segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Segundo PT o PSOL é tucano. E o PT?, cada vez mais PMDB.

 

Resposta a Edmilson: em Defesa do PT e do Governo Popular

No último domingo, o ex-prefeito Edmilson Rodrigues deu uma entrevista muito esclarecedora das dificuldades que a oposição ao PT enfrentará nas próximas eleições em todo o Brasil.
Usando um tom sectário, Edmilson repete bordões que, sabemos, nem seus companheiros mais chegados do P-Sol concordam.
Edmilson está numa sinuca de bico. Não pode admitir os avanços do governo Lula, pois isso seria confirmar o erro colossal que cometeram ao serem os primeiros a abandonar o barco petista no meio da crise de 2005.
Força a barra, artificializando diferenças e acaba se aproximando perigosamente do discurso tucano.
Sua entrevista, em resumo, afirma:

1- O governo Lula é uma espécie de continuação de FHC


Essa é velha. Grande parte do capital financeiro, articulistas dos jornalões e políticos conservadores repetem, ainda hoje, que Lula não faz mais do que consolidar processos iniciados nos oito anos de FHC.
De fato, no início do governo Lula houve uma torcida por parte desses setores pelo fortalecimento de alas de orientação neoliberal dentro do governo, particularmente no Banco Central.
O segundo governo Lula jogou uma pá de cal nessa história, com a ascensão, dentro do ministério do planejamento, da casa civil da presidência e do próprio ministério da fazenda daqueles que, sob a orientação do próprio Lula, deram um caráter nitidamente desenvolvimentista ao governo.
A redução dos juros, o uso da política fiscal no combate à crise, o fortalecimento dos bancos e empresas públicas como o BNDES, Banco do Brasil, Banco da Amazônia e Petrobrás são exemplos da mudança de paradigmas.
A política externa, ao estabelecer relações solidárias com os países latino-americanos (aliás, o que seria de Chávez, Morales, Lugo e Correa sem o apoio brasileiro?) e ao permitir uma política comercial decisiva para a diversificação do destino de nossas exportações, foi um divisor de águas na história brasileira.
Em resposta à famosa frase de Pedro Malan, que dizia que a melhor política industrial é não ter política industrial, voltamos a investir na indústria naval, a construir grandes siderúrgicas, inclusive no Pará.
Ironicamente, o modelo de regulação das reservas do pré-sal, citado pelo entrevistado como prova da orientação neoliberal do governo Lula foi recentemente citado pelo semanário americano Newsweek como prova do “esquerdismo” do atual governo brasileiro.
Ainda que não seja da maneira que o ex-prefeito gostaria, há um vigoroso processo de ascensão social das classes menos favorecidas, fato este reconhecido por todos estudiosos da pobreza.
Portanto, erra feio o ex-prefeito na comparação de Lula com FHC.

 

2- O Psol não deslancha porque os movimentos sociais foram “cooptados” pelo governo


Um dia desses li, em entrevista à revista Caros Amigos, uma professora da Universidade Federal Fluminense dizer que o governo Lula é pior que o de FHC porque agora os inimigos da classe trabalhadora não são tão claros.

Li mais algumas vezes para me certificar de que não estava tendo alucinações, mostrei a alguns amigos, que também não acreditaram no que leram.

O finado Brizola chamava essa turma de “a esquerda que a direita gosta”.
Em todas suas formas, acadêmicas ou populares, defendem teses fatalistas, que negam a política enquanto ação transformadora e, portanto intrinsecamente conservadoras.

Quando a classe trabalhadora realmente existente, aquela que todos os dias se espreme nos ônibus e vans ou pedala para o trabalho (quando eventualmente consegue um), não embarca na canoa furada do “quanto pior melhor”, os barqueiros dizem que os movimentos sociais foram “cooptados”.

Vamos de novo aos fatos: durante os governos de Lula e Ana Júlia, houve um crescimento no número de greves e a maioria das categorias em luta conseguiu aumentos salariais reais.

Diga-se de passagem, lutas majoritariamente dirigidas pela suposta central governista, a CUT.
Um cenário bem diferente dos anos neoliberais, onde as perdas salariais, os planos de demissão voluntária e a repressão aos movimentos, no Brasil e no Pará eram a regra.
Em caso de dúvida, é só perguntar, dentre outros, aos bancários, trabalhadores dos correios e petroleiros.

