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segunda-feira, 20 de junho de 2016

Planeta mais jovem do universo é descoberto por astrônomos


Exoplaneta K2-33b tem aproximadamente 10 milhões de anos.
Astro 'caçula' foi identificado fora do sistema solar, graças a telescópio.



Os astrônomos descobriram o planeta "caçula" do universo. O K2-33b tem aproximadamente 10 milhões de anos, o que o transforma no mais jovem identificado até agora e isso oferece uma "oportunidade única" para entender a formação e o desenvolvimento de outros planetas, entre eles a Terra.

O K2-33b, descoberto graças ao telescópio espacial Kepler, se situa em uma região do universo chamada Escorpião Superior. Por seu tamanho, é parecido com Netuno, que tem cinco vezes a dimensão da Terra, e orbita ao redor de sua estrela uma vez a cada cinco dias, segundo um estudo publicado nesta segunda-feira pela revista "Nature".

Os cientistas responsáveis pela descoberta, entre eles Sasha Hinkley, da Universidade de Exeter (Inglaterra), acreditam que o planeta tem entre 5 e 10 milhões de anos, por isso ainda está em sua infância, se comparado à Terra, que tem 4,5 bilhões de anos.

Assim, o K2-33b é o planeta mais jovem já identificado e um dos poucos recém-nascidos descobertos até o momento, o que proporciona "uma imagem extraordinária do processo de formação" destes corpos celestes, acrescentou Hinkley.

"É muito raro encontrar um planeta na fase de sua infância, o que nos proporciona uma oportunidade única para entender mais sobre como os planetas se formam e se desenvolvem, inclusive a Terra", disse o pesquisador.

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Entre as principais curiosidades dos cientistas sobre o K2-33b, Hinkley destacou que os mesmos queriam saber "se o astro se formou no lugar onde foi descoberto, ou se em outro, muito mais longe de sua estrela, e foi se aproximando dela".

Para o astrônomo, isso é "um acontecimento decisivo" que dará oportunidade aos cientistas para conhecer melhor o ciclo da vida dos sistemas planetários.

Assim como é mais fácil entender o desenvolvimento de uma pessoa se é possível estudá-la desde bebê, "nossa compreensão dos planetas só aumentará quando aprendermos mais sobre eles durante sua primeira existência", explicou Hinkley.

Quando as estrelas se formam, elas estão cercadas por densas regiões de gás e pó, chamadas discos protoplanetários, a partir dos quais os planetas se formam. No entanto, quando os astros já têm alguns milhões de anos, os discos quase desaparecem e a formação dos planetas está quase completa.

A estrela ao redor da qual orbita o novo exoplaneta conserva ainda uma pequena quantidade do disco protoplanetário, o que sugere que este está na última fase de seu desaparecimento.

Os astrônomos sabem que a formação de estrelas na região conhecida como Escorpião Superior acaba de se completar, pois cerca de um quarto das estrelas ainda têm discos protoplanetários brilhantes, afirmou Trevor David, o autor principal do estudo.

Hinkley disse que a equipe agora é capaz de estudar com frequência a luz tênue emitida por essa estrela e sua intensidade para determinar a órbita e o tamanho do novo exoplaneta.

sexta-feira, 11 de março de 2016

China deve destinar US$ 1 bilhão para área de Ciência e Tecnologia no AM

Anúncio foi feito nesta terça (19), durante visita do premiê chinês ao Brasil.China e AM devem firmar parceria para projetos estratégicos, diz governador.




O Amazonas deve receber recursos de aproximadamente US$ 1 bilhão do governo da China. O anúncio foi feito nesta terça-feira (19), durante visita oficial do primeiro-ministro chinês Li Keqiang, em Brasília. O governador José Melo, que participou do encontro com o premiê, informou que o acordo visa financiar projetos na área de ciência, tecnologia e inovação.

O governador do Amazonas destacou que, além dos acordos bilaterais Brasil e China, o Estado será beneficiado com a parceria dos governos chinês e amazonense para projetos estratégicos.

De acordo com a Secretaria de Estado de Comunicação Social (Secom), na próxima quinta-feira (21), José Melo deve assinar em Manaus um protocolo de intenções com o governo chinês que irá permitir financiamento para projetos do Governo Estadual, entre eles a continuidade da construção do campus da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), obras de duplicação da rodovia AM-010 e o incentivo à criação e produção de peixes em cativeiro.

Plano de Ação Conjunta 2015-2021
Brasil e China assinaram acordos no valor de cerca de US$ 53 bilhões, que envolvem uma série de projetos de investimentos nas áreas de energia, mineração, construção de infraestruturas e manufaturas.

José Melo participou de encontro com o primeiro-ministro da China, Li Keqiang (Foto: Roberto Carlos/Secom)

Entre os projetos, estão um acordo entre a Caixa Econômica Federal e o Banco Industrial e Comercial da China que criará um fundo de US$ 50 bilhões para o fortalecimento de opções de financiamento para projetos de infraestrutura no país; acordo de cooperação de desenvolvimento com crédito de US$ 10 bilhões para a Petrobras para atividades do pré-sal; e acordo para estudos de viabilidade da ferrovia transcontinental.

Melo ressaltou a importância da captação dos investimentos por parte do governo brasileiro. "Esses recursos e cooperações técnicas são muito importantes. O Brasil passa por um momento de ajuste para que a economia internacional possa voltar novamente com os investimentos necessários. Vão ser injeções fundamentais na nossa economia, prevendo um horizonte de crescimento para os próximos anos", disse, por meio de assessoria de comunicação.
G1.

domingo, 8 de dezembro de 2013

Darwin e a prática da 'Salami Science'


Em 1985, ouvi pela primeira vez no Laboratório de Biologia Molecular a expressão "Salami Science". Um de nós estava com uma pilha de trabalhos científicos quando Max Perutz se aproximou. Um jovem disse que estava lendo trabalhos de um famoso cientista dos EUA. Perutz olhou a pilha e murmurou: "Salami Science, espero que não chegue aqui". Mas a praga se espalhou pelo mundo e agora assola a comunidade científica brasileira.


"Salami Science" é a prática de fatiar uma única descoberta, como um salame, para publicá-la no maior número possível de artigos científicos. O cientista aumenta seu currículo e cria a impressão de que é muito produtivo. O leitor é forçado a juntar as fatias para entender o todo. As revistas ficam abarrotadas. E avaliar um cientista fica mais difícil. Apesar disso, a "Salami Science" se espalhou, induzido pela busca obsessiva de um método quantitativo capaz de avaliar a produção acadêmica.

