quarta-feira, 3 de abril de 2013

A economia é burra e o Porta voz oficial do Governo endossa

As verdadeiras razões para as filas nos portos

Melhor rir para não chorar. Agora quem tem a culpa da falta de logística no Brasil, são os produtores de soja, os mesmos que o governo apoia distorcendo o modelo econômico brasileiro. Contribuindo com a desindustrialização e, o que é mais dramático a reprimarização da economia. 

Veja artigo do Zé Dirceu, porta voz da Presidenta Dilma.  

Chamo a atenção para uma notícia importante que ajuda a corrigir análises distorcidas sobre a infraestrutura dos portos brasileiros. A Folha de S.Paulo informa que um dos principais motivos do gargalo verificado recentemente nos portos vem do recorde das exportações de soja e milho.


No primeiro trimestre, essas exportações saltaram 48% em relação ao mesmo período do ano passado, chegando a 12,1 milhões de toneladas.


O volume só não foi maior porque houve queda no ritmo da colheita de soja, que exportou 29% a menos. Mas as vendas externas de milho cresceram 421%, com 7,3 milhões de toneladas.


O milho já ocupa a quarta posição nas receitas com exportações neste ano. Junto com a soja, rendeu US$ 4,5 bilhões neste ano, 25% mais do que no primeiro trimestre de 2012.


O aumento das vendas de açúcar em bruto e refinado também ajudou a congestionar as estradas e os portos. O volume passou de 3,6 milhões de toneladas para 6 milhões de toneladas.


Isso explica as filas e os problemas nos portos, que, mesmo assim, deram conta dessa explosão de exportação. Ou seja, a explicação das filas não está no colapso da infraestrutura e no apagão , como diz a oposição nos seus diferentes porta-vozes: comentaristas de TV, convidados para programas da GloboNews, jornalistas, editoriais, senadores e deputados do PSDB e por aí vamos...

ZÉ Dirceu. Porta voz oficial do Governo Federal. 

terça-feira, 2 de abril de 2013

Economia versus política



Nossa política econômica enfrenta um dilema extremamente sério. Deve elevar, ou não, a taxa de juros real para gerar algum desemprego e, assim, reduzir a perturbadora taxa de inflação, que teima em namorar com o limite superior da meta inflacionária? Por um lado, é claro que se trata de um desequilíbrio entre a oferta e a demanda globais, que poderia ser minorado pela redução da demanda pública. Por outro, não é menos claro que, ainda que estejamos com um baixo grau de desemprego, a economia está crescendo muito pouco e abaixo da sua capacidade.

Isso fala a favor de uma estagnação da produtividade total dos fatores, produzida pelo aparentemente passageiro choque de oferta da agricultura, pelo evidente problema estrutural do mercado de trabalho, pela mudança induzida pela taxa de câmbio no comportamento dos setores industrial e de serviços e pela visível deterioração da infraestrutura que há três décadas esteve abandonada.

Ainda que a relação empírica entre taxa de desemprego e a taxa de inflação seja pouco precisa ela é, em geral, negativa. Isso sugere que a resposta da demanda global e da oferta global ao aumento da taxa de juros real seria no sentido de reduzir as duas, produzindo menor taxa de inflação, menor PIB e maior desemprego.

A política monetária não é independente das consequências sociais

Devido à complexidade do nosso problema inflacionário, à visível volatilidade da economia mundial, à esperança de que o choque de oferta da agricultura seja corrigido pelo menos em parte pela nova safra e diante do enorme custo social da medida, é compreensível a atitude de cautela da autoridade monetária. O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central não pode e não deve apressar-se, mas deve estar preparado para implementá-la. É preciso lembrar que a redução permanente da taxa de inflação no Brasil para limites civilizados está longe de poder ser resolvida apenas pela manipulação da taxa Selic. Exige uma ação coordenada de todo o governo e o suporte de toda a sociedade na redução dos benefícios ilegítimos de que se apropriaram amplos grupos dos setores público e privado.

Estamos vivenciando um problema antigo, que põe em confronto a economia, ou seja, medidas econômicas razoavelmente apoiadas em construções teóricas e pesquisas empíricas, e os problemas do seu custo social, de que cuida a política no sentido geral. Isso se deve ao fato de que a economia é uma disciplina que esconde suas incertezas com letras gregas e apresenta rigor matemático, mas que, no fim e ao cabo, continuam incertezas...

Quando contratamos um competente engenheiro para projetar uma ponte com um dado coeficiente de ignorância, sabemos que ela vai dar conta de sua função despachando o tráfego estimado. O processo termina com sucesso, sem que seja necessário consultar o cimento, a areia, o ferro que conformaram a ponte. Quando a sociedade entrega a política monetária ao mais competente de seus economistas, cujo domínio sobre a disciplina é indisputado, o problema é mais complexo.