Finalmente, não me parece que as diferenças entre os processos de transformação no Brasil e na Venezuela se dêem por conta de uma maior independência dos movimentos sociais venezuelanos em relação ao governo.

 

3- “O PT e Ana Júlia mantém nosso Estado nas páginas do crime”


Após criticar o PT durante toda a entrevista, o ex-prefeito acusa o governo de Ana Júlia. “Na verdade o governo abandonou o PT”, e imediatamente se contradiz:

“infelizmente o partido que ajudei a construir mantém nosso Estado nas páginas do crime. São crianças morrendo na Santa Casa, trabalho escravo, índice de desmatamento, trabalho infantil, trabalho escravo, prostituição infantil”.

Edmilson faz uma crítica populista e demagógica.

Talvez ele tenha esquecido que muitas dessas mazelas enfrentadas pelo Pará são criadas por um sistema injusto e por um modelo de desenvolvimento que lutamos para mudar e cuja solução de não é de curto prazo.

O ex-prefeito passou muito tempo fora do Pará e talvez não saiba dos avanços conseguidos na Santa Casa, inclusive com capacitação de técnicos em atenção neonatal no Marajó. Avanços reforçados com o apoio inédito à atenção básica em saúde no Pará, que pela primeira vez garante repasse fundo a fundo aos municípios, verdadeira fonte dos problemas da maternidade.

Ainda não viu a Nova Santa Casa em construção.
Não sabe que no governo petista do Pará, aumentamos em três anos a cobertura populacional do programa Saúde da Família de 18% para 39 %, e que chegaremos a mais de 40% de cobertura em quatro anos.

Inauguraremos, ainda este semestre, o acelerador linear do Ophir Loyola e que implantaremos outro acelerador linear em Tucuruí. Aparelhos, diga-se de passagem, que ficaram encaixotados durante todo o governo anterior.

Não sabe dos mais de 40 mil alunos do bolsa-trabalho e dos 21 mil bolsistas do pro-jovem, que terão formação profissionalizante e garantia de renda durante seu curso.

Será que ele também ainda não sabe da UFOPA que já é uma realidade em Santarém? Das mais de 600 escolas estaduais reformadas, muitas delas com ar-condicionado e internet do Navega Pará?

E da siderúrgica ALPA de Marabá, das eclusas de Tucuruí, que serão inauguradas dia 30 de junho? E o asfaltamento da Transamazônica? E das obras do Riacho Doce-Tucunduba que tanto sonhamos concluir? E as milhares de casas do PAC que já começamos a inaugurar?

Certamente queremos avançar muito mais nas mudanças na América Latina, no Brasil e no Pará. Mas, para que isso aconteça, os socialistas têm que ter uma avaliação correta dos movimentos da sociedade brasileira, estar em partidos que dialoguem com a maioria do povo organizado e que não tenham uma relação sectária com o restante da esquerda.
Infelizmente, o partido onde o ex-prefeito se encontra não cumpre nenhum dos três requisitos.

Entretanto, ainda há tempo para que os companheiros do P-Sol reorientem sua linha política. Outros partidos da esquerda brasileira e mundial têm uma relação de colaboração, mesmo que crítica, em relação ao PT e seus governos.

Talvez seja hora dos setores mais conseqüentes do P-Sol fazerem o mesmo e contribuírem efetivamente com as transformações da sociedade brasileira.
O PT, como sempre, estará aberto ao diálogo com vocês.

Cláudio Puty. 

Haddad garante que 'Serra não tem programa de governo'

Mas tem candidato que não tem fundamentos nem princípios e ainda carece de personalidade própria.

O PT ganhou algumas prefeituras, mas só números absolutos. A realidade é bem diferente.

Veja a seguir.



Em São Paulo, apesar de toda a máquina do Planalto, da presença da Presidenta Dilma, do ex-presidente Lula, de todos os ministros do PT e muita grana, que fez a campanha Haddad a mais cara do Brasil. Apenas conseguiu alcançar o Segundo Turno.

Em Manaus onde as pesquisas davam 2 pontos de diferença do candidato tucano, respeito da sua adversária. Na realidade o Virgílio obteve mais de 20% de vantagem.

Onde foi a maior derrota do Lula e Dilma, é uma cidade petista de muitos anos. Recife. Lula perdeu e feio.

