Amazônia, meio ambiente, ecologia, biodiversidade, desenvolvimento sustentável, ciência e tecnologia, incubadoras e parques tecnológicos, política nacional e internacional - Amazonia, the environment, ecology, biodiversity, sustainable development, science and technology, incubators and technology parks, national and international policy
sexta-feira, 28 de janeiro de 2011
TCM treina 17 municípios paraenses
Sob a coordenação geral do Prof. Juan Bardalez Hoyos, de Universidade Federal do Pará (UFPA) o Tribunal de Contas dos Municípios vai realizar um Treinamento em Controle Interno, no período de 7 a 11 de fevereiro, no município de Castanhal, abrangendo mais 17 municípios da região nordeste do Estado.
Segundo o presidente do TCM, conselheiro José Carlos Araújo, durante o evento será abordado do planejamento das compras públicas ao processo de licitação, gestão e fiscalização de contratos e pregão eletrônico.
O TCM oferece uma vaga para servidor efetivo de cada prefeitura e câmara municipal. O evento será realizado na Secretaria de Indústria e Comércio e a solenidade de abertura na Câmara Municipal de Castanhal. Estão incluídos no treinamento os municípios de Castanhal, Colares, Curuçá, Igarapé-Açu, Inhagapi, Magalhães Barata, Maracanã, Marapanim, Santa Izabel do Pará, Santo Antônio do Tauá, São Caetano de Odivelas, São Domingos do Capim, São Francisco do Pará, São João da Ponta, São Miguel do Guamá, Terra Alta e Vigia de Nazaré.
O TCM já vêm realizando a capacitação de mais de 60 alunos nas áreas de meio ambiente, ciência e tecnologia no âmbito do Programa de Especialização em Auditoria Ambiental, ofertado pelo Tribunal de Contas dos Municípios do Estado - TCM, pela Procuradoria Geral do Ministério Público junto ao TCM - PGJTCM e pela Universidade Federal do Pará ´-UFPA, através do seu Núcleo de Meio Ambiente - NUMA.
(Diário do Pará)
Política científica e tecnológica, pelo neurocientista Miguel Nicolelis, do Instituto de pesquisas de Natal
Miguel Nicolelis é um dos 20 pesquisadores mais importantes do planeta. Apontado pela revista Scientific American. Diretor do Centro de Neuroengenharia da Universidade de Duke, nos EUA, Miguel Nicolelis é considerado um candidato forte a trazer um prêmio Nobel para o Brasil.
“Não. O único Divino que eu acredito é o Ademir da Guia [craque do Palmeiras entre 1960/70 apelidado de Divino pela crônica esportiva]. Aliás, tenho uma ótima relação com Deus: ele não acredita em mim e eu não acredito nele.”
Criticou a gestão científica no País, especialmente em São Paulo. E questionou os critérios – políticos – para a escolha do ministro da Ciência & Tecnologia, Aloizio Mercadante.
Leia aqui parte da entrevista concedida a Alexandre Gonçalves ao Estadão.
Está ultrapassada. Principalmente, a gestão científica. Foi por isso que eu escrevi o Manifesto da Ciência Tropical (publicado em primeira mão no blog Viomundo). O mais importante nós temos: o talento humano. Mas ele é rapidamente sufocado por normas absurdas dentro das universidades.
Não podemos mais fazer pesquisa de forma amadora. Devemos ter uma carreira para pesquisadores em tempo integral e oferecer um suporte administrativo profissional aos cientistas.
Visitei um dos melhores institutos de física do País, na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), e o pessoal não tem suporte nenhum. Se um americano do Instituto de Física da Universidade Duke visitar os pesquisadores brasileiros, não vai acreditar. Eles tomam conta do auditório, fazem os cheques e compram as coisas, porque não é permitido ter gestores científicos com formação específica para este trabalho. Nós preferimos tirar cientistas que despontaram da academia. Aqui no Brasil há a cultura de que, subindo na carreira científica, o último passo de glória é virar um administrador do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) ou da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). É uma tragédia. Esses caras não têm formação para administrar nada. Nem a casa deles. Não temos quadros de gestores. A gente gasta muito dinheiro e presta muita atenção em besteira e não investe naquilo que é fundamental.
