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sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Cachorro ganha destaque na FOLHA DE SP, mas crianças abandonadas.....


A cadela Polly, desaparecida desde a noite desta quarta-feira (5), em Porto Alegre, depois de ser levada no carro roubado de sua dona, foi devolvida na tarde desta quinta-feira (6). Um casal encontrou a shih tzu no estacionamento de um supermercado, na zona sul de Porto Alegre.

Conforme a comerciante Tatiane Sodré de Matos, 30, dona de Polly, a família foi avisada por um telefonema. "Ligaram para nós dizendo que tinham visto ela no bairro Nonoai. Meu marido foi ao local e confirmou. Ela está super bem, alegre e faceira", conta. "A minha filha é a mais feliz com a volta da Polly. Ela está eufórica", completou a comerciante.


Na noite de ontem, Tatiane foi rendida junto com a filha de oito anos e a mãe, de 62, no bairro Petrópolis, em Porto Alegre, quando chegavam em casa. O veículo foi encontrado intacto ainda durante a madrugada. Porém, o que ainda preocupava a família até o final da tarde de hoje era o desaparecimento da mascote.

Através das redes sociais e da imprensa, a comunidade se envolveu na busca por Polly. No início da tarde, havia relatos de que o animal tinha sido visto na zona sul de Porto Alegre, onde as buscas foram intensificadas pela família.
UOL NOTÍCIAS

domingo, 4 de dezembro de 2011

Agora a culpada é UNICEF



Tereza Campello contesta dados sobre pobreza de adolescentes do Unicef

Agência Brasil

A ministra do Desenvolvimento Social, Tereza Campello, contestou hoje (2) o resultado do relatório Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) sobre a situação dos adolescentes no Brasil. Segundo ela, a população de adolescentes extremamente pobre no Brasil diminuiu, o contrário dos dados da Unicef. “Temos hoje menos jovens entre 12 anos e 17 anos pobres e extremamente pobres do que tínhamos em 2004”.

O relatório Situação da Adolescência Brasileira 2011, divulgado na última quarta-feira (30) pelo Unicef aponta o crescimento do percentual de adolescentes brasileiros de 12 anos a 17 anos que vivem em famílias de extrema pobreza (até um quarto de salário mínimo per capita). Segundo o documento, entre 2004 e 2009, o percentual passou de 16,3% para 17,6%. No mesmo período, a situação de extrema pobreza da população em geral caiu de 12,4% para 11,9%.

Leia mais no Correio AQUI

quinta-feira, 30 de junho de 2011

Programa à pobreza extrema do MDS, sem nada novo e sem porta de saída para realmente diminuir a pobreza extrema

Em entrevista no Bom Dia Pará a Secretária Extrordinária de Combate à Pobreza Extrema do MDS, não conseguiu agregar nada novo ao que o governo federal já vem fazendo para combater à pobreza extrema. Apenas identifica que no Brasil quem recebe menos de R$ 70,00 encontra-se nessa situação. 16 Milhões de pessoas. Grande descoberta, o IBGE já dispunha dos dados.

Além da dificuldade de explicar as inovações que existem no MDS, só agrega que se está gastando mais recursos aprofundando o que já existe, a Bolsa Família, o resto é política pública inserida nos programas da obrigação do Estado. Nada extraordinário é apenas serviços públicos, saúde, educação, infraestrutura básica, etc.

Conclusão: mais dinheiro para Bolsa Família, inclusão produtiva por meio de mais recursos para costureiras, para pessoas fazer croche, tricô, paozinhos de qqueijo, etc.

a grande inovação que era proposta do Ministério de Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) foi extinto. Era a real possibilidade de constituir uma porta de saída para o resolver o problema da pobreza de forma estruturante e não apenas com soluções puntuais.

sábado, 23 de abril de 2011

Ela sabe, mas a equipe não tem idéia



“...Dilma vai mudar a cara do Brasil para muito melhor. Ela vai lançar o programa de combate à miséria absoluta...”
“...[...] Ela sabe tanto, ou até mais que eu, do caminho que deverá trilhar para acabar com a pobreza e miséria absoluta do Brasil”.
Lula. 

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Acredite se quiser. Longe do Ministério de Desenvolvimento e Combate à Fome, Bono Vox discute com Mantega projetos do Brasil de combate à pobreza



SÃO PAULO – O vocalista do U2, Bono Vox, aproveitou o intervalo entre os shows da banda em São Paulo para se encontrar, na tarde de hoje, com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, que estava despachando no escritório do ministério na capital paulista.

Segundo a assessoria de Mantega, o encontro foi solicitado pelo cantor, que queria conhecer as ações do governo brasileiro para o combate à pobreza.
Bono é ativista de causas sociais. Ele criou em 2007 a Fundação ONE, que tem como principal foco o combate à pobreza e doenças, especialmente na África.

Além do encontro com Mantega, Bono e os outros integrantes do U2 estiveram na sexta-feira em Brasília, onde se reuniram com a presidente Dilma Rousseff. O cantor conversou com Dilma sobre a questão da pobreza e também sobre ações de combate à aids, um dos pontos de atuação da Fundação ONE.

O U2 já realizou dois shows em São Paulo, no sábado e no domingo, e se prepara para uma terceira apresentação de sua 360º Tour na quarta-feira, no estádio do Morumbi.
Diante da tragédia ocorrida na escola de Realengo, no Rio, Bono fez uma homenagem especial às vítimas na apresentação de domingo.

