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domingo, 9 de agosto de 2015

Frei Betto. Eu fico indignado. Se JD tem tantos milhões na conta, como é que promoveu a vaquinha. Amigos que contribuíram estão sumamente indignados. Se sentem lesados.


'Eu temo que a presidente Dilma renuncie', diz frei Betto









Bruno Poletti - 11.dez.14/Folhapress
No íntimo, eu temo que a presidente Dilma renuncie', diz frei Betto
'No íntimo, eu temo que a presidente Dilma renuncie', diz frei Betto



Amigo da presidente Dilma Rousseff e do ex-presidente Lula, de quem foi assessor especial no início do mandato, Carlos Alberto Libânio Christo, o frei Betto, já admite temer pela renúncia da mandatária, hoje com o recorde de 71% de reprovação no Datafolha.


"A minha pergunta íntima hoje não é o impeachment [...] É se a Dilma, pessoalmente, aguenta três anos pela frente", afirma ele. "Ou ela dá uma mudança de rota [...] ou ela pega a caneta e fala 'vou pra casa, não dou conta'. Eu tenho esse temor", completa.

Embora avalie o período petista como "o melhor da história republicana", o frei dominicano faz severas críticas ao partido –"trocou um projeto de Brasil por um projeto de poder"– e uma distinção especial ao atual mandato de Dilma: "Eu não sei o que de positivo a Dilma fez de janeiro para cá".

Frei Betto diz que está esperando até hoje o PT se manifestar sobre a existência ou inexistência do mensalão.

Com reparos, elogia a Operação Lava Jato, "extremamente positiva", e diz que se sentiu "indignado" com a notícia de que o ex-ministro José Dirceu faturou R$ 39 milhões ao mesmo tempo em que promovia uma vaquinha para pagar a multa da condenação do mensalão.

*

Folha - Estão convocando mais uma manifestação contra Dilma para o dia 16. A principal pauta, ou uma das principais, é o impeachment de Dilma. O que acha?
Frei Betto - Eu acho que manifestação é sinal da democracia. Pena que a esquerda aprenda com a direita algumas coisas ruins que a direita faz. Deveria aprender as coisas boas –as poucas coisas boas– que a direita faz. Como convocar manifestações para domingo, não para o dia de semana, o que a esquerda tem feito [uma outra manifestação, com apoio do PT, deve ocorrer no dia 20, uma quinta]. Dia de semana? Uma burrice. Atrapalhando o trânsito, como naquela música do Chico Buarque. Não tem sentido, né? Faz no domingo, não tem escola, as pessoas podem sair de casa, estão disponíveis. Pena que a esquerda não aprenda com a direita as coisas boas.

E o impeachment?
Olha, a minha pergunta íntima hoje não é o impeachment. Eu acho que democracia brasileira está consolidada, não há motivo para impeachment. A minha pergunta é outra. É se a Dilma, pessoalmente, aguenta três anos pela frente. Eu temo que ela renuncie.

O senhor tem algum sinal disso?
Não. É puramente subjetivo. Mas temo que ela renuncie. Ou ela tem uma mudança de rota ou eu me pergunto se ela vai aguentar o baque psicológico de três anos e meio [pela frente] com menos de 10% de aprovação, com 71% dizendo que o governo é ruim ou péssimo. Isso é um sinal de que você não está agradando nada. Não adianta fazer cara de paisagem. Alguma coisa tem de ser feita. Ou ela dá uma mudança de rota, muda a receita do ajuste etc., ou ela pega a caneta e fala "vou pra casa, não dou conta". Eu tenho esse temor.

Há um relato, publicado anos atrás pelo jornal "Valor", de que no auge da crise do mensalão, em 2005, a Dilma, ministra da Casa Civil, teria sugerido ao Lula que renunciasse.
Eu não acredito nisso. Até porque o Lula saiu com 87% de aprovação.

Depois, né? Naquele instante, quando Duda Mendonça foi à CPI dizer que tinha sido remunerado no exterior com dinheiro de caixa dois do PT, ninguém imaginava que o Lula iria recuperar a popularidade do jeito que recuperou.
É... Se isso é verdade [a sugestão de Dilma para Lula renunciar], reforça o meu receio.

No cenário atual, que combina crise política com estagnação econômica, denúncias de corrupção e baixa popularidade de Dilma, o que mais atormenta o senhor?
O Brasil está vivendo uma notória insatisfação, não só com o governo. Insatisfação com a falta de utopias, de perspectivas históricas, de ideologias libertárias. Desde 2013, quando houve aquela grande manifestação atípica. Porque não houve nenhum partido, nenhuma liderança, nenhum discurso [em junho de 2013]. E foi uma enorme manifestação em que as pessoas protestavam, havia protesto, mas não havia proposta. Isso chamou muito a minha atenção. E quando –isso é até terapêutico– a gente entra em amargura e não vê solução, não vê saída, a gente não consegue equacionar racionalmente o que está vivendo. Não consegue buscar as causas e as perspectivas. Fica tudo no emocional. Eu tenho dito a amigos que a minha geração viveu grandes divergências políticas na ditadura, mesmo entre a esquerda, divisão se siglas de A a Z. Mas o debate era racional. Debatia-se em cima de projetos, programas, perspectivas históricas. Hoje, o debate é emocional. É como briga de casal em que o amor acabou. Equivale a acelerar o carro no atoleiro de lama: quanto mais acelera, mais se afunda na lama. Estamos vivendo isso.

E o governo?
O governo, que eu considero o melhor de nossa história republicana –os dois do Lula e o primeiro da Dilma– teve grandes méritos, como a inclusão econômica de 45 milhões de brasileiros; e teve grandes equívocos, como a não inclusão política. Ao contrário do que a Europa fez no começo do século 20, o governo do PT propiciou, ao conjunto da população brasileira, acesso aos bens pessoais, quando deveria ter iniciado pelo acesso aos bens sociais. A metáfora que utilizo é o barraco da favela. Ali dentro a família tem computador, celular, toda a linha branca, fogão, geladeira, micro-ondas, e, no pé do morro, tem um carrinho, devido à facilidade do crédito. Mas a família está na favela. Não tem saneamento, não tem moradia, não tem transporte, não tem saúde, não tem educação, não tem segurança. Resultado: criou-se uma nação de consumistas, não de cidadãos.

O senhor falou em melhor governo da história republicana e mencionou os dois mandatos do Lula e o primeiro da Dilma. E o segundo da Dilma?
Esse segundo, até agora, eu não tenho nenhuma notícia boa para dar. Eu não sei o que de positivo a Dilma fez de janeiro para cá. Gostaria que alguém dissesse. O ajuste é necessário? É necessário. Mas o ônus é só sobre o trabalhador. E fica a dúvida se vai dar certo. É um país com um mercado interno fantástico, mas que mantém a síndrome colonial de que a gente tem de ser exportador de matéria prima, que deram o nome agora de commodities. Equívocos. E o governo terceirizou a política para a troica do PMDB –Temer, Cunha e Renan– e terceirizou a economia nas mãos de um economista, o Joaquim Levy, notoriamente um eleitor do Aécio Neves. Realmente fica difícil de acreditar que esse é um projeto do PT. Nunca fui militante do partido, devo dizer isso. Também não sou fundador, como alguns dizem por aí. Sempre fui eleitor. Mas nas últimas eleições eu tenho dividido meu voto entre PT e PSOL.

O governo Lula foi um dos mais populares da história, e Dilma foi reeleita há menos de um ano. Por que o humor mudou?
Agora as pessoas estão com muita raiva porque não podem mais viajar de avião como estavam viajando; comprar ou alugar um melhor domicílio, como estavam fazendo; adquirir crédito sem juros altos; ir à feira com R$ 20 e voltar com a sacola cheia. Então a falha foi de quem? Na minha opinião, a falha foi do governo que tinha a faca e o queijo na mão para poder realizar aquele projeto mais original do PT, que era organizar a classe trabalhadora. Leia-se: dar uma consistência política à nação brasileira, principalmente às novas gerações. Isso não aconteceu.

Por que, na sua interpretação, as coisas sob o PT se desenvolveram dessa forma, a opção pela promoção do consumo, e não da outra?
Porque o PT perdeu o horizonte histórico. O horizonte que ele tinha nos seus documentos originários. De transformação, de realizar as reformas relevantes.