Absurdo anticorpos apodrecer por causa da burocracia. Alguém precisa dizer: “Chega!”
Qual é a diferença nos mecanismos de financiamento e gestão científica nos EUA e no Brasil?
O investimento privado e público americano – sem contar os gastos do Pentágono que, em parte, são sigilosos – é equiparável: cerca de US$ 250 bilhões anuais cada um (o equivalente a R$ 425 bilhões). Eles também enfrentam o problema de que as empresas privadas não costumam investir em pesquisa pura, meio de cultura de onde saem as ideias aplicadas. Contudo, o governo não investe só em universidades. Ele também coloca dinheiro em empresas e em institutos de pesquisa privados. Este é o segredo.
No Brasil, a grande maioria dos mecanismos públicos de financiamento está voltado para universidades públicas. Sendo assim, você não contrata cientistas e técnicos para um projeto, pois depende dos quadros da universidade. Mas esses quadros estão dando 300 horas de aula por semestre. Não dá para competir com um chinês que está em Berkeley pesquisando o dia inteiro e recebendo milhões de dólares para contratar quem ele quiser. Como fazer ciência sem gente?
Na realidade, os americanos não contam com pessoas mais capazes lá. O que eles têm de diferente é um número muito maior de pesquisadores, processos eficientes, gestão científica profissional – a melhor jamais inventada – e dinheiro. Nos Estados Unidos, sou visto como um pequeno empreendedor. Recebo dinheiro do governo americano e uma parcela menor de investimento privado. Tenho assim uma “padaria” que faz ciência: posso contratar o padeiro, o faxineiro e a atendente de acordo com as necessidades do projeto. Esse empreendedorismo não é permitido pelas leis brasileiras. As mesmas regras que regem o gasto de quaisquer dez mil réis que um cientista ganha do governo federal servem para controlar licitações de centenas de milhões de reais para a construção de estradas, hidrelétricas. Achar que um cientista vai desviar dinheiro para fazer fortuna pessoal é absurdo. O processo de financiamento deve ser mais aberto, com mecanismos simples de auditoria. Além disso, deveria ser mais fácil importar insumos e, com o tempo, precisaríamos atrair empresas para produzi-los aqui. É um absurdo ver anticorpos apodrecer no aeroporto de Guarulhos por causa da burocracia. Alguém no topo da pirâmide – o presidente da República ou o ministro da Ciência e Tecnologia – precisa dizer:
“Chega! Acabou a brincadeira.”
“Não precisamos mais de caciques. Precisamos
de índios. Investir na massificação dos talentos.”
É um desperdício gigantesco de talento e de dinheiro. A China está recuperando pesquisadores que emigraram para os EUA oferecendo condições de trabalho ainda melhores que as americanas. Milhares de brasileiros voltariam ao Brasil se tivessem melhores condições para trabalhar. Mas o sujeito vem para uma universidade federal e é obrigado a dar 300 horas de aula por semestre. Perdemos o talento. Além disso, ele conquista a estabilidade de forma quase automática. Que motivação vai ter para crescer? Há talentos, mas os processos são medievais. E o cientista brasileiro tem muito receio de bater de frente com as autoridades para reivindicar o que ele realmente precisa.
Quanto o Brasil deveria investir em ciência?
O Brasil precisa investir de 4% a 5% do seu Produto Interno Bruto (PIB) em ciência e tecnologia para encarar a China, a Índia, a Rússia, os Estados Unidos, a Coreia do Sul. Esses são os jogadores com quem devemos nos equiparar. É o mesmo percentual que já investimos em educação. É essencial realizar os dois investimentos: por um lado, para formar gente e iniciar a revolução educacional que o País precisa; por outro, para usar o potencial intelectual dessas pessoas na produção de algo para o País. Atualmente, investimos 1,3% do PIB. No Japão, é quase 4%. Isso explica muita coisa.