As regularidades econômicas não são invariantes no tempo como as leis da física (seu mundo não é ergódico). e os objetos de sua ação não são ponto sem dimensão num espaço topológico. São indivíduos que aprendem, protestam, reagem e no fim, votam! A ponte é uma obra morta e segura. A política monetária é um jogo vivo, dinâmico e sujeito às fraquezas de ambos os atores. Isso sugere que ela não é, e nem pode ser, independente das suas consequências sociais, que são objeto da política em geral e, nos regimes democráticos, da urna, em particular...

Como é evidente, nem a solução proposta por assessores econômicos, que aviam as receitas sem consideração dos seus custos sociais, defendida por economistas que se supõem portadores de uma "ciência monetária", nem as propostas "sociais" sustentadas por mal disfarçada ideologia, que ignoram as relações econômicas (por mais imperfeitas que sejam), podem levar à construção de uma sociedade civilizada e eficiente.

Essa questão acaba de receber a contribuição de dois brilhantes economistas. Eles estão construindo uma compreensão mais abrangente do desenvolvimento econômico e social, incorporando à economia a história, a geografia, a antropologia, a sociologia, a psicologia e a política, em modelos simples e quantificáveis. O último artigo da dupla Daron Acemoglu-James Robinson ("Economics versus Politics: Pitfalls of Policy Advice", Fev., 2013) é rigorosamente imperdível.

O objeto do artigo pode ser resumido na proposição que "a análise econômica deve identificar, teórica e empiricamente, as condições sobre as quais a política e a economia entram em conflito e, então, avaliar as ações da política econômica levando em conta tal conflito, junto com as potenciais reações às quais ela levará".

Como em todos os seus trabalhos, os argumentos são sofisticados e logicamente construídos. Mostram que nem sempre, apesar de ser consenso entre os economistas, "a redução ou remoção das falhas e distorções do mercado deve ser recomendada". Como argumentam no artigo, "essa conclusão é muitas vezes incorreta, porque ignora a política"... e... "reformas econômicas executadas sem um amplo entendimento das suas consequências, em lugar de promover a eficiência, podem reduzi-la significantemente".

Não deixem de ler a convincente análise do papel dos sindicatos (que os economistas consideram uma "falha de mercado" e combatem) na construção do processo democrático.

Bom apetite!

Antonio Delfim Netto é professor emérito da FEA-USP, ex-ministro da Fazenda, Agricultura e Planejamento. Escreve às terças-feiras

E-mail: contatodelfimnetto@terra.com.br

domingo, 31 de março de 2013

Proteína é a nova palavra mágica para os alimentos




Quando a General Mills Inc. quis introduzir duas novas barras de cereais na sua linha de lanches, ela escolheu a mesma palavra para promover as vendas: proteína.

A proteína é a palavra em voga que está ajudando a vender muitos tipos de alimentos. As empresas do setor estão colocando rótulos com mais destaque nas embalagens e adicionando proteína a produtos como bebidas, barras e cereais.


"É uma daquelas raras coisas que têm muitos significados diferentes para muitas pessoas diferentes e todos eles são positivos", diz Barry Calpino, vice-presidente de inovação da Kraft Foods Group Inc.



As mães acreditam que um alimento com proteína dá ao seu filho energia antes da prática do futebol e também a ajuda a perder peso ao fazer com que ela se sinta satisfeita, segundo pesquisas de várias grande companhias alimentícias como Kraft, Kellogg Co e General Mills. Um funcionário de escritório considera um "snack" energizante melhor do que um doce no meio da tarde. Um frequentador de academia o vê como uma forma de ganhar músculos. Todos acham a proteína saudável.


Um rótulo que cita proteína tem um efeito que os pesquisadores chamam de "auréola da saúde" e vai além da simples promessa da proteína. Quando as pessoas vêem a palavra, elas também acreditam que o produto irá fazer com que se sintam mais alimentadas ou dar a elas energia.


Os americanos precisam de mais proteína nas suas dietas? Organizações de saúde, inclusive o Centro de Controle e Prevenção de Doenças, dizem que, na média, os americanos amantes de carne na verdade consomem mais proteína do que o necessário, o que aumenta a ingestão calórica diária. (As diretrizes do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos recomendam que um adulto médio consuma entre 10% e 35% das calorias por meio de proteínas.)


As tendências dos rótulos mudaram rapidamente, perseguindo as últimas novidades de saúde. Em 2010, muitos consumidores estavam sendo cortejados por rótulos de produtos que afirmavam que eles eram livres de xarope de milho rico em frutose, segundo dados da firma de pesquisa de mercado Nielsen. Agora, está aumentando a quantidade de produtos classificados como livres de glúten, de hormônio e de ingredientes geneticamente modificados.


Mas as empresas vêem a farra da proteína como parte de uma tendência maior de consumidores que levam cada vez mais em conta a sua saúde ao escolher seus alimentos.