Mas em que instante isso se perdeu?
Ah, no momento em que chegou ao poder. Foi quando ele trocou um projeto de Brasil por um projeto de poder. Manter-se no poder passou a ser mais importante do que realizar as reformas importantes e necessárias para o país. Como a reforma agrária, a tributária, a educacional, a sanitária etc. Em 12 anos, a única reforma que nós temos é a anti-reforma política do Eduardo Cunha (atual presidente da Câmara).

Por quê o PT não fez essas reformas?
É porque tinha medo de perder aliados, não soube assegurar a governabilidade pelo andar de baixo. Procurou assegurar pelo andar de cima. Se tivesse seguido o exemplo do Evo Morales (presidente da Bolívia), que hoje tem 80% de aprovação, é o segundo presidente mais aprovado da América Latina, depois do presidente da República Dominicana. No início ele não tinha apoio nem do mercado nem do Congresso; buscou assegurar a governabilidade por meio dos movimentos sociais. Hoje ele tem apoio dos três.

Teve medo de adotar esse caminho?
Foi uma estratégia equivocada de se manter no poder. "Vamos fazer aliança com quem tem poder, nós estamos no governo". Uma coisa é estar no governo, outra é estar no poder. Isso deu certo por um tempo. Só que há uma questão aí de classe que é arraigada na estrutura social brasileira. E de repente os setores conservadores, vendo que não há proposta, vendo que não há perspectiva histórica, resolveram avanças. É este instante. Até o Lula foi vítima agora. Não de um atentado político. Mas de um atentado terrorista. Isso [uma bomba lançada no Instituto Lula dias atrás] é um atentado terrorista. Jogar uma bomba em cima de um domicílio que está carregado de simbolismo político é um atentado terrorista. Se isso estivesse acontecido na sede do partido Democrata dos Estados Unidos –ou no escritório do Bill Clinton (ex-presidente dos EUA), uma boa comparação– no dia seguinte o mundo inteiro estaria dizendo: "Bill Clinton sofre atentado terrorista". Evidente que a imprensa brasileira não quis dar destaque, uma certa imprensa. Por um lado alguns chegaram a insinuar que o próprio PT teria feito essa bomba para tentar vitimizar o Lula e o partido. O mais grave é isso. Não se deu o devido destaque talvez porque não interessa. Só interessa que o Lula venha a aparecer como o acusado da Lava Jato, não como vítima de um atentado terrorista.

O senhor é amigo do Lula, tem essa relação histórica. Virou alvo de hostilidades?
Uma coincidência. Eu fiz dois lançamento de livro na última semana, um no Rio, na segunda, e outro em Belo Horizonte, na terça. Nos dois o pessoal da direita foi lá para perturbar.

O que fizeram?
No Rio foi um oficial de corveta da Marinha, segundo ele, dizer que estava me levando um abraço do Olavo de Carvalho. Eu disse: "Abraço de urso, pode devolver". Olavo de Carvalho considera a Rede Globo comunista; o papa Francisco, então, não é nem comunista para ele, é a encarnação do diabo. E no fim o cara já estava dizendo "ah, você é um frade de araque". Aí eu falei que não admitia, falei "ponha-se para fora daqui". Então os amigos, as amigas principalmente, enxotaram o cara. Em Belo Horizonte foi o pessoal do movimento patriota, com cartazes anti-comunistas e um livro pesadão chamado "O livro negro do comunismo". Foram para aprontar, mas ali também a turma, meus amigos de lá, intervieram e eles não conseguiram fazer.

Ex-ministros foram xingados em restaurantes também...
Exatamente. Estamos vivendo uma onda raivosa. É por falta de consciência política da nação, de conscientização. Os partidos viraram partidos de aluguel, a política se mediocrizou e a Lava Jato está expondo os poderes de como se move o poder no Brasil, entre as benesses políticas e as conquistas econômicas.

O senhor disse que o PT, ao chegar ao poder, não seguiu o que diziam seus textos originais. O senhor classifica isso como uma traição?
Não. Não é traição.

Não?
Não. Eu considero isso um desvio de rota.

O senhor disse que não aplicou os textos originais.
Sim, é isso que eu falei. Mas traição, para mim, é outra coisa, é uma palavra que tem um peso muito grande, não se adequa ao que estou dizendo, ao meu discurso. O que considero é que houve um desvio de rota. Trocou-se o projeto de Brasil, uma mudança de estrutura. Trocou-se a reforma agrária e outras, que eram consideradas prioritárias, por um projeto de preservação no poder. Aquilo que o próprio Lula chegou a dizer na reunião com religiosos. Eu não estava nesse reunião. Ele disse: "o PT só pensa em cargos". Ele disse a mesma coisa, mas em outras palavras. Isso eu analisei em dois livros, "A mosca azul" e "O calendário do poder". Foi o meu balanço.

E o que seria uma traição?
Eu não sei porque você está falando em traição.

Ué, o senhor disse que não considera uma traição. No seu entender, o que configuraria uma traição?
Traição seria se o PT tivesse... chamado o FMI para administrar o Brasil. Sei lá. Se tivesse priorizado as relações com os Estados Unidos. Se tivesse deixado de fazer a Comissão da Verdade.

Eu li recentemente que o senhor teve uma conversa longa com o Lula...
Sou amigo do Lula, sou amigo da Dilma.

Sim, mas o senhor colocou para eles desse jeito?
Claro, desse jeito. Eu coloco publicamente. Eu fui lá conversar com a Dilma em 26 de novembro, com Leonardo Boff e outros. Entregamos um texto nas mãos dela. Ficamos 1 hora e 10 minutos. Estava ela e [Aloizio] Mercadante (ministro da Casa Civil).

E como eles reagem a esse tipo de crítica?
Eles aceitam. Agradecem: "obrigado por vocês terem vindo aqui, vamos ver se podem voltar em seis meses para conversar". Mas fica nisso. E depois fazem tudo diferente. Sabe? O que você quer que eu faça? Deite e chore? Foi uma conversa ótima. Aí ela aceitou tudo aquilo, a gente falando da importância de reforma agrária, de quilombos, de povos indígenas, o papel da mulher, programas sociais, não poder fazer cortes em setores como educação e saúde. Aí respondem tudo: "é, é isso mesmo, também estou pensando..." E está lá. O texto está lá, tenho decorado na minha cabeça. Eu tenho uma boa relação com os dois [Dilma e Lula]. Eu falo tudo. Eles aceitam. O Lula também. Às vezes fala que a culpa de não é dele, a culpa é não seu de quem, é do partido, é da Dilma, é da conjuntura; e aí também fala "mas a gente também fez...".

E continua tudo igual?
Eu tenho uma vantagem que é seguinte: eu sou um um sujeito que tem poucas vaidades. Uma delas é ambição zero. Aliás eu lembrei isso pro Lula. Eu falei: "Lula, você me conheceu em 1979, o padrão de vida que eu tinha é o padrão de vida que eu tenho. Eu moro no mesmo quartinho no convento, se você quiser eu te mostro, moro no mesmo lugar, tenho o mesmo carro Volkswagem, enfim, não mudei nada. Agora, eu fico espantado com companheiros que a gente conheceu lá atrás e que hoje tem um... sabe?". Então teve um descolamento da base. O PT perdeu os três grandes capitais que ele tinha. Que eram ser o partido dos pobres organizados –porque hoje ele tem eleitores, não tem militantes, ele tem de pagar rapazes e moças desocupadas para segurar bandeirinha na esquina, quando tinha uma militância aguerrida voluntária. Perdeu esse capital. O segundo capital que ele perdeu é o de ser o partido da ética. Não é? A ideia do "não seremos como os demais". E o terceiro capital era o de ser o partido da mudança da estrutura do Brasil. Não fez nenhuma mudança estrutural. Fez muita coisa? Fez. Programas sociais; Bolsa Família, embora eu discorde –o Fome Zero era emancipatório, foi trocado pelo Bolsa Família, compensatório–; programas da educação; cota; Fies; uma série de coisas excelentes. Política externa nota 10, na minha opinião, mas sem sustentabilidade.