No Laboratório de Biologia Molecular, nossos ídolos eram os cinco prêmios Nobel do prédio. Publicar muitos artigos indicava falta de rigor intelectual. Eles valorizavam a capacidade de criar uma maneira engenhosa para destrinchar um problema importante. Aprendíamos que o objetivo era desvendar os mistérios da natureza. Publicar um artigo era consequência de um trabalho financiado com dinheiro público, servia para comunicar a nova descoberta. O trabalho deveria ser simples, claro e didático. O exemplo a ser seguido eram as duas páginas em que Watson e Crick descreveram a estrutura do DNA. Você se tornaria um cientista de respeito se o esforço de uma vida pudesse ser resumido em uma frase: Ele descobriu... Os três pontinhos teriam de ser uma ou duas palavras: a estrutura do DNA (Watson e Crick), a estrutura das proteínas (Max Perutz), a teoria da Relatividade (Einstein). Sabíamos que poucos chegariam lá, mas o importante era ter certeza de que havíamos gasto a vida atrás de algo importante.

Hoje, nas melhores universidade do Brasil, a conversa entre pós-graduandos e cientistas é outra. A maioria está preocupada com quantos trabalhos publicou no último ano - e onde. Querem saber como serão classificados. "Fulano agora é pesquisador 1B no CNPq. Com 8 trabalhos em revistas de alto impacto no ano passado, não poderia ser diferente." "O departamento de beltrano foi rebaixado para 4 pela Capes. Também, com poucas teses no ano passado e só duas publicações em revistas de baixo impacto..." Não que os olhos dessas pessoas não brilhem quando discutem suas pesquisas, mas o relato de como alguém emplacou um trabalho na Nature causa mais alvoroço que o de uma nova maneira de abordar um problema dito insolúvel.

Essa mudança de cultura ocorreu porque agora os cientistas e suas instituições são avaliados a partir de fórmulas matemáticas que levam em conta três ingredientes, combinados ao gosto do freguês: número de trabalhos publicados, quantas vezes esses trabalhos foram citados na literatura e qualidade das revistas (medida pela quantidade de citações a trabalhos publicados na revista). Você estranhou a ausência de palavras como qualidade, criatividade e originalidade? Se conversar com um burocrata da ciência, ele tentará te explicar como esses índices englobam de maneira objetiva conceitos tão subjetivos. E não adianta argumentar que Einstein, Crick e Perutz teriam sido excluídos por esses critérios. No fundo, essas pessoas acreditam que cientistas desse calibre não podem surgir no Brasil. O resultado é que em algumas pós-graduações da USP o credenciamento de orientadores depende unicamente do total de trabalhos publicados, em outras o pré-requisito para uma tese ser defendida é que um ou mais trabalhos tenham sido aceitos para publicação.

Não há dúvida de que métodos quantitativos são úteis para avaliar um cientista, mas usá-los de modo exclusivo, abdicando da capacidade subjetiva de identificar pessoas talentosas, criativas ou simplesmente geniais, é caminho seguro para excluir da carreira científica as poucas pessoas que realmente podem fazer descobertas importantes. Essa atitude isenta os responsáveis de tomar e defender decisões. É a covardia intelectual escondida por trás de algoritmos matemáticos.

Mas o que Darwin tem a ver com isso? Foi ele que mostrou que uma das características que facilitam a sobrevivência é a capacidade de se adaptar aos ambientes. E os cientistas são animais como qualquer outro ser humano. Se a regra exige aumentar o número de trabalhos publicados, vou praticar "Salami Science". É necessário ser muito citado? Sem problema, minhas fatias de salame vão citar umas às outras e vou pedir a amigos que me citem. Em troca, garanto que vou citá-los. As revistas precisam de muitas citações? Basta pedir aos autores que citem artigos da própria revista. E, aos poucos, o objetivo da ciência deixa de ser entender a natureza e passa a ser publicar e ser citado. Se o trabalho é medíocre ou genial, pouco importa. Mas a ciência brasileira vai bem, o número de mestres aumenta, o de trabalhos cresce, assim como as citações. E a cada dia ficamos mais longe de ter cientistas que possam ser descritos em uma única frase: Ele descobriu...



sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Agências admitem inscrições de cursos de Humanas no Ciência sem Fronteiras

Mesmo com a decisão da Justiça, que suspendeu anteontem uma liminar que permitia a participação de universitários da área de Humanas no Ciência Sem Fronteiras (CsF), as agências de fomento responsáveis pelo programa ainda permitem que alunos de todas as áreas, incluindo Humanas, inscrevam-se no edital que teve seu prazo estendido para o dia 25 deste mês.

A decisão do Tribunal Regional Federal (TRF) da 5.ª Região não alterou o quadro de indefinição dos estudantes de Humanidades e também de universitários de Saúde que ainda criticam a falta de clareza na definição detalhada dos cursos que podem participar do programa. A crítica é focada em pelo menos duas das áreas consideradas prioritárias pelo CsF: Ciências da Saúde e Indústria Criativa.
Cursos como Enfermagem e Fisioterapia, mesmo fazendo parte das Ciências da Saúde, haviam sido excluídos na retificação feita no edital aberto em novembro do ano passado que restringia os cursos elegíveis. A exclusão atingiu também mais de 20 cursos da área de Humanidades, como Comunicação, Cinema, Mídias Digitais e Design de Moda.

A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) – responsáveis pelo CsF – afirmam que a permissão para que alunos de todos os cursos se inscrevam no programa se justifica “pelas dificuldades técnicas nas inscrições dos candidatos”. No início do mês por exemplo, alunos de Design e de Sistemas de Informação, por falha no sistema, tiveram dificuldade em concretizar as inscrições.

As agências de fomento informam, contudo, que, ao final do processo, a candidatura ainda seria analisada de acordo com as regras do programa. Segundo o Estado apurou, as agências têm resistência em delimitar os cursos elegíveis, tendo em vista a dificuldade em categorizar cursos como sendo tecnológicos ou não tecnológicos.
 
O fato é que a liberação do sistema ainda é vista com desconfiança pelos estudantes. “Mesmo conseguindo me inscrever, ainda não dá para ter certeza de que a minha inscrição, depois de passar pela universidade, será homologada pela Capes”, diz a aluna de Psicologia da Universidade de Brasília Laura Percilio Santos, de 22 anos.
 
Mas a incerteza dos estudantes perde força diante de uma pequena esperança. “Eu cheguei a falar com a chefe-geral do Ciência sem Fronteiras. Segundo ela, todas as inscrições serão analisadas de forma igualitária, levando em conta os critérios adotados nos editais anteriores”, diz o aluno de Jornalismo da PUC Minas, Igor Silva, de 19 anos. Ontem, ele foi à Capes, em Brasília, reforçar esse pedido de análise igualitária, especialmente para cursos de Humanas que poderiam estar vinculados à Indústria Criativa.
A preocupação dos universitários tem fundamento. Na última sexta-feira, foi publicada uma portaria deixando expresso que cabem à Capes e ao CNPq “definirem a pertinência das candidaturas às diversas áreas e temas, conforme o curso de origem dos candidatos”.