(Téo Takar | Valor)

quarta-feira, 16 de março de 2011

Se lembram do FOME ZERO do Graziano, demitido por Lula e trocado por Patrus Ananias?



Pois é está de volta, todinho até os professores de Deus retornaram, claro, só alguns com especialização (Lato sensu)*

Livro sobre o Fome Zero resume os desafios e conquistas da estratégia que mudou o Brasil

Coletânea em três volumes, produzida pelo Ministério de Desenvolvimento Social e Combate à Fome, com textos de mais de 100 autores, a ser lançada nesta terça-feira, em Brasília, analisa programas responsáveis pela redução da miséria e pela melhoria dos indicadores sociais no País.

Gente, a Presidenta não gosta de imcompetência. 


Designação genérica que se dá aos cursos de pós-graduação que não são avaliados pelo MEC e pela CAPES. Sua duração mínima é de 360 horas como regra geral, sendo concebidos para serem cursados por pessoas que desempenhem outras atividades simultaneamente.

segunda-feira, 14 de março de 2011

O Projeto de Inclusão Produtiva que o MDS descartou.

A que segue era uma proposta que tinha como objetivo incorporar ao trabalho descente a um segmento importante de cidadãos que ainda vivem da Bolsa Família. 

A proposta, que continua sendo representa uma possibilidade de cmbate efetivo à pobreza extrema. Veja algumas das propostas que não foram do agrado de alguns membros do MDS. 

Segue uma pequena parte da proposta que é mais ampla, com mecanismos concretos para sua realização. Não é apenas uma proposta teórica, como foi difundido no MDS. 


Veja a seguir:

Entre os objetivos da inclusão produtiva, como caminho para desenvolver uma nova sócioeconomia, estão, por exemplo: 

1. Democratizar a produção, distribuir riqueza e renda; 

2. Criar um ambiente institucional favorável para o desenvolvimento de iniciativas produtivas, com prioridade para o público do Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico), mas também de produtores independentes, de unidades produtivas familiares, de empreendimentos solidários e de micro e pequenas empresas; 

3. Possibilitar a retenção e a multiplicação da renda em âmbito local/regional; 

4. Evitar os previsíveis problemas sociais conseqüentes aos grandes projetos (marginalização social, violência, expansão urbana desordenada, informalidade, perda de arrecadação fiscal, maiores demandas por assistência social, etc.); 

5. Promover o reordenamento do território, favorecendo o crescimento econômico, mas em bases mais equitativas e sustentáveis tanto em termos de coesão social como ambiental. 

Já falaram Celso Furtado e Hoje Ignacy Sach: 

Planejamento para o desenvolvimento e para a inclusão produtiva 

Nesse contexto um salto em direção ao desenvolvimento se impõe. O planejamento aplicado às obras do PAC, se estendido aos impactos sócio-territoriais dos investimentos, pode realizar a grande promessa que o crescimento econômico sempre anunciou, mas pouco cumpriu: o desenvolvimento. Na verdade, é o planejamento que permite integrar a agenda e os investimentos do PAC com a agenda social e o desenvolvimento, indo muito além da noção de crescimento econômico. 

Segundo Celso Furtado: “O ponto de partida do estudo do desenvolvimento deveria ser não a taxa de investimento, ou a relação produto-capital, ou a dimensão do mercado, mas o horizonte de aspirações da coletividade em questão, considerada não abstratamente, mas como um conjunto de grupos ou estratos com perfil definido. O desenvolvimento é a transformação do conjunto das estruturas de uma sociedade em função de objetivos que se propõe alcançar essa sociedade.” (Furtado, 1968: 103) 

Adicionalmente, Ignacy Sachs (2004: 86) defende que “na medida em que as forças do mercado são míopes e insensíveis social e ambientalmente, não se pode esperar que países menos desenvolvidos entrem na órbita do desenvolvimento includente, sustentável e sustentado [...]. Assim, o futuro dessas economias dependerá de criar os padrões de “economia mista”, considerados como o legado mais importante do Século XXI [...]. 

O planejamento será, mais do que nunca, necessário para acelerar o crescimento econômico e fazê-lo socialmente responsável. Gargalos devem ser identificados e suprimidos, capacidades ociosas devem ser aproveitadas e recursos latentes (humanos e naturais) devem ser mobilizados para a implementação de uma estratégia social de longo prazo, cuja explicitação e implementação exigem uma atitude proativa de um estado desenvolvimentista enxuto e limpo.

” Esse ideal de desenvolvimento implica na ampliação e coordenação de ações de inclusão produtiva. E o que é inclusão produtiva? É o processo econômico e social que conduz à formação de cidadãos, integrados ao mundo através do trabalho. O objetivo é proporcionar autonomia para as pessoas sobreviverem de maneira digna e sustentável. 

O desenvolvimento brasileiro, contudo, é um desafio tão grande quanto desejável. Além de superar dificuldades técnicas – tecnologia, financiamento, estrutura empresarial robusta, etc. – é necessário concatenar políticas dispersas. No atual governo várias iniciativas es tão sendo ensaiadas. Para se ter idéia, no âmbito federal existem 167 programas e ações visando promover a inclusão produtiva, espalhados em 19 ministérios. 

