destina ao Programa Bolsa Família (PBF) para diminuir a pobreza no Brasil. Entretanto ainda existe um segmento da população que vive embaixo da linha da pobreza, de mais de 28 milhões de pesssoas.
Estudo de pesquisadpores do IPEA revela que se dobrar o orçamento da bolsa familia, passando de R$ 12 bilhões para R$ 26 bilhões. o Brasil acabaria com a pobreza extrema. O Problema é de onde sairiam esses R$ 14 bilhões a mais. Foi a mesma pergunta que a Presidenta fez para aumentar o orçamento dos programas de saúde. A solução poderia estar no lucro dos bancos. Somente o BRADESCO lucrou, neste primeir trimestre, R$ 100 trilhões e 800 bilhões de reais. Ainda o governo estuda perdoar a dívida dos bancos com o tesouro nacional. Não acredita?, veja aqui a materia.
Jornalista é demitida por difundir a notícia.
sábado, 23 de abril de 2011
Ela sabe, mas a equipe não tem idéia
“...Dilma vai mudar a cara do Brasil para muito melhor. Ela vai lançar o programa de combate à miséria absoluta...”
“...[...]
Ela sabe tanto, ou até mais que eu, do caminho que deverá trilhar para
acabar com a pobreza e miséria absoluta do Brasil”.
Lula.
segunda-feira, 14 de março de 2011
O Projeto de Inclusão Produtiva que o MDS descartou.
A que segue era uma proposta que tinha como objetivo incorporar ao trabalho descente a um segmento importante de cidadãos que ainda vivem da Bolsa Família.
A proposta, que continua sendo representa uma possibilidade de cmbate efetivo à pobreza extrema. Veja algumas das propostas que não foram do agrado de alguns membros do MDS.
Segue uma pequena parte da proposta que é mais ampla, com mecanismos concretos para sua realização. Não é apenas uma proposta teórica, como foi difundido no MDS.
Veja a seguir:
A proposta, que continua sendo representa uma possibilidade de cmbate efetivo à pobreza extrema. Veja algumas das propostas que não foram do agrado de alguns membros do MDS.
Segue uma pequena parte da proposta que é mais ampla, com mecanismos concretos para sua realização. Não é apenas uma proposta teórica, como foi difundido no MDS.
Veja a seguir:
Entre os objetivos da inclusão produtiva, como caminho para desenvolver uma nova sócioeconomia, estão, por exemplo:
1. Democratizar a produção, distribuir riqueza e renda;
2. Criar um ambiente institucional favorável para o desenvolvimento de iniciativas produtivas, com prioridade para o público do Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico), mas também de produtores independentes, de unidades produtivas familiares, de empreendimentos solidários e de micro e pequenas empresas;
3. Possibilitar a retenção e a multiplicação da renda em âmbito local/regional;
4. Evitar os previsíveis problemas sociais conseqüentes aos grandes projetos (marginalização social, violência, expansão urbana desordenada, informalidade, perda de arrecadação fiscal, maiores demandas por assistência social, etc.);
5. Promover o reordenamento do território, favorecendo o crescimento econômico, mas em bases mais equitativas e sustentáveis tanto em termos de coesão social como ambiental.
Já falaram Celso Furtado e Hoje Ignacy Sach:
Planejamento para o desenvolvimento e para a inclusão produtiva
Nesse contexto um salto em direção ao desenvolvimento se impõe. O planejamento aplicado às obras do PAC, se estendido aos impactos sócio-territoriais dos investimentos, pode realizar a grande promessa que o crescimento econômico sempre anunciou, mas pouco cumpriu: o desenvolvimento. Na verdade, é o planejamento que permite integrar a agenda e os investimentos do PAC com a agenda social e o desenvolvimento, indo muito além da noção de crescimento econômico.
Segundo Celso Furtado:
“O ponto de partida do estudo do desenvolvimento deveria ser não a taxa de investimento, ou a relação produto-capital, ou a dimensão do mercado, mas o horizonte de aspirações da coletividade em questão, considerada não abstratamente, mas como um conjunto de grupos ou estratos com perfil definido. O desenvolvimento é a transformação do conjunto das estruturas de uma sociedade em função de objetivos que se propõe alcançar essa sociedade.” (Furtado, 1968: 103)
Adicionalmente, Ignacy Sachs (2004: 86) defende que
“na medida em que as forças do mercado são míopes e insensíveis social e ambientalmente, não se pode esperar que países menos desenvolvidos entrem na órbita do desenvolvimento includente, sustentável e sustentado [...]. Assim, o futuro dessas economias dependerá de criar os padrões de “economia mista”, considerados como o legado mais importante do Século XXI [...].
