quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Produção de urânio do Brasil cresce seis vezes nesta década



Indústrias Nucleares do Brasil (INB) pretende dobrar a produção em sua mina de Caetité, no estado da Bahia no Nordeste nos próximos cinco anos, 800 toneladas, e começar a produzir 1.500 toneladas por ano em uma nova mina mais norte do Estado do Ceará.

A empresa também descobriu recentemente novos depósitos promissores em torno de Caetité, a única mina de urânio na América do Sul, com sinais apontando para um mineral rico duas vezes.

A descoberta está aguardando os resultados do trabalho exploratório para confirmar a sua viabilidade.

"Estamos confiantes de que vamos aumentar significativamente nossas reservas", disse o diretor de recursos minerais no RNB, Otto Bittencourt, acrescentando que a maioria dos depósitos são espalhados pelo país, da Amazônia para o estado de mineração chave de Minas Gerais, no sul .

Bittencourt revelou que as reservas comprovadas do Brasil de 300.000 toneladas, o que é baseada em trabalhos de exploração realizados na década de 1980 poderia facilmente triplicar catapulta Brasil para as fileiras da Austrália e Cazaquistão, onde alguns dos maiores depósitos de urânio conhecidas 

De urânio e fosfato
Brasil adere a seu programa de expansão nuclear, embora alguns países decidiram abandonar a energia nuclear após vazamentos de radiação da usina nuclear em Fukushima no Japão após um terremoto e tsunami em março deste ano.

No entanto, o consumo interno deverá crescer mais lentamente do que a produção. Brasil planeja construir 07:56 usinas nucleares adicionar aos três já existentes, mas apenas para 2030.

As três usinas nucleares no Brasil estão no Estado do Rio de Janeiro, embora não tenha terminado completamente construído.

"O governo vai decidir sobre o que fazer com esse excesso (de urânio)", disse Bittencourt, acrescentando que as três usinas do Rio, juntos, consomem 600 toneladas de urânio por ano, cerca de um quarto da produção anual estimada para 2017.

Apesar de um menor teor de urânio na mina de novo, Santa Quitéria, recursos medidos são associadas com fosfatos e deverá produzir 240 mil toneladas de componentes por ano de fertilizantes, o que tornaria a extração de urânio em uma atividade mais eficiente do custo ponto de vista.

Santa Quitéria abriu em 2014 e 2015 e será operada pelo grupo Galvani família industrial, que irá extrair o minério para a INB como parte de uma operação de mineração de fosfato.
Produção deve chegar a 1.500 toneladas por ano em 2017.

O minério a ser extraído em Caetité tem um teor de urânio de cerca de 3.000 partes por milhão, o que compara com cerca de 1.000 partes por milhão é de Santa Quitéria.

As reservas são exploradas novas potenciais perto Caetité poderia ser muito mais rica, com um teor de urânio de 6.000 partes por milhão.



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Hildegardo Nunes se encontra com ministro em Brasília




O Secretário Estadual de Agricultura, Hildegardo  Nunes, teve audiência com o ministro do Desenvolvimento Agrário, Afonso Florence, nesta terça feira (1), em Brasília. A partir dos entendimentos preliminares que o ministro teve com o governador Simão Jatene, quando lançou em Belém o Plano Safra durante o Frutal e Flor Pará, Hildegardo Nunes vai saber quais as ações que fecharão a parceria entre o MDA e o governo do Estado.

Hildegardo Nunes vai analisar que ações do MDA mais se moldam à política agrícola proposta pelo governo do Estado, no sentido de apoiar o fortalecimento da agricultura familiar no Pará. A atuação da parceria será nas áreas da regulamentação fundiária, infraestrutura e fomento para os agricultores dentro e fora das áreas de assentamento.

ENEM. Qual isonomia?

ENEM. Pode haver isonomia quando um vestibulando respondeu correta as 13 perguntas eliminadas e outros, que erraram, foram favorecidos?.

O ministro candidato, já começou errando no seu primeiro teste de campanha. Mas quando penso na Martha como "perfeita" "refeita" de São Paulo, me poupem de novo.