Mais críticas
Além da falta de detalhamento, os estudantes prejudicados com a decisão ainda criticam a exclusão de cursos de Humanidades e Ciências Sociais com forte relação com a tecnologia, como Audiovisual, Cinema de Animação e Mídias Digitais, quando vinculados à área da Indústria Criativa.
Posicionamento endossado por especialistas em Indústria Criativa como Rodrigo Cintra, coordenador do curso de Relações Internacionais da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM).
“Acho um erro do governo ignorar que os cursos da área de Humanidades têm dinâmicas diferenciadas. Com a exclusão total desses cursos, a Economia Criativa fica diminuída”, diz Cintra.

Outro lado
Consultado, o Ministério da Educação (MEC) afirma que “a decisão da Justiça é bem clara: a inscrição é por área, não valendo a de Humanidades. Só valem as áreas prioritárias do programa, voltado às ciências básicas: matemática, física, química, biologia, as áreas das engenharias, tecnológicas e ciências da saúde”.A pasta ainda informa que “o Brasil tem um dos maiores índices per capita de psicólogos e advogados”.
Opinião semelhante à de Gustavo Balduino, secretário executivo da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) – entidade que representa as universidades federais. “O Ciência sem Fronteiras não é um programa de assistência social, para ter cotas. Em outros editais de outras agências de fomento, inclusive, a quantidade de bolsas para Humanas é até quatro vezes superior ao da área de tecnologia.”

Entenda o caso
Ainda que o foco principal do Ciência Sem Fronteiras – programa de intercâmbio de estudantes do governo federal – seja a área tecnológica, na primeira chamada do programa, realizada no ano passado, universitários de Humanas foram contemplados. Eles ganharam bolsa pela área da Indústria Criativa.
Assim, alunos participantes da segunda chamada, aberta em novembro, pleiteavam que as candidaturas fossem julgadas da mesma forma como ocorreu na primeira etapa – quando estudantes de Arquitetura, Comunicação e Artes conseguiram as bolsas. Mas o governo decidiu barrar essa brecha e publicou em novembro uma retificação restringindo os cursos. A modificação foi o objeto central da disputa judicial.
 
 DAVI LIRA - O ESTADO DE SÃO PAULO - 17/01/2013 - SÃO PAULO, SP

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Mais investimentos em tecnologia pedem pesquisadores en congresso da UNE

Brasil precisa investir mais em tecnologia e estimular o empreendedorismo, dizem especialistas

Recife - Faltam aos pesquisadores brasileiros espírito empreendedor e melhor aproveitamento dos investimentos no setor de inovação tecnológica. Segundo especialistas que participaram do 14º Conselho Nacional de Entidades de Base (Coneb) da União Nacional dos Estudantes (UNE), o país precisa investir em tecnologia para se inserir na economia mundial.



"Inovação é algo essencial para qualquer país que queira se modernizar. Ou nos incorporamos à inovação ou vamos envelhecer como um país marginal do ponto de vista da inserção na economia mundial. Seremos menos ricos e teremos mais desigualdade social", disse o presidente da Sociedade Brasileira de Física (SBF), Celso Pinto de Melo.



Um dos problema enfrentados pelo país é a falta de empreededorismo, que pode ser notada pelo número de registros de patentes. Em 2011 o número de pedidos atingiu, em dezembro, a marca de 30 mil, de acordo com dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). Um avanço, mas ainda inferior à China, que atinge a casa dos milhões em pedidos de registro de patentes.



"A China há 10 anos não registrava patentes. Hoje faz o processo reverso, registrado inclusive estrangeiros em seu território", diz a presidente da Associação Nacional dos Pós-Graduandos (ANPG), Luana Bonone. Ela afirma também que, no Brasil, 80% dos investimentos em pesquisa são do Estado. "Os empresários brasileiros têm a característica de querer resultados imediatos. Não existem no país programas que atraiam esse investimento para as universidades", complementa.



O representante da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) José Luiz de Lima Filho afirma ainda que os investimentos muitas vezes são mal aproveitados. Ele alerta para a necessidade de captar recursos, mas usá-los com qualidade. "Temos que gerar riqueza. Temos algumas produções que são vantajosas no Brasil como a soja e o açúcar. Ambos são vendidos como commodities cotados em Chicago. Não estamos colocando neles valor agregado. Não estamos investindo em tecnologia nessas áreas que temos vantagem."



O estudante de Engenharia Eletrônica da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) Felipe Duque Belfort fez questão de compartilhar a experiência que teve nos Estados Unidos. Ele morou um ano em New Jersey, pelo programa Ciência sem Fronteira. "Quando estudei lá, tinha um indiano que trabalhava comigo no laboratório. Ele estava lá noite e dia. Mas, certa vez, parou de ir. Quando perguntei por ele, disseram que tinha aberto uma empresa exatamente com a tecnologia na qual estávamos trabalhando. Não vejo esse espírito nos brasileiros."



O 14º Coneb da UNE acontece em Recife (PE) até segunda-feira (21). Este ano foram mais de 3,5 mil inscrições de entidades de todas as regiões do país. Sob o tema "A Luta pela Reforma Universitária: do Manifesto de Córdoba aos Nossos Dias", o Coneb oferece debates e grupos de discussão sobre temas ligados às universidades e ao Brasil. Ao final, os delegados vão decidir os rumos e posicionamentos da UNE para 2013. O evento antecede a Bienal da UNE, espaço de diálogo de estudantes e movimentos culturais que, este ano, está em sua 8ª edição.

(Agência Brasil)

quinta-feira, 5 de julho de 2012

Brasil perde 9 posições em ranking de inovação


 
País é 58º da lista de países mais inovadores, atrás de Portugal, Chile e África do Sul. Crédito, ambiente de negócios e educação são entraves.

O Brasil desabou no ranking dos países mais inovadores do mundo. Uma classificação publicada hoje (3) pela Organização Mundial de Propriedade Intelectual e pelo instituto Insead, considerada como a mais completa temperatura do grau de inovação no mundo, aponta que o Brasil ocupa apenas a 58ª posição no ranking, uma queda de nove posições em relação a 2011.

Países como Portugal, Sérvia, Romênia, África do Sul e Bulgária estão melhores colocados que o Brasil. Os principais obstáculos no País: a qualidade do ensino superior e as condições para investir em ciência. O ranking é liderado pela Suíça, seguido pela Suécia, Cingapura e Finlândia. Os Estados Unidos estão na décima colocação.

O levantamento revela que o Brasil foi o país que mais caiu no ranking entre os Brics, sigla que agrupa China, Índia, Rússia e Brasil. Para os especialistas, o bloco todo precisa corrigir obstáculos institucionais para fomentar a inovação. China e Índia são citados como exemplos de países que conseguiram transformar bolsões de tecnologia em ganhos mais generalizados para a economia.

Mas, quanto ao Brasil, o levantamento revela que o País não é líder em inovação nem mesmo na América Latina. O Chile está na 39.ª posição. Já o restante da região está bem abaixo. Na 58ª posição, a situação do Brasil não é cômoda. "Particularmente preocupante é a posição do Brasil no que se refere ao ambiente para negócios (127ª posição de 141 países analisados), a educação superior (115º lugar), condições de crédito e comércio (108º lugar)", alertou o estudo.