O planejamento será, mais do que nunca, necessário para acelerar o crescimento econômico e fazê-lo socialmente responsável. Gargalos devem ser identificados e suprimidos, capacidades ociosas devem ser aproveitadas e recursos latentes (humanos e naturais) devem ser mobilizados para a implementação de uma estratégia social de longo prazo, cuja explicitação e implementação exigem uma atitude proativa de um estado desenvolvimentista enxuto e limpo.
”
Esse ideal de desenvolvimento implica na ampliação e coordenação de ações de inclusão produtiva. E o que é inclusão produtiva? É o processo econômico e social que conduz à formação de cidadãos, integrados ao mundo através do trabalho. O objetivo é proporcionar autonomia para as pessoas sobreviverem de maneira digna e sustentável.
O desenvolvimento brasileiro, contudo, é um desafio tão grande quanto desejável. Além de superar dificuldades técnicas – tecnologia, financiamento, estrutura empresarial robusta, etc. – é necessário concatenar políticas dispersas.
No atual governo várias iniciativas es tão sendo ensaiadas. Para se ter idéia, no âmbito federal existem 167 programas e ações visando promover a inclusão produtiva, espalhados em 19 ministérios.
O custo da dispersão é a baixa eficácia dessas ações. O desafio é, portanto, dar-lhes consistência, coerência e articulá-las de maneira a promover mudanças reais, na base social e territorial.
sábado, 12 de março de 2011
O Fim da Pobreza - Recomendo, excelente para elaborar um programa de Combate à Pobreza Extrema
Está na lista Top 50 de Cambridge
Livros
O Fim da Pobreza: Como acabar com a Miséria Mundial nos próximos 20 anos
Autor: | Jeffrey Sachs |
Editora: | Companhia das Letras |
Contracapa
Todos os anos, 8 milhões de pessoas morrem no mundo em consequência da miséria. São milhares de mortes por dia, provocadas pela fome e por doenças como malária, tuberculose, diarreia e aids. Na África, uma criança morre a cada dez segundos em consequência da pobreza extrema. Enquanto isso, o governo americano gasta apenas 1% de seu orçamento com ajuda internacional e 25% em atividades militares. E o montante que os países desenvolvidos destinam por ano à luta contra a aids representa somente três dias de gastos com armamentos.É possível mudar esse quadro escabroso em vinte anos? Este livro diz que sim, e mostra como. Escrito com paixão e rigor, indignação e esperança, ele cobra duramente os ricos e poderosos, critica os organismos financeiros internacionais e apresenta soluções para os problemas econômicos e sociais das sociedades mais pobres do mundo e do mundo como um todo.
O que se tem aqui é uma narrativa genuína, tanto na
acepção da história de uma vocação de vida, de uma aventura pessoal e
intelectual, quanto no sentido de um discurso lógico e coerente que
disseca o mal da pobreza absoluta, localiza seus focos infecciosos e
indica os melhores meios de erradicá-los.
Do prefácio de Rubens Ricupero.
Sobre o Autor
jeffrey Sachs foi considerado pela revista Time uma das cem pessoas mais influentes do mundo. Ele é famoso pelo plano que acabou com a hiperinflação na Bolívia e por sua assessoria na liberalização econômica radical da Polônia e da Rússia. Mas, depois dessas aventuras macroeconômicas, ele passou a se interessar cada vez mais por um problema que, após duzentos anos de crescimento econômico mundial, ainda assola grande parte da humanidade: a miséria e suas sequelas sociais.Nestas páginas, encontramos o itinerário intelectual e prático de um economista brilhante, de corte liberal, que visitou mais de cem países do mundo e assim pôde conhecer de perto os diferentes graus de pobreza e reavaliar o papel do mercado e do Estado nessa questão. Sachs conduz o leitor pelo mesmo trajeto de seu aprendizado e mostra a importância do diagnóstico feito in loco para que se encontrem soluções. Só assim os países mais pobres terão alguma chance de galgar o primeiro degrau da escada do desenvolvimento.