Aqui está o detalhe (o diabo se esconde nos detalhes). Lula se está transformando em uma espécie de Kerensky brasileiro, o político Russo que não correspondeu às expectativas do povo e saiu derrotado. Lula recebe o primeiro grande golpe. Já não aparece mais como esse garoto propaganda que foi com Dilma e que elegia até um poste. quem elege poste, no Nordeste é Eduardo Campos.

O PT com sua estratégia de aliança com Deus e o Diabo, para manter o poder, perdeu seu foco e fujo dos seus princípios e fundamentos. Não tem novas contribuições, nem teóricas, nem políticas e aquelas que existem no mercado da esquerda, são precisamente críticas ao modelo econômico defendido pelo PT.

Crescer, crescer e crescer, sem compreender ainda a diferença entre crescimento e desenvolvimento. e o País não cresce nem se desenvolve, depois de 10 anos no poder, os ricos continuam sendo os banqueiros, empresários e claro os dirigentes do PT que esqueceram as calças jeens e só vestem gravatas, ternos de marca, pintam as unhas, usam carros oficiais e usam vermelho, para se diferenciar, do resto da população.

Assim, na próxima fase da política teremos novos líderes que estarão presentes na louca geografia política brasileira. Um dos mais importante é Eduardo Campos que surge no Nordeste. (Campos é alternativa real para a presidência, diz Erundina ) Duvido que Lula consiga novamente pasear-se livre e solto pelo nordeste.

Em Belo Horizonte o PT e particularmente Dilma e Lula, levaram cipoada feia, nem falar em Porto alegre, onde tinham dominado por quatro mandatos e foram perdendo espaço para outros partidos.

Conclusão parece uma grande vitória do PT, mas visto em perspectivas, não é. Como se disse, são tigres de papel......

Segundo Turno pode ser definitivo já que São Paulo será o fiel da balança. Mas onde a Presidenta e Lula meteram o bico, se deram mal. Ponto.

Ministro Joaquim Barbosa é recebido como celebridade ao votar no Rio



RIO - O ministro relator do mensalão, Joaquim Barbosa, foi recebido como celebridade na 17ª Zona Eleitoral, na zona sul do Rio. Acompanhado de um motorista e um segurança, ele votou por volta de 11h15 no Clube Monte Líbano, na Lagoa. O magistrado do STF foi recebido com aplausos e gritos por cerca de dez eleitores que estavam no local. Eles gritavam "parabéns" e frases como "você me dá orgulho de ser brasileiro".

Barbosa aguardou na fila por cerca de um minuto e, ao final, tirou fotos e deu autógrafos. "Não me sinto uma estrela, isso é só o carinho das pessoas", comentou o ministro, comemorando o fato de não estar sentindo dor na coluna.

A professora aposentada Leonor Carvalho, de 63 anos, foi uma das eleitoras que assediou o ministro e conseguiu um autógrafo dele. Mãe de dois advogados, que atuam em Goiânia, Leonor espera que os filhos se espelhem na postura de Joaquim Barbosa. "Quero que meus filhos sejam como ele: dureza!", brincou Leonor.

A advogada aposentada Cláudia Beauclair se disse surpresa com a presença do ministro na mesma zona eleitoral em que vota. "Não sabia que ele votava aqui, foi uma surpresa. Tenho admiração pela trajetória de vida e pelo posicionamento. Ele dá voz para a maioria silenciosa dos brasileiros", disse Cláudia.

Apesar de não ter falado sobre seu voto, Barbosa disse que, na eleição municipal passada, não votou em Fernando Gabeira por não ter gostado da aliança que o ex-deputado federal fez na ocasião, mas admitiu já ter votado em Gabeira para a Câmara. Gabeira havia se candidatado à prefeito do Rio pelo PV, mas acabou perdendo a eleição para Eduardo Paes, atual candidato à reeleição pelo PMDB.

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domingo, 7 de outubro de 2012

"Vocês são urubus e torturadores da alma humana". José Genoino, reo do mensalao.

 

Nunca vi uma opinião tão engraçada como a do Deputado Genoíno, que  critica de forma virulenta à imprensa pela sua condenação, como reo do mensalão, no STF. 


Ora, a maioria dos membros dos STF foram designados pelo governo Lula e, particularmente o próprio Ministro Joaquim Barbosa, relator da sua condena. Eles estão sendo responsáveis pelo processo e não a imprensa. Seria ingenuidade pensar que um juiz dessa qualidade poderia ser influenciado pelos jornais e/ou panfletos. Então, podemos supor que Lewandowski foi também influenciado pelos jornais petistas?.