E meio ambiente?
Ah, aí faltou muito. Aí eu dou nota... seis. Defesa da Amazônia, não trabalhou suficientemente na questão do meio ambiente.

O senhor falou desse espanto da mudança dos ex-companheiros. Como vê, especificamente, o caso do ex-ministro José Dirceu?
Eu acho um abuso você prender um preso. O cara estava preso, mandaram prender novamente. Não precisava. Aquela coisa: transfere, Polícia Federal, televisão. Eu acho isso um abuso de autoridade. Embora eu ache a Lava Jato extremamente positiva –era preciso vir uma apuração da corrupção no Brasil séria como tem sido feita–, tem coisas que me desagradam. O partido mais envolvido é o PP. Mas parece, na opinião pública, que é só o PT. Segundo: por que é que vazam todos os conteúdos em relação ao PT e porque é que vazam exclusivamente para a revista "Veja"? É chamar a gente de idiota. Ou seja: há uma operação política por trás, de abuso desse processo. Que é um processo sério de apuração da corrupção no Brasil.

Mas e o caso específico do José Dirceu?
Eu nunca me pronunciei, você não vai encontrar uma palavra minha em entrevistas, nos artigos, dizendo se houve ou se não houve mensalão. Eu estou esperando o PT se posicionar. Se houve ou se não houve. E fico indignado pelo fato de o partido não se posicionar. E não se posicionar diante de uma figura tão importante do partido como ele [Dirceu]. Então não tenho meios de julgamento. Que eu sei que há corrupção na política brasileira, sei. Mas eu não tenho provas. Eu saí do governo sem perceber se havia mensalão. Saí em dezembro de 2004, o mensalão apareceu em maio de 2005. Várias pessoas me perguntaram: "você tinha algum indício?" Nenhum. Não vi nenhum indício.

Um aspecto que chamou a atenção é que o José Dirceu faturou R$ 39 milhões com a sua consultoria, parte disso no instante em que estava preso, foi um argumento para essa nova prisão, mas coincide também com aquela vaquinha para pagar a multa do mensalão.
Pois é. Eu fico indignado. Se é verdade que ele tem tantos milhões na conta, eu não posso entender como é que ele promoveu a vaquinha. Aliás, tenho amigos que contribuíram com a vaquinha. Estão sumamente indignados. Eles se sentem lesados.

O ex-presidente Lula já falou criticamente sobre o afastamento entre o PT e os movimentos sociais. Por que ocorreu isso?
Ocorre no momento em que o PT faz a opção da "Carta ao Povo Brasileiro", no primeiro governo do Lula. Era uma carta aos banqueiros e empresários. Ali ficou sinalizado: "queremos assegurar a governabilidade via elite, não via a nossas origens, que são os movimentos sociais". Aí cria-se o Conselhão, para o qual são chamados líderes dos movimentos sociais. Acontece que só o empresariado tinha voz e vez ali dentro. E aos poucos esses líderes [dos movimento sociais] foram todos deixando. E depois o Conselhão, que era um conselho de consulta e debate, passou a ser um mero auditório de anuência dos anúncios da Presidência. E hoje ele sequer existe. Ou seja, esse diálogo mínimo com a sociedade civil... É o que a Dilma deveria fazer. Ela deveria criar um conselho político. Porque isso não é um gesto de extrapolação. Está previsto na Constituição de 1988, está normalizado isso. O Lula fez. Não como deveria. Deveria ter sido mais democrático, o pessoal dos movimentos sociais deveria ter mais espaço, mas ele fez. Nessa crise, não adianta a Dilma passar a mão na cabeça do Temer. Ela tinha que ouvir a sociedade. Tem de sair do palácio, sair da toca.

Perde contato com a realidade?
Outro dia eu fui para Irati, no Paraná, 14º encontro de agroecologia. Eram 4.000 pequenos agricultores do Brasil. A Dilma ia. A Dilma não foi. Ela não tem ideia do que ela perdeu ali. Lá, quando eu cheguei, dizia-se que era o mau tempo. Não é verdade porque o Patrus (Ananias) foi. Então se o jatinho da FAB do ministro desceu, o jatão da presidenta poderia descer. Mas não importa. Não foi. Então ela tem de sair da toca, dar a volta por cima. Ela está acuada. Não encara a nação, não vai nos movimentos sociais.

Medo de ser vaiada?
Não pode ter medo. Uma figura pública, medo de nada. Tem de ir, se expor. Não tem como. Você é uma pessoa pública. O Lula promoveu não sei quantos daqueles conselhos nacionais de saúde, de educação. Era hora da Dilma fazer isso. Está aí o PNE, o Plano Nacional de Educação. Era para ter um debate sobre a implantação do PNE. No entanto, a notícia que a gente recebe é de cortes na educação. Ainda mais usando o lema que ela achou, "pátria educadora". Isso tudo explica porque é tão baixa a aprovação dela.

O senhor é religioso. Que avaliação faz do avanço eleitoral e, principalmente, do comportamento da bancada evangélica no Congresso?
Penso que está sendo chocado o ovo da serpente. Uma das conquistas da modernidade, importantíssima, é a laicização do Estado e dos partidos. Essa bancada está querendo confessionalizar a política. Explico: eu sou padre ou pastor de uma igreja que considera pecado o cigarro e a bebida alcoólica; e tenho a veleidade que toda a população nem tome bebida alcoólica nem fume. Eu só tenho dois caminhos. O primeiro é converter toda a população à minha igreja; isso é impossível. Mas o segundo é possível: eu chegar ao poder e transformar o preceito da minha igreja em lei civil. Como aconteceu nos EUA nos anos 20. E eu temo que o projeto deles seja esse, de confessionalização da política. Uma forma de fundamentalismo tupiniquim, altamente perigoso.

Exemplo?
Isso vai se manifestar agora no debate sobre ensino religioso. Minha postura é simples: colégio religioso tem de ensinar religião da entidade mantenedora, se é católico, judeu ou protestante. Bom, tem muito colégio religioso que é mera empresa escolar. Aliás, os políticos mais corruptos do Brasil saíram todos de colégios religiosos. É de se pensar: que diabo andaram fazendo, que evangelização era essa? Mas, voltando, no ensino público ou no particular laico, tem de ter o ensino das religiões. Ou você pega o professor de história, que é qualificado para isso, ou você chama o padre para falar do catolicismo, o pastor para falar do protestantismo, o médium para falar do espiritismo, o pai de santo para falar do candomblé. Mas não dá para pedir para o padre contar o que é o espiritismo, porque aí vai ter preconceito. O que eles estão propondo aí é transformar os colégios em caixa de ressonância de pregações fundamentalistas, tipo criacionismo contra o evolucionismo. Isso é danoso à nossa cultura, à nossa história, à nossa religiosidade.

E, na sua avaliação, porque os evangélicos cresceram eleitoralmente?
Para entender isso é preciso recorrer a um livro do início da modernidade, fim da Idade Média, chamado "Discurso da Servidão Voluntária" (Etienne de la Boëtie, 1530-1536). Mostra como é que a cabeça de associação de pessoas é feita, de maneira que elas perdem totalmente a consciência, o livre arbítrio, e se tornam cordeirinhos de qualquer um que queira manipulá-las. É isso. Muitas igrejas transformam seus fieis em cordeirinhos que, ameaçados pela teologia do medo, acabam seguindo a voz do pastor naquilo que ele dita.

Nas últimas décadas, igrejas evangélicas tiraram, efetivamente, muitos seguidores da Igreja Católica. Basta ver o Censo. É notável também que, de maneira geral, o evangélico parece hoje bem mais militante que o católico. É praticante. Qual é a sua explicação para esse fenômeno?
Aí são dois fatores. Estudos estão mostrando isso: quando havia Comunidades Eclesiais de Base havia menos evasão para as igrejas evangélicas. Acontece que o papa João Paulo 2º e depois o papa Bento 16 fragilizaram as CEBs. Então hoje, o porteiro do prédio daqui da esquina, a cozinheira da vizinha, a faxineira, elas não se sentem bem na Igreja Católica. Se sentiriam nas Comunidades Eclesiais de Base, mas elas foram desmobilizadas pela própria igreja, com medo se ser Teologia da Libertação, influência marxista, progressista. Agora, com o papa Francisco, elas estão renascendo.