Você afirmou diversas vezes que a ciência precisa ser democratizada no País.
Sem dúvida. É uma atividade extremamente elitizada. Não temos a penetração popular adequada nas universidades. Quantos doutores são índios ou negros? A ciência deve ir ao encontro da sociedade brasileira. Essa foi uma das razões que me motivaram a escrever o manifesto. Até bem pouco tempo, a ciência era uma atividade da aristocracia brasileira. Há 30 ou 40 anos só a classe mais alta tinha acesso à universidade. Não precisavam de financiamento porque tinham dinheiro próprio.
Hoje, nós precisamos de cientista que joga futebol na praia de Boa Viagem. Precisamos do moleque que está na escola pública. As crianças precisam ter acesso à educação científica, à iniciação científica. O que também implica uma democratização na distribuição de oportunidades e recursos em todo o País. Estamos trabalhando com 21 crianças da periferia de Natal. Elas nem mesmo entraram no ensino médio e já estão sendo incorporadas às linhas de produção de ciência do nosso instituto. Quatro participaram de um projeto-piloto em que aprenderam a usar ressonância nuclear magnética de bancada para medir o volume de óleo nas sementes do pinhão-manso do semi-árido nordestino. E classificaram as diferentes sementes de acordo com a quantidade de óleo. Duvido que exista algum técnico na Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) melhor do que essas crianças.
Não precisamos mais de caciques. Precisamos de índios. Devemos investir na massificação dos talentos. Esses moleques vão decidir o que vai ser a nossa ciência. Se chega um jovem muito talentoso que quer investigar besouro, devemos responder:
Como você avalia o governo Lula?
Apoiei e apoio incondicionalmente o presidente Lula porque vivemos hoje o melhor momento da história do País. A proposta global de inclusão do governo Lula – e espero que será a mesma com a Dilma – é aquela que eu acredito. Contudo, os detalhes devem ser corrigidos. Admiro profundamente o ministro da Ciência e Tecnologia, Sérgio Rezende. Tivemos grandes avanços como a criação dos INCTs e dos fundos setoriais. Mas o ministro não enfrentou a estrutura. Talvez não pudesse, por não ter condições práticas ou por fazer parte dela, por ter crescido nela. Em oito anos, nunca fui chamado para dar uma opinião no MCT ou para apresentar os resultados do projeto de Natal. Sei que outros cientistas, melhores do que eu, também não foram chamados. É curioso. Mas fui chamado pelo Ministério da Educação. O ministro (Fernando Haddad) é o melhor que já tivemos na história da República. Ele criou a infraestrutura que será lembrada daqui a 50 anos como a reviravolta da educação brasileira. Com o Haddad eu consigo conversar e nossa parceria está dando resultados.
Apoiei e apoio incondicionalmente o presidente Lula porque vivemos hoje o melhor momento da história do País. A proposta global de inclusão do governo Lula – e espero que será a mesma com a Dilma – é aquela que eu acredito. Contudo, os detalhes devem ser corrigidos. Admiro profundamente o ministro da Ciência e Tecnologia, Sérgio Rezende. Tivemos grandes avanços como a criação dos INCTs e dos fundos setoriais. Mas o ministro não enfrentou a estrutura. Talvez não pudesse, por não ter condições práticas ou por fazer parte dela, por ter crescido nela. Em oito anos, nunca fui chamado para dar uma opinião no MCT ou para apresentar os resultados do projeto de Natal. Sei que outros cientistas, melhores do que eu, também não foram chamados. É curioso. Mas fui chamado pelo Ministério da Educação. O ministro (Fernando Haddad) é o melhor que já tivemos na história da República. Ele criou a infraestrutura que será lembrada daqui a 50 anos como a reviravolta da educação brasileira. Com o Haddad eu consigo conversar e nossa parceria está dando resultados.
quarta-feira, 26 de janeiro de 2011
Ibama diz que licença para Belo Monte obedeceu critérios
O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e
dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) concedeu hoje (26) autorização
para o começo da construção do canteiro de obras da Usina Hidrelétrica
de Belo Monte, no Rio Xingu (PA).