No início deste ano, a Kraft lançou a mistura Planters Nutrition Sustaining Energy, cujas caixas destacam que cada porção tem 10 gramas de proteína. A companhia também está considerando divulgar a proteína na frente das embalagens dos seus queijos e outros produtos enriquecidos com o composto.


Quando as pessoas comem alimentos que prometem ser uma boa fonte de grãos integrais, fibra ou proteína, "isso faz você se sentir inteligente como consumidor, que você fez algo bom para você mesmo", diz Doug VanDeVelde, vice-presidente de marketing e inovação de alimentos na Kellogg's. Nos próximos meses, a Kellogg's planeja lançar a bebida "Breakfast to Go", promovendo em sua embalagem que consumir 10 gramas de proteína ou 5 gramas de fibra é "agora tão simples como girar uma tampa".

Nas últimas décadas, os consumidores responderam a mensagens como "baixa gordura", "pouco açúcar" e "sem colesterol". Agora, mais da metade dos consumidores estão procurando por mais proteína e fibra para o café da manhã, diz VanDeVelde.

Um produto com a palavra proteína no seu nome não precisa conter uma quantidade mínima de nutrientes, mas todas as descrições das embalagens dos alimentos devem ser verdadeiras, de acordo com as regras da agência reguladora do setor, a Food and Drug Administration.

Se o rótulo diz "boa fonte de proteína", então a FDA determina que o produto tenha ao menos cinco gramas de proteína por porção.


A empresa Silk desenvolveu a bebida "Fruit & Protein" para atrair consumidores em busca de proteína e suco no café da manhã, diz uma porta-voz. O produto, lançado no ano passado, contém cinco gramas de proteína por porção, uma a menos que o leite de soja Silk Original porque o suco dilui o leite de soja, diz Craig Shiesley, diretor de bebidas à base de plantas e para a região do Canadá da marca Silk, que pertence à WhiteWave Foods Co.

Outro efeito dessa auréola de saúde é que os consumidores frequentemente reagem aos rótulos de formas não muito lógicas. Quando vêem rótulos que classificam o produto como orgânico, os consumidores dão a eles outros atributos, menos calorias ou mais valor nutritivo, diz Brian Wansink, professor de comportamento do consumidor e diretor do Laboratório de Alimentos e Marcas da Cornell University, no Estado de Nova York.

A Dole Food Co., maior empresa de frutas e vegetais frescos dos EUA, promoveu por dois anos um estudo para descobrir quais referências à saúde nas embalagens mais agradam aos consumidores. As pessoas querem saber mais do que simplesmente quais vitaminas estão presentes no produto. "É algo como 'que bem isso faz para mim?'", diz Chris Mayhew, vice-presidente de marketing da Dole Fresh Vegetables. No ano passado, a embalagem do couve-flor da Dole passou a conter informações como "vitamina C, que ajuda e retardar o efeito do envelhecimento" junto com sugestões culinárias. Outras grandes preocupações são pele e sistema imunológico saudável, clareza mental, saúde do coração, altos níveis de energia e ossos fortes, afirma a Dole.

Por SARAH NASSAUER



sábado, 30 de março de 2013

Escolas investem em cursos de inovação voltados para gestão

A necessidade de ganhos de produtividade em um cenário de concorrência acirrada e de participação crescente dos países emergentes na economia mundial está levando as empresas a enxergar a necessidade de inovar em caráter permanente, integrar e internacionalizar suas atividades de pesquisa e desenvolvimento - além de adotar mecanismos para controlar e mensurar o processo.

Nesse contexto, as instituições acadêmicas brasileiras têm aumentado a oferta de programas de educação e treinamento voltados para a gestão da inovação.

"Nos últimos anos tem sido grande a demanda nessa área", afirma Ruy Quadros, coordenador do curso de gestão estratégica da inovação, especialização do departamento de política científica e tecnológica da Unicamp. Segundo ele, o objetivo das empresas é fazer mais e melhor em uma área de recursos nem sempre fartos e de resultados incertos.

O programa da Unicamp está em sua sétima turma, sem contar as versões "in company", e tem sido aperfeiçoado para ganhar perfil cada vez mais "mão na massa", como define seu coordenador. "É um curso muito prático, que discute os desafios das empresas na gestão de pesquisa e desenvolvimento (P&D)". Voltado para profissionais com experiência, ele funciona como uma espécie de laboratório, no qual são simuladas, testadas e debatidas questões como custeio à pesquisa, acesso ao financiamento e relacionamento com órgãos de fomento, além da interface com outras áreas, unidades ou empresas. Além de professores especialistas da própria instituição, alguns módulos são ministrados por professores convidados e profissionais de empresas inovadoras.

Na linha oposta, o Coppead, instituto de pós-graduação em administração da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), não tem um curso específico, mas inclui o tema em todos os seus programas de pós-graduação e também na educação executiva. A ideia é tratar inovação como parte integrante e vital da estratégia, diz o professor Roberto Nogueira, responsável pelos cursos. Ele considera essencial a inovação na economia brasileira, "que padece de baixa produtividade, apesar do pleno emprego". Para Nogueira, a inovação precisa se tornar um processo orgânico, caso contrário o núcleo de P&D vai passar a maior parte do tempo tentando vender as novidades para outras áreas da companhia.