Curiosidade aparte. O PT já leva quase uma década no poder, tem construído o seu próprio modelo democrático, dominam amplamente o Congresso Nacional e ainda criticam à imprensa, como se fosse a imprensa que governa o País.

Veja o que Genoíno fala contra a imprensa do Brasil.

Após ameaçar desistir, o ex-presidente do PT José Genoíno decidiu votar na manhã deste domingo (7) entre 9h30 e 10h, segundo mesários de sua seção eleitoral.

No início da manhã, Genoíno comparou a imprensa brasileira à ditadura militar (1964-85) em seu colégio eleitoral e desistiu de votar.

"Vocês são urubus e torturadores da alma humana. Vocês fazem igual aos torturadores da ditadura. Só que agora não tem pau de arara, tem uma caneta", afirmou o deputado por volta das 8h15 deste domingo.

A comparação feita pelo também ex-deputado federal (por cinco mandatos, sendo o último entre 2006 e 2010) foi repetida mais de dez vezes, a cada pergunta feita pela reportagem da Folha.

 Ele alternava entre repetir a frase e silenciar.

A conferir

QUADRO FRAGMENTADO

(Merval Pereira)
 
A eleição “mais complicada” já havida em São Paulo, na opinião de Lula, deve ser também, a nível nacional, a mais fragmentada dos últimos tempos, de acordo com pesquisa do Datafolha, com pequenas legendas ganhando destaques pontuais, como o PRB em São Paulo. Mas, segundo todas as previsões, terminará com o quadro mais ou menos estável: PT e PSDB polarizam as disputas nos maiores colégios eleitorais do país, confirmando o protagonismo que terão na eleição presidencial de 2014, enquanto o PMDB deverá eleger o maior número de prefeitos, mantendo a posição de fiel da balança em qualquer coligação eleitoral.

Se é verdade que as eleições municipais não representam um prognóstico do que serão as eleições nacionais dois anos depois, desta vez temos diversos fatores que levam para o campo nacional certas disputas regionais, determinando uma influência mais perene de seus resultados.

A começar pela presença do ex-presidente Lula no cenário nacional, cuja influência pode estar declinando à medida que suas intervenções parecem não ter surtido o efeito pretendido.

A “mais complicada” eleição paulistana pode acabar deixando de fora da disputa pela Prefeitura Fernando Haddad, o candidato que o ex-presidente tirou do bolso de seu colete, outrora considerado milagreiro. Terá sido a primeira vez em que o PT não disputará o segundo turno na capital paulista, uma derrota capaz de quebrar o encanto que se criou em torno das qualidades quase mágicas do líder operário tornado presidente.

Ir para o segundo turno em São Paulo seria uma compensação política razoável para o PT contrabalançar derrotas que parecem mais que prováveis, como em Recife e em Belo Horizonte. Por isso o esforço final de Lula, abandonando os candidatos sem maiores chances.

Não apenas derrotas, mas para um adversário saído da coligação partidária governista, o PSB do governador de Pernambuco Eduardo Campos, o que aumenta suas repercussões, que em Recife pode ter contornos patéticos com o candidato imposto pela direção nacional petista ficando fora de um eventual segundo turno.

O partido de Campos não tem a relevância dos três maiores rivais PMDB, PT e PSDB, mas terá resultados políticos importantes que o colocarão na vitrine nacional com ares de independência diante do PT, ao qual continua aliado, mas “costeando o alambrado”, pronto para sair do cerco petista.

Vitórias em Belo Horizonte, Recife e Fortaleza darão musculatura às ambições políticas de Eduardo Campos, mesmo que as vitórias não sejam completamente dele. A de Minas é mais do tucano Aécio Neves, e a de Fortaleza, se acontecer, deve ser atribuída à família Gomes, que não é exatamente aliada do governador pernambucano, embora do mesmo partido.

Mas, em compensação, a vitória de Recife é toda de Campos, e tem uma dimensão especial por ter derrotado a máquina petista. Eduardo Campos sai desta eleição maior do que entrou, com chances de aspirar a um papel mais relevante nos próximos anos.

Mesmo que diga que não nasceu para ser vice de ninguém, mesmo com a elevação de sua importância política, ainda não tem condições de protagonista nacional. Pode, no entanto, vir a compor uma chapa presidencial tanto com a presidente Dilma quanto com o oposicionista tucano.