O presidente substituto do Ibama,
Américo Ribeiro Tunes, assinou uma autorização de supressão de
vegetação, que permite o desmate de uma área de 238 hectares no local de
construção da usina. O documento autoriza a Norte Energia, responsável
pela obra, a “proceder a supressão de vegetação relativa à implantação
de infraestrutura de apoio no sítio Belo Monte (acampamento, canteiro
industrial e área de estoque de solo e madeira)”.
Na prática, a autorização equivale a uma
licença parcial de instalação, que não está prevista no processo
regular de licenciamento ambiental. A empresa vai precisar obter junto
ao Ibama a licença de instalação, que permite começar as obras. Depois
que o empreendimento estiver concluído, será preciso uma licença de
operação para colocar a hidrelétrica em funcionamento.
O Ministério Público Federal já havia
anunciado que irá entrar com uma nova ação na Justiça caso o Ibama
emitisse alguma autorização parcial antes da licença de instalação.
A autorização assinada hoje prevê uma
série de condicionantes que deverão ser cumpridas pelo consórcio para
compensar o desmatamento na área da usina, entre elas a recuperação de
64,5 hectares de Área de Proteção Permanente na zona de influência da
hidrelétrica.
Belo Monte é uma das principais obras do
Programa de Aceleração do Crescimento e deve ser concluída até o começo
de 2015. Com potência instalada de 11,2 mil megawatts, será a segunda
maior hidrelétrica brasileira e a terceira maior do mundo.
(Agência Brasil)
Fórum discute importância das florestas para sustentabilidade do planeta
Afinal, qual é a importância das florestas não só para o equilíbrio
fundamental do planeta, mas também para a sobrevivência das populações
humanas?
Já se sabe que alguns dos serviços ambientais essenciais oferecidos pelas florestas são a regulação do clima, a manutenção e oferta de água e de alimentos. Sua importância também pode ser traduzida em inúmeras possibilidades econômicas decorrentes de sua utilização.
Para discutir a proteção em caráter emergencial das florestas de todo o planeta,
representantes das Nações Unidas estão reunidos desde segunda-feira (24), em Nova York (EUA), no 9º UNFF (Fórum das Nações Unidas para Florestas) com o propósito de estabelecer agendas internacionais comuns em torno deste objetivo.
Durante duas semanas, os países membros vão debater a importância das florestas para o bem-estar e garantia da sustentabilidade das próprias populações humanas, sem se limitarem à questão da produção e do mercado florestal – focado no fornecimento de madeira -, tônica que sempre permeou essas discussões.
De acordo com João de Deus, diretor do Departamento de Florestas do MMA, no Ano Internacional de Florestas (2011), o lema da campanha da ONU pretende lembrar a todos que a conservação florestal não é um obstáculo ao desenvolvimento.
“As comunidades podem desenvolver suas economias em um processo que esteja associado à habilidade de se conseguir manter os recursos a longo prazo”, comenta.
Outros temas como a preservação da biodiversidade (especialmente em florestas tropicais, que apresentam megadiversidade), redução de sua perda e manutenção de florestas como estratégia de mitigação dos efeitos de mudanças climáticas serão pautados no Fórum.
O principal ponto que o Brasil pretende defender é o manejo adequado de florestas tropicais como instrumentos de mercado. João de Deus explica que existe a possibilidade de um modelo de desenvolvimento em que as florestas vão auxiliar no processo socioeconômico das comunidades, feito a partir da utilização de recursos múltiplos destas áreas.