Na Fundação Instituto de Administração (FIA) da Universidade de São Paulo (USP), a visão predominante é que a inovação é um dos pilares da competitividade e, portanto, precisa abranger todos os aspectos: tecnologia, modelo de negócio, tratamento de recursos humanos, processos, logística, marketing e outros. "Todos os segmentos têm de estar atentos", diz Isak Kruglianskas, coordenador de MBA da FIA.

A instituição abriu este ano a 21ª turma do MBA Conhecimento, Tecnologia e Inovação, cujo objetivo é capacitar empresas a tomar decisões de inovação dentro de uma visão estratégica. Segundo Kruglianskas, trata-se do curso com público mais diversificado da FIA, que já planeja as primeiras aulas on-line para as próximas turmas.

Faz parte do programa um módulo internacional não obrigatório com a Universidade de Bentley, em Boston. Kruglianskas destaca a atualidade do MBA e sua interação com outras instituições de ensino internacionais, com o Massachusets Institute of Technology (MIT) e a Harvard Business School, além de visitas a empresas de excelência em inovação, como 3M e Embraer.

O Insper, por sua vez, interrompeu seu curso de gestão da inovação no ano passado para reformulá-lo. Ele volta em agosto sob o título de inovação e estratégia e será focada em gestão. "Vamos oferecer as ferramentas necessárias para a implementação de áreas de inovação", explica Rodrigo Amantea, coordenador da área de educação executiva do Insper. "O curso será voltado para organizações que queiram formar profissionais e criar práticas inovadoras em suas culturas".

Segundo Amantea, o programa terá um seminário de dois dias com David Palmer, especialista de Harvard. Da escola americana também serão usados uma série de estudos de caso e o recém-lançado simulador Black Bay. Nele, os alunos são submetidos a "dilemas de tomada de decisão" sobre inovação.

Gestão Estratégica da Inovação é o tema do curso da Fundação Dom Cabral, com foco na discussão de novos métodos de criação de valor pela inovação, exploração da área como estratégia empresarial e implementação de cultura de inovação dentro das companhias. A instituição também oferece esse conteúdo no modelo "in company".

Já a FGV In Company trabalha a formulação de nove propostas de cursos customizados. Um dos grandes desafios é usar a inovação de forma permanente, diz Goret Pereira Paulo, diretora do FGV In Company. "É possível aprender com o fracasso, mas isso não é valorizado pela maioria das empresas. A cultura de acertar sempre é o maior inimigo de um processo de inovação", diz. Em sua opinião, o curso personalizado traz "vantagens significativas" para as organizações, uma vez que é desenvolvido para atender a situações específicas.

Empresas e profissionais dispostos a gastar cerca de R$ 25 mil por seis dias de curso podem recorrer à prestigiada IMD Business School. As aulas são na sede, na Suíça, ou nos Estados Unidos. Voltado para a gestão de inovação e estratégia, o programa se propõe a fazer os alunos a vivenciarem situações que levem à inovação, afirma Bill Fischer, professor de gestão da inovação da IMD. Entre outros temas, o curso aborda gestão eficaz, dinâmica das cadeias de valor, aceleração da comercialização de mercados e ideias inovadoras.
Por Eduardo Belo | Para o Valor, de São Paulo

terça-feira, 26 de março de 2013

Porto de Eike Batista causou salinização da água e do solo, aponta estudo



Por Assis Ribeiro

Do Brasil de Fato

Porto de Eike Batista causou salinização da água e do solo, aponta estudo

As obras de construção do porto do Açu, da empresa LLX, do empresário Eike Batista, causaram a salinização da água doce distribuída para o consumo e irrigação de lavouras no município de São João da Barra (RJ). O estudo foi realizado pelo Laboratório de Ciências Ambientais (LCA) da Universidade Estadual do Norte Fluminense (UENF), entre outubro e dezembro do ano passado.

A Associação de Geógrafos Brasileiros, que acompanha o processo na região desde 2011, constatou, há um mês, o avanço da salinização também nas terras do Açu. O grupo se deparou com depósitos de sal no solo, o que indica ser o início de um processo de desertificação.

Este avanço da salinização das águas e do solo, segundo a associação, decorre das obras do estaleiro que está sendo construído no Complexo Industrial e Portuário do Açu. De acordo com os geógrafos, um canal de 13 km de extensão e com profundidade entre 10,5 e 14,5 metros está sendo escavado, promovendo a penetração de água do mar nos lençóis freáticos e nos solos da região.