O custo da dispersão é a baixa eficácia dessas ações. O desafio é, portanto, dar-lhes consistência, coerência e articulá-las de maneira a promover mudanças reais, na base social e territorial. 



sábado, 12 de março de 2011

O Fim da Pobreza - Recomendo, excelente para elaborar um programa de Combate à Pobreza Extrema




Está na lista Top 50 de Cambridge

Livros

O Fim da Pobreza: Como acabar com a Miséria Mundial nos próximos 20 anos

Autor:Jeffrey Sachs
Editora:Companhia das Letras

Contracapa

Todos os anos, 8 milhões de pessoas morrem no mundo em consequência da miséria. São milhares de mortes por dia, provocadas pela fome e por doenças como malária, tuberculose, diarreia e aids. Na África, uma criança morre a cada dez segundos em consequência da pobreza extrema. Enquanto isso, o governo americano gasta apenas 1% de seu orçamento com ajuda internacional e 25% em atividades militares. E o montante que os países desenvolvidos destinam por ano à luta contra a aids representa somente três dias de gastos com armamentos.

É possível mudar esse quadro escabroso em vinte anos? Este livro diz que sim, e mostra como. Escrito com paixão e rigor, indignação e esperança, ele cobra duramente os ricos e poderosos, critica os organismos financeiros internacionais e apresenta soluções para os problemas econômicos e sociais das sociedades mais pobres do mundo e do mundo como um todo.

O que se tem aqui é uma narrativa genuína, tanto na acepção da história de uma vocação de vida, de uma aventura pessoal e intelectual, quanto no sentido de um discurso lógico e coerente que disseca o mal da pobreza absoluta, localiza seus focos infecciosos e indica os melhores meios de erradicá-los.
 
Do prefácio de Rubens Ricupero.

Sobre o Autor

jeffrey Sachs foi considerado pela revista Time uma das cem pessoas mais influentes do mundo. Ele é famoso pelo plano que acabou com a hiperinflação na Bolívia e por sua assessoria na liberalização econômica radical da Polônia e da Rússia. Mas, depois dessas aventuras macroeconômicas, ele passou a se interessar cada vez mais por um problema que, após duzentos anos de crescimento econômico mundial, ainda assola grande parte da humanidade: a miséria e suas sequelas sociais.

Nestas páginas, encontramos o itinerário intelectual e prático de um economista brilhante, de corte liberal, que visitou mais de cem países do mundo e assim pôde conhecer de perto os diferentes graus de pobreza e reavaliar o papel do mercado e do Estado nessa questão. Sachs conduz o leitor pelo mesmo trajeto de seu aprendizado e mostra a importância do diagnóstico feito in loco para que se encontrem soluções. Só assim os países mais pobres terão alguma chance de galgar o primeiro degrau da escada do desenvolvimento.

É impossível não se impressionar com o grau de miséria em que vive mais de um bilhão de pessoas no mundo e não se indignar com o tratamento que essa questão recebe dos países ricos e dos órgãos financeiros internacionais. Como diz o embaixador Rubens Ricupero no prefácio escrito especialmente para a edição brasileira:

Há razão de sobra, portanto, para lermos este livro não como algo que se refere a uma realidade alheia, mas como uma interpelação, um repto, um apelo à nossa consciência para despertarmos ao sofrimento que nos acossa e sitia em cada esquina, em cada sinal ou encruzilhada de trânsito, em todos os lados. Pois, se é verdade que cada sociedade terá de ser julgada segundo o critério do tratamento que dispensou a seus membros mais frágeis e vulneráveis, essa verdade não se aplica somente ao julgamento da sociedade americana em relação à África, mas a cada latino-americano, a cada brasileiro, que deve justificar sua existência na abundância do século XXI, ao lado da esqualidez de 400 milhões de nossos conterrâneos pobres ou indigentes.

Jeffrey D. Sachs é diretor do Instituto da Terra da Universidade Columbia e assessor especial do secretário-geral da ONU Kofi Annan para as Metas de Desenvolvimento do Milênio.

Sumário

  1. Um Retrato da Família Global
  2. A Difusão da Prosperidade Econômica
  3. Por que alguns Países não conseguem Prosperar?
  4. Economia Clínica
  5. A Hiperinflação de Altitude Elevada da Bolívia
  6. O Retorno da Polônia à Europa
  7. Colhendo Tempestades: a Luta pela Normalidade na Rússia
  8. China: Saindo do Atrado depois de Meio Milênio
  9. As Reformas de Mercado na Índia: o Triunfo da Esperança sobre o Medo
  10. Os Agonizantes sem Voz: a África e as Doenças
  11. O Milênio, o 11 de Setembro e as Nações Unidas
  12. Soluções Práticas para Acabar com a Pobreza
  13. Os Investimentos Necessários para Acabar com a Pobreza
  14. Um Pacto Global para Acabar com a Pobreza
  15. Os Ricos têm Condições de Ajudar os Pobres?
  16. Mitos e Soluções Mágicas
  17. Por que devemos Fazê-lo
  18. O Desafio da Nossa Geração

quinta-feira, 10 de março de 2011

Combate à pobreza extrema - As críticas aos programas existentes são sérias


Brasil não está pronto para erradicar miséria, diz pesquisador



Renato Dagnino, especialista em Política Científica e Tecnológica e Planejamento em Ciência e Tecnologia, com Doutorado e Pós-Doutorado na área de ciência, tecnologia e inovação. Dagnino fez sérias críticas ao modelo de Combate à Pobreza Extrema, adotado pelo Governo Federal. O pesquisador é antigo membro do PT, histórico lutador e militante de esquerda. Perseguido pela ditadura militar, se exílio no Chile onde militou no movimento de esquerda do Chile. 