“Ao gerar esta multiplicidade de usos, este modelo prevê que a pressão econômica sobre os recursos florestais deve ser compatibilizada com a sua conservação a longo prazo”, argumenta.
A reunião vai avaliar como cada país membro pode implementar tais mudanças e socializar ideias e sugestões em busca de novas iniciativas.
Manejo florestal – João de Deus afirma que os atuais padrões de manejo florestal têm se mostrado insatisfatórios. Ele explica ainda que a criação de novos modelos vai exigir novas tecnologias e desenvolvimento de conhecimento, além de investimentos em pesquisas nesta área.
“A cooperação deve trabalhar firme e rapidamente nesse processo. Perdemos muito tempo com a propagação da ideia de que o manejo florestal seria uma única solução para todos os males”.
O manejo florestal é o documento técnico que contém o planejamento para a exploração de determinadas espécies madeireiras nas florestas. Implica no manejo da floresta que extrai da mesma apenas o que ela conseguiria repor naturalmente, sem que isso comprometa o equilíbrio do ecossistema e sua capacidade de regeneração florestal, sem colocar em risco sua cobertura vegetal. (Fonte: Carine Correa/ MMA)
Já se sabe que alguns dos serviços ambientais essenciais oferecidos pelas florestas são a regulação do clima, a manutenção e oferta de água e de alimentos. Sua importância também pode ser traduzida em inúmeras possibilidades econômicas decorrentes de sua utilização.
Para discutir a proteção em caráter emergencial das florestas de todo o planeta,
representantes das Nações Unidas estão reunidos desde segunda-feira (24), em Nova York (EUA), no 9º UNFF (Fórum das Nações Unidas para Florestas) com o propósito de estabelecer agendas internacionais comuns em torno deste objetivo.
Durante duas semanas, os países membros vão debater a importância das florestas para o bem-estar e garantia da sustentabilidade das próprias populações humanas, sem se limitarem à questão da produção e do mercado florestal – focado no fornecimento de madeira -, tônica que sempre permeou essas discussões.
De acordo com João de Deus, diretor do Departamento de Florestas do MMA, no Ano Internacional de Florestas (2011), o lema da campanha da ONU pretende lembrar a todos que a conservação florestal não é um obstáculo ao desenvolvimento.
“As comunidades podem desenvolver suas economias em um processo que esteja associado à habilidade de se conseguir manter os recursos a longo prazo”, comenta.
Outros temas como a preservação da biodiversidade (especialmente em florestas tropicais, que apresentam megadiversidade), redução de sua perda e manutenção de florestas como estratégia de mitigação dos efeitos de mudanças climáticas serão pautados no Fórum.
O principal ponto que o Brasil pretende defender é o manejo adequado de florestas tropicais como instrumentos de mercado. João de Deus explica que existe a possibilidade de um modelo de desenvolvimento em que as florestas vão auxiliar no processo socioeconômico das comunidades, feito a partir da utilização de recursos múltiplos destas áreas.
“Ao gerar esta multiplicidade de usos, este modelo prevê que a pressão econômica sobre os recursos florestais deve ser compatibilizada com a sua conservação a longo prazo”, argumenta.
A reunião vai avaliar como cada país membro pode implementar tais mudanças e socializar ideias e sugestões em busca de novas iniciativas.
Manejo florestal – João de Deus afirma que os atuais padrões de manejo florestal têm se mostrado insatisfatórios. Ele explica ainda que a criação de novos modelos vai exigir novas tecnologias e desenvolvimento de conhecimento, além de investimentos em pesquisas nesta área.
“A cooperação deve trabalhar firme e rapidamente nesse processo. Perdemos muito tempo com a propagação da ideia de que o manejo florestal seria uma única solução para todos os males”.