É impossível não se impressionar com o grau de miséria em que vive mais de um bilhão de pessoas no mundo e não se indignar com o tratamento que essa questão recebe dos países ricos e dos órgãos financeiros internacionais. Como diz o embaixador Rubens Ricupero no prefácio escrito especialmente para a edição brasileira:
Há razão de sobra, portanto, para lermos este livro
não como algo que se refere a uma realidade alheia, mas como uma
interpelação, um repto, um apelo à nossa consciência para despertarmos
ao sofrimento que nos acossa e sitia em cada esquina, em cada sinal ou
encruzilhada de trânsito, em todos os lados. Pois, se é verdade que cada
sociedade terá de ser julgada segundo o critério do tratamento que
dispensou a seus membros mais frágeis e vulneráveis, essa verdade não se
aplica somente ao julgamento da sociedade americana em relação à
África, mas a cada latino-americano, a cada brasileiro, que deve
justificar sua existência na abundância do século XXI, ao lado da
esqualidez de 400 milhões de nossos conterrâneos pobres ou indigentes.
Jeffrey D. Sachs é diretor do Instituto da Terra da Universidade
Columbia e assessor especial do secretário-geral da ONU Kofi Annan para
as Metas de Desenvolvimento do Milênio.
Sumário
- Um Retrato da Família Global
- A Difusão da Prosperidade Econômica
- Por que alguns Países não conseguem Prosperar?
- Economia Clínica
- A Hiperinflação de Altitude Elevada da Bolívia
- O Retorno da Polônia à Europa
- Colhendo Tempestades: a Luta pela Normalidade na Rússia
- China: Saindo do Atrado depois de Meio Milênio
- As Reformas de Mercado na Índia: o Triunfo da Esperança sobre o Medo
- Os Agonizantes sem Voz: a África e as Doenças
- O Milênio, o 11 de Setembro e as Nações Unidas
- Soluções Práticas para Acabar com a Pobreza
- Os Investimentos Necessários para Acabar com a Pobreza
- Um Pacto Global para Acabar com a Pobreza
- Os Ricos têm Condições de Ajudar os Pobres?
- Mitos e Soluções Mágicas
- Por que devemos Fazê-lo
- O Desafio da Nossa Geração
quinta-feira, 10 de março de 2011
Combate à pobreza extrema - As críticas aos programas existentes são sérias
Brasil não está pronto para erradicar miséria, diz pesquisador
Renato Dagnino, especialista em Política Científica
e Tecnológica e Planejamento em Ciência e Tecnologia, com Doutorado e
Pós-Doutorado na área de ciência, tecnologia e inovação. Dagnino fez sérias
críticas ao modelo de Combate à Pobreza Extrema, adotado pelo Governo Federal.
O pesquisador é antigo membro do PT, histórico lutador e militante de esquerda.
Perseguido pela ditadura militar, se exílio no Chile onde militou no movimento
de esquerda do Chile.
Recentemente foi cotado para ocupar uma secretaria do
MCT, a Secretaria de Inclusão Social, mas essa indicação ficou não se
concretizou e continua como professor da UNICAMP e da Universidade Federal da
Bahia. Na realidade as críticas do Dagnino aos programas de erradicação da
pobreza vêm ao encontro das críticas que muitos outros especialistas já tinham
feito.
Essas
críticas partem do próprio governo. Não se trata de continuar aprofundando o
modelo de combate à pobreza, já existente, é necessário oferecer novas saídas
para eliminar de vez a pobreza do Brasil.
A idéia
de que "um País rico é um país sem pobreza" é correta. A Bolsa
família é uma alternativa, mas o objetivo do programa é interromper o círculo
perverso de "pai miserável, filho também miserável". O Programa devia
tirar o filho da pobreza e melhorar as condições do pai para sair da pobreza e
deixar de depender eternamente de um programa de transferência de renda Mas,
leia a seguir as principais críticas do Dagnino sobre o combate à pobreza da
Presidenta e também sobre a política de inclusão social do governo.
O Brasil não está pronto para erradicar a miséria nem para absorver a chamada nova classe média, avalia Renato Dagnino, professor titular no Departamento de Política Científica e Tecnológica da Unicamp.
De acordo com ele, falta ao país o conhecimento tecnológico e científico adequado para a inclusão social ocorrer de forma sustentável social e ambientalmente. Por outro lado, Dagnino vê na erradicação da miséria uma "oportunidade de ouro" para repensar o tipo de conhecimento produzido no país.