Recentemente foi cotado para ocupar uma secretaria do MCT, a Secretaria de Inclusão Social, mas essa indicação ficou não se concretizou e continua como professor da UNICAMP e da Universidade Federal da Bahia. Na realidade as críticas do Dagnino aos programas de erradicação da pobreza vêm ao encontro das críticas que muitos outros especialistas já tinham feito.

Essas críticas partem do próprio governo. Não se trata de continuar aprofundando o modelo de combate à pobreza, já existente, é necessário oferecer novas saídas para eliminar de vez a pobreza do Brasil.

A idéia de que "um País rico é um país sem pobreza" é correta. A Bolsa família é uma alternativa, mas o objetivo do programa é interromper o círculo perverso de "pai miserável, filho também miserável". O Programa devia tirar o filho da pobreza e melhorar as condições do pai para sair da pobreza e deixar de depender eternamente de um programa de transferência de renda Mas, leia a seguir as principais críticas do Dagnino sobre o combate à pobreza da Presidenta e também sobre a política de inclusão social do governo.


O Brasil não está pronto para erradicar a miséria nem para absorver a chamada nova classe média, avalia Renato Dagnino, professor titular no Departamento de Política Científica e Tecnológica da Unicamp. 


De acordo com ele, falta ao país o conhecimento tecnológico e científico adequado para a inclusão social ocorrer de forma sustentável social e ambientalmente. Por outro lado, Dagnino vê na erradicação da miséria uma "oportunidade de ouro" para repensar o tipo de conhecimento produzido no país.


A seguir, trechos da entrevista concedida à Folha. (os parágrafos em destaques são nossos).


Folha - De que maneira a ascensão social ocorrida durante o governo Lula interfere na política de ciência e tecnologia do Brasil?
Renato Dagnino - De uma forma geral, a gente tem que pensar a política técnico-produtiva. Hoje, muitos produtos já não são encontrados no comércio, justamente pela ascensão desse grupo, que tem suas demandas de consumo. Além disso, frequentemente os produtos que demandam não são os que normalmente estão à venda. Existem tipos de produtos que são orientados a outro segmento de consumo. Pensando de uma forma global, o país deveria fazer um esforço para se antecipar a essa demanda e prevenir desequilíbrios.

Demandas de que tipo?
Por exemplo, necessidades básicas: habitação, esgoto, água potável, transporte etc. Toda essa parte que tem a ver com o gasto público, com uma obrigação do Estado. Existe aí forte demanda reprimida. Como vamos resolver esse tipo de problema com as tecnologias disponíveis, que foram pensadas como solução para uma situação totalmente diferente da brasileira? Caso se tente resolver muitos desses problemas com a mesma tecnologia usada nos países desenvolvidos, o custo será astronômico, e o impacto ambiental, desastroso. Além disso, estaremos usando tecnologias que não correspondem à escassez e abundância relativa de fatores. Essas tecnologias, por terem sido desenvolvidas em países avançados, empregam muito menos mão de obra do que poderiam empregar. Por uma razão simples: a mão de obra lá é cara. Aqui, a gente precisa de muita mão de obra, de preferência em coisas que possam ser construídas, desenvolvidas ou implantadas a partir da organização dos próprios trabalhadores, sem a necessidade de grandes empresas.

Por quê?
Quando o governo gasta recursos com empresas, utilizando seu enorme poder de compra para atender a essas necessidades dos cidadãos, uma parte do gasto é lucro da empresa. Há uma ineficiência nesse processo, pois o que chega na classe mais pobre é menos do que poderia chegar. Ou seja, o governo gasta um dinheiro razoável nessa tentativa de amenizar a miséria, mas deixa de aproveitar o seu poder de compra, que é muito grande, para alavancar esse processo.

Há alguma diferença entre os governos FHC, Lula e Dilma no que diz respeito às políticas de ciência e tecnologia?
Não. Na verdade, o que os dados disponíveis mostram é que vem diminuindo o gasto percentual das empresas em pesquisa e desenvolvimento. Isso é totalmente esperado. Trata-se de uma questão estrutural. Existem três bons negócios com tecnologia: roubar, copiar ou comprar. Desenvolver, só em último caso.

Se é mais racional que o empresário compre tecnologia, o Estado precisa ter um papel mais ativo?
Não adianta. Se somos um país capitalista, o Estado nunca terá condições de intervir para regular o mercado a ponto de "obrigar" um empresário a fazer algo que ele não queira. Em especial algo como desenvolver tecnologia.