O levantamento ainda indica que o peso das importações no PIB brasileiro é o menor do mundo. Em 2010, as importações representavam apenas 12% do PIB, o menor índice entre 141 países avaliados. O Brasil também tem uma baixa taxa de pesquisas publicadas em revistas científicas em comparação a seu PIB. O Brasil tem uma produção menor que Fiji, Irã ou Zimbábue, levando em conta o tamanho das economias.

Exportação - Com apenas 14% de suas exportações com valor agregado de alta tecnologia, o Brasil ocupa a 49.ª posição entre os países com uma pauta de exportação mais avançada. Tunísia, Indonésia e Cazaquistão estão em melhor posição. Outra constatação é de que empresas raramente contribuem com a inovação no Brasil, com menos de 5% das patentes registradas. Hoje, 24% das patentes são registradas por universidades.
(O Estado de São Paulo)

domingo, 27 de maio de 2012

Pós-graduação obtida por brasileiros no Mercosul poderão ter reconhecimento automático

A medida consta do Projeto de Lei 1981/2011, de autoria do deputado Gonzaga Patriota (PSB-PE), que recebeu, nesta terça-feira (22), parecer favorável da Representação Brasileira no Parlamento do Mercosul (Parlasul), durante reunião presidida pelo senador Roberto Requião (PMDB-PR).

Os títulos de pós-graduação obtidos por brasileiros em instituições de ensino superior dos demais países do Mercosul - Argentina, Paraguai e Uruguai - poderão ter reconhecimento automático, para o exercício de atividades de docência e pesquisa. O parecer apresentado ontem é o primeiro passo da tramitação do projeto, que agora será analisado por duas comissões - Educação e Cultura, e Constituição, Justiça e Cidadania - e pelo Plenário da Câmara dos Deputados. Em seguida, a proposta tramitará no Senado.

Como observou em seu voto favorável o relator ad hoc do projeto, deputado José Stedile (PSB-RS), a regulamentação atualmente em vigor do Acordo de Admissão de Títulos e Graus Universitários do Mercosul determina que apenas professores e pesquisadores estrangeiros que trabalham no Brasil têm reconhecimento automático dos diplomas obtidos nos demais países do bloco.

O projeto determina a aplicação do mesmo princípio para os brasileiros, que ainda hoje precisam submeter seus diplomas aos procedimentos estabelecidos pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB).

"A proposição estende esse reconhecimento, no Brasil, a brasileiros que tenham obtido diploma em outros países do Mercosul e acrescenta sua utilidade para fins de concursos públicos, equiparando tais certificados, para efeito de posicionamento na carreira e no salário do detentor, àqueles regularmente obtidos em instituição de ensino superior brasileira", afirmou Stedile.

(Agência Senado)

sábado, 12 de maio de 2012

Governo quer lei para agilizar pesquisas e facilitar aproveitamento da biodiversidade

As pesquisas sobre o aproveitamento da biodiversidade brasileira para produção de cosméticos e medicamentos podem ganhar impulso nos próximos meses. O governo está finalizando uma proposta de lei que desburocratiza a atividade no País e dá mais liberdade aos cientistas para trabalhar com recursos genéticos da natureza.

No final de 2010, mais de 300 processos de regularização de atividades de bioprospecção e desenvolvimento tecnológico aguardavam decisão do Conselho de Gestão do Patrimônio Genético (Cgen) do Ministério do Meio Ambiente. Os casos ainda estão sendo analisados nas reuniões mensais do órgão, que é o responsável pelas autorizações de acesso aos recursos genéticos. A proposta é regularizar a situação dessas atividades, sem eximir multas e outras punições.

Em contrapartida, segundo Carlos Joly, assessor do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), uma das novidades da legislação a ser proposta é que o controle mais rigoroso sobre licenças e contratos será feito apenas na fase em que o produto derivado de recursos genéticos for, de fato, para o mercado.

Hoje, os pesquisadores têm que apresentar toda a documentação no início do processo. O esforço burocrático, entretanto, muitas vezes é desperdiçado, porque cerca de 95% de todo o trabalho de bioprospecção (projeção sobre potencial dos recursos) não resultam em produtos que podem ser comercializados.

"Temos uma legislação muito burocrática. Você faz exigências na etapa inicial que sobrecarregam os pesquisadores e institutos de pesquisa, e o governo ainda tem que checar todos esses documentos. Temos que estimular a pesquisa e não engessar o processo e criar barreiras", disse.

Em pelo menos outros dois pontos da proposta, o grupo de técnicos dos seis ministérios envolvidos ainda não encontrou consenso. Um deles trata da tarifação dos benefícios oriundos do uso da biodiversidade.

A lei precisa prever um retorno, em porcentagem de ganhos, para o provedor do recurso, que pode ser tanto a União, no caso de moléculas encontradas em unidades de conservação, quando proprietários de áreas particulares. "É sempre complicado definir o que é uma repartição justa. O assunto é delicado e tem tomado tempo nas negociações, mas estamos chegando a um denominador comum", explicou Joly.

Por outro lado, o impasse sobre punição em caso de descumprimento da lei ainda parece longe de um fim. "Todos entendem que deve ter penalidade, mas de que tipo? Quase todas as pesquisas são financiadas por órgãos públicos e muitas vezes os pesquisadores desconhecem a complexidade do processo. Podem perder a licença por não apresentar um documento, já que não estão acostumados", explicou Joly.

Depois que técnicos dos ministérios da Saúde, do Meio Ambiente, da Ciência, Tecnologia e Inovação, da Agricultura, do Comércio Exterior e das Relações Exteriores finalizarem a proposta, o texto será encaminhado para análise da Casa Civil. Só então será encaminhado para apreciação do Congresso Nacional.

(Agência Brasil)

sábado, 21 de abril de 2012

Governo ignora cientistas em debates importantes
















Justamente agora que o Brasil atingiu a 13ª posição na produção científica mundial, aumentou a quantidade de universidades federais e o número de pesquisadores, o país deu um "tiro no pé" reduzindo em 22% os recursos federais para ciência, diz a biomédica Helena Nader.
A biomédica Helena Nader na SBPC

Para a presidente da SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência), o governo erra ao ignorar o que a ciência nacional tem a dizer nos debates públicos sobre temas importantes, como o novo Código Florestal ou a conferência Rio+20.
Folha - Na semana passada a presidente Dilma afirmou que os cientistas deveriam ser avaliados também por patentes, além de produção científica. O que a sra. pensa disso?
Helena Nader - A universidade até pode fazer patente, mas esse não é o seu papel. O grande produtor de patentes deve ser a iniciativa privada. A Capes [Coordenação de Pessoal de Nível Superior] hoje pontua programas de pós-graduação com patentes. Mas querer que a universidade se responsabilize por patentes é um erro, mesmo que sejam feitas em parcerias com empresas. Essas parcerias ainda são muito frágeis.
Por que são frágeis?