Veja materia do Diário do Pará. 

A expressão da estudante do terceiro ano do ensino médio, Natália Eugênio, ao falar sobre a decisão da Justiça de anular em todo o Brasil 13 questões do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) é de indignação. Cada vez que a vestibulanda se lembra que errou apenas uma das 13 questões invalidada na prova, sua voz se eleva e as mãos ficam inquietas. “Isso é um absurdo! Deixa qualquer pessoa indignada”.

Anunciada na noite da última segunda-feira, a decisão do juiz da 1ª Vara Federal, Luís Praxedes Vieira da Silva, de invalidar 13 questões da prova foi motivada pelo vazamento das perguntas para um colégio de Fortaleza antes da aplicação da prova. Apesar do pedido do Ministério Público Federal no Ceará de anulação total do exame e da sugestão do Ministério da Educação (MEC) de que apenas os 639 alunos da escola refizessem a prova, a Justiça definiu que as questões fossem anuladas em todo o Brasil.

Para quem se preparou o ano inteiro para o exame, a decisão não foi a mais justa. “Isso vai diminuir a minha pontuação”, acredita Natália. “É muito complicado porque o governo está prestando um serviço sem credibilidade nenhuma. Desde 2009 vem apresentando problemas, então você já espera os erros”.
A desmotivação presente na fala de Natália também é percebida em outros alunos pelo professor Júlio Reis. Desde que a decisão foi anunciada, vários deles o procuraram para saber sua opinião. “Como explicar para um aluno que não se pode colar se ele não tem referência nem do próprio MEC?”, questiona. “A educação é uma processo que possibilita a mudança da sociedade, mas como dizer para o aluno agüentar firme diante dessa situação?”.

Para ele, a discussão vai muito além da decisão emergencial de se anular algumas questões e passa pelo próprio processo de formação do aluno. “O que está em questão é a confiabilidade. Quando o aluno se depara com essas coisas, ele avalia e passa a perder o foco e interesse em fazer o Exame”, acredita. “Agora, o Enem não mais apenas avaliativo, é seletivo. O prejuízo é maior”.

UFPA
Preocupada com a contagem da pontuação da prova após a anulação das questões, a estudante Flávia Xavier também se pergunta se ainda pode haver mudanças. “Aqui (na escola onde estuda) nós já estamos focados no conteúdo de outras faculdades que é diferente. E se ainda for anulado? Como vamos ficar?”.

Apesar de ainda incerta, a possibilidade de mudanças sobre os rumos que o Enem 2011 deve tomar existe. No site do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), responsável pela organização da prova, uma nota informa que o MEC irá recorrer da decisão de anulação das questões no Brasil, por entenderem que resolução é desproporcional.
Independente da decisão definitiva, a também estudante Luiza Viana já se diz frustrada com a situação. “A essa altura, qualquer decisão é injusta. A anulação das questões em todo o Brasil favorece uma parte e prejudicam outras”, acredita.
Diante da atual situação do Enem, a Universidade Federal do Pará (UFPA) informou que pretende manter o Enem como a primeira fase de seu Processo Seletivo 2012. Este ano as notas do Enem, que equivalem à metade do valor total das notas dos candidatos, serão entregues já padronizadas pelo Inep à UFPA.

“Até aqui não há nada que possa comprometer, nem a manutenção do Enem como parte do processo seletivo da UFPA, nem a validade do Exame”, informou Marlene Freitas, pró-reitora de Ensino de Graduação. (Diário do Pará)

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Aloysio Nunes acusa Haddad de cometer "trapalhadas" no Enem

BRASÍLIA - O senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) afirmou hoje que o ministro da Educação, Fernando Haddad, é responsável pelas "trapalhadas" em torno do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) e questionou sua capacidade de gerir São Paulo. O tucano criticou o fato de o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e aliados  quererem "impingir" à população paulistana sua candidatura a prefeito.