E qual é a solução?
No caso brasileiro, não tem solução, e esse é o problema que o pessoal não entendeu ainda. Costuma-se dizer que o empresário brasileiro é "atrasado", que falta "clima de inovação", que ele tem que ser "mais ousado", mais "empreendedor". Ora, se tem empresário competente no mundo, é o brasileiro. E digo isso como toda a sinceridade. Basta ver o dinheiro que ganha, a taxa de lucro que tem num país como o Brasil. Agora, o processo de erradicação da miséria é uma oportunidade de ouro. Esse processo desvela uma enorme demanda reprimida por conhecimento. E não só conhecimento desincorporado, mas incorporado em bens, serviços, capacidade produtiva. Costumo dizer que 50% da população brasileira está fora do Brasil. Para fazer um país onde caiba todo o povo brasileiro em termos de consumo, de satisfação de necessidades de todo tipo, é preciso construir outro país do tamanho do que já existe. Não dá para fazer isso sem planejar antes. Está na hora de pensar esse processo de construção do Brasil que a gente quer, e isso não está sendo feito.

Não cabe ao governo o papel de fomentar essa discussão?
No caso da política de ciência e tecnologia, temos uma situação anômala. Em todas as políticas públicas, os atores sentam à mesa com seus projetos. Quando se discute a política salarial ou de emprego, por exemplo, empresários e trabalhadores aparecem claramente em áreas radicalmente opostas. Na ciência e tecnologia, porém, o projeto político não aparece. O que aparece são os mitos: neutralidade, determinismo, a ideia de que ciência e tecnologia sempre são boas e que o problema é o uso que vai se fazer. E há um complicador. Há 50 anos fala-se em participação pública na ciência. É um discurso politicamente correto, mas as pessoas parecem esquecer em que país estão vivendo. Por mais politicamente correto que seja, não posso concordar com isso. Qual a saída? Eu acho que é propor uma discussão dentro da comunidade de pesquisa. Explicitar essa esquizofrenia. A minha expectativa é que haja uma cisão dentro da comunidade de pesquisa, como existe em qualquer outra área quando o projeto político consegue se manifestar. Porque há projetos diferentes, mas hoje eles não se mostram.

Quanto dessa situação é novidade por causa do atual momento social e econômico do país?
Essa situação existe há muito tempo, mas, na medida em que há um dado novo, e esse dado novo obriga a uma expansão da capacidade produtiva, é hora de inovar com qualidade, e não fazer um simples aumento quantitativo da capacidade produtiva. Isso porque, quando se dobra a capacidade produtiva de um determinado sistema, o impacto indesejável do ponto de vista ambiental, cultural etc. pode até quintuplicar.

Desse ponto de vista, o senhor diria que o país está pronto para erradicar a miséria?
Do ponto de vista cognitivo, do ponto de vista de conhecimento científico-tecnológico, o país não está pronto de jeito nenhum.

E para absorver a chamada nova classe média?
Também não. Esse processo terá consequências ambientais e sociais. Acaba desfazendo de um lado o que faz do outro. Os programas compensatórios, como o Bolsa Família, são um caso típico. Sem gerar oportunidade de trabalho e renda para essas pessoas, não se está fazendo muita coisa.

Reportagem da Folha na sexta mostrou que a "porta de saída" do Bolsa Família terá, neste ano, o menor peso no Orçamento desde a criação do programa.
É um absurdo. O cara vai continuar excluído. Não vai passar fome, mas também não vai pertencer à sociedade, porque não terá um papel social. Estamos falando em criar oportunidades de trabalho e renda, o que não é necessariamente emprego.


Como assim?
Não é emprego formal, com carteira assinada. A economia cresce, mas não gera emprego. Aí entram a economia solidária e a tecnologia social, por exemplo. Ao dizer isso, não é preciso pensar em uma sociedade diferente do capitalismo. Podemos falar, de uma maneira pragmática, que a economia solidária e a tecnologia social são condições para tornar efetivo o dinheiro que o governo gasta para tirar as pessoas da miséria. É preciso dar condições para que essas pessoas se sustentem, pois, do contrário, provavelmente vão voltar para a miséria. Dar dinheiro por programas compensatórios é apenas a pontinha de um iceberg. Claro que tem sua importância, mas como vamos cuidar do resto?

Leia a entrevista completa na Folha Aqui

quarta-feira, 2 de março de 2011

Bolsa Família, experiências de sucesso e o Banco Mundial





A maneira de introduzir o tema se faz necessário ressaltar que o Brasil não é o único país dentre os emergentes ou da América Latina que tem um programa de Bolsa Família. A idéia que se originou de uma política do Banco mundial tinha como objetivo inicial de romper o ciclo de pobreza que se gera quando existem pais pobres e filhos pobres. Assim, a família recebe uma bolsa por enquanto os filhos frequentam a escola. Dessa forma se romperia o circulo vicioso já que filhos com educação terão futuramente uma situação que gere independência econômica.

Existem vários programas na América Latina. Um dos mais antigos é o programa mexicano, Bolsa oportunidade. Existem outros nomes para identificar os mesmos benefícios, no Chile se chama Chile Solidário.

O diferencial do Programa Bolsa Família mexicano é que ele alcança a crianças até 22 anos, No Brasil, só até 15 e os recursos vão de US$ 11,00 até cerca de US$ 60,00 e na medida em que as crianças progridem na escola, o valor da bolsa aumenta. Isso obriga permanência da criança na Escola

No México também, a bolsa família é maior para crianças mulheres, para evitar que elas sejam retiradas das escolas para trabalhar em casa ou na rua, como acontece muitas vezes na nossa realidade.