Especialmente por que o senador Aécio Neves, potencial candidato do PSDB à Presidência da República em 2014, saiu da letargia que o dominava nos últimos anos e partiu para uma atuação oposicionista efetiva, confirmando sua dimensão política presumida, que andava sendo colocada em questionamento.

O rompimento com o PT mineiro e o embate com a presidente Dilma Rousseff em seu território, provocado pela própria, que inventou a candidatura de Patrus Ananias, foi benéfico para os planos políticos de Aécio.

O senador tucano também aproveitou as eleições municipais para viajar pelo Brasil apoiando candidatos do PSDB, assumindo uma liderança nacional que lhe caíra no colo na disputa com o hoje candidato a Prefeito de São Paulo José Serra.

Mesmo que venha a vencer a eleição paulistana, Serra tem seu futuro imediato atrelado à Prefeitura, não lhe sendo mais possível pensar em Presidência da República em 2014.

Mais que isso. Um dos movimentos mais radicais para ajudá-lo a convencer o eleitorado paulistano de que continuará à frente da Prefeitura pelo menos os próximos quatro anos seria, na campanha de um eventual segundo turno, oficializar seu apoio a Aécio Neves para a disputa presidencial, um desses paradoxos que somente a política pode provocar.

Merval Pereira é colunista do GLOBO e comentarista da CBN e da Globo News. É membro da Academia Brasileira de Letras e da Academia Brasileira de Filosofia. Em 2009 recebeu o prêmio Maria Moors Cabot da Universidade de Columbia de excelência jornalística, a mais importante premiação internacional. Também é membro do Board of Visitors da John S. Knight Fellowships da Universidade Stanford.

sábado, 6 de outubro de 2012

Eleições embaralhadas em São Paulo e surpresas em outras capitais


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Considerando apenas os votos válidos, a pesquisa também aponta para um segundo turno entre os candidatos do PSC e do PSB


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sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Aécio provoca Dilma e pergunta onde ela vai votar no domingo



BELO HORIZONTE - O senador Aécio Neves (PSDB-MG) voltou a criticar a presidente Dilma Rousseff nesta sexta-feira por seus comentários sobre as eleições em Belo Horizonte.

Classificou-a de “extremamente agressiva” e disse que ela cometeu um “desrespeito” com o eleitor de Belo Horizonte ao sugerir que os votos em Lacerda seriam influenciados por quem se acha dono de Minas e da capital -- numa referência ao tucano.

Aécio é o principal apoiador da campanha do prefeito e candidato à reeleição, Marcio Lacerda (PSB), enquanto Dilma fez campanha para Patrus Ananias (PT).

“Ela está precisando de um descanso, eu acho. A agressividade da presidente não coaduna com o cargo que ela ocupa, portanto, acho que Minas Gerais faz política de altíssimo nível”, disse ele. Na quarta-feira à noite, Dilma subiu num palanque com Patrus em BH e teceu vários comentários críticos aos tucanos, em particular a Aécio.

O tucano também provocou a presidente, que durante o comício de Patrus reafirmou ser mineira de Belo Horizonte, apesar de Aécio ter se referido a ela dias antes como “estrangeira” na cidade. Dilma deixou a cidade ainda jovem, quando já militava contra o regime militar.

Agora à tarde, Aécio cutucou novamente a presidente ao questionar o local onde ela vota. “Quero dizer também que não existe na democracia momento mais importante, de maior identificação do cidadão com a sua terra do que no momento do voto. Tenho uma curiosidade muito grande em saber onde a mineira Dilma Rousseff vai votar no próximo domingo.”

Dilma vota em Porto Alegre, onde viveu grande parte da vida.

Lacerda está na frente de Ananias com uma diferença de 9 a 11 pontos percentuais, segundo Ibope e Datafolha. A vantagem é suficiente para elegê-lo no primeiro turno.

No domingo, Aécio, que participou ativamente da campanha do prefeito, vai acompanhá-lo na urna.

(Marcos de Moura e Souza / Valor)



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De consciência super tranquila

O desabafo do revisor

 Painel FOLHA DE SP
VERA MAGALHÃES - painel@uol.com.br


Aparteado por quatro colegas enquanto votava pela absolvição de José Dirceu e José Genoino, o revisor do mensalão, Ricardo Lewandowski, disse ontem à coluna, após a sessão, que não se sente constrangido com os questionamentos. "Votei de acordo com minha consciência e com meu compromisso com a Constituição, não tenho por que estar constrangido." Ele também não teme ser vencido: "Enunciei meu voto com base em preceitos legais, doutrinários e jurisprudenciais."