As leis são problemáticas e deixam o cientista em uma posição vulnerável. Há problemas na interpretação das leis, como a Lei do Bem [de 2005, que trata prioritariamente de pesquisa em empresas]. Hoje, um professor com dedicação exclusiva em uma universidade pode, pela legislação, dedicar um dia por semana para um projeto em parceria com uma empresa. Mas isso pode causar problemas no Ministério Público, que entende que ele está deixando de fazer pesquisa e ensino. O professor concursado pode colocar em risco a carreira dele. Precisamos de uma legislação mais clara.

O Código Nacional de Ciência e Tecnologia, que tramita no congresso desde setembro do ano passado, resolveria isso?
Essa proposta é fantástica. Mas o texto ainda está sendo aprimorado [o texto compila leis atuais ligadas à pesquisa, relacionadas por exemplo à importação e compra de equipamentos]. A questão é que no Brasil as empresas multinacionais quase não fazem ciência, diferentemente do que acontece na Índia e na China. O Brasil precisa ter mais pesquisa e desenvolvimento nas empresas.

Mas as empresas costumam alegar que falta mão de obra para fazer pesquisa no Brasil.
Houve um aumento grande no número de cientistas nos últimos 20 anos, mas ainda não foi suficiente. No entanto, aqui temos cientistas de primeira. Nós não existíamos como ciência pesada há 20 anos! Isso aconteceu nas universidades e nos institutos de pesquisa. E não adianta dizer que os cientistas das universidades são voltados à ciência básica [produção do conhecimento] e não à ciência aplicada [que gera produtos e inovações] porque essa polarização é fictícia. As duas formas de pesquisa se complementam.

A SBPC tem se manifestado recorrentemente em relação ao corte de 22% de recursos federais à ciência. Houve algum retorno do governo?
Por enquanto, nada. Só se essa resposta estiver sendo formulada agora, enquanto estamos conversando (risos). E os números dos cortes ainda serão piores. Se o PIB (Produto Interno Bruto) crescer, a porcentagem destinada à ciência ficará menor ainda. O "PAC da Ciência" previa 1,8% para ciência em 2015. Isso não vai acontecer. Nós tiramos o chapéu quando o presidente Lula criou universidades federais. Essas instituições têm professores com, no mínimo, doutorado. Agora que a ciência tem força, nós cortamos o dinheiro?

A SBPC também tem brigado para alterar o texto do Código Florestal, que deve ser votado na semana que vem. Os cientistas estão sendo ouvidos?
Os cientistas não são ouvidos pelo governo porque não temos uma "bancada de cientistas" no Congresso, como têm os ruralistas. A ciência nacional cresceu e se fortaleceu, temos pesquisadores sendo disputados por instituições de pesquisa respeitadas em todo o mundo. Agora os cientistas deveriam ser ouvidos. Nós temos uma proposta para o Código Florestal, assim como temos um material que levaremos para discussão na Rio+20. Deveríamos ser mais ouvidos.

 Eduardo Knapp/Folhapress
SABINE RIGHETTI
DE SÃO PAULO



terça-feira, 17 de abril de 2012

A quem tudo tem tudo le será dado e em dobro e a quem nada tem......


 Ministro de Ciência, Tecnologia e Inovação, anuncia R$ 13,9 milhões para parques tecnológicos do RS
Em reunião com o governador do Rio Grande do Sul em Porto Alegre, ele anunciou o pagamento de emendas parlamentares de 2009 para os parques de Novo Hamburgo, Lajeado, Santa Cruz e Pelotas.
O ministro da Ciência e Tecnologia, Marco Antonio Raupp, reuniu-se com o governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro, na sexta-feira (13), em Porto Alegre. Na ocasião, Raupp anunciou o pagamento de R$ 13,9 milhões referentes a emendas parlamentares de 2009 para os parques tecnológicos de Novo Hamburgo, Lajeado, Santa Cruz e Pelotas. Cada um deles irá receber cerca de R$ 3,5 milhões.

No intuito de alinhar as políticas entre as duas esferas de governo, Raupp entregou a Tarso um documento com as metas da União para o desenvolvimento do setor previstas pelo Ministério até 2015 e pediu apoio para fortalecer as ações, principalmente junto ao Centro Nacional de Tecnologia Eletrônica Avançada (Ceitec) no estado. Tarso garantiu apoio e destacou a importância da empresa pública federal, ligada ao MCTI, que busca o desenvolvimento de negócios inovadores no setor de microeletrônica.

Raupp também anunciou a aplicação de R$ 15 milhões na construção da primeira fase do Instituto de Semicondutores, em São Leopoldo, até o final do ano, em sua visita à Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos). No local, ele conheceu a empresa HT Micron, primeira fábrica gaúcha de semicondutores em escala industrial.

Encontro com reitores - O secretário estadual da Ciência, Inovação e Desenvolvimento Tecnológico, Cleber Prodanov, afirmou que este foi o primeiro contato público do ministro com as universidades do estado, representadas por cerca de 20 dos 25 reitores de instituições de ensino superior gaúchas. Prodanov destacou que a oportunidade serviu para mostrar que as políticas públicas estão afinadas com a União e que a consolidação do Rio Grande do Sul no setor ganhou força. "A expectativa se confirmou, já que tínhamos a aprovação do projeto do Instituto Tecnológico de Semicondutores da Unisinos [IT Chip]. Sem dúvida, um centro especializado em semicondutores é muito importante", disse Prodanov.

Segundo o ministro, as reivindicações da secretaria foram aprovadas por mérito. Ele aproveitou a oportunidade para destacar que todos os bons projetos terão inteiro apoio do governo. "A presidente Dilma Rousseff afirmou que não vão faltar recursos. O ministério, além de executar o orçamento, irá buscar recursos complementares também por outras vias", afirmou. Raupp ressaltou que, até o final do ano, deve ser anunciado um novo edital para fomento aos parques tecnológicos no Rio Grande do Sul.
(Secom RS)

domingo, 8 de abril de 2012

A pergunta que não quer calar. Por que a NATURA não instalou seu Centro Pesquisa no Pará?

Natura inaugura Centro de Conhecimento em Manaus

Empresa anuncia abertura de um Centro de Conhecimento, que concederá bolsas para pesquisadores interessados em descobrir insumos provenientes da floresta

O pará tem a maior universidade da Amazônia, a maioria dos pesquisadores da Amazônia estão no Pará, a UFPA conta com recursos para a implantação e ampliação de laboratórios para contribuir com as pesquisas.

Mas o que aconteceu?. 

Pesquisas em laboratório, que já acontecem na sede em São Paulo, também serão feitas aqui em Manaus, por meio de parcerias (Divulgação)

A empresa Natura confirmou para o próximo mês de julho a inauguração em Manaus de um centro de investimento, tecnologia e inovação científica. O Centro de Conhecimento, como foi batizado, atuará como agência de fomento, concedendo bolsas para pesquisadores que queiram desenvolver estudos sobre insumos derivados de produtos amazônicos. Os resultados das pesquisas serão aplicados à cadeia produtiva da empresa.