Outra característica da bolsa família mexicana é que lá existe uma avaliação externa ao governo, uma consultoria que ajuda a construir uma maior credibilidade  ao programa. 

Pelas críticas que recebe a bolsa família brasileiro da a impressão que o programa existe só no Brasil e que é um mal necessário, muito momentâneo e  só é pago com recursos do orçamento federal.

A bolsa família mexicana também conta com um grande respaldo do Banco Mundial, tão é assim, que recentemente os recursos para esse programa foram aumentados pelo órgão internacional.

Recentemente, o Banco aprovou US$ 1,25 bilhões em financiamento adicional para apoiar o Programa Oportunidades de México, que é um programa de transferências monetárias condicionadas, beneficiando diretamente 5,8 milhão de famílias mais vulneráveis desse país. Vale a pena lembrar que a população mexicana  alcança a cerca de 109 milhões (metade da população brasileira)  e a cobertura do programa bolsa família mexicano alcança a cerca da metade  do bolsa família do Brasil,, que representa uma cobertura de mais de 12 milhões de famílias. 

O financiamento recentemente aprovado complementa um apoio permanente do Banco para o popular programa que fornece dinheiro aos mexicanos pobres para melhorar suas condições de saúde, educação e nutrição, incluindo check-ups médicos regulares, assim como freqüência escolar e matrículas para as crianças, entre outros. Em 2009, o Banco aprovou US$ 1,5 bilhão para apoiar o Oportunidades.

Oportunidades é um programa de longo prazo, que provou que pode ter um efeito benéfico sobre os mais pobres, fazendo um impacto positivo sobre o bem-estar de pessoas e formação de capital humano. O programa tem sido fundamental para a elaboração de políticas públicas do governo mexicano, e nós vamos continuar trabalhando para reduzir os níveis de pobreza extrema, tanto nas zonas rurais quanto nas zonas urbanas“, disse Salvador Escobedo, coordenador nacional Oportunidades.

Com este empréstimo adicional, o Banco pretende financiar os custos associados com a operação do programa, em 2011-2013, expandir suas atividades e melhorar a sua eficácia, melhorando assim os resultados para os beneficiários.

Oportunidades provou ser um programa eficaz e fundamental na luta contra a pobreza, tornando-se um pilar na estratégia do governo para enfrentar a crise. Embora o panorama econômico é positivo, é necessário manter as redes de proteção social, pois representam investimentos em capital humano, fundamental para o desenvolvimento econômico inclusivo e social “, observou o Diretor do Banco Mundial para o México e a Colômbia, Gloria Grandolini.

No México, o programa começou como parte de um amplo esforço para tornar mais eficientes redes de proteção social, substituindo assim os subsídios que não foram concentrados nos grupos mais necessitados. O primeiro empréstimo do Banco Mundial para o Oportunidades foi aprovado em abril de 2009. O programa reduziu as taxas de abandono escolar entre as sextas e sétimas séries e aumentou o uso do serviços preventivos de saúde.

O apoio ao programa está baseado em rigorosas avaliações externas que analisaram resultados concretos em termos de educação e saúde entre as crianças participantes. A continuação do programa, combinado com uma expansão de cobertura, pretende aumentar os níveis de consumo nas famílias mais pobres, bem como reduzir os níveis de pobreza através de investimentos em capital humano.

Sempre que a Presidenta fala sobre importância de programas e estratégias a serem adotadas pelos governos, ela faz menção à importância de resgatar o que existe no Estado da Arte nos nossos vizinhos ou países semelhantes. Este programa do México é um caso interessante a conhecer e a agregar ao novo programa de Bolsa Família do Governo da Presidenta Dilma, e olha que o México é considerado um governo neoliberal por excelência.

Pela dimensão País e pelas necessidades de ressarcir uma dívida histórica do Brasil com sua população mais pobre, o sucesso da bolsa família está sendo garantia pela implantação de uma nova fase, que com certeza atingirá as metas já traçadas pela Presidenta Dilma. A meta de erradicar a pobreza extrema, os mais desvalidos e menos protegido, um desafio que deverá ser alcançado nestes 4 anos do mandato da Presidenta. 

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Plano Regional de Desenvolvimento da Amazônia (PRDA), Pará está fora

O novo Plano Regional de Desenvolvimento da Amazônia (PRDA), que a Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia (Sudam) vem elaborando há três anos e que será submetido à aprovação dos governadores da região na próxima reunião de seu Conselho Deliberativo, deverá contemplar alguma forma de remuneração aos Estados produtores de energia elétrica. Essa remuneração se dará ou por via tributária, mediante emenda constitucional, ou através da criação de algum mecanismo de compensação.

Apesar de defender na reunião, assim como Rondônia, Maranhão e Tocantins, remuneração pela produção e exportação de energia elétrica, o Estado do Pará, pela voz do secretário Sérgio Bacury (Planejamento), rejeitou a versão atual do PRDA, apresentada ontem às equipes de governo dos Estados amazônicos. Segundo Bacury, o plano é “amplo e genérico demais” e precisa ser mais bem detalhado. “No caso do Pará, a nossa estratégia de desenvolvimento sofrerá uma mudança completa, e essas mudanças não estão contempladas no PRDA”.