Data venia Ministros se mostravam irritados com a falta de "consistência argumentativa'' do voto de Lewandowski. Um deles disse que estava disposto a acatar provas da inocência de Genoino, mas que o caminho seguido pelo revisor, de validar os empréstimos para o PT, inviabilizou a absolvição do petista.

8 x 2 O ministro José Dias Toffoli deverá considerar perícias que atestariam a legalidade dos empréstimos do Banco Rural ao PT para absolver Genoino. Na análise do capítulo bancário do julgamento, o ministro não reconheceu os empréstimos ao partido como fictícios.


Fundamentos da condena e/ou absolvição

Barbosa vê autos cheios de provas; para Lewandowski, elas não existem


Não ocorreu a batalha anunciada de corpo presente. O ministro relator Joaquim Barbosa estava ausente. Com isto, despolarizou e abriu espaço para outros ministros discordarem do ministro revisor Ricardo Lewandowski. Pluralizou o debate.

Mas, no conteúdo, cada um cumpriu seu destino. Barbosa condena e Lewandowski absolve. Nada novo.

O resultado reside nas mãos dos outros oito ministros que assistem. A discussão teórica sobre fatos e provas terminou. É hora de votar. As posições aparecem.

O problema é que, "Vejam Vossa Excelências, eu tenho que julgar com o que está nos autos. São 60 mil paginas", disse Lewandowski.

"No processo há provas para todos os gostos" disse também. "Há provas contraditórias" complementou.

Ou seja, se há provas para tudo e para todos, a questão fundamental é a seleção do fato que constitui prova que fundamenta a teoria, que, por sua vez, justifica o voto.

Com base nos fatos dos autos, Lewandowski absolveu o ex-presidente do PT José Genoino. Argumentou que nada nos autos provava intimidade entre Genoino e o empresário Marcos Valério.

Até que o ministro Ayres Britto levantou a pergunta. "Mas Valério e Genoino assinaram juntos empréstimos do Banco Rural ao PT".

Lewandowski duvidou. Britto confirmou. De fato, Genoíno e Valério tomaram empréstimos juntos. Pego de surpresa, Lewandowski, que errara, gentilmente disse que iria considerar esse fato depois. Sugeria que seu voto poderia ser mudado.

Mas não parou aí.

O ministro Marco Aurélio Mello continuou direto. O fato de presidente de partido assinar empréstimo junto com o empresário, como avalista, derruba a tese de Lewandowski para inocentar Genoino. A tese de absolvição caía por terra como edifício sem pilar de sustentação.

Será que o revisor Lewandowski, sem fato que sustente sua interpretação e teoria, mudará seu voto?

Mesmo ausente do plenário, Joaquim Barbosa ressoava. Os autos estão cheios de fatos que podem ser considerados provas que permitem interpretar e condenar.

Para Lewandowski eles não existem. Barbosa evidencia o que existe: contratos, reuniões, testemunhas, depoimentos. Lewandowski evidencia o que não existe. Nada nos autos prova contra Genoino e José Dirceu.

"Não tem mandante?" pergunta Marco Aurélio. Tudo foi articulação do ex-tesoureiro Delúbio Soares? Lewandowski hesita outra vez: "Não tenho provas para condenar José Dirceu".

E o conjunto fático de provas apontado por Barbosa? Já convenceu Rosa Weber e Luiz Fux. Convencerá Dias Toffoli?

JOAQUIM FALCÃO é professor de direito constitucional da FGV Direito-Rio

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Russomano e a Universal



Os três principais coordenadores da campanha de Russomanno são ligados à igreja neopentecostal e à Rede Record, ambas de Edir Macedo. O presidente nacional do PRB e coordenador geral da campanha, Marcos Pereira, é ex-vice-presidente da emissora e bispo licenciado. O coordenador Vinícius Carvalho é pastor licenciado, ex-diretor-executivo da Record e presidente do diretório estadual do PRB de São Paulo. O tesoureiro da campanha, Aildo Ferreira, teve cargo de chefia na emissora, também é pastor licenciado e é presidente do diretório municipal do partido na capital paulista.

Ao falar sobre a queda de dez pontos percentuais nas intenções de voto em duas semanas, segundo o Datafolha, Russomanno disse ser “o único a ser atacado por todos os candidatos”. “É difícil se defender de todo mundo”, afirmou. “Infelizmente, um monte de mentiras estão sendo colocadas na televisão”, declarou, antes de fazer uma carreata na zona sul da cidade.