"Tem nome e sobrenome quem fez essas trapalhadas: o responsável é o ministro da Educação. E o grave é que querem impingir o senhor Fernando Haddad à população paulistana como prefeito da cidade, justamente ele, que não dá conta de organizar o Enem. Se nesses quatro ou cinco anos seguidos ele conseguiu desmoralizar o Enem, como ele fará para gerir o sistema de transporte de São Paulo? A educação, em São Paulo? O problema do comércio clandestino? Enfim, os problemas das grandes cidades?"

Nunes disse que Haddad "provavelmente" será o candidato a prefeito pelo PT, já que "a senadora Marta Suplicy neste momento é vítima de uma operação de esquartejamento em praça pública".

As críticas contra Haddad aumentaram na última semana com o vazamento de questões do Enem. O problema, que já ocorreu em 2009, pode complicar o plano do ministro de concorrer à Prefeitura de São Paulo em 2012.

As afirmações foram feitas em aparte a discurso do presidente do DEM, senador José Agripino (RN), que reclamou dos "erros sucessivos" cometidos na realização do Enem. Agripino concordou que a "culpa é dele" [Haddad]. "O Ministério da Educação tem que entender que está prejudicando milhares de jovens brasileiros, com a sua incompetência repetida ano após ano."
(Raquel Ulhôa | Valor)

ENEM. A pergunta que não quer calar.

Governo recua e decide recorrer de anulação de questões do Enem

A opção pelo recurso judicial - que pode virar uma batalha de tribunais - foi tomada por pressão do ministro da Educação, Fernando Haddad

No início da tarde, porém, devido às pressões políticas, a AGU anunciou que encaminhará um recurso para tentar derrubar a decisão que anulou questões do Enem. "Com o recurso, a AGU quer evitar que os mais de 4 milhões de estudantes que fizeram a prova e aguardam os resultados - inclusive para participarem de processos seletivos que utilizam a nota do Enem - sejam prejudicados", justificou o órgão encarregado da defesa.

O governo deverá sustentar que o exame deve ser cancelado apenas para os alunos do Colégio Christus, de Fortaleza, no Ceará. Segundo o MEC, se a prova for cancelada apenas para os alunos do Christus, eles poderão fazer novamente o exame juntamente com presidiários, no final de novembro. 

O MEC disse que, no exame destinado aos presos, existe uma cota extra de provas destinada a atender imprevistos. Essa cota foi usada, por exemplo, no passado, quando alunos do Espírito Santo não puderam fazer o Enem por causa do excesso de chuvas na região. 

O MEC informou que os responsáveis pelo vazamento da prova poderão no futuro ser acionados para arcar com eventuais prejuízos. 

Comentário do Blog. 


O Ministro Fernando Haddad está em condições de afirmar que o vazamento foi só no Colégio Christus?. 

Quem acredita é amador, como se não existissem e-mails, redes ou relação de mailing. Basta enviar para 20 amigos e pedir um depósito na conta bancária, para que a piramide começe a operar.  

Depois de um trilhão de dólares (Delfim Neto). Mas o que faltou na análise do Economista?

Antonio Delfim Netto A crise que o mundo está vivendo tem aspectos paradoxais. Presta-se a múltiplas interpretações, cada uma delas colocando, segundo o viés ideológico do analista, seu foco sobre os diferentes aspectos em que ela se revela. Os economistas do "mainstream" estão na defensiva por terem demonstrado "matematicamente" (e até conseguido prêmios Nobel) que os mercados (em particular o financeiro) eram eficientes e autoadministráveis. Dispensavam, portanto, a "mão visível" do governo. Os economistas com viés marxista não deram um passo além da constatação do velho Karl: os mercados financeiros são essencialmente instáveis. Pela centésima vez proclamam o rápido fim do capitalismo, como se ele fosse uma coisa e não um processo histórico com as "contradições" que o dinamizam e o civilizam lentamente pelo sufrágio universal.

Os economistas com viés keynesiano hidráulico (incorporado ao "mainstream") assistiram ao irremediável fracasso dos seus "multiplicadores". Mecanizaram as sofisticadas considerações psicológicas do papel das expectativas e a inevitabilidade da incerteza sobre o futuro opaco. Essas continuaram a ser cultivadas apenas por um pequeno grupo, expulso da profissão como "heterodoxo".