A água fornecida aos moradores da região apresenta salinidade entre cinco e sete vezes superior à do rio Paraíba do Sul. Já a água encontrada em área de pasto, na comunidade de Água Preta, possui salinidade semelhante à do mar: 820 vezes maior que a de água doce. Esta água é drenada para o canal Quitingute, utilizada para a irrigação de áreas agricultáveis da Baixada Campista.

De acordo com os geógrafos, na região tem se verificado perda de lavouras e áreas queimadas de pasto sem razões aparentes. O governo do estado, por meio do Instituto Estadual do Ambiente (Inea), e a própria OSX Brasil já reconheceram a existência deste processo.

Diante desse panorama, a Associação de Geógrafos Brasileiros pede a suspensão das obras do Porto do Açu. Solicita ainda que sejam realizados estudos de impacto ambiental mais isentos e aprofundados no qual que seja considerado o conjunto dos impactos que podem decorrer da instalação do porto e do complexo industrial previstos para a região.

sábado, 23 de março de 2013

Royalties da mineração em questão

Com mais de mais de 200 participantes Sedip e Seicom promovem oficina sobre royalties da mineração em Parauapebas


Mesa de abertura com representantes das instituições convidadas e o 
Prefeito de Parauapebas, anfitrião do evento.  
Qual o futuro da mineração no Pará? Mais do que responder a essa pergunta, com interesse na atividade extrativista em si, o Governo do Pará quer saber como a atividade pode colaborar para o aumento da qualidade de vida dos paraenses. Foi com esse intuito que o secretário Especial de Desenvolvimento Econômico e Incentivo à Produção (Sedip), Sidney Rosa, abriu ontem no auditório da prefeitura de Parauapebas a 8ª Oficina Royalties e o Desenvolvimento Regional.

Secretário da SEDIP,  Sidney Rosa palestrando
Promovida pela pasta de Sidney Rosa e executada pela Secretaria de Indústria, Comércio e Mineração (Seicom), a oficina faz parte do processo de participação social para a composição do Plano de Mineração do Estado do Pará. Esse documento vai nortear as políticas pública para a gestão do setor, antecipando-se à revisão do marco legal de exploração mineradora no Brasil, que está sendo reelaborado pelo Governo Federal e será encaminhado ao Congresso Nacional em breve.

Sidney Rosa ressaltou que a população paraense deve ter conhecimentos sólidos sobre a atividade mineradora, dada a sua importância para a economia do estado. “Não importa o quão grande essa atividade é, nós devemos conhecê-la em seus detalhes”, afirmou.

Com a colaboração da Prefeitura Municipal, a oficina foi aberta com a explanação da secretária adjunta da Seicom, Maria Amélia Enriquez, que também é doutora em Desenvolvimento Sustentável pela Universidade de Brasília (UNB) com trabalhos na linha de pesquisa da mineração. Ela explicou os detalhes da nova legislação que tem sido discutida entre os estados e o governo federal. Enriquez, inclusive, trabalhou no Ministério de Minas e Energia durante oito anos, ajudando a construir o plano nacional do setor, que deve ser implantado em breve.
Palestra da Profº Maria Amélia 
Para Enriquez, a correção de algumas distorções na legislação, como a cobrança de royalties em cima do faturamento bruto, pode aumentar em muito os ganhos dos municípios mineradores e diminuir os prejuízos promovidos atualmente pela legislação que desonera as exportações de produtos não industrializados, ajudando assim a impulsionar o desenvolvimento regional. Ela usou o caso de Parauapebas, que arrecada em taxas e contribuições por participação no PIB do estado mais do que Belém, como exemplo. “A grande questão é como esses recursos podem contribuir para a melhoria da qualidade de vida da população e para diversificar a economia. Isso é importante, pois o ciclo do desenvolvimento econômico do minério vai passar e o boom da mineração deve ser aproveitado pela gestão municipal e estadual”, explicou a doutora.

Para falar sobre o assunto, o Governo do Estado levou a Parauapebas o ex-prefeito do município de Congonhas (MG), Anderson Cabido, que é referência no Brasil sobre como a gestão municipal pode contribuir para um melhor aproveitamento dos recursos minerais. Hoje ele é presidente do Instituto de Desenvolvimento de Territórios Mineradores (IDTM), braço social da Associação dos Municípios Mineradores do Brasil (Amib).


Trio dinâmico formado pela Funcionária da SEICOM Marjorie Neves,
Anderson Cabido  (conhecido como Nicolas Cage da mineração)
 e pela Profª Maria Amélia Enríquez Secretária Adjunta da Seicom

Cabido ressaltou a importância da participação comunitária no evento promovido pela Prefeitura e pelo Governo do Estado. Mais de 200 pessoas lotaram o auditório da Prefeitura. Ele ainda ressaltou a qualidade das intervenções e disse que a previsão de esgotamento da reserva de Carajás, prevista hoje para 80 anos de exploração, não deve ser considerado como o prazo para o fim do ciclo minerador no município. Este, ressaltou ele, pode se dar antes do esgotamento da reserva devido a fatores econômicos globais, como a queda do preço do minério no mercado internacional.