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Acredite se quiser




quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Relator condena Dirceu e mais 7 réus do mensalão por corrupção e absolve ex-ministro

O relator do processo do mensalão no STF (Supremo Tribunal Federal), Joaquim Barbosa, pediu a condenação do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu e de outros sete réus envolvidos no esquema, na sessão desta quarta-feira (3), pelo crime de corrupção ativa. Segundo Barbosa, Dirceu participou diretamente das negociações para a obtenção de empréstimos pelo publicitário Marcos Valério, recursos que serviram para viabilizar o mensalão. Foram absolvidos o ex-ministro dos Transportes, Anderson Adauto, e Geiza Dias, ex-funcionária de Valério.

O conjunto das provas coloca o então ministro em posição central (...) como mandante das promessas de pagamentos indevidos aos parlamentares", disse o relator. Segundo Barbosa, contrariando a tese da defesa do ex-ministro, os elementos analisados no processo "derrubam de vez a tese de que José Dirceu não tinha relação com Marcos Valério". "José Dirceu matinha proximidade e influência superlativa sobre os demais corréus, especialmente os dos núcleos publicitário e financeiro", afirmou.

O relator também pediu as condenações de Valério e de Delúbio Soares, tesoureiro do partido à época do escândalo, e José Genoino, ex-presidente da sigla. Os dois aparecem como avalistas de empréstimos milionários feitos pelo publicitário mineiro Marcos Valério, que serviu para alimentar repasses a legendas da base aliada. Para Barbosa, Genoino "sempre foi colocado dentro de um núcleo político sem maior detalhamento da conduta dele (do núcleo)". Mesmo assim, segundo o relator, o ex-dirigente petista "sem dúvida" participou do "acordo criminoso (...) entre os acusados e os parlamentares que receberam os repasses".

Delúbio e Valério, por sua vez, agiram em parceria. Enquanto de Delúbio "partia o comando final sobre quem devia receber os valores", a Valério cabia "a engenharia criminosa (dos empréstimos milionários) no Banco Rural", nas palavras do relator. Tudo com o conhecimento do ex-ministro, afirma Barbosa. "Dirceu efetivamente comandou a atuação de Marcos Valério e Delúbio Soares. Entender que Marcos Valério e Delúbio agiram sozinhos (...) é inadmissível.

UOL 

Mensalão pode influenciar resultado das urnas

O julgamento do mensalão, em especial do núcleo político do PT, pode influenciar no resultado das eleições municipais, entretanto, esse impacto não deve ser decisivo, segundo acredita o cientista político Aldo Fornazieri, diretor acadêmico da FESPSP (Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo).

De acordo com o especialista, apenas uma pesquisa bastante focada poderia medir esse impacto. Porém, o episódio envolvendo grandes nomes ligados ao PT vem sendo usado desde o início da campanha. "Independente das condenações, acho que o julgamento já influenciou nas campanhas eleitorais deste ano. Os candidatos de partidos adversários aos que estão em julgamento lançaram mão dessa questão na disputa e isso parece que vem refletindo nos resultados", afirma Fornazieri.

Para tentarem se distanciar dos resultados do mensalão, candidatos ligados ao PT, em especial Fernando Haddad – que disputa a prefeitura da capital paulista – usam o argumento de que outros casos semelhantes também deveriam ser julgados.

"Ele tem insistido na tese de que a Justiça tem que ser equânime. Se um partido está sendo julgado, outros também deveriam ser, como os mensalões do PSDB - o chamado mensalão mineiro - e o do DEM. É dessa forma que eles se defendem. Se isso é eficaz ou não, é preciso que seja aferido em pesquisa", comenta o cientista político.

Momento inadequado

O julgamento do mensalão, iniciado em agosto, não acontece em um momento apropriado, segundo acredita Fornazieri. Para ele, apesar da importância de julgar, "a impressão que passa é que o STF [Supremo Tribunal Federal] teve uma conduta política nesse caso. O episódio aconteceu há sete anos e foi julgado às vésperas das eleições", diz. "Se a questão foi intencional ou não, nunca vamos saber. Mas o Supremo deveria saber que em um momento eleitoral as repercussões políticas seriam inevitáveis", afirmou ainda o especialista.
(Band)

Esqueceram de mim