O secretário de Planejamento citou como exemplo a questão da logística. O Pará, segundo ele, tem potencialidade operacional para quatro ou cinco portos, mas na verdade apenas um (Vila do Conde) vem funcionando de forma eficiente. Enquanto isso, o Estado precisa viabilizar o escoamento da soja que vem do Mato Grosso e também da que está passando pelo Amazonas, sem contar a crescente demanda da cadeia mineral, de granéis sólidos e de carga geral.

A questão se torna ainda mais relevante, conforme frisou, em face dos novos investimentos produtivos que estão chegando ao Pará com empreendimentos de grande porte, como a hidrelétrica de Belo Monte, o polo siderúrgico de Marabá e os novos projetos minerais da Vale na província de Carajás. “Essas novas realidades que se materializam no Estado precisam ser reconhecidas e assimiladas pelo Plano Regional da Sudam”, afirmou o secretário, enfatizando que as peculiaridades locais têm necessariamente interface regional e também nacional.


COMPENSAÇÕES
Além de mudanças na legislação para beneficiar os Estados produtores de energia, o Pará pretende criar também um mecanismo para antecipar a solução de problemas sociais decorrentes da implantação de grandes projetos. O assunto, conforme revelou o secretário, será levado pelo governador Simão Jatene à presidente Dilma Rousseff e aos prefeitos municipais.
 
A proposta, ainda em fase de formatação, deverá ter a característica de uma operação de crédito para adiantamento de receita tributária. A ideia é que, com a antecipação de recursos, a União, o Estado e os municípios se comprometam e possam fazer investimentos em infraestrutura, antecipando-se aos problemas e neutralizando os fatores de indução à exclusão social. “A intenção do governador é viabilizar soluções antes que surjam os problemas. O que se pretende é que o Estado não precise mais esperar que o projeto entre em operação e passe a gerar receitas para só então agir, exatamente quando os problemas já se multiplicaram”, finalizou.

A apresentação do PRDA foi feita ontem, em Belém, aos secretários de Planejamento ou seus representantes dos Estados do Pará, Amapá, Maranhão, Mato Grosso, Acre, Tocantins e Rondônia. Ausentes, apenas os Estados de Roraima e Amazonas.

O superintendente da Sudam, Djalma Mello, destacou que o PRDA em vigor foi aprovado há 15 anos e se encontra completamente defasado. Nesse lapso de tempo, a Sudam foi extinta em 2001, pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso, substituída pela ADA (Agência de Desenvolvimento da Amazônia), e recriada menos de dois anos depois pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no início de seu primeiro mandato, em 2003.

No encontro de ontem ficou decidido que as equipes técnicas de cada Estado deverão consolidar as propostas de ajuste ao Plano de Desenvolvimento para apresentá-las em nova reunião, já programada para o dia 15 de março, novamente em Belém.
Plano coloca redução das desigualdades como meta
A redução das desigualdades regionais e a compatibilização do desenvolvimento sócio-econômico com a conservação ambiental foram colocados como objetos primordiais do PRDA, em texto divulgado pela Sudam.

Com doze programas voltados aos setores de Ciência, tecnologia e inovação, Econegócios e serviços ambientais, Educação, Energia, Exportação, Logística e transportes, Pecuária e agricultura, Pesca e aquicultura, Recursos florestais, Saneamento, Saúde e Turismo; 76 metas de ação e 76 indicadores para gestão e monitoramento, o plano visa promover ações integradas entre os planejamentos dos estados e da União.


DEFINIÇÕES
A próxima reunião do Condel estava programada para o dia 18 de março, em Rio Branco, no Acre, mas pendente de confirmação. Alterações propostas ontem ao PRDA pelos secretários de Planejamento das novas equipes de governo, que assumiram o poder este ano, porém, devem retardar por mais alguns dias o encontro, transferindo-o para o final do mês ou início de abril. O evento vai coincidir com a reunião do Fórum dos Governadores dos Estados da Amazônia, a primeira da atual safra de mandatários eleitos em outubro passado. (Diário do Pará)

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Transferência de renda. Aumentam recursos para extrema pobreza


Uma das mudanças mais significativas que experiementarão os programas sociais do Governo Dilma, está a realização de um programa de copmbate à pobreza extrema. Nessa direção apontam os diversos programas de transferência de renda do novo governo. 

Veja as notícias da imprensa.


O Globo destacou no sábado que já está nos planos do governo ampliar a transferência de renda através do programa Bolsa Família. Num dos cenários em estudo pelo MDS está sendo analisado o aumento do repasse do Bolsa Família em R$14 bilhões por ano. O jornal informou que na última sexta-feira, a ministra Tereza Campello, reuniu-se com a presidenta Dilma Rousseff, que disse querer o plano de erradicação da pobreza pronto até o fim do mês. Revistas noticiaram a redução de R$ 50 bilhões no Orçamento 2011 e dizem que das despesas passíveis de corte, escaparam apenas os programas sociais, como o Bolsa Família, e os investimentos do PAC. E mais: desigualdade social, redução da pobreza, violência sexual, agricultura familiar, merenda escolar, qualificação profissional, distribuição de renda e Bolsa Família.

[Ministra] Bolsa FamíliaO Globo destacou no sábado que depois da promessa de cortar R$50 bilhões do Orçamento de 2011, já está nos planos do governo ampliar a transferência de renda através do programa Bolsa Família. Num dos cenários em estudo pelo MDS como parte do plano de combate à miséria, está sendo analisado o aumento do repasse do Bolsa Família em R$14 bilhões por ano. 