“Veja o caso do automóvel, já não existe mais tanto ferro ou aço na composição de um automóvel. O ferro já não é mais tão importante no processo de crescimento urbano em muitos países. Com os avanços técnicos na elaboração de novos materiais e com a tecnologia da engenharia, ele há de deixar de ser no futuro tão importante no mercado. Além disso, há outras reservas no mundo, como na África, onde o acesso aos mercados da Europa e Ásia são mais fáceis”, ressaltou Cabido.

Entre tantas questões importantes levantadas durante o evento, esteve uma suscitada por um administrador de um município vizinho. Ele afirmou que muitos trabalhadores que migram para a região em busca de melhores condições de trabalho acabam se fixando no município vizinho, pois o custo de vida em Parauapebas se tornou muito alto. Porém, ressaltou ele, o município, com todas as suas deficiências, não recebe nenhuma participação nos royalties da mineração em Carajás.

O prefeito Valmir Mariano respondeu que, de acordo com o que disseram os técnicos e gestores convidados ao evento, a intenção é promover o desenvolvimento regional e para isso é importante a criação de consórcios e a atuação das Associações de Municípios, que, juntos, podem elaborar planos conjuntos de desenvolvimento. A fala do prefeito foi ratificada pelo palestrante mineiro Anderson Cabido, que ressaltou, mais uma vez, a importância do processo de governança promovido pelo governo do Estado e município.

A propósito disso, o secretário especial Sidney Rosa, ressaltou, em sua fala final, que a participação da comunidade é fundamental para o sucesso das políticas públicas do Estado. “Muita gente reclama, mas quantas pessoas da comunidade fazem parte do Conselho Municipal de Educação, por exemplo? É preciso ter a nossa parcela de responsabilidade. Não é somente a escola, mas a família. O dever que você faz em casa com seu filho é importante para a educação dele tanto quanto a escola”, disse o secretário.

Uma visão dos participantes que em mais de 200 lotaram o
 auditório do local do evento
O evento contou, ainda, com a participação do diretor de gestão financeira da Vale em Carajás, Gustavo Rios. Ele afirmou que a iniciativa dos governos municipal e estadual vem ao encontro do processo de relacionamento da empresa com a comunidade. E disse que esta participação se faz particularmente necessária no momento em que a crise mundial começa a afetar o faturamento da mesma no mercado internacional. Segundo ele, no ano passado a Vale teve um lucro menor de 13 bilhões de dólares em relação ao ano anterior, graças à crise.

“Em primeiro lugar, a Vale tem a preocupação com o retorno aos seus acionistas, pois sem eles a empresa não existira. Mas temos em igual condição de importância o nosso relacionamento com a comunidade e a minoração dos impactos ambientais e sociais que o processo de mineração pode provocar nos municípios onde ela atua. Por isso nós prestigiamos o evento. Acredito que esse processo de participação deva ser constante”, disse. 

Informações da Secretaria de Minas e Transformação Industria do MME e da Agência de Notícias do Governo do Pará.




sexta-feira, 22 de março de 2013

Terceira via?


O governador de Pernambuco e presidente do PSB, Eduardo Campos,
deve se lançar candidato à Presidência em 2014 
Marcos Alves / O Globo


RECIFE — Uma semana após ter-se reunido, em caráter sigiloso, com o ex-governador de São Paulo, José Serra, o Presidente Nacional do PSB e governador de Pernambuco, Eduardo Campos, afirmou nesta sexta-feira em Recife que tem muitas ideias em comum com o tucano, inclusive algumas maiores do que as mantidas com integrantes da base do governo.


VEJA TAMBÉM
Campos encontra Serra na busca de palanque em São Paulo
Campos busca apoio de empresários e sindicalistas do Sul e Sudeste
Dilma encontrará Eduardo Campos em visita a Pernambuco na próxima semana
Eduardo Campos minimiza pesquisa de opinião sobre governo Dilma
Eduardo Campos é assediado por descontentes da base aliada e empresários

— Temos mais afinidades do que divergências. Serra sempre militou em um campo muito mais próximo do nosso, do que o de muita gente que está conosco, ou que estava conosco na base de sustentação do presidente Lula. Todo mundo sabe disso.

Entre as ideias convergentes com o tucano, ele citou a defesa de melhor distribuição de renda no país, de crescimento econômico mais arrojado e de uma política de inovação que agregue valor às exportações.

O governador deu as declarações ao chegar na Central de Artesanato de Pernambuco, onde presidiu cerimônia de lançamento do livro "Escultores Populares de Pernambuco", que reúne perfis e fotos de 80 artistas da zona da mata, agreste e sertão do estado.