Com a iniciativa, a Natura quer aumentar de 10% para 30% o seu consumo de insumos produzidos na região e, até 2020, envolver entre 10 mil e 12 mil famílias agroextrativistas na cadeia produtiva. Nos próximos oito anos, a empresa também planeja movimentar recursos de até R$ 1 bilhão. Esta movimentação envolve a cadeia de fornecimento de matéria-prima, passando por contratação de serviços locais, tecnologia e certificação de ativos. A informação da inauguração do Centro, cuja sede será localizada no bairro Nossa Senhora das Graças (zona Centro-Sul), foi dada pelo diretor de ações de relacionamentos da Natura, Rodolfo Guttila.

Em entrevista exclusiva ao jornal A CRÍTICA, o executivo afirmou que o modelo desenvolvido será o Sistema de Inovação Aberta, no qual o campo de inovação é aberto a parcerias locais. Neste primeiro momento, a Natura pretende recrutar oito pesquisadores locais de instituições com as quais já firmou um Termo de Cooperação: Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), Embrapa e Centro de Biotecnologia da Amazônia (CBA). “Vai começar relativamente pequeno, mas (o Centro de Conhecimento) irradiará por toda a região amazônica e outros países. Teremos o espaço físico pronto, com toda a rede interligada. Teremos a sede, mas usaremos as estruturas das universidades e do CBA. Trabalharemos com bolsas e com apoios a projetos”, disse Gutilla. Até 2020, a empresa quer envolver aproximadamente mil pesquisadores em uma rede que se expandirá de Manaus para outros Estados e países. As ações de incentivo à pesquisa e inovação terão foco nos seguintes temas: Cultura e sociedade; Conservação e biodiversidade; Florestas e agricultura; e Design de produtos e processos.

Em busca de inovação
A Natura já investe em inovação e pesquisa, com mais de 300 doutores e pós-doutores nas áreas de farmácia, biologia, botânica, entre outras especializações. Com a abertura do Centro, seu projeto é abrir o campo de inovação em cosméticos e apostar em uma nova linha de produtos, com o objetivo de abreviar os resultados.

Geração de negócios
A abertura do Centro em Manaus faz parte do programa “Amazônia”, lançado em 2011 pela Natura. Segundo informações divulgadas pela empresa, a iniciativa busca criar oportunidades de negócios a partir de ciência, inovação e empreendedorismo, com foco no uso sustentável de produtos e serviços da sociobiodiversidade. Na primeira etapa, de 2011 a 2013, o foco é a expansão no segmento de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos, por meio de investimentos em ciência, tecnologia, inovação e estruturação de cadeias produtivas na região amazônica.

Até 2020, o programa movimentará um volume de negócios de aproximadamente R$ 1 bilhão. “O Centro de Conhecimento é fundamental dentro da estratégia de Ciência, Tecnologia e Inovação do programa Amazônia. A partir dele serão coordenadas as redes de pesquisa que fomentaremos na região, em conexão com instituições nacionais e internacionais para tornar a Amazônia um grande polo mundial de tecnologia e negócios sustentáveis em sociobiodiversidade”, afirma Victor Fernandes, diretor de Ciência, Tecnologia e Inovação da Natura.

quinta-feira, 15 de março de 2012

Ministério quer criar um Vale do Silício da biodiversidade (matéria de arquivo)


Folha de São Paulo
Emancipar a economia verde no Brasil é um dos projetos da Secretaria de Políticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento, do Ministério da Ciência e Tecnologia. A intenção é criar parques tecnológicos que agreguem valor à biodiversidade. "É um projeto difícil e visionário", diz o secretário Carlos Nobre. "Isso existe há muitos anos em outros países, não é invenção do Brasil. O que é novo é o parque mirar a biodiversidade."
A intenção é criar, nas regiões mais biodiversas do país, um ou dois parques de pesquisa e desenvolvimento, nos moldes do Parque Tecnológico de São José dos Campos, (SP), atraindo empresas, pesquisadores, universidades e desenvolvendo novos produtos.
O que se quer é criar um modelo de desenvolvimento para a Amazônia que extrapole o padrão extrativista e chegue ao conceito de bioindústria, do economista Ignacy Sachs. Nobre exemplifica com o açaí: "Tem muito valor agregado, mas nós vendemos praticamente a polpa da fruta". No Brasil, só se faz sorvete. Na Califórnia, para onde o açaí foi levado em 1998 por dois surfistas que vieram competir no Recife, a fruta é transformada em 20 produtos diferentes.
"Lá é artigo de luxo. Um copo de açaí é vendido nos cafés a US$ 6 ou US$ 8", conta Nobre. O açaí já movimenta, no mundo, perto de R$ 5 bilhões. Nos EUA, fazem fitoterápicos, alimentos, cosméticos. "Ele sai da floresta a US$ 1 o litro. Em São Paulo alcança valor 20 vezes maior. Na Califórnia, 70 vezes maior. "Dá para desenvolver este potencial sem derrubar floresta."
Já foram identificados 300 produtos amazônicos, mas o Brasil usa comercialmente só cinco ou seis - guaraná, açaí, castanha, cupuaçu, graviola e látex, não mais que isso. "Temos que desenvolver uma indústria que empregue, crie renda e gere desenvolvimento."
Para criar esta espécie de Vale do Silício da biodiversidade, Nobre convidou Carlos Alfredo Joly, professor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e coordenador do programa Biota-Fapesp, para dirigir o Departamento de Políticas e Programas Temáticos da secretaria. A ideia é atrair para o parque indústrias de energias renováveis, farmacêuticas, de cosméticos. "Temos que quebrar essa lógica que vê uma área tropical com muita água e pouca densidade demográfica e pensa só na agricultura tradicional", diz "Temos uma economia verde, lucrativa, que é a economia do conhecimento natural."
Nobre lembra que existem hoje 750 mil km2 na Amazônia que estão desmatados, e desses, entre 160 mil km2 e 200 mil km2, abandonados. "Com uma fração disso, podemos aumentar a produtividade da carne e da soja sem expandir fronteira agrícola", diz. "É fazer com que retorne a ser produtivo o que já está desmatado." (DC)

quarta-feira, 14 de março de 2012

Deles é que Brasil precisa

Crônicas Subversivas de um Cientista 

Amanhã (15), o acadêmico Luiz Hildebrando Pereira da Silva lança seu livro, publicado pela Vieira & Lent, na Casa da Ciência da UFRJ, no Rio de Janeiro, às 18h.

Estas crônicas-memórias revelam a trajetória de um importante pesquisador brasileiro e convicto militante político. O jovem médico tenta incansavelmente trabalhar no Brasil. Exilado em 1964, consegue retornar em 1968, mas é exilado novamente e, então, fixa residência na França, no Instituto Pasteur, onde é reconhecido e pode trabalhar livremente. Mas não desiste e hoje, de volta, opta por trabalhar na Amazônia.