A seguir, trechos da entrevista concedida à Folha. (os parágrafos em destaques são nossos).
Folha - De que maneira a ascensão social ocorrida durante o governo Lula interfere na política de ciência e tecnologia do Brasil?
Renato Dagnino - De uma forma geral, a gente tem que pensar a política técnico-produtiva. Hoje, muitos produtos já não são encontrados no comércio, justamente pela ascensão desse grupo, que tem suas demandas de consumo. Além disso, frequentemente os produtos que demandam não são os que normalmente estão à venda. Existem tipos de produtos que são orientados a outro segmento de consumo. Pensando de uma forma global, o país deveria fazer um esforço para se antecipar a essa demanda e prevenir desequilíbrios.
Demandas de que tipo?
Por exemplo, necessidades básicas: habitação, esgoto, água potável, transporte etc. Toda essa parte que tem a ver com o gasto público, com uma obrigação do Estado. Existe aí forte demanda reprimida. Como vamos resolver esse tipo de problema com as tecnologias disponíveis, que foram pensadas como solução para uma situação totalmente diferente da brasileira? Caso se tente resolver muitos desses problemas com a mesma tecnologia usada nos países desenvolvidos, o custo será astronômico, e o impacto ambiental, desastroso. Além disso, estaremos usando tecnologias que não correspondem à escassez e abundância relativa de fatores. Essas tecnologias, por terem sido desenvolvidas em países avançados, empregam muito menos mão de obra do que poderiam empregar. Por uma razão simples: a mão de obra lá é cara. Aqui, a gente precisa de muita mão de obra, de preferência em coisas que possam ser construídas, desenvolvidas ou implantadas a partir da organização dos próprios trabalhadores, sem a necessidade de grandes empresas.
Por quê?
Quando o governo gasta recursos com empresas, utilizando seu enorme poder de compra para atender a essas necessidades dos cidadãos, uma parte do gasto é lucro da empresa. Há uma ineficiência nesse processo, pois o que chega na classe mais pobre é menos do que poderia chegar. Ou seja, o governo gasta um dinheiro razoável nessa tentativa de amenizar a miséria, mas deixa de aproveitar o seu poder de compra, que é muito grande, para alavancar esse processo.
Há alguma diferença entre os governos FHC, Lula e Dilma no que diz respeito às políticas de ciência e tecnologia?
Não. Na verdade, o que os dados disponíveis mostram é que vem diminuindo o gasto percentual das empresas em pesquisa e desenvolvimento. Isso é totalmente esperado. Trata-se de uma questão estrutural. Existem três bons negócios com tecnologia: roubar, copiar ou comprar. Desenvolver, só em último caso.
Se é mais racional que o empresário compre tecnologia, o Estado precisa ter um papel mais ativo?
Não adianta. Se somos um país capitalista, o Estado nunca terá condições de intervir para regular o mercado a ponto de "obrigar" um empresário a fazer algo que ele não queira. Em especial algo como desenvolver tecnologia.
E qual é a solução?
No caso brasileiro, não tem solução, e esse é o problema que o pessoal não entendeu ainda. Costuma-se dizer que o empresário brasileiro é "atrasado", que falta "clima de inovação", que ele tem que ser "mais ousado", mais "empreendedor". Ora, se tem empresário competente no mundo, é o brasileiro. E digo isso como toda a sinceridade. Basta ver o dinheiro que ganha, a taxa de lucro que tem num país como o Brasil. Agora, o processo de erradicação da miséria é uma oportunidade de ouro. Esse processo desvela uma enorme demanda reprimida por conhecimento. E não só conhecimento desincorporado, mas incorporado em bens, serviços, capacidade produtiva. Costumo dizer que 50% da população brasileira está fora do Brasil. Para fazer um país onde caiba todo o povo brasileiro em termos de consumo, de satisfação de necessidades de todo tipo, é preciso construir outro país do tamanho do que já existe. Não dá para fazer isso sem planejar antes. Está na hora de pensar esse processo de construção do Brasil que a gente quer, e isso não está sendo feito.
Não cabe ao governo o papel de fomentar essa discussão?