Em busca de uma composição que viabilize um palanque em São Paulo, Campos reuniu-se com Serra na sexta-feira passada, na capital paulista. No encontro, foi discutido, segundo aliados de ambos, o cenário eleitoral do ano que vem, a economia nacional e o papel da oposição no Brasil. A reunião não foi informada ao governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, que tenta uma aproximação de Serra com Aécio Neves, provável candidato do PSDB à Presidência. Na avaliação de tucanos, o líder do PSB quer aproveitar o descontentamento de Serra com o comando do PSDB para obter o apoio de parcela da sigla em São Paulo.

O PSB faz parte da base aliada de Alckmin na Assembleia Legislativa e está à frente de 30 prefeituras em São Paulo, a maior parte delas em composição com o PSDB. O diagnóstico é de que, caso se lance candidato, o governador de Pernambuco precisará de um palanque no estado, que poderá ser o de Gilberto Kassab (PSD), candidato ao governo estadual, e aliado de Serra.

Nos últimos meses, o dirigente do PSB tem articulado cada vez mais encontros com empresários e políticos. No próximo dia 5, por exemplo, falará a prefeitos em Santos, em evento que terá a participação também de Aécio Neves, pré-candidato do PSDB a presidente.

O governador recebe segunda-feira a presidente Dilma Rousseff em Recife, depois de constantes adiamentos. A presidente inaugura obras na região metropolitana e no sertão. A presidente visitará as obras de duplicação da BR-408, em Recife, e a construção do sistema adutor do Pajeú, em Serra Talhada. De lá, a presidente deverá seguir para Durban (África do Sul), onde se reunirão os representantes do grupo de países em desenvolvimento chamado de BRICS (que inclui Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul).

quarta-feira, 20 de março de 2013

Impactos do Espetáculo do Crescimento do 0,9 % do PIB

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes ouviu na tarde de hoje (19) relato da representante da Coordenação Nacional do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), Alexânia Rossato, sobre o aumento de vítimas de exploração sexual em obras de construção de hidrelétricas.

Boate em inauguração em Belo Monte


Alexânia citou uma série de casos aos parlamentares. Segundo a representante, na Barragem Jirau, em Rondônia, foi registrado aliciamento de jovens. “Os estupros chegaram a 392 depois do início da construção das barragens, mais do que dobrou em relação ao período anterior às obras. Em Porto Velho, o índice de estupros aumentou 18%. Depois da chegada dos operários, o número de habitantes subiu de seis para 20 mil. O número de bordéis cresceu e agora disputam espaço com outros tipos de comércio, como farmácias e armazéns”, disse.

De acordo com Alexânia Rossato, há casos de exploração sexual infantojuvenil na Barragem de Barra Grande, na divisa do Rio Grande do Sul com Santa Catarina, e no Pará, onde está sendo construída a Usina de Belo Monte. “Esperamos que todas as denúncias feitas aqui sejam levantadas e apuradas e os criminosos sejam punidos. Contamos com a CPI para desvelar o mal que assola tantos jovens em nosso país, na construção de grandes obras, que farão tão bem para o Brasil. Nossa matriz energética não pode carregar isso junto consigo. Não pode carregar o princípio desse mal”, disse Alexânia.

A deputada federal Érika Kokay (PT-DF), presidenta da CPI, disse que a comissão continuará fazendo audiências e “a partir delas, oferecer mecanismos de proteção às nossas crianças com relação aos impactos provocados pelas grandes obras”. “É inadmissível que nós tenhamos que escutar um relato desse sobre uma coisa que deveria só nos orgulhar, que é a construção de novas hidrelétricas. Não há dúvida de que as grandes obras têm deixado rastro de violação de direitos e o agravamento da violência sexual de crianças e adolescentes”, disse a presidenta.

Em abril, a comissão vai ouvir os representantes das construtoras.

Por: Marcelo Brandão
Fonte: Agência Brasil – EBC
Edição: Carolina Pimentel

Deus é brasileiro pobre e franciscano, mas sua representante no Brasil ostenta luxo e riqueza

Por enquanto no Brasil morrem dezenas de brasileiros afetados pelas enchentes e por falta de politicas públicas habitacionais, em Roma há festa e um grande show turístico dos novos donos da riqueza do Brasil. 

Severas críticas, nesta terça-feira (20/03), foram feitas ao tamanho do aparato logístico levado para a cidade de Roma pela presidente Dilma Rousseff, para acompanhar entronização do Papa Francisco. Em Plenário, em plenário se considerou que o tamanho da comitiva presidencial, que exorbitou nos gastos com diárias de hotel, aluguel de veículos e equipamentos, representaram uma afronta à população brasileira. “Já é mais do que sabido que este é um governo perdulário, que gasta em demasia com ações desnecessárias e estruturas excessivas. 

Mas o espetáculo turístico promovido pelo Palácio do Planalto, para visitar um Papa que se apresenta como amigo dos pobres, não apenas é afrontoso com a população de um País que abriga boa parte da sua população na faixa de pobreza, como também causa inconformismo e indignação”, afirmou um senador. 