O manejo florestal é o documento técnico que contém o planejamento para a exploração de determinadas espécies madeireiras nas florestas. Implica no manejo da floresta que extrai da mesma apenas o que ela conseguiria repor naturalmente, sem que isso comprometa o equilíbrio do ecossistema e sua capacidade de regeneração florestal, sem colocar em risco sua cobertura vegetal. (Fonte: Carine Correa/ MMA)
segunda-feira, 24 de janeiro de 2011
Conceição e o futuro do Brasil, sempre atual.
Para que o Brasil de 2020 erradique a miséria e caminhe mais próximo
dos países desenvolvidos, é preciso que se faça o controle da inflação e
do crédito e que os governos garantam políticas efetivas de defesa
soberana interna. Esse foi o principal alerta dado pela economista Maria
da Conceição Tavares na 1ª Conferência do Desenvolvimento, promovida em
novembro pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), em
Brasília. Desafiadora e sempre se fazendo ouvida por especialistas dos
mais diversos setores, Conceição, aos 80 anos, foi a grande convidada do
evento do Ipea (do qual é conselheira). E disse que para garantir o
desenvolvimento do país com vistas aos próximos dez anos é preciso a
conscientização, por parte de técnicos e governantes, de que nem sempre
crescimento significa distribuição de renda.
Ela alerta para o fato de que o desenvolvimento brasileiro deve continuar sendo norteado por políticas universais de educação, saúde e de transferência de renda, mas sem que o novo governo deixe de lado o eixo econômico. “Se não houver melhoria na indústria, por exemplo, vamos virar um país exportador primário de quinta categoria”, acentuou. Outros pontos destacados pela economista foram a questão cambial e o incremento da atual política industrial e tecnológica brasileira, que considera fundamentais para o desenvolvimento nacional de longo prazo. E, também, a necessidade de fazer uma reforma tributária – tarefa, de acordo com ela, que ainda não saiu do papel porque os ricos e grandes proprietários não querem pagar impostos; quem realmente paga é a classe média. A verdade é que a dificuldade de uma reforma tributária ser aprovada decorre do fato de essas pessoas (ricos e grandes proprietários) serem as que elegem a maior parte do Congresso.
De acordo com ela, não é possível deixar o equilíbrio e o desenvolvimento do país voltados para as tendências do mercado. O governo precisa ter uma política macroeconômica que desvalorize lentamente o real para evitar choque de juros e de câmbio, o que poderá fazer com que o Brasil seja um país independente e soberano nos próximos anos – “Não apenas para o exterior, mas com políticas de defesa soberana interna”, assegurou.
Em tempos de discussões sobre os possíveis cortes no Orçamento da União para 2011, a economista foi além. Disse que a política fiscal de cortar gastos sociais utilizando como argumento a necessidade de investir, a seu ver, não faz sentido. “O que se precisa é cortar aquelas despesas consideradas irrelevantes, como os salários de juízes e parlamentares, não os gastos sociais. O Congresso Nacional não gera receita nem justiça, logo não tem direito de criar despesa”, acentuou.
A economista ainda recomendou ao governo que, para manter o crescimento econômico sem risco inflacionário, faça um “realinhamento cambial lento” e ao mesmo tempo baixe os juros, iniciando um controle dos capitais que “entram só para ganhar nos juros e na Bolsa”, com a permissão da legislação brasileira.
Conceição defendeu a recriação da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) – o conhecido imposto do cheque, cujos recursos eram destinados à área da Saúde. E também a atual política de reajuste do salário mínimo, que acompanha a inflação mais o crescimento da economia de dois anos antes. Apesar disso, ressaltou que consideraria mais eficaz se os reajustes misturassem o crescimento passado com uma expectativa de crescimento.
João Paulo dos Reis Veloso, um dos criadores do Ipea, propôs um modelo de desenvolvimento para o país baseado no conhecimento. “Na dimensão econômica, é preciso levar o conhecimento em todas as suas formas para todos os setores da economia e, na dimensão econômico-social, levar o conhecimento a todos os segmentos da sociedade, promovendo inclusão social e digital. Isso exige a transformação do Brasil em um país de alto conteúdo humano interagindo com inovação e tecnologia.”