No caso da política de ciência e tecnologia, temos uma situação anômala. Em todas as políticas públicas, os atores sentam à mesa com seus projetos. Quando se discute a política salarial ou de emprego, por exemplo, empresários e trabalhadores aparecem claramente em áreas radicalmente opostas. Na ciência e tecnologia, porém, o projeto político não aparece. O que aparece são os mitos: neutralidade, determinismo, a ideia de que ciência e tecnologia sempre são boas e que o problema é o uso que vai se fazer. E há um complicador. Há 50 anos fala-se em participação pública na ciência. É um discurso politicamente correto, mas as pessoas parecem esquecer em que país estão vivendo. Por mais politicamente correto que seja, não posso concordar com isso. Qual a saída? Eu acho que é propor uma discussão dentro da comunidade de pesquisa. Explicitar essa esquizofrenia. A minha expectativa é que haja uma cisão dentro da comunidade de pesquisa, como existe em qualquer outra área quando o projeto político consegue se manifestar. Porque há projetos diferentes, mas hoje eles não se mostram.
Quanto dessa situação é novidade por causa do atual momento social e econômico do país?
Essa situação existe há muito tempo, mas, na medida em que há um dado novo, e esse dado novo obriga a uma expansão da capacidade produtiva, é hora de inovar com qualidade, e não fazer um simples aumento quantitativo da capacidade produtiva. Isso porque, quando se dobra a capacidade produtiva de um determinado sistema, o impacto indesejável do ponto de vista ambiental, cultural etc. pode até quintuplicar.
Desse ponto de vista, o senhor diria que o país está pronto para erradicar a miséria?
Do ponto de vista cognitivo, do ponto de vista de conhecimento científico-tecnológico, o país não está pronto de jeito nenhum.
E para absorver a chamada nova classe média?
Também não. Esse processo terá consequências ambientais e sociais. Acaba desfazendo de um lado o que faz do outro. Os programas compensatórios, como o Bolsa Família, são um caso típico. Sem gerar oportunidade de trabalho e renda para essas pessoas, não se está fazendo muita coisa.
Reportagem da Folha na sexta mostrou que a "porta de saída" do Bolsa Família terá, neste ano, o menor peso no Orçamento desde a criação do programa.
É um absurdo. O cara vai continuar excluído. Não vai passar fome, mas também não vai pertencer à sociedade, porque não terá um papel social. Estamos falando em criar oportunidades de trabalho e renda, o que não é necessariamente emprego.
Não é emprego formal, com carteira assinada. A economia cresce, mas não
gera emprego. Aí entram a economia solidária e a tecnologia social, por
exemplo. Ao dizer isso, não é preciso pensar em uma sociedade diferente
do capitalismo. Podemos falar, de uma maneira pragmática, que a economia
solidária e a tecnologia social são condições para tornar efetivo o
dinheiro que o governo gasta para tirar as pessoas da miséria. É preciso
dar condições para que essas pessoas se sustentem, pois, do contrário,
provavelmente vão voltar para a miséria. Dar dinheiro por programas
compensatórios é apenas a pontinha de um iceberg. Claro que tem sua
importância, mas como vamos cuidar do resto?
Leia a entrevista completa na Folha Aqui
quarta-feira, 9 de março de 2011
Os grandes projetos já estão aí, novos canaãs serão criados
O liberal
��DENDÊ
Impactos
O deputado Valdir Ganzer vai tentar minimizar
os impactos negativos da implantação
de projetos de produção de dendê no Vale do
Acará, onde pequenos produtores deixam a
agricultura familiar pelo brilho dos salários
pagos por grandes empresas, a prostituição e
a violência aumentam com a chegada de trabalhadores
de outros Estados e os serviços
de saúde são precários. A região não se preparou
para receber esses projetos e a ordem,
agora, é buscar soluções, o que Ganzer fará
com as empresas já instaladas na região.
sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011
Desafios da Presidenta - Erradicar a pobreza
UNICEF lançou Relatório sobre a Situação Mundial da Infância 2011
No Brasil, 38% dos adolescentes brasileiros em situação de pobreza, superando o percentual de 29% da média da população, segundo estudo divulgado nesta sexta-feira (25) pelo Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância ).
No Brasil, 38% dos adolescentes brasileiros em situação de pobreza, superando o percentual de 29% da média da população, segundo estudo divulgado nesta sexta-feira (25) pelo Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância ).
De acordo com a pesquisa, 56% das crianças e dos adolescentes afrodescendentes são afetados pela pobreza.