Estão mesmo? Há sinais disso?
Estão. Teve um sinal bom em 2014, em janeiro, quando teve o 14º encontro das CEBs em Juazeiro do Norte, eu estava lá, e o papa mandou um documento saudando, foi muito importante. E apareceram 73 bispos. Há muito tempo não apareciam tantos. Porque aí elas estavam no sinal amarelo –elas nunca foram condenadas–, mas estavam no sinal amarelo e agora passou para o verde. Agora, ainda você não tem o corpo, como tinha nos anos 70 e 80, de bispos que invistam nisso. Ainda não tem. Os bispos que temos aí ainda são todos os pontificado anterior: 36 anos de João Paulo 2º e Ratzinger. A segunda razão é aquilo que o papa Francisco denunciou na Jornada Mundial da Juventude. Houve uma burocratização da fé. Uso a seguinte imagem: Se você for às 3h da madrugada numa igreja evangélica, você é acolhido, tem alguém lá para te atender. Se você for às 3h da tarde numa católica, está fechada, tem uma grade, o padre não se encontra e não tem nenhum leigo autorizado, como tem nas evangélicas, para te orientar e te acolher. Não dá para competir. Eles sabem fazer um trabalho personalizado. Olha os cinemas que se transformam em templos. Sabe como eu chamo isso? A boca canibal de Deus. Né? Está ali na calçada; é só passar e ser sugado (risos). Na igreja Católica, não. São distantes. Como é que uma igreja evangélica começa? O pastor vai lá e aluga uma salinha de escritório. Põe lá uma dúzia de cadeiras, uma mesa e pronto, vira um mini-templo. E aí vai crescendo, porque o dinheiro entra. A igreja Católica deveria aprender muita coisa boa com as evangélicas.

sábado, 6 de junho de 2015

PT impôs ao Brasil o padrão Fifa da corrupção, diz Roberto Jefferson


Dez anos depois de denunciar o mensalão à Folha, o ex-deputado Roberto Jefferson, 61, afirma que o PT implantou o "padrão Fifa de corrupção" e que o dinheiro das estatais continua a financiar as campanhas no país.






O petebista deixou a cadeia há três semanas. Cumpre prisão domiciliar em um condomínio de alto padrão na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio, onde já viveram os ex-craques Romário e Ronaldo.

A entrevista foi autorizada pelo juiz Eduardo Oberg, titular da Vara de Execuções Penais do Rio. Leia a seguir os principais trechos.

*

Folha - Por que o sr. decidiu denunciar o mensalão?
Roberto Jefferson - Decidi dar a entrevista porque tinha sido vítima de uma matéria que deflagrou o processo da minha cassação. Aparecia um funcionário dos Correios, Maurício Marinho, recebendo R$ 3 mil e dizendo que era para o PTB. Era uma pessoa com quem eu não tinha nenhuma relação.
Virei o grande vilão nacional por R$ 3 mil. A matéria foi feita por encomenda da Casa Civil [então chefiada por José Dirceu]. Nós identificamos imediatamente de onde veio.

O governo tentou algum acordo para silenciá-lo?
Quando eu estava sob tiroteio, vai à minha casa o líder do governo, o [Arlindo] Chinaglia, e propõe um acordo. "Roberto, você renuncia à presidência do PTB, o governo designa um delegado ferrabrás para o processo, ele arquiva e tudo se acerta".
Eu disse: "Não aceito. Eu entrei pela porta da frente e vou sair pela porta da frente. Só que eu vou carregar um bocado de caras comigo. Vocês não vão me ver de joelhos, eu vou enfrentar vocês".
[Chinaglia nega o relato.]

Dez anos depois, o PT diz que não se comprovou o pagamento de mesada a deputados.
Havia mesada. A Lava Jato agora clareou isso. Por respeito à decisão do ministro [Luis Roberto] Barroso, eu só posso falar do passado. Mas o [Alberto] Youssef fazia pagamento mensal para vários deputados de partidos da base. Era aquilo que havia na época. As malas chegavam com R$ 30 mil, R$ 60 mil, R$ 50 mil. Não se comprovou porque não fotografaram.

Por que o sr. não aceita ser chamado de delator?
Isso me deixa chateado. Delator é quem está dentro. Eu não deixei o PTB entrar no mensalão, não aluguei minha bancada. Quando o juiz me propôs a delação premiada, respondi: "Excelência, delação premiada é conversa de canalha. Quem faz delação premiada é canalha".

O sr. afirmou que Lula era inocente. Mantém essa versão?
Eu avisei o presidente [sobre o mensalão]. A reação dele à época me deu a impressão de que ele não soubesse. Quero crer que ele não sabia.

Seu advogado disse ao STF que Lula chefiou o esquema.
Aí foi a liberdade do advogado. Eu dizia: "Para de bater no Lula, pelo amor de Deus. Você tá contrariando o que eu disse, tá me deixando de mentiroso". Foi quando ele renunciou [à defesa].
Ele é convencido de que o Lula tem culpa, de que não se faria uma coisa dessa envergadura sem o presidente saber. Ele é meu amigo, é um grande advogado, mas não obedece o cliente (risos).

Qual a maior consequência de sua denúncia para o país?
Caiu aquele véu que havia sobre o PT, de partido ético, moralista. O PT posava de corregedor moral da pátria. Ali caiu a máscara. O PT a vida inteira deblaterou contra os adversários, mas "blatterou" a prática política padrão Fifa. O PT impôs ao país o padrão Fifa da corrupção.

Dirceu era cotado para suceder Lula. Considera que mudou a história do país?
O Dirceu saiu da fila. Se fosse ele o presidente, nós já estaríamos vivendo aqui a Venezuela. A Dilma é o Maduro (risos). O Chávez é o Dirceu. Com ele, teria cerceamento das liberdades democráticas, perseguição à imprensa livre, cadeia para opositor. Não ia ter papel higiênico.

O que o levou a aparecer na CPI com o olho roxo?
Foi por causa de uma discussão com a [ex-deputada] Laura Carneiro sobre o Lupicínio Rodrigues e a música 'Nervos de aço'. Ela dizia que era de outro autor. Eu fui pegar o CD. Era uma daquelas estantes antigas, estava solta da parede. Quando fui me apoiar, o móvel veio.
Parecia que eu tinha apanhado. Essa história não adianta [repetir]. Nem minha mãe acreditou. Se mamãe não acreditou, como é que as pessoas vão acreditar?

O sr. foi condenado por receber R$ 4 milhões do PT. O que fez com o dinheiro?
Foi gasto nas eleições municipais do PTB em 2004, em campanhas de prefeito no Rio, em Minas, São Paulo. Isso ficou no passado. O partido no poder é que tem dinheiro para fazer eleição. O pequeno não tem, ele recebe o repasse do grande.

Quem fez o acordo no PT?
O Dirceu, na Casa Civil. Fechamos ali naquele prédio da Varig [em Brasília]. Financiamento de R$ 20 milhões à eleição do PTB, em cinco parcelas de R$ 4 milhões. Esse acordo não foi cumprido, só foi paga a primeira parcela. Foi um desastre para o PTB.

Há quem acredite que esse é o verdadeiro motivo de sua briga com Dirceu e o PT.
Se mamãe não acreditou que a estante caiu em mim, não quero convencer ninguém. É minha versão. Quem não acredita, paciência.

O sr. também foi acusado de usar órgãos do governo, como o Instituto de Resseguros do Brasil, para financiar o PTB.
O Lídio Duarte nos procurou para ter aval para ser presidente do IRB, fez um acordo conosco. Ele colocaria cinco brokers, operadores de mercado, recebendo R$ 60 mil de cada um. Conseguiria fazer um caixa de R$ 300 mil para ajudar o partido. Coisa que ele nunca cumpriu.

Era dinheiro de caixa dois?
Sim.

Isso é diferente do que foi descoberto no petrolão?
Não é diferente. Infelizmente, as estatais são braços partidários. As empresas públicas ainda funcionam no financiamento dos partidos. O cara briga para fazer diretor da Petrobras. É para fazer obra positiva, a favor do povo? Não existe isso.
As estatais são as grandes promotoras da infraestrutura do país. Elas é que são fortes. Não tem empresa privada no Brasil. E tem as paraestatais, que são as empreiteiras. Funcionam em função do governo.