Para Reis Veloso, o Brasil fez opções erradas no passado, sobretudo por ter deixado de implementar algumas reformas, como a tributária. “Para tornar o país desenvolvido em duas ou três décadas, é preciso sonhar e criar uma mobilização por um modelo com grande geração de empregos”, acrescentou, para alertar: “Se não fizermos essa opção, seremos a geração perdida”.
O presidente do Ipea, Marcio Pochmann, acentuou que o planejamento do desenvolvimento exige sabedoria para enfrentar questões que conectam os brasileiros ao passado e os ligam ao futuro. E destacou que o Brasil ainda não é um país desenvolvido por três fatores: por não ter cultura democrática, por ter demorado na transição para uma sociedade urbana e industrial e pela inversão na trajetória dos direitos sociais, que, no Brasil, não acompanharam os direitos políticos.
O ponto fraco, entretanto, foi o chamado índice de qualidade da inserção externa, que mostrou um comportamento volátil e ficou, durante a maior parte do período estudado, em patamar abaixo do registrado pelos outros índices, levando à observação de que ainda é frágil a inserção externa da economia brasileira. Segundo o Ipea, a evolução do IQD permite concluir que a crise econômica global de 2008 interferiu nos indicadores de desenvolvimento brasileiros, embora estes tenham apresentado recuperação rápida. Boa parte dessa performance, apontou o documento, foi conseguida em razão do bom desempenho das reservas internacionais do país, da massa salarial e da redução da taxa de desemprego.
Ela alerta para o fato de que o desenvolvimento brasileiro deve continuar sendo norteado por políticas universais de educação, saúde e de transferência de renda, mas sem que o novo governo deixe de lado o eixo econômico. “Se não houver melhoria na indústria, por exemplo, vamos virar um país exportador primário de quinta categoria”, acentuou. Outros pontos destacados pela economista foram a questão cambial e o incremento da atual política industrial e tecnológica brasileira, que considera fundamentais para o desenvolvimento nacional de longo prazo. E, também, a necessidade de fazer uma reforma tributária – tarefa, de acordo com ela, que ainda não saiu do papel porque os ricos e grandes proprietários não querem pagar impostos; quem realmente paga é a classe média. A verdade é que a dificuldade de uma reforma tributária ser aprovada decorre do fato de essas pessoas (ricos e grandes proprietários) serem as que elegem a maior parte do Congresso.
Crise global
Em relação ao momento observado na economia mundial depois da crise econômica de 2008, Maria da Conceição Tavares afirmou que o Brasil precisa ficar preocupado e fazer o controle de quantitativos para combater a inflação, como aumentar o compulsório e controlar o crédito. “Só não pode puxar a taxa de juros, por conta da situacão fiscal e do balanço de pagamento”, ressaltou.De acordo com ela, não é possível deixar o equilíbrio e o desenvolvimento do país voltados para as tendências do mercado. O governo precisa ter uma política macroeconômica que desvalorize lentamente o real para evitar choque de juros e de câmbio, o que poderá fazer com que o Brasil seja um país independente e soberano nos próximos anos – “Não apenas para o exterior, mas com políticas de defesa soberana interna”, assegurou.
Em tempos de discussões sobre os possíveis cortes no Orçamento da União para 2011, a economista foi além. Disse que a política fiscal de cortar gastos sociais utilizando como argumento a necessidade de investir, a seu ver, não faz sentido. “O que se precisa é cortar aquelas despesas consideradas irrelevantes, como os salários de juízes e parlamentares, não os gastos sociais. O Congresso Nacional não gera receita nem justiça, logo não tem direito de criar despesa”, acentuou.
A economista ainda recomendou ao governo que, para manter o crescimento econômico sem risco inflacionário, faça um “realinhamento cambial lento” e ao mesmo tempo baixe os juros, iniciando um controle dos capitais que “entram só para ganhar nos juros e na Bolsa”, com a permissão da legislação brasileira.