Americanos parecem ter consciência de quem é a "culpa"
Os economistas do "mainstream" foram, no máximo, apenas coadjuvantes da crise. Quatro anos depois de instalada, é evidente que sua "causa eficiente" foi a rendição dos governos à pressão econômica do único poder universal emergente: os mercados financeiros! Apenas teorizaram "a posteriori" a luta entre o poder incumbente e o mercado financeiro, que queria livrar-se do controle que lhe fora imposto nos anos 30 do século passado (exatamente por ter causado a crise de 1929). 

Deram-lhe um suposto apoio científico. Papel coadjuvante, mas importante para a aceitação, pela sociedade desprevenida, da ideologia (vendida como ciência) que a desabrida liberdade das "inovações" do mercado financeiro e sua internacionalização eram fatores decisivos para o aumento da produtividade da economia real e para o desenvolvimento econômico dos países.

Hoje, os americanos parecem ter clara consciência de quem é a "culpa" pela tragédia que estão vivendo. Um levantamento da Gallup (15/16 outubro) mostrou que 2/3 das pessoas consultadas a atribuem ao governo federal e 1/3 às instituições financeiras. Mas o fato ainda mais grave (e que coloca em risco a reeleição do presidente Obama) é que a "qualidade" do programa posto em prática pelo governo de Washington para enfrentar a crise é considerada lamentável: mais de um US$ 1 trilhão de estímulos e quase quatro anos depois, o crescimento é pífio e o desemprego altíssimo. O verdadeiro conhecimento empírico e teórico da economia poderia ter sido melhor utilizado na formulação do programa, como mostraram em interessante artigo J.F.Cogan e J.B.Taylor ("Where Did the Stimulus Go?").

O US$ 1 trilhão de estímulo foi dividido em três programas de inspiração keynesiana-hidráulica: 1) colocar dinheiro diretamente nas mãos dos cidadãos (cheques do Tesouro) para que eles o gastassem em consumo (US$ 152 bilhões); 2) disponibilizar recursos para compras governamentais e infraestrutura (US$ 862 bilhões); e 3) transferir verba para Estados e governos locais, na esperança que ampliassem seus gastos com bens e serviços (US$ 173 bilhões).

Como se deveria esperar, em razão de experiências anteriores e desenvolvimentos teóricos, eles não produziram qualquer efeito "multiplicativo" importante, ao contrário do que haviam previsto os assessores econômicos de Bush e Obama.

A ineficiência do primeiro estímulo é consequência das pesquisas de Milton Friedman e Franco Modigliani, que mostraram que o consumo está ligado à renda "permanente" e não a um estímulo ocasional, frequentemente utilizado para "diminuir as dívidas" dos agentes, que foi o que aconteceu.

Quanto ao segundo, devido às dificuldades operacionais que sempre acompanham aumentos inusitados de disponibilidade de recursos no serviço público (a falta de bons projetos e a indisposição da burocracia, elementos amplamente conhecidos e empiricamente constatados), não se gastou até o terceiro trimestre de 2010 mais do que 5% do estimado!
Quanto aos estímulos transferidos para Estados e governos locais, eles tiveram o mesmo destino dos enviados diretamente aos consumidores: foram basicamente utilizados na redução de dívidas. De fato, dos US$ 173 bilhões transferidos, 4/5 foram utilizados no pagamento de dívidas acumuladas, o que praticamente anulou o efeito físico do "multiplicador". Aqui, também, já havia evidência empírica (Ned Gramlich, 1979) mostrando a ineficiência desse tipo de programa.

Esses fatos mostram o quanto de "ilusão" estatística está envolvida no cálculo descuidado e ingênuo dos "multiplicadores" ditos "keynesianos", quando se esquece o próprio Keynes. Se na prevenção da crise e na sua construção podemos criticar o "mainstream", parece que lhe devemos um crédito na crítica do horrível projeto de recuperação de inspiração do "keynesianismo-hidráulico" que desperdiçou US$ 1 trilhão...