Escritos com humor contagiante, estes fascinantes relatos autobiográficos revelam os bastidores da história científica, política e cotidiana do País. Observador generoso e irreverente, Hildebrando é mestre na arte de narrar, diverte e informa o leitor, desde sua infância com Vó Chiquinha até os dias de hoje, em que divide seu tempo entre o Brasil e a França, entre duas residências, na rua da Beira em Porto Velho e no 13ème, em Paris, voltado para a pesquisa sobre malária em Rondônia, e o convívio e aconchego da família em Paris.


Luiz Hildebrando, médico, após passagem por Bruxelas e Paris (pós-doc) trabalhou na organização do laboratório de Genética de Microrganismos (USP). Mas preso e demitido pelo Ato Institucional nº 1, voltou à França como pesquisador do Centre National de la Recherche Scientifique (CNRS). Trabalhou no Instituto Pasteur com François Jacob até conseguir voltar novamente ao Brasil, em 1968, quando foi nomeado professor de Genética na Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (USP).


 Entretanto, demitido novamente, agora pelo Ato Institucional nº 5, em 1969 retornou à França onde trabalhou até sua aposentadoria, em 1997. No ano seguinte regressou ao Brasil e optou por trabalhar na Amazônia. Atualmente dirige o Instituto de Pesquisa em Patologias Tropicais de Rondônia e dedica-se à pesquisa em Imunologia e Epidemiologia da malária. É membro da Academia Brasileira de Ciências.

(Informações da Vieira & Lent Editora)

segunda-feira, 12 de março de 2012

CONSULTE EDITAIS PARA FINANCIAR PROJETOS NA ÁREA DE CIÊNCIA, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO - REGIÃO NORTE


Região Norte

Editais do Acre ________________________________________________
Edital MCT/CNPq/Funtac – nº 01/2007
Esse edital é de fluxo contínuo.

O objetivo dessa chamada é atrair doutores para entidades de ensino superior ou pesquisa, públicas ou privadas, do Estado. Entre os benefícios concedidos aos selecionados estão bolsas DCR, de até 36 meses, que têm valor variável de R$ 2,8 mil a R$ 5,2 mil e auxílio-pesquisa no valor de, no máximo, R$ 20 mil.

   A íntegra do edital pode ser conferida neste link.

Editais do Amapá _____________________________________________
Edital nº 001/2006 – Setec – Amapá
O prazo para o encaminhamento de propostas termina assim que todas as vagas forem preenchidas.

Apoiar, por meio da concessão de bolsas de Desenvolvimento Científico Regional (CNPq) e de auxílio à pesquisa (SETEC), a fixação de pesquisadores doutores em instituições públicas e privadas de ensino superior ou instituição pública de pesquisa, sediada no Estado do Amapá. A Setec está oferecendo dez bolsas DCR e as propostas serão aceitas até o dia em que todas as bolsas forem concedidas. Os valores da bolsa variam entre R$ 2,8 mil e R$ 5,2 mil.

Mais detalhes podem ser conferidos clicando aqui.
 
Editais do Amazonas __________________________________________
Fapeam – Edital 02/2012 - Prosipam
A data limite para submissão das propostas é 16 de março.
A Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (FAPEAM) abriu seleção de pesquisadores para atuação no Programa de Capacitação Científica e Tecnológica para o Desenvolvimento de Estudos e Projetos Aplicados ao Censipam (ProSIPAM). São 34 vagas para técnicos em processamento de dados e programação web; graduados, mestres e doutores nas áreas de ciência da computação, engenharia da computação, análise de sistemas, meteorologia, geologia, agronomia, engenharias, cartografia, ciências florestais ou geografia. O valor das bolsas varia de R$ 1.234 a R$ 6.136.
O edital completo pode ser acessado neste link.
Fapeam – Edital 01/2012 - Programa de Apoio a Publicações Científicas
A submissão das propostas pode ser feita até 16 de março de 2012.
O objetivo é apoiar a edição de livros, manuais, revistas e coletâneas científicas. O investimento total soma R$ 450 mil, sendo que será liberado até R$ 15 mil por proposta. Podem concorrer pesquisadores com título de mestre ou doutor, com vínculo formal com instituição de pesquisa ou de ensino superior, institutos de ciência e tecnologia, órgão público ou organização não-governamental sediados no Amazonas.

O edital está disponível neste link.
Fapeam – Edital n°03/2012
Inscrições até 26 de março
A Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam) firmou parceria com o Instituto Nacional de Pesquisas em Ciência da Computação e Controle (INRIA, sigla em francês) e o Centro Nacional de Pesquisa Científica (CNRS, sigla em francês). O objetivo é apoiar as pesquisas e o intercâmbio entre brasileiros e franceses. As propostas podem ser submetidas em todas as áreas do conhecimento. O candidato deve ter título de doutor, comprovar vínculo com alguma instituição de ensino superior ou pesquisa com sede no Estado e ter produção científica relevante.
Acesse o edital neste link.
Edital N° 012/2008 – Programa de capacitação científica e tecnológica (Prosipam) para o desenvolvimento de estudos e projetos aplicados ao Censipam
O edital é de fluxo contínuo.

O objetivo do edital é estimular e fomentar o desenvolvimento de pesquisas científicas e tecnológicas e de inovação nos Centros Regionais (CR) do Censipam localizados em Manaus (AM) e Porto Velho (RO).

O edital está disponível neste link.
Chamada Pública – Incubadora de Design Fucapi
Os projetos podem ser inscritos até o esgotamento do número de vagas disponíveis.

A proposta do edital é encontrar empreendimentos na área de design, que possuam diferenciais mercadológicos e excelência na fabricação de produtos e prestação de serviços, para serem incubados na Incubadora de Design da Fundação Centro de Análise, Pesquisa e Inovação Tecnológica (Fucapi). São quatro vagas disponíveis. Os empreendimentos selecionados receberão suporte tecnológico, gerencial e técnico.

A chamada completa pode ser visualizada neste link.


Edital Programa de Apoio à Formação de Recursos Humanos Pós-Graduados do Estado do Amazonas - RH Doutorado-Fluxo Contínuo.
A chamada é de fluxo contínuo.   

   O objetivo da chamada é conceder bolsas de doutorado a profissionais interessados na realização de cursos stricto sensu em programas de pós-graduação recomendados pela Capes. A Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam) disponibilizará mais de R$ 2,39 milhões para a chamada. Os candidatos aprovados serão beneficiados com bolsa de estudo por 12 meses, podendo ser renovada por até 48 meses, além de uma passagem aérea ida e volta para a realização de pesquisa de campo, desde que desenvolvida no Estado do Amazonas. O valor mensal da bolsa de doutorado é de R$ 1,49 mil.

A íntegra do edital pode ser acessada neste link.
Edital do Programa de Apoio à Formação de Recursos Humanos Pós-Graduados no Estado do Amazonas (RH Interinstitucional)
A chamada é de fluxo contínuo.