A presidente brasileira dispensou a hospedagem no suntuoso prédio da Embaixada do Brasil em Roma, localizada no Palácio Pamphilli. Tem quem lembra que foi o embaixador Hugo Gouthier, nos anos 60, que liderou a negociação e posterior compra do Palácio, localizado na famosa Piazza Navona, na capital italiana. Também foi lembrado que a embaixada, que sofreu os efeitos da deterioração do tempo, teve sua restauração coordenada pela embaixatriz Lúcia Flecha de Lima, na época em que Paulo de Tarso era o embaixador brasileiro na Itália. 

“A memória do Embaixador Hugo Gouthier e a saúde do contribuinte brasileiro teriam sido melhor preservadas se a presidente Dilma optasse pelo Palácio Pamphili”, agregou um político da Casa. A logística utilizada por Dilma em Roma foi detalhada no Plenário. 

De acordo com informações divulgadas pela imprensa, a comitiva presidencial envolveu 52 quartos de hotel e 17 veículos. A frota incluiu sete veículos sedam com motorista, um carro blindado de luxo, quatro vans executivas com capacidade para 15 pessoas cada, um micro-ônibus e um veículo destinado aos seguranças, sem falar de um caminhão-baú e dois furgões para o transporte de bagagens e equipamentos. 

Já o hotel utilizado pela presidente – Westin Excelsior – cobra pela diária de sua suíte presidencial algo em torno de R$ 8.000, e seu apartamento mais barato custa aproximadamente R$ 900,00. Nesse hotel o bloqueio da comitiva brasileira foi de 30 quartos. O tamanho gasto com a viagem representa “uma agressão ao bom senso, à realidade, mas é sobretudo uma agressão à pobreza, que não foi exterminada no Brasil como a propaganda oficial tenta insinuar”, afirmou um outro Senador, destacando, ainda  que os gastos do Brasil para a visita a Roma se chocam com o discurso do novo Papa, voltado para o atendimento aos mais pobres. 

A  repercussão sobre o assunto em jornais internacionais, como o espanhol ABC foi negativa para o Brasil, a repercussão é justificável, dado o tamanho da comitiva. “Dilma levou a Roma uma pequena multidão. Se a presidente reunisse sua numerosa comitiva em frente à Embaixada em Roma, pensariam que ali estaria sendo realizado um comício. Ao que parece, foi uma missão de turismo oficial, um verdadeiro espetáculo turístico em Roma”, concluíram no Senado, políticos de oposição. 

terça-feira, 19 de março de 2013

Eu te amo e até me humilho pela tua causa, mas tu nem aí comigo

Empresa de Eike Batista, MMX prevê plano de investimentos de R$ 2 bilhões em 2013, só que nenhum centavo será investido no Estado do Pará. 

Eike Batista

De nada adiantou a festa que políticos paraenses organizaram no Rio de janeiro para festejar Eliézer Batista, Líder do grupo empresarial, que fez fortuna na Amazônia, aproveitando informação privilegiada que tinha como Ministro de governos brasileiros. A empresa MMX não tem planejado investir no Estado do Pará. 


Veja as matérias do Valor Econômico a seguir. 

MMX prevê plano de investimentos de R$ 2 bilhões em 2013


RIO - O diretor-presidente e diretor de relações com investidores da MMX, Carlos Gonzalez, disse hoje durante conferência com analistas que, apesar de o plano de negócios da empresa estar sendo revisto, a companhia trabalha com o valor de R$ 2 bilhões para o programa de investimentos de 2013.

Leia mais: Prejuízo da mineradora de Eike sobe 40 vezes em 2012

MMX quer exportar 100% da produção até 2014

Ele adiantou que a revisão do plano de negócios deverá ser concluída em 90 dias e reiterou que o foco do projeto da MMX é a entrega do Superporto do Sudeste este ano, melhoria da do desempenho operacional da companhia e consolidar a empresa como operadora portuária prestando serviços a terceiros, como é o caso do contrato que a empresa já tem com a Usiminas. “Vamos usar o porto como negócio e concluir a expansão do projeto Serra Azul”, disse. Gonzalez considera que estes são os grandes desafios da empresa este ano.

O executivo demonstrou preocupação em relação à licença de instalação (LI) da barragem de rejeitos da mina de Serra Azul, porque a liberação de um crédito de R$ 3 bilhões do BNDES para expansão do projeto depende do documento. A avaliação da LI está sendo feita pelos órgãos ambientais de Minas Gerais.

Questionado por analistas sobre a compra de terrenos para a instalação completa da barragem, ele disse que esse procedimento estava sendo feito. De acordo com o executivo, mesmo não tendo 100% dos terrenos comprados, será possível obter a licença de instalação, condicionando o fechamento das comportas e o enchimento do lago da barragem ao recebimento da licença.

Por Vera Saavedra Durão e Luciana Bruno | Valor