Comentário do Blog.

O que está faltando na análise do Delfim Neto tem sido, sem dúvida, uma variável fundamental, quase sempre esquecida pelos economistas do Governo que pensavam que a questão da educação, a capacitação e o fortalecimento do capital social, seria uma consquencia, um resultado natural do crescimento econômnico e não ao contrário. 

A educação, capacitação e desenvolvimento do capital social é fator fundamental para alcançar o crerscimento e o mais importante, o desenvolvimento.  Mas se tratando do Delfim, economista cartesiano é difícil fazer ele entender como é importante a questão da educação no desenvolvimento econômico.

Irmão de Lula sofreu com tratamento, mas venceu tumor




MÔNICA BERGAMO
COLUNISTA DA FOLHA

Submetido a um tratamento semelhante ao que Lula vai agora enfrentar, seu irmão mais velho, Jaime Inácio da Silva, 74, "sofreu muito, mas está curado", diz José Ferreira de Melo, o Frei Chico, irmão mais conhecido do ex-presidente e espécie de porta-voz da família.

Marceneiro aposentado, Jaime descobriu que estava com câncer na região do pescoço, perto das amígdalas, há cinco anos, quando fazia um tratamento dentário.

"Ele reclamava muito de dor de garganta. A dentista aconselhou que procurasse um médico."
Jaime foi então ao Hospital Heliópolis, em São Paulo. E recebeu o diagnóstico de um tumor "pequeno, acho que do mesmo tamanho do que encontraram no Lula", diz Frei Chico. "Ele teve sorte."
"Queriam começar logo o tratamento, mas nós procuramos o hospital A.C. Camargo, que faz um mapeamento mais completo do corpo do paciente", conta o irmão.
Jaime foi tratado por Luiz Paulo Kowalski, médico que, por coincidência, integra a equipe que cuidará de Lula.

Foi submetido a tratamento parecido ao indicado agora ao ex-presidente: quimioterapia. Ele não foi operado.
"O tratamento foi doído. Jaime sofreu bastante. Mas valeu a pena. Está curado", diz Frei Chico. Hoje, enfrenta problemas de saúde de outra natureza, como uma infecção recente no pulmão e problemas na tireoide.

Ele conta que o irmão mais velho foi fumante por muito tempo, mas largou o vício "há mais de 20 anos".
Frei Chico diz estar confiante na cura de Lula.

"Se você pega uma equipe médica séria, não tem como dar errado. Ele vai sair dessa, vai superar", afirma.
Lula teve 18 irmãos -sete deles do casamento do pai, Aristides Inácio da Silva, com a mãe dele, dona Lindu, e outros dez do relacionamento do pai com Valdomira.

Cinco irmãos já morreram. José, o mais velho de dona Lindu, morreu há dez anos de doença de Chagas. Marinete, também de dona Lindu, morreu há seis meses, de câncer no pulmão. Rubens, filho de Valdomira, morreu de infarto. Odair, da mesma mãe, teve um AVC. E João Inácio, de Valdomira, morreu aos 41 anos, de câncer no cérebro.

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

ANÁLISE A DOENÇA DO EX-PRESIDENTE

Descoberta de tumor deve influenciar montagem de palanques para 2012
Tendência é que Lula reduza agenda pública, mas continue atuando na costura nos bastidores



DOENÇA APROXIMARÁ AINDA MAIS LULA E DILMA, QUE JÁ ENFRENTOU TUMOR

VERA MAGALHÃES
DE SÃO PAULO

Ainda é cedo para estimar de que forma o recém-descoberto tumor na laringe afastará Lula das múltiplas atividades com as quais se comprometeu desde que deixou a Presidência.

Num primeiro momento, porém, a tendência é que o ex-presidente deixe a linha de frente da articulação política para se recolher e se dedicar ao tratamento médico.
O ex-presidente comanda a montagem da estratégia eleitoral do PT para as eleições municipais de 2012 em várias praças importantes, notadamente em São Paulo.

Concebeu, tirou do papel e teve êxito em tornar viável a pré-candidatura do ministro Fernando Haddad (Educacação), um neófito na política que, a princípio, provocava ceticismo e desconfiança nas hostes petistas.