Segundo O Globo, o MDS divulga que o plano vem sendo concebido para funcionar como um tripé: além da transferência de renda, inclusão produtiva e maior acesso a serviços, como educação, saúde, energia elétrica e saneamento básico. O governo também não abre mão de abrir portas de saída para quem já é beneficiário do Bolsa Família.

O jornal registrou que a equipe do governo que discute o assunto está inclinada a adotar o critério de renda familiar. Assim, ganha força a ideia de estabelecer como linha de corte o valor de R$70 mensais por pessoa. O Globo informou que na última sexta-feira, a ministra Tereza Campello, reuniu-se com Dilma Rousseff. 

A presidenta quer o plano pronto até o fim do mês. A ideia é divulgá-lo em março. Em janeiro, Tereza tomou conhecimento de um estudo elaborado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). O texto dizia ser possível erradicar a miséria por meio do Bolsa Família, com o aumento dos benefícios pagos por família e a inclusão de miseráveis que hoje estão de fora. Após conhecer os dados, a ministra e a secretária de Articulação para a Inclusão Produtiva, Ana Fonseca, solicitaram o aprofundamento da pesquisa.

Programas sociais – Revistas noticiaram a redução de R$ 50 bilhões no Orçamento 2011 e dizem que das despesas passíveis de corte, escaparam apenas os programas sociais, como o Bolsa Família, e os investimentos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

Desigualdade social – A revista Época publica entrevista com o pesquisador Richard Wilkinson que diz que a desigualdade social se tornou o foco de seus estudos e tema de vários de seus livros. Em seu último livro, Wilkinson afirma que a desigualdade é o principal problema do mundo e que ela está associada a problemas tão diversos quanto uso de drogas, obesidade e números de presos, homicídios e gravidez na adolescência.

Redução da pobreza – A Folha de S. Paulo publicou, no domingo, artigo de opinião do economista-chefe do Centro de Políticas Sociais e professor da FGV, Marcelo Neri, que diz que nos últimos 17 anos o Brasil passou por sucessivas e cumulativas transformações. 

De acordo com o economista, esse período de desenvolvimento corresponde ao final do governo Itamar e aos dois mandatos de Fernando Henrique e aos dois de Lula. Segundo dados da Pnad, “a pobreza sobe 6,6% entre 1993 e 1994 e cai 16,9% de 1994 a 1995. A maior queda de pobreza ocorrida entre 1993 e 1995, 13,9%, foi sob FHC. A queda de pobreza entre setembro de 2009 e setembro de 2010 foi de 11,82%.

De dezembro de 2009 a dezembro de 2010, a pobreza caiu 16,3%”. Neri informa que pelo cômputo só da Pesquisa Mensal do Emprego (PME), a pobreza cai 50,64% entre dezembro de 2002 e dezembro de 2009. Já na combinação PME/Pnad, a pobreza cai 51,9% na era Lula. “Esse ponto merece ser ressaltado, pois a primeira Meta do Milênio da ONU é reduzir a pobreza 50% em 25 anos (de 1990 a 2015). Ou seja, na métrica da ONU, o Brasil fez 25 anos em oito. Isso já incluindo o aumento de pobreza durante a recessão de 2003, quando resultados mais auspiciosos estavam sendo plantados”, destaca Neri.

Bolsa Família – Na edição de sábado o Correio Braziliense falou  que o corte de R$50 bilhões do Orçamento de 2011, anunciado para reverter a aceleração da inflação este ano, colocou projetos das Forças Armadas sob ameaça. O Correio lembra que o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e as ações sociais estão preservados. Jornal reforça que o governo vai conceder o reajuste dos benefícios do  Bolsa Família de acordo com a inflação do ano passado – sobram R$ 37 bilhões de investimentos passíveis de serem excluídos do Orçamento.  

O Estado de S. Paulo registrou no domingo que o governo brasileiro ainda não conseguiu se livrar da indexação, a correção automática dos preços pela inflação passada. Segundo cálculo do economista Heron do Carmo, presidente do Conselho Regional de Economia (Corecon) de São Paulo, a indexação é responsável por cerca de 15% da inflação dos últimos meses. Jornal esclarece que o governo estuda também uma forma de preservar o poder de compra dos beneficiários do Bolsa Família, pois hoje o valor do reajuste do programa depende de decisão do governo. Também nesse caso, explica o jornal, há risco de se criar uma regra de reajuste pela inflação passada. De acordo com o Estadão, valor das bolsas já foi corrigido, em ocasiões passadas, pela variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), o mesmo utilizado para o salário mínimo e para aposentadorias acima do mínimo. 

O Jornal da Câmara (DF) informa que os programas do governo Lula Luz para Todos, Minha Casa, Minha Vida e o Bolsa Família foram elogiados em Plenário pelo deputado Heleno Silva (PRB-SE). "Nós, os 55 milhões de nordestinos, assistimos em oito anos ao que não vimos em décadas", destacou. De acordo com dados do MDS, citados pelo deputado, 6,5 milhões de famílias nordestinas de um total de 12,8 milhões em todo o país recebem o Bolsa Família. Segundo ele, o programa de transferência de renda enfrenta "a fome, a miséria e o baixíssimo nível de vida das famílias mais pobres de Brasil”.