A pesquisa também mostrou como a pobreza afeta os adolescentes por
região do país. A região que concentra mais jovens em situação de
pobreza é o semiárido nordestino, onde 67,4% dos jovens são pobres. Na
região Amazônica, 56,9% das crianças e adolescentes estão na mesma
condição. Mesmo nas regiões Sul e Sudeste, onde a pobreza é considerada
menor do que nas demais regiões, crianças e adolescentes negros têm 70% a
mais de chances de ser pobres do que os brancos.
A pobreza também é maior entre crianças e adolescentes com deficiência:
segundo o Unicef, nesse caso, os jovens têm 12 vezes mais chances de
ser pobres do que os demais.
Atualmente, 13 milhões de crianças e adolescentes vivem no Semiárido
brasileiro, onde a população de 12 a 17 anos soma cerca de 5 milhões de
pessoas. Outros 9 milhões de crianças e adolescentes moram na Amazônia
Legal brasileira.
"Em consonância com o relatório mundial, a situação dos adolescentes no
Brasil demonstra que atualmente as oportunidades para sua inserção
social e produtiva ainda são insuficientes, tornando-os o grupo etário
mais vulnerável em relação a determinados riscos, como o desemprego e
subemprego, a violência, a degradação ambiental e redução dos níveis de
qualidade de vida.
As oportunidades são ainda mais escassas quando são levadas em consideração outras dimensões da iniquidade além da idade, como renda, condição pessoal, local de moradia, gênero, raça ou etnia", conclui o estudo.
Leia relatório completo no site da UNICEF
As oportunidades são ainda mais escassas quando são levadas em consideração outras dimensões da iniquidade além da idade, como renda, condição pessoal, local de moradia, gênero, raça ou etnia", conclui o estudo.
Leia relatório completo no site da UNICEF
segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011
Transferência de renda. Aumentam recursos para extrema pobreza
Uma das mudanças mais significativas que experiementarão os programas sociais do Governo Dilma, está a realização de um programa de copmbate à pobreza extrema. Nessa direção apontam os diversos programas de transferência de renda do novo governo.
Veja as notícias da imprensa.
O Globo destacou no sábado que já está nos planos do
governo ampliar a transferência de renda através do programa Bolsa Família.
Num dos cenários em estudo pelo MDS está sendo analisado o aumento do repasse
do Bolsa Família em R$14 bilhões por ano. O jornal informou que na última
sexta-feira, a ministra Tereza Campello, reuniu-se com a presidenta Dilma
Rousseff, que disse querer o plano de erradicação da pobreza pronto até o fim
do mês. Revistas noticiaram a redução de R$ 50 bilhões no Orçamento
2011 e dizem que das despesas passíveis de corte, escaparam apenas os
programas sociais, como o Bolsa Família, e os investimentos do PAC. E mais:
desigualdade social, redução da pobreza, violência sexual, agricultura
familiar, merenda escolar, qualificação profissional, distribuição de renda e
Bolsa Família.
|
[Ministra] Bolsa Família – O Globo destacou no sábado que depois da
promessa de cortar R$50 bilhões do Orçamento de 2011, já está nos planos do
governo ampliar a transferência de renda através do programa Bolsa Família. Num
dos cenários em estudo pelo MDS como parte do plano de combate à miséria, está
sendo analisado o aumento do repasse do Bolsa Família em R$14 bilhões por ano.
Segundo O Globo, o MDS divulga que o plano vem sendo concebido para funcionar
como um tripé: além da transferência de renda, inclusão produtiva e maior
acesso a serviços, como educação, saúde, energia elétrica e saneamento básico.
O governo também não abre mão de abrir portas de saída para quem já é beneficiário
do Bolsa Família.
O jornal registrou que a equipe do governo que discute o
assunto está inclinada a adotar o critério de renda familiar. Assim, ganha
força a ideia de estabelecer como linha de corte o valor de R$70 mensais por
pessoa. O Globo informou que na última sexta-feira, a ministra Tereza Campello,
reuniu-se com Dilma Rousseff.
A presidenta quer o plano pronto até o fim do
mês. A ideia é divulgá-lo em março. Em janeiro, Tereza tomou conhecimento de um
estudo elaborado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). O texto
dizia ser possível erradicar a miséria por meio do Bolsa Família, com o aumento
dos benefícios pagos por família e a inclusão de miseráveis que hoje estão de
fora. Após conhecer os dados, a ministra e a secretária de Articulação para a
Inclusão Produtiva, Ana Fonseca, solicitaram o aprofundamento da pesquisa.