Em poucos meses, graças a doses generosas de vitamina L, de Lula, não só se tornou viável como passou à condição de favorito na disputa interna petista.
Ontem, ainda perplexos com a notícia sobre a saúde de seu líder maior, os petistas começavam a questionar se Haddad já tem força suficiente para levar o projeto político até as prévias, marcadas para o fim de novembro, sem contar com essa presença constante de Lula.

Sim, porque ninguém imagina, diante das primeiras informações divulgadas sobre o tumor -que dão conta de boas chances de cura total e um tratamento ambulatorial, segundo os médicos-, que o ex-presidente vá se recolher completamente.
Atingido naquilo que os próprios médicos e seus amigos chamavam ontem de sua ferramenta principal de fazer política -a voz-, Lula pode até reduzir sua exposição pública, mas continuará ativo nos bastidores, na costura.
No caso de Haddad, ainda estava no roteiro traçado pelo próprio Lula uma rodada de aparições conjuntas até as prévias de novembro.

O ministro foi um dos poucos convidados para a festa de 66 anos do ex-presidente na última quinta-feira, num sinal da proximidade que estabeleceram.
A depender das condições impostas pela equipe médica para o tratamento, talvez essa agenda pública tenha de ser reduzida.

UNANIMIDADE
Por outro lado, alguns analisavam que, com a saúde fragilizada, Lula, que já era quase à prova de questionamentos no PT, agora se tornará uma unanimidade.

Isso poderia levar a que os petistas que insistem na tese das prévias, a despeito da discordância do ex-presidente, recuassem e aceitassem o seu desígnio.

Além de afetar a montagem dos palanques municipais, a necessidade de se dedicar à sua saúde deve frear também a intensa agenda de viagens internacionais para palestras e homenagens que Lula vinha cumprindo.
Por fim, a doença recém-descoberta terá o condão de aproximar ainda mais Lula e a presidente Dilma Rousseff -que já na primeira manifestação a respeito, na nota emitida ontem, lembrou o fato de já ter enfrentado um tumor e ter obtido sucesso na cura plena da da doença.

terça-feira, 25 de outubro de 2011

O "homem" da Presidenta: Geólogo gaúcho é o 'zagueiro' da presidente

 
Por Fernando Exman | De Brasília
Em meio a um despacho rotineiro, na frente de outros assessores e ministros, a presidente Dilma Rousseff disparou sem dó para seu interlocutor: "Você não me diga que voltou a roer as unhas". O puxão de orelha em tom maternal até surpreendeu os presentes. Mas foi uma demonstração da proximidade entre Dilma e o alvo de sua interpelação, o chefe de gabinete presidencial, Giles Carriconde de Azevedo.

Giles, 50 anos de idade, é o tipo de pessoa que passa despercebida pelas ruas de Brasília. Discreto, não ostenta a proximidade que tem com o poder. Mas os políticos, empresários e representantes de entidades da sociedade civil que pretendem chegar perto da presidente Dilma Rousseff sabem muito bem de quem se trata e do acesso que o geólogo gaúcho pode lhes garantir à sala mais poderosa da República.

Pela lei, Giles comanda a estrutura que garante a assistência direta à presidente, a organização da sua agenda, a gestão das informações em apoio à decisão, o cerimonial, a secretaria particular, o acervo documental e a sua ajudância-de-ordens. Funcionários do Palácio do Planalto, no entanto, resumem: Giles é um "zagueiro" que serve de anteparo a Dilma.