O que acha da proposta de financiamento público?
O Brasil não tem financiamento privado. O financiamento é público de segunda linha, mas é. Quem financia campanha no Brasil são as empresas que têm grandes contratos com BNDES, Banco do Brasil, Petrobras.
Eu acho uma graça isso: "Temos que acabar com o financiamento privado". Não tem financiamento privado, é estatal. Os empreiteiros não são privados, são braços das estatais. É aí que está o caixa de toda eleição.

Então não seria melhor proibir as doações?
Se proibir o financiamento privado, vai tirar dinheiro da saúde, do transporte e da educação para fazer campanha. É um absurdo. O político vai ser linchado na rua. E proibido o financiamento privado, você dificilmente derrotará o partido oficial.

Depois de ser cassado e preso, o sr. se arrepende por ter denunciado o mensalão?
Eu sabia o que ia acontecer e estava preparado. Não tenho nenhum arrependimento. Zero. Só não gostaria de fazer de novo, de sofrer isso tudo outra vez.

quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Pergunta que não quer calar


Por que somente os homens e não as mulheres no caso do Mensalão estão sendo beneficiados com flexibilidade de penas? Veja o caso do Genoino, Dirceu Delúbio Soares, todos eles vão ficar praticamente em Liberdade, menos as mulheres. O caso do Deputado Roberto Jefferson é de uma perversidade sem limites, parece que foi ordem do próprio Dirceu, se sugere colocar uma tornozeleira eléctrica para ele ficar em arresto domiciliar, por que só ele e o José Genoiono e Delúbio Soares?.
Segue matéria sobre o caso.
  

O Liberal. 

quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Esqueceram do cara

A pergunta que não quer calar, Por que Maluf não está preso? ele também roubou e se enriqueceu com dinheiro público e ninguém abre a boca para lembrar aos Senhores juízes que está faltando um mais na cadeia. Já imaginou Dirceu e Maluf, dividindo um quarto no xadrez?

Blog do Cabana. 

quarta-feira, 3 de abril de 2013

A economia é burra e o Porta voz oficial do Governo endossa

As verdadeiras razões para as filas nos portos

Melhor rir para não chorar. Agora quem tem a culpa da falta de logística no Brasil, são os produtores de soja, os mesmos que o governo apoia distorcendo o modelo econômico brasileiro. Contribuindo com a desindustrialização e, o que é mais dramático a reprimarização da economia. 

Veja artigo do Zé Dirceu, porta voz da Presidenta Dilma.  

Chamo a atenção para uma notícia importante que ajuda a corrigir análises distorcidas sobre a infraestrutura dos portos brasileiros. A Folha de S.Paulo informa que um dos principais motivos do gargalo verificado recentemente nos portos vem do recorde das exportações de soja e milho.


No primeiro trimestre, essas exportações saltaram 48% em relação ao mesmo período do ano passado, chegando a 12,1 milhões de toneladas.


O volume só não foi maior porque houve queda no ritmo da colheita de soja, que exportou 29% a menos. Mas as vendas externas de milho cresceram 421%, com 7,3 milhões de toneladas.


O milho já ocupa a quarta posição nas receitas com exportações neste ano. Junto com a soja, rendeu US$ 4,5 bilhões neste ano, 25% mais do que no primeiro trimestre de 2012.


O aumento das vendas de açúcar em bruto e refinado também ajudou a congestionar as estradas e os portos. O volume passou de 3,6 milhões de toneladas para 6 milhões de toneladas.


Isso explica as filas e os problemas nos portos, que, mesmo assim, deram conta dessa explosão de exportação. Ou seja, a explicação das filas não está no colapso da infraestrutura e no apagão , como diz a oposição nos seus diferentes porta-vozes: comentaristas de TV, convidados para programas da GloboNews, jornalistas, editoriais, senadores e deputados do PSDB e por aí vamos...

ZÉ Dirceu. Porta voz oficial do Governo Federal. 

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Zé Dirceu não é bandido, mas errou, diz FHC


Adversário do PT, ex-presidente da República também afirmou que José Genoino é gente boa, mas foi julgado pelo que fez, não pelo que é. Ele falou ao UOL e à Folha em 30 de novembro de 2012.

Leia mais aqui.  http://noticias.uol.com.br/politica/temas/poder-e-politica/


segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Lula evita comentar penas de José Dirceu e José Genoino

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva se esquivou nesta segunda-feira de comentar a definição das penas do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu e do ex-presidente do PT José Genoino no processo do mensalão. O Supremo Tribunal Federal (STF) fixou nesta tarde em dez anos e dez meses de detenção, em regime fechado de prisão, a condenação de José Dirceu, enquanto José Genoino foi condenado a seis anos e onze meses de prisão, em regime semiaberto. O ex-presidente petista participou hoje da abertura das Olimpíadas do Conhecimento, na capital paulista.

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Dirceu está se “sacrificando” por Lula, afirma ex-mulher

Dirceu e Genoino pagam por Lula, diz primeira mulher de ex-ministro

 Em entrevista, Clara Becker insinua que o ex-presidente sabia do mensalão. E assegura que seu ex-marido “não é ladrão”


A família do ex-ministro José Dirceu (Casal Civil) já se prepara para o pior: sua condenação em regime fechado por envolvimento com o mensalão. Enquanto o Supremo Tribunal Federal não decide a pena, parentes já planejam como serão as visitas na cadeia. A refeição da penitenciária é uma das preocupações, pois ele é reconhecido como um sujeito bom de garfo. "Meu medo é que ele se mate na prisão", chora Clara Becker, 71 anos, sua primeira mulher e mãe de seu filho mais velho, o deputado federal Zeca Dirceu (PT-PR).

Casados por apenas quatro anos na época da ditadura militar, ela é amiga próxima do ex-marido há mais de três décadas e tem certeza de que "Dirceu não é ladrão". "Se ele fez algum pecado, foi pagar para vagabundo que não aceita mudar o País sem ganhar um dinheiro (...) Se ele pagou, foi pelos projetos do Lula, que mudou o Brasil em 12 anos", afirma, referindo-se ao pagamento a parlamentares da base aliada que receberam dinheiro para votar a favor de propostas do governo do ex-presidente Lula, segundo a denúncia do Ministério Público.

Para ela, militantes do PT como Dirceu e José Genoino, ex-presidente do partido, estão sendo sacrificados. "Eles estão pagando pelo Lula. Ou você acha que o Lula não sabia das coisas, se é que houve alguma coisa errada? Eles assumiram os compromissos e estão se sacrificando", indigna-se.

"Sabe, é muito sofrimento. Uma vez peguei meu filho chorando de preocupação com o pai. E minha neta, Camila, também sente muito."

Desde que começou o julgamento da ação penal 470, Dirceu diminuiu sua exposição pública. Para se poupar de constrangimentos, ele evita circular com desenvoltura, ser visto em Brasília ou jantar fora - seu passeio predileto. Agora, o ex-todo-poderoso do governo Lula lista quem são seus amigos fiéis e os recebe em sua casa de São Paulo ou na de Vinhedo (SP). No fim de semana do dia 7 de outubro, eleição municipal, ouviu ao telefone uma ordem expressa: "Benhê, limpa a área que eu tô chegando". Era Clara avisando que lhe faria uma visita na casa do interior paulista e deixando claro que não queria dividir a atenção do ex-marido com mais ninguém - nem com a atual namorada dele, Evanise Santos. Clara saiu de Cruzeiro do Oeste, no interior do Paraná, levando em um isopor uma peça de carneiro temperada no vinho branco e alecrim. Instruiu a empregada a deixar a carne três horas no forno, enquanto aguardava o anfitrião chegar em casa.