O objetivo do programa é conceder bolsas de mestrado ou doutorado a profissionais ligados a programas de pós-graduação reconhecidos pelo Ministério da Educação e que desenvolvam suas pesquisas no campus de uma outra instituição, que não a coordenadora do programa.

No total, será disponibilizado R$ 1,2 milhão para investimento na concessão de bolsas de estudos pelo período de até quatro meses, no caso de mestrado, e nove meses, para doutorados. Também serão demandados recursos para auxílio com despesas de deslocamento e instalação.   

A íntegra do edital está disponível neste link.

Edital Fapeam nº 05/2007 – Programa DCR
O edital é de fluxo contínuo.

O objetivo da chamada é estimular a fixação de doutores com experiência em ciência, tecnologia e inovação em instituições de pesquisa e de ensino superior, institutos de pesquisa, empresas públicas de pesquisa e desenvolvimento, sediadas ou com unidades permanentes no Estado. A proposta é beneficiar 19 projetos e investir R$ 2,7 milhões. A íntegra do edital está disponível neste link.
Edital MCT/CNPq/FAPEAM nº. 009/2008 - Programa Pesquisadores nas Empresas no Amazonas – PPE/AM
A chamada recebe propostas em fluxo contínuo.

O objetivo é apoiar atividades de pesquisa tecnológica e de inovação, mediante a seleção de propostas que visem estimular a inserção de mestres e doutores, nas empresas sediadas ou com unidades permanentes no Estado. A chamada dispõe de R$ 1,5 milhão em recursos. Os detalhes do edital e o formulário para apresentação de propostas estão disponíveis neste link.
Edital N. 012/2008
O edital é de fluxo contínuo

O objetivo do Programa de Capacitação Científica e Tecnológica para o Desenvolvimento de Estudos e Projetos Aplicados (Censipam-Prosipam) é estimular e fomentar o desenvolvimento de pesquisas científicas, tecnológicas e de inovação nos Centros Técnicos e Operacionais do Censipam (CTO), localizados em Manaus e Porto Velho. Os projetos devem contemplar temas ligados às atividades inerentes ao Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (Censipam) na região amazônica.

Veja a íntegra do edital por este link.
Edital nº 20/2009 – RH Doutorado
O recebimento das propostas é em fluxo contínuo.

O objetivo é conceder bolsas a profissionais interessados em realizar curso de pós-graduação stricto sensu, nas áreas de humanas; exatas e da terra; agrárias; sociais e aplicadas; engenharias; biológicas; saúde; linguística, letras e artes; e multidisciplinar. Serão oferecidas 25 bolsas de doutorado e aplicados recursos estimados em R$ 3,2 milhões.

O edital está disponível neste link.
Edital nº 22/2009 - RH-Interinstitucional
O recebimento das propostas é em fluxo contínuo.

A chamada visa conceder bolsas de mestrado ou doutorado a profissionais participantes de Projeto Minter e Dinter ofertados no Amazonas, para realizar estágio obrigatório na instituição promotora. Serão aplicados recursos financeiros estimados em R$ 1,2 milhão.

O edital está disponível neste link.
FAPEAM
Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam) está recebendo propostas no âmbito do Programa de Apoio à Realização de Eventos Científicos e Tecnológicos no Estado do Amazonas (Parev). O edital prevê investimentos da ordem de R$ 800 mil. O objetivo é apoiar a realização de eventos regionais, nacionais e internacionais sediados no Estado, relacionados à ciência, tecnologia e inovação como congressos, simpósios, workshops, seminários, palestras, conferências e oficinas de trabalho.
O edital está disponível neste link.
FAPEAM - Edital RH-Interinstitucional
O objetivo é conceder bolsas a profissionais participantes de Projeto Minter (mestrado) e Dinter (doutorado) ofertados no Amazonas, para realizarem estágio obrigatório na instituição promotora. Os investimentos somam cerca de R$ 1,2 milhão para apoio à capacitação de mestres e doutores. No que diz respeito ao Programa Dinter, a Fapeam disponibiliza bolsa de estudos por um período de até nove meses. Já para o Programa Minter a fundação concede auxílio por um período de até quatro meses.

O edital está disponível neste link.

Editais do Pará ___________________________________________
Fapespa
Chamada 7/2011 – Apoio à eventos científicos

As propostas podem ser submetidas até 30 de abril de 2012.
A fundação destinará R$ 300 mil para a realização de eventos de ciência, tecnologia e inovação (CT&I) no Estado. Serão apoiados eventos de abrangência local, regional, nacional ou internacional, de no máximo sete dias de duração. Os investimentos por projeto variam entre R$ 20 e 50 mil e custearão itens como: passagens, diárias, publicação de anais, impressão de material para divulgação do evento, aluguel de salas e infraestrutura associada, entre outros.
O edital está disponível neste link.
Fapespa – Edital 04/2011
Inscrições abertas até 31 de outubro de 2012
O objetivo é conceder bolsas de monitoria para o Infocentro do Programa de Inclusão Digital Navegapará. A inicitiva disponibilizará, ao todo, 52 vagas num investimento da ordem de R$ 252 mil. Podem concorrer pessoas que tenham concluído ou estejam cursando o ensino médio, com conhecimento em informática básica e disponibilidade de 20 horas semanais. As bolsas têm valor de R$ 350,00 mensais, com duração de um ano.
O edital está disponível neste link.
Programa Paraense para Formação e Fixação de Recursos Humanos – Bolsas DCR
O prazo para o encaminhamento de propostas termina assim que todas as vagas forem preenchidas. Serão oferecidas oito vagas.

O objetivo da chamada é apoiar a fixação de pesquisadores doutores que atuem em áreas consideradas estratégicas para o desenvolvimento do Pará e que não possuam vínculo institucional com as instituições de ensino e pesquisa sediadas no Estado.

Clique aqui para conferir a íntegra do edital.

Editais de Rondônia ______________________________________
Edital N° 012/2008 – Programa de capacitação científica e tecnológica (Prosipam) para o desenvolvimento de estudos e projetos aplicados ao Censipam
O edital é de fluxo contínuo.

O objetivo do edital é estimular e fomentar o desenvolvimento de pesquisas científicas e tecnológicas e de inovação nos Centros Regionais (CR) do Censipam localizados em Manaus (AM) e Porto Velho (RO).

O edital está disponível neste link.

Editais de Roraima ____________________________________________
Edital Femact nº 002/2006 – Programa Primeiros Projetos (PPP)
Ainda não está definida a data limite para submissão de propostas.

O objetivo é apoiar a instalação, modernização e/ou recuperação de infra-estrutura de pesquisa científica em Roraima. Os recursos previstos são de R$ 320 mil, sendo que cada projeto poderá solicitar um valor máximo de R$ 30 mil.

Informações complementares sobre o edital podem ser obtidas pelos telefones (95) 3624-2314 ou 3623-6750.