É responsabilidade do auxiliar da presidente conversar com quem Dilma não receberá em audiências, assim como contextualizar à presidente o que foi dito em encontros já realizados e sugerir com quem Dilma deve se reunir em viagens aos Estados e que temas deve abordar com esses interlocutores. Giles, na avaliação de quem trabalha ou já trabalhou com ele, tem a função de um operador político. "A organização da agenda é uma questão política. O chefe de gabinete tem que saber como é o pensamento político do titular da Pasta e o que é feito pelo governo em relação aos mais diversos assuntos", explica uma pessoa próxima a Dilma e Giles.
Geólogo de formação, o chefe de gabinete da presidente está à frente no governo das discussões de assuntos de seu domínio, como o novo marco regulatório da mineração. Giles também participa das reuniões de coordenação política do governo, opinando sobre os desafios do Executivo e a conjuntura política. "Ele organiza, prioriza e define a agenda da presidenta, gerenciando tensões que, na prática, revelam quais são as prioridades políticas do governo", comenta um integrante do primeiro escalão do governo.

Não é de hoje que Giles, avesso a jornalistas e acostumado a agir nos bastidores, é considerado um homem de confiança de Dilma Rousseff. Os dois se conhecem desde os tempos em que eram militantes do PDT do Rio Grande do Sul. Brizolistas e da ala mais à esquerda do partido, ambos faziam parte do grupo liderado pelo ex-marido de Dilma, o ex-deputado estadual Carlos Araújo. Naquela época, quando foi secretário estadual e nacional da Juventude pedetista, chegou a frequentar a casa de Dilma e Araújo.

"Ele [Giles] sempre exerceu funções extremamente importantes e nunca criou problemas. Teria condições de se candidatar, mas nunca quis. Nunca teve a pretensão, sempre ficou na assessoria política", lembra Carlos Araújo.

Pela proximidade, Giles invariavelmente está exposto ao humor da chefe. Mas a descontração também está presente na relação dos dois, como nas vezes em que Dilma faz questão de caçoar do fato de Giles já ter ido quatro vezes passear na Antártida.

Pode-se dizer que Giles "especializou-se" em chefiar gabinetes ao longo de sua carreira. Primeiro, exerceu a função para o deputado federal Vieira da Cunha (PDT-RS), quando o parlamentar ainda era deputado estadual. Na época, coordenou uma derrotada campanha de Vieira da Cunha à Prefeitura de Porto Alegre e também foi da assessoria da Comissão de Economia da Assembleia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul, onde destacou-se pela produção de estudos e pareceres para os parlamentares. Giles ainda fez carreira no Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), antes de sua trajetória voltar a cruzar com a de Dilma.

Após a eleição do pedetista Alceu Collares ao governo gaúcho em 1993, Dilma foi nomeada secretária de Energia, Minas e Comunicação. A presidente já havia sido da equipe de Collares. Após participar da fundação do PDT gaúcho ao lado do ex-marido, Dilma trabalhou na assessoria da bancada estadual do partido entre 1980 e 1985. No ano seguinte, Alceu Collares, à época prefeito de prefeito de Porto Alegre, colocou-a à frente da Secretaria da Fazenda de sua administração.

Alceu Collares nomeou Giles para chefiar seu gabinete, decisão que promoveu uma aproximação entre Dilma e seu futuro auxiliar. Como resultado, Dilma convidou-o para reforçar a Pasta de Energia, Minas e Comunicação. Giles topou, mas decepcionou-se quando percebeu que não iria voltar a atuar na sua área de formação, a geologia e mineração. A então secretária preferiu colocar o correligionário na presidência da Companhia de Gás do Estado do Rio Grande do Sul (Sulgás), onde Giles participou do processo de implementação do sistema de distribuição no Estado do gás natural adquirido da Bolívia e ajudou o governo a resistir a privatizar a estatal.

Dilma e Giles permaneceram na gestão do petista Olívio Dutra. No entanto, quando o PDT rompeu com o governo petista, ambos deixaram o partido, filiaram-se ao PT e consolidaram a sua parceria profissional. Recentemente, na presença de alguns ministros, Dilma e Giles rememoraram as articulações que culminaram no afastamento entre petistas e pedetistas depois de uma reunião no Palácio da Alvorada. Os petistas presentes se divertiram com as histórias, apesar de o episódio ainda provocar ressentimentos entre pedetistas.

O geólogo foi recompensado poucos anos depois. Após destacar-se na transição dos governos Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva, Dilma Rousseff foi nomeada em 2003 ministra de Minas e Energia e indicou o auxiliar para chefiar a Secretaria de Minas e Metalurgia.