Quando ele apontou no portão, ela ouviu também uma voz feminina. Chispou escada acima e se trancou no quarto, alegando enxaqueca. Só desceu quando seu filho bateu na porta e avisou que a "dor de cabeça" já havia ido embora. Depois do fim de semana de comilança e champanhe, Dirceu despediu-se dela, dizendo: "Preciso ir embora mais cedo para São Paulo, tenho que eleger o (Fernando) Haddad". ;.;.;.; Parente. "Hoje gosto dele como se fosse meu parente, mas já sofri muito. Sabe aquele homem que é tudo o que pediu a Deus? Pois Deus me deu e me tirou", sorri. Clara, que conta nunca mais ter namorado depois de viver com o ex-ministro, foi casada, na verdade, com Carlos Henrique Gouveia de Mello, um jovem órfão paulistano de origem argentina, pessoa que nunca existiu, a não ser no disfarce adotado pelo então subversivo banido do Brasil e procurado pelo regime militar.

Clara sabia que o marido guardava um segredo. Imaginou que ele tivesse uma família em outra cidade, mas que teria fugido "da bruxa da mulher dele e se ele quer ficar comigo e não com ela, deixe ele aqui, né?", lembra. Só quando a anistia política foi decretada, em 1979, foi que José Dirceu contou à mulher quem realmente era, apontando uma foto dele e de outros exilados em recorte de jornal. "Pensei assim: 'Ai, era isso? Grande coisa', porque nem estava por dentro do que aquilo significava."

Sua preocupação foi ter registrado o filho com o nome de um pai fantasma. Mas compreendeu a importância da mentira. Também diz não ter-se magoado quando, assim que voltou a ser Dirceu, mudou-se para São Palo. "Ele até quis que eu fosse junto, mas não dava, eu estava com filho pequeno, ajudava minha família e ele nem salário tinha, só queria saber de fundar essa miséria desse PT", conta ela, que é petista roxa, com direito a uma piscina nos fundos de casa decorada com a estrela e a legenda do partido em minipastilhas.

Arrependida.
Para ela, o único golpe foi ir a São Paulo e encontrar cabelos pretos de mulher no banheiro. Descobriu que era traída. "O Dirceu me disse: 'Se eu tenho outra é um problema, agora se a gente vai se separar é outra questão'. E eu: 'Não, senhor, acabou aqui, cara'. Peguei minhas coisas, o moleque pela mão e fui embora. Hoje, me arrependo, se eu não tivesse deixado o campo limpo, estaria com ele...", imagina.

Ela diz já ter preferido ser viúva a ver Dirceu "cada dia mais bonito" indo em sua casa visitar o filho todo mês. Depois se convenceu de que seria melhor para Zeca ter o pai por perto e sempre cedia sua cama para o ex-marido dormir com mais conforto, mesmo que ele não tenha contribuído com um centavo de pensão. Clara acha que nunca foi amada por ele. "Dirceu nunca amou nenhuma mulher nessa vida, viu? O que ele amou foi a política e pode ir preso por isso", diz. "Agora que o cartão de crédito acabou, quero ver quem vai lá visitá-lo", provoca.

Em um de seus últimos encontros com o ex-marido, Clara o fez chorar: "Eu disse a ele: 'A nossa ampulheta está acabando, você não se tocou, hein, garoto? Mas se um dia você precisar de mim, eu venho cuidar de você'. Ele ficou todo apaixonado e prometeu que ia me comprar um cordão de ouro igual ao que o ladrão me roubou. Mas não comprou, né, só falou..."



DÉBORA BERGAMASCO - Agência Estado

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

A tristeza e alegria do Lula...

 

  Sua maior tristeza: Seu núcleo duro condenado, esperando cadeia

E sua maior alegria: Eleger o prefeito de São Paulo.

 

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Relator condena Dirceu e mais 7 réus do mensalão por corrupção e absolve ex-ministro

O relator do processo do mensalão no STF (Supremo Tribunal Federal), Joaquim Barbosa, pediu a condenação do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu e de outros sete réus envolvidos no esquema, na sessão desta quarta-feira (3), pelo crime de corrupção ativa. Segundo Barbosa, Dirceu participou diretamente das negociações para a obtenção de empréstimos pelo publicitário Marcos Valério, recursos que serviram para viabilizar o mensalão. Foram absolvidos o ex-ministro dos Transportes, Anderson Adauto, e Geiza Dias, ex-funcionária de Valério.

O conjunto das provas coloca o então ministro em posição central (...) como mandante das promessas de pagamentos indevidos aos parlamentares", disse o relator. Segundo Barbosa, contrariando a tese da defesa do ex-ministro, os elementos analisados no processo "derrubam de vez a tese de que José Dirceu não tinha relação com Marcos Valério". "José Dirceu matinha proximidade e influência superlativa sobre os demais corréus, especialmente os dos núcleos publicitário e financeiro", afirmou.

O relator também pediu as condenações de Valério e de Delúbio Soares, tesoureiro do partido à época do escândalo, e José Genoino, ex-presidente da sigla. Os dois aparecem como avalistas de empréstimos milionários feitos pelo publicitário mineiro Marcos Valério, que serviu para alimentar repasses a legendas da base aliada. Para Barbosa, Genoino "sempre foi colocado dentro de um núcleo político sem maior detalhamento da conduta dele (do núcleo)". Mesmo assim, segundo o relator, o ex-dirigente petista "sem dúvida" participou do "acordo criminoso (...) entre os acusados e os parlamentares que receberam os repasses".

Delúbio e Valério, por sua vez, agiram em parceria. Enquanto de Delúbio "partia o comando final sobre quem devia receber os valores", a Valério cabia "a engenharia criminosa (dos empréstimos milionários) no Banco Rural", nas palavras do relator. Tudo com o conhecimento do ex-ministro, afirma Barbosa. "Dirceu efetivamente comandou a atuação de Marcos Valério e Delúbio Soares. Entender que Marcos Valério e Delúbio agiram sozinhos (...) é inadmissível.

UOL 

Adversário de Lula...., na TV

Eliane Cantanhêde, jornalista
BRASÍLIA - A semana que antecede as eleições é de Joaquim Barbosa, o menino negro do interior, filho de pedreiro, que se formou em direito, fez mestrado e doutorado nas melhores universidades, estudou línguas e está bagunçando o coreto do Supremo Tribunal Federal justamente no chamado "julgamento do século". Ao nomeá-lo, Lula escreveu certo por linhas tortas. Dizem que está arrependidíssimo.

Joaquim é ministro de amor e ódio, de ame-o ou deixe-o. Adorado pela opinião pública --sobretudo em Brasília, onde continua sendo o "Joca" dos tempos de UnB--, é odiado por petistas de cúpula e de base, mexendo com a solenidade fria do STF e com as emoções quentes dos colegas. Especialmente dos mercuriais.

Respaldado pela toga, justificado pelas dores de coluna, perdoado pelas origens e exposto pelas transmissões ao vivo, ele bateu boca e trocou adjetivos nada polidos com Gilmar Mendes (em outros julgamentos), com o revisor Lewandowski (virou uma guerra) e com o polemista Marco Aurélio (que ultrapassou limites, ao ver perigo na ascensão de Joaquim à presidência, em novembro).

Algodão entre cristais, o presidente Ayres Britto faz o que pode, como vetar no site do tribunal uma nota do relator desancando Marco Aurélio em termos pouco usuais entre Excelências, ainda mais em público.

Veja que a escolha de "adversários" por Joaquim não é ideológica nem partidária --é improvável que, na cabine indevassável, Gilmar e Lewandowski depositem o mesmo voto. Talvez seja mais por excesso de convicções e seu desdobramento quase natural: o voluntarismo.

Pois será justamente Joaquim quem estará dissecando as entranhas do governo Lula e do PT nesta semana. Enquanto Lula e Dilma estiverem nos palanques e no horário nobre falando maravilhas de Haddad, Joaquim gastará tardes inteiras para contar os podres de José Dirceu e do partido do candidato. Guerra de audiências como nunca se viu.
  
Eliane Cantanhêde, jornalista, é colunista da Página 2 da versão impressa da Folha, onde escreve às terças, quintas, sextas e domingos. É também comentarista do telejornal "Globonews em Pauta" e da Rádio Metrópole da Bahia.

terça-feira, 7 de agosto de 2012

Advogado de Dirceu cita Dilma e Lula para defendê-lo

BRASÍLIA - O advogado do ex-ministro-chefe da Casa Civil José Dirceu, José Luis de Oliveira Lima, o Juca, citou depoimentos da presidente Dilma Roussef e do ex-presidente Lula para fazer a defesa de seu cliente perante o Supremo Tribunal Federal (STF).