Conceição defendeu a recriação da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) – o conhecido imposto do cheque, cujos recursos eram destinados à área da Saúde. E também a atual política de reajuste do salário mínimo, que acompanha a inflação mais o crescimento da economia de dois anos antes. Apesar disso, ressaltou que consideraria mais eficaz se os reajustes misturassem o crescimento passado com uma expectativa de crescimento.
Brasil de 2020
A conferência do Ipea teve a proposta de estudar os rumos de desenvolvimento do país para a próxima década e traçar, de certa forma, o que seria o início de um novo pensamento desenvolvimentista até o ano 2020, do ponto de vista do planejamento, da economia e das políticas sociais e de educação. Um dos expositores, o economista e educador Cândido Mendes, lembrou que um dos avanços dos últimos anos foi o fato de o Brasil ter saído do chamado Consenso de Washington. “Isso permitiu que tivéssemos um modelo econômico claro de produção com distribuição de renda, com a oportunidade de manter e desdobrar o desenvolvimento”, afirmou.João Paulo dos Reis Veloso, um dos criadores do Ipea, propôs um modelo de desenvolvimento para o país baseado no conhecimento. “Na dimensão econômica, é preciso levar o conhecimento em todas as suas formas para todos os setores da economia e, na dimensão econômico-social, levar o conhecimento a todos os segmentos da sociedade, promovendo inclusão social e digital. Isso exige a transformação do Brasil em um país de alto conteúdo humano interagindo com inovação e tecnologia.”
Para Reis Veloso, o Brasil fez opções erradas no passado, sobretudo por ter deixado de implementar algumas reformas, como a tributária. “Para tornar o país desenvolvido em duas ou três décadas, é preciso sonhar e criar uma mobilização por um modelo com grande geração de empregos”, acrescentou, para alertar: “Se não fizermos essa opção, seremos a geração perdida”.
O presidente do Ipea, Marcio Pochmann, acentuou que o planejamento do desenvolvimento exige sabedoria para enfrentar questões que conectam os brasileiros ao passado e os ligam ao futuro. E destacou que o Brasil ainda não é um país desenvolvido por três fatores: por não ter cultura democrática, por ter demorado na transição para uma sociedade urbana e industrial e pela inversão na trajetória dos direitos sociais, que, no Brasil, não acompanharam os direitos políticos.
Qualidade
Durante o evento, o instituto divulgou o mais recente relatório sobre o Índice de Qualidade de Desenvolvimento (IQD), que avalia vários indicadores da população. O trabalho constatou que, de 2003 até hoje, o único índice que mostrou melhora contínua foi o que se refere à qualidade do bem-estar dos brasileiros. O que, conforme os pesquisadores, se reflete nas constantes quedas observadas na desigualdade e na pobreza do país ao longo do período – além de maior formalização no mercado de trabalho.O ponto fraco, entretanto, foi o chamado índice de qualidade da inserção externa, que mostrou um comportamento volátil e ficou, durante a maior parte do período estudado, em patamar abaixo do registrado pelos outros índices, levando à observação de que ainda é frágil a inserção externa da economia brasileira. Segundo o Ipea, a evolução do IQD permite concluir que a crise econômica global de 2008 interferiu nos indicadores de desenvolvimento brasileiros, embora estes tenham apresentado recuperação rápida. Boa parte dessa performance, apontou o documento, foi conseguida em razão do bom desempenho das reservas internacionais do país, da massa salarial e da redução da taxa de desemprego.
domingo, 23 de janeiro de 2011
Se cumprirá o presságio do Coronel Nascimento, vai dar....
O retorno Mangabeira Unger, ex-ministro da Secretaria de Assuntos
Estratégicos, voltará a ter funções na pasta: aceitou convite de
Moreira Franco e trabalhará na
conclusão da elaboração de programa sustentável para
Amazônia, Nordeste e Centro-Oeste. A tarefa não será