Giles retornou então ao seu campo profissional original, e logo no ano seguinte foi beneficiado por um decreto que ampliou os poderes da sua secretaria para autorizar a exploração mineral no país. O mesmo ato mudou o nome da área chefiada por Giles para Secretaria de Geologia, Mineração e Transformação Mineral. No governo, a medida foi vista como um símbolo da confiança depositada pela então ministra ao subordinado.
"A relação dos dois é de muito tempo e de muita cumplicidade", comenta uma fonte do primeiro escalão do governo. "Eles se entendem pelo olhar."

Giles seguiu com a chefe para a Casa Civil quando, em 2005, Dilma Rousseff foi convidada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva a substituir José Dirceu em meio ao escândalo do mensalão. Lá, onde chegou a ser secretário-executivo-adjunto e por algumas vezes na ausência da então ministra assumiu a chefia da Pasta, o geólogo firmou-se como um dos principais assessores de Dilma.

Era Giles o responsável pela agenda e a interlocução da chefe da Casa Civil com o meio político. Quando Dilma não tratava diretamente com as principais lideranças políticas ou governadores, Giles fazia o meio de campo. A consequência não poderia ser outra: a importância estratégica da função exercida por Giles crescia à medida que Dilma conquistava um maior espaço na administração de Lula e se consolidava como potencial candidata à Presidência da República. Parlamentares sabiam que atender a um telefonema do gaúcho era o mesmo que receber um recado da própria Dilma.

Em 2010, Giles foi novamente carregado por Dilma quando a então ministra desincompatibilizou-se para disputar a eleição presidencial. Responsável pela agenda da candidata, Giles integrou o núcleo da coordenação da campanha petista. Não à toa, Giles integrou a lista com os primeiros nomes dos indicados por Dilma Rousseff para tocar a transição de governos.

Nomeado chefe de gabinete da presidente, Giles está à disposição de Dilma em tempo integral, mas não abre mão de buscar os filhos na escola nos fins das manhãs. Quem conhece o gaúcho sabe que a atividade é considerada "sagrada" e Giles só abre mão de realizá-la se não tiver outra opção. Fanático pelo Grêmio, o gaúcho debate futebol com paixão. E tem também outra válvula de escape: sempre que pode vai para o mato passear de jeep nos arredores de Brasília com sua turma de trilheiros.


Policial diz não ter provas que incriminem diretamente ministro

Por Agência Brasil
BRASÍLIA - O policial militar João Dias Ferreira disse que hoje  que não tem provas para incriminar diretamente o ministro do Esporte, Orlando Silva. Ferreira disse, no entanto, que todos os interlocutores com quem ele (Ferreira) falava nas gravações eram ligados ao ministro. O policial prestou depoimento hoje na Superintendência da Polícia Federal (PF) em Brasília.

O policial entregou à PF treze arquivos de áudio, um celular, documentos que apresentam supostas irregularidades e convênios do programa Segundo Tempo do Ministério do Esporte.
A Polícia Federal informou que o laudo da perícia das gravações feitas por Ferreira, autor de denúncias sobre a existência de um esquema de corrupção no Ministério do Esporte, devem ficar prontas no final da próxima semana.

Ex-militante do PCdoB, mesmo partido do ministro, João Dias Ferreira é responsável pela Federação Brasiliense de Kung Fu e pela Associação João Dias de Kung Fu, organizações não governamentais (ONGs) com as quais o ministério firmou dois convênios em 2005 e 2006, para que crianças e jovens em situação de risco fossem atendidos pelo Programa Segundo Tempo, criado pelo governo federal para incentivar crianças carentes a praticar atividades esportivas.

Segundo a denúncia do policial militar, Orlando Silva comandaria um esquema de desvio de parte do dinheiro que o ministério repassava a entidades conveniadas ao programa federal. Ferreira e um de seus funcionários, Célio Soares Pereira, haviam garantido que Silva recebeu pessoalmente, na garagem do ministério, parte do dinheiro obtido com o esquema.
(Agência Brasil)