Juca disse que tanto Dilma quanto Lula afirmaram em depoimentos que o fato de a Casa Civil receber empresários não significa que atue para favorecê-los. “A hoje presidente Dilma fez um depoimento, quando estava na Casa Civil, e Lula também”, enfatizou Juca.

O advogado utilizou essas alegações para contestar a tese de que Dirceu ajudou bancos que teriam participado do esquema do mensalão, concedendo empréstimos a partidos e a empresas do publicitário Marcos Valério. “A defesa trouxe depoimentos, mostrando que Dirceu jamais beneficiou qualquer instituição financeira”, continuou Juca.

“Qual o depoimento que o Ministério Público trouxe de que o ministro teria proibido os órgãos de controle de operações financeiras (de fiscalizar os bancos)?”, questionou o advogado. “Isso não existe nos autos”, completou.

(Juliano Basile, Maíra Magro e Fernando Exman | Valor)



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quarta-feira, 21 de março de 2012

Quem te viu e quem te vê! do Zé Dirceu para Eduardo Jorge (PV) - mas vale para ele mesmo

(Comenmtário do Blog) 

O Zé Direceu desce a lenha acima do Eduardo Jorge por virar socialdemocrata e ir para o PV. Mas e ele, mesmo que continue no PT, virou um direitista, enriqueceu fazendo lobby com empresas brasileiras e internacionais. Se foi pobre não se lembra. Hije é o maior defensor do PMDB. é o típico esquerdista hoje de direita. 

Veja aqui matéria do Zé Dirceu. 

Quem te viu e quem te vê! De radical esquerdista, católico do PT, a raivoso direitista, que não aceita críticas e nem propostas alternativas... Estou falando de Eduardo Jorge (PV), hoje secretário da capital paulista do Verde e do Meio Ambiente, cotado para ser vice-governador na chapa tucana de José Serra (PSDB).

Informa a Folha de São Paulo que ele teria usado a estrutura de sua pasta para rebater as críticas à inspeção veicular ambiental feitas por pré-candidatos a prefeito. Ao comentar o assunto por meio de nota, taxou de "demagógicas" as propostas dos candidatos à prefeitura, Fernando Haddad (PT) e Gabriel Chalita (PMDB) para o assunto.

Para quem não sabe, Haddad quer acabar com a cobrança da taxa. Para ele, a melhor saída é que o serviço seja custeado com recursos do Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA).

terça-feira, 13 de março de 2012

Zé Dirceu e a indústria nacional

Comentário do Blog. 


E melhor rir para não chorar, depois de 10 anos o Zé acha que existe a ameaça da industria nacional perder seu folego quando já passa de 27% do PIB (década de 1980) para menos de 15% que representa hoje. Tudo é obra do governoesquerdista do Lula/Dilma, principalmente. 
ImageQuem é o culpado do modelo de desenvolvimento é claro a crise internacional e não as políticas erradadas dos governos Lula/Dilma.  
Veja artigo do estrategista dos governos Lula/Dilma. 
Trabalhadores e empresários se unem em defesa da indústria nacional
Publicado em 13-Mar-2012

Preocupadas com a perda de competitividade da indústria nacional, centrais sindicais (Central Única dos Trabalhadores, União Geral dos Trabalhadores, Força Sindical) e entidades patronais, entre as quais a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP) e Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (ABIMAQ) fecharam um acordo para fazer dois atos políticos conjuntos nas próximas semanas.

Querem pressionar o governo a adotar ações que permitam ao setor retomar o fôlego, reconquistar o espaço perdido para produtos importados - na década de 1980, a indústria representava 27% do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil; hoje, o setor beira os 15% - e se estruturar para enfrentar os novos desafios que se colocam num cenário internacional adverso.

O mar não está para peixe. Boa parte do excedente da produção de mercados tradicionais, hoje deprimidos, vem sendo reorientado para cá. Por outro lado, o excesso de liquidez global tem atraído grandes volumes de capital externo, o que contribui para valorizar a nossa moeda o que dificulta a competitividade do produto nacional frente o importado. Para piorar, há no país uma guerra de portos – alguns Estados têm baixado as alíquotas do ICMS sobre os produtos importados, prejudicando a indústria local, em Estados vizinhos.

A quatro mãos

A reação a tantas ameaças está em curso. O primeiro ato a ser promovido a quatro mãos – com trabalhadores e empresariado – em prol da indústria nacional está previsto para o dia 27 de março, com o lançamento de uma frente parlamentar no Congresso Nacional. Outra mobilização, em 4 de abril, tem a meta de reunir 100 mil pessoas em frente à Assembleia Legislativa de São Paulo.

A mobilização das entidades empresariais e sindicais dará legitimidade e apoio às iniciativas que o nosso governo vem tomando. E que ainda precisará tomar para enfrentar a guerra comercial e cambial instalada no comércio mundial. Também serão importantes ante a medidas internas exigidas para enfrentar a questão dos juros e das reformas, começando pela tributária.

Reformas urgentes

Com apoio social, a expectativa é que o Congresso aprove não apenas a reforma tributária, mas conclua o acordo dos royalties do petróleo, enfrente a questão da dívida interna dos Estados, para dar uma resposta, inclusive, à situação dos Estados.

sábado, 10 de março de 2012

O blog do ZÉ DIRCEU. O advogado economista e seu artigo sobre o espectaculo do crescimento


Comentário do Blog. 
José Dirceu (o Zé Dirceu, como é conhecido na militância do PT) sempre presumiu de ser um bom analista político, já passou pelo marxismo leninista, depois pelas idéias da revolução cubana. Emocionava-se com as teses revolucionarias do “Che Guevara”. Mas pouco a pouco foi enfiando seu caminhar para a socialdemocracia até hoje não ter a menos diferencia com as análises dos chefes do Fundo Monetário Internacional. 

Apesar de estar fora da política formal, ele continua “dando linha” como se diz na militância política do PT. Ele se atribui a direção teórica dos fundamentos do novo e renovado PT. Hoje como empresário dos mais diversos segmentos financeiros, e o protótipo de direitista do PT, como diria Frei Betto, no seu artigo “como endireitar um esquerdista”, que o fez famoso no seu rompimento com o PT. 

O Zé avalia a economia brasileira, apenas pela ótica do desenvolvimento das forças produtivas (claro, sua origem marxista, impede um olhar diferente), não consegue ver novos fundamentos teóricos de autores que explicam a economia brasileira de óticas bem diferentes do que o indicador do mero crescimento e seu derrame de sucesso na população mais pobre. 

Quem trate de explicar que o acesso de um segmento da população à Classe C se deveu ao crescimento da economia (PIB), só explica esse fator em parte e só se for pelo aumento do preço das commodities, porque pela indústria, esta só tem perdido competitividade. Olha que estamos falando de uma década de governo Lula/Dilma. 

Esse espetáculo do crescimento idealizado pelo Dirceu e propalado pelo Presidente Lula, está tocando fundo. Em quase 10 anos de poder, o governo do PT, o setor industrial mais competitivo está estagnado e a economia fácil do modelo que segundo Zé estaria levando ao País ao Século XXI, não se sustenta apenas com as commodities.


Veja a seguir o artigo do Zé.
 

Mudanças para levar a indústria brasileira ao século XXI 

 O diagnóstico da estagnação e dos riscos da indústria brasileira já está feito. A participação da indústria de transformação no PIB era, ao final de 2011, de 14,6%. Comparando o índice brasileiro com dados para 2010 da ONU, países como China (43,1%), Coreia (30,4%) ou mesmo Alemanha (20,8%) têm participação muito maior de sua indústria no PIB. São muitos os fatores que levaram a isso: os altos custos dos encargos da mão-de- obra (32,5% na folha); o alto custo do capital (juros e "spreads" bancários); a apreciação do câmbio, que aumentou a concorrência, em nosso mercado interno, com produtos importados; os custos elevados dos insumos; a necessidade de investimentos na infraestrutura do país; a necessidade de uma política de inovação.