Programas sociais – Revistas noticiaram a redução de R$ 50 bilhões no
Orçamento 2011 e dizem que das despesas passíveis de corte, escaparam apenas os
programas sociais, como o Bolsa Família, e os investimentos do Programa de
Aceleração do Crescimento (PAC).
Desigualdade social – A revista Época publica entrevista com o
pesquisador Richard Wilkinson que diz que a desigualdade social se tornou o
foco de seus estudos e tema de vários de seus livros. Em seu último livro,
Wilkinson afirma que a desigualdade é o principal problema do mundo e que ela
está associada a problemas tão diversos quanto uso de drogas, obesidade e
números de presos, homicídios e gravidez na adolescência.
Redução da pobreza – A Folha de S. Paulo publicou, no domingo,
artigo de opinião do economista-chefe do Centro de Políticas Sociais e
professor da FGV, Marcelo Neri, que diz que nos últimos 17 anos o Brasil passou
por sucessivas e cumulativas transformações.
De acordo com o economista, esse
período de desenvolvimento corresponde ao final do governo Itamar e aos dois
mandatos de Fernando Henrique e aos dois de Lula. Segundo dados da Pnad, “a
pobreza sobe 6,6% entre 1993 e 1994 e cai 16,9% de 1994 a 1995. A maior queda
de pobreza ocorrida entre 1993 e 1995, 13,9%, foi sob FHC. A queda de pobreza
entre setembro de 2009 e setembro de 2010 foi de 11,82%.
De dezembro de 2009 a
dezembro de 2010, a pobreza caiu 16,3%”. Neri informa que pelo cômputo só da
Pesquisa Mensal do Emprego (PME), a pobreza cai 50,64% entre dezembro de 2002 e
dezembro de 2009. Já na combinação PME/Pnad, a pobreza cai 51,9% na era Lula.
“Esse ponto merece ser ressaltado, pois a primeira Meta do Milênio da ONU é
reduzir a pobreza 50% em 25 anos (de 1990 a 2015). Ou seja, na métrica da ONU,
o Brasil fez 25 anos em oito. Isso já incluindo o aumento de pobreza durante a
recessão de 2003, quando resultados mais auspiciosos estavam sendo plantados”,
destaca Neri.
Bolsa Família – Na edição de sábado o Correio Braziliense falou
que o corte de R$50 bilhões do Orçamento de 2011, anunciado para reverter
a aceleração da inflação este ano, colocou projetos das Forças Armadas sob
ameaça. O Correio lembra que o Programa de Aceleração do
Crescimento (PAC) e as ações sociais estão preservados. Jornal reforça que o
governo vai conceder o reajuste dos benefícios do Bolsa Família de acordo
com a inflação do ano passado – sobram R$ 37 bilhões de investimentos passíveis
de serem excluídos do Orçamento.
O Estado de S. Paulo registrou no
domingo que o governo brasileiro ainda não conseguiu se livrar da indexação, a
correção automática dos preços pela inflação passada. Segundo cálculo do
economista Heron do Carmo, presidente do Conselho Regional de Economia
(Corecon) de São Paulo, a indexação é responsável por cerca de 15% da inflação
dos últimos meses. Jornal esclarece que o governo estuda também uma forma de
preservar o poder de compra dos beneficiários do Bolsa Família, pois hoje o
valor do reajuste do programa depende de decisão do governo. Também nesse caso,
explica o jornal, há risco de se criar uma regra de reajuste pela inflação
passada. De acordo com o Estadão, valor das bolsas já foi corrigido, em
ocasiões passadas, pela variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor
(INPC), o mesmo utilizado para o salário mínimo e para aposentadorias acima do
mínimo.
O Jornal da Câmara (DF) informa que os programas do governo Lula
Luz para Todos, Minha Casa, Minha Vida e o Bolsa Família foram elogiados em
Plenário pelo deputado Heleno Silva (PRB-SE). "Nós, os 55 milhões de
nordestinos, assistimos em oito anos ao que não vimos em décadas",
destacou. De acordo com dados do MDS, citados pelo deputado, 6,5 milhões de
famílias nordestinas de um total de 12,8 milhões em todo o país recebem o Bolsa
Família. Segundo ele, o programa de transferência de renda enfrenta "a
fome, a miséria e o baixíssimo nível de vida das famílias mais pobres de
Brasil”.
Assinar:
Postagens (Atom)