Sabemos, também, que país somente é competitivo se contar com um setor industrial expressivo. Agora é hora de encontrar soluções e saídas. Precisamos construir um pacto na sociedade, entre os agentes econômicos e sociais, sindicatos, Congresso Nacional e governo para iniciar um ciclo de reformas e mudanças. A taxa Selic está em queda, o governo toma medidas para reagir contra o tsunami de dólares e vai desonerar a folha de pagamentos dos setores de autopeças, moveleiro, de plástico, a exemplo do que já acontece com têxtil, calçados e tecnologia da informação. Também estabeleceu como meta ampliar a taxa de investimento, hoje de 19,3%, para 23% do Produto Interno Bruto (PIB).

“Vamos ter uma política clara em relação ao Brasil, da qual o melhor exemplo é a revisão do acordo automotivo com o México”, afirmou a presidenta Dilma Rousseff, em entrevista ao Blog do Nassif. “Foi feito em 2002, em outra conjuntura, na qual cabia o acordo. E está em vigor até agora, em condições não adequadas ao Brasil. O Brasil vai institucionalmente tomar medidas para garantir que nosso mercado interno não seja canibalizado. Tem queda na indústria, mas dá para reverter. Não daria se deixássemos continuar por dois, três anos. Agora dá e vamos fazer o possível e o impossível para defender a indústria nacional”.

É isso, e a tarefa é imensa. Precisamos fazer a reforma tributária, melhorar a gestão pública, consolidar o modelo de concessões e inversões públicas na infraestrutura. Precisamos aprofundar a defesa comercial e adotar que obriguem as empresas a um conteúdo nacional, transferência de tecnologia e associações com empresas nacionais. E, fundamentalmente, precisamos alimentar as raízes do futuro: fazer uma revolução na educação e na inovação. Só com uma mudança tecnológica efetiva na matriz de nossa indústria é que vamos concorrer no novo mundo do século XXI.

quinta-feira, 8 de março de 2012

A revolução pacífica e silenciosa que mudou o país. Do blog do Zé Dirceu, que fala por experiência própria

Não é nem revolução, nem silenciosa. Foram um conjunto de poíticas sociais de carater populista que se são retiradas do Orçamento da União, todos voltam a ser como antes. 
Não é silenciosa porque se gastou muitíssimo dinheiro em cacarear as ditas políticas sociais do Programa Bolsa Família. 
 Veja abaixo o artigo do José Dirceu, que sim entrou na classe A depois de incursionar "a fundo" em negócios em Portugal. 
 
A revolução pacífica e silenciosa que mudou o país.
Publicado em 08-Mar-2012
Os dados são da Fundação Getulio Vargas: nos próximos dois anos 12,5 milhões de pessoas entrarão na classe C e 6,5 milhões vão chegar às classes A e B. É o que estima o seu Centro de Políticas Sociais, que acaba de publicar o estudo “De Volta ao País do Futuro”.

Calcula a Fundação que as classes A e B, somadas, vão crescer 29,3% até 2014. E esse crescimento será bem superior ao previsto para a classe C, de 11,9%.

O economista Marcelo Neri, coordenador do levantamento, resume: “Daqui a pouco, vamos estar falando da nova classe AB como se fala hoje da nova classe C”, afirma ele. O estudo tem por base dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Transformação contou com muitos partidos e lideranças

Os dados da pesquisa da FGV só comprovam a verdadeira revolução silenciosa, pacífica e democrática que fizemos no país. Foi uma ação que reuniu Lula, o PT e todos aqueles que acreditaram num novo projeto. Principalmente os partidos e as lideranças que apoiaram Lula - e depois Dilma - sem os quais não seria possível aprovar, no Congresso Nacional, todas as mudanças que fizeram possível ao Brasil deixar de ser o país do futuro e entrar no século XXI com uma das maiores nações e uma das maiores economias.

Somos hoje uma das maiores democracias do mundo, não apenas do ponto de vista político, mas, também, do social.
 

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Acusações contra mim são ‘meras ilações’, afirma Dirceu


Agência Estado

O ex-ministro da Casa Civil José Dirceu (PT) considerou nesta sexta-feira, 8, que o pedido enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF) de condenação de 36 dos 38 réus do processo do “mensalão” não traz “qualquer prova material ou testemunhal” contra ele. Na avaliação do petista, as acusações feitas pelo procurador-geral da República, Roberto Gurgel, autor do pedido, são “meras ilações”. “Suas acusações contra mim não trazem qualquer prova material ou testemunhal. São meras ilações extraídas de sua interpretação peculiar sobre minha biografia”, afirmou o ex-ministro, em seu blog pessoal.

Em um texto intitulado “Aguardo o julgamento do STF com serenidade”, o petista ressaltou que está “tranquilo” e que se defenderá das acusações com ainda mais “ânimo” e “dedicação”. “O que está em jogo, acima da minha honra e liberdade, é a imagem do PT e do projeto de transformação social que representa”, afirmou.

No texto, o petista salientou que é inocente e que irá aguardar com serenidade o julgamento do STF. “Eu vou aguardar o julgamento com serenidade, pois sei que, ao final desse doloroso processo, se imporá a justiça e cairá por terra a farsa montada contra mim.”

Procurador espera que STF julgue mensalão ainda este ano

Nas alegações finais apresentadas na quinta-feira, 7, ele manteve a acusação contra 36 dos 40 réus do caso

O procurador-geral da República, Roberto Monteiro Gurgel dos Santos, acredita que o Supremo Tribunal Federal (STF) vai julgar ainda neste segundo semestre o processo do mensalão. Nas alegações finais apresentadas na quinta-feira, 7, ele manteve a acusação contra 36 dos 40 réus.  

"A expectativa é que ocorra ainda no segundo semestre ou no início de 2012, e que o STF acolha a acusação formulada pelo Ministério Público Federal", disse ele, que está em Roraima, onde participa da abertura das comemorações dos 20 anos de implantação da Procuradoria da República no Estado.
Ele justificou que pediu as absolvições de Antonio Lamas e de Luiz Gushiken, ex-ministro do governo Lula, por insuficiências de provas. "Ao longo da instrução criminal, não conseguimos reunir provas que autorizassem juízo condenatórios deles", afirmou. 

Gurgel frisou, porém, que a luta contra a corrupção "é ampla e generalizada" e qualquer caso no país será apurado. "O importante é que o Ministério Público Federal continue atuando em todo o país para reprimir esses gravíssimos delitos".

Com relação às denúncias de corrupção em Roraima, cujo governador José de Anchieta Júnior (PSDB) está cassado, mas se mantém no cargo por liminar do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), disse que não se pronunciaria no caso, vez que terá de se manifestar no processo, quando chegar às suas mãos. 

quarta-feira, 24 de março de 2010

Eleições - Pará. Eu tenho razão, SIM

Nada novo no Pará. Só  texto para enganhar leitores e surfistas perdidos e não passar em branco.

Notinhas (notitas) sem fundamentos, informações muito parciais, publicidade barata, -não do nosso BARATA, que está envolvido na questão da CENSURA-, meu apoio total para o digno blogueiro paraense e inspirador de muitos que aqui estamos brincando de blogueiros.

É pouca agregação de valor o que se vê no mundo dos blog´s, por enquanto, deve ser uma fase de escuridão, até abrirem uma nova janela, em abril, junho, sei lá quando, (sei sim).

VEJA SE NÃO TENHO RAZÃO.

Segue uma nota de um dos maiores articuladores do Governo Federal, o Ministro Zé Dirceu, um dos mais tradicionais dirigentes do PT, que ainda conserva a sua condição de liderança, dentro do PT.


Eu sempre digo: quem foi Rei nunca perde sua majestade.

Aqui vai a postagem do ZÉ.

"Nos Estados do PA, MA, CE, PB, PE, AL, SE, BA e MS os governadores são candidatos à reeleição e seus vices ou compõem a chapa com eles ou serão candidatos a outros cargos eletivos". Aí morreu a nota em que faz referência ao Pará. Se ele não fala nada é porque nada acontece....

Segue com o resto....

"No AC, o governador Binho Marques (PT) apoiará para seu lugar o senador Tião Viana (PT). Em RO, o atual governador Ivo Cassol (PP) é candidato ao Senado e seu vice Joao Cahula (PPS) quer disputar o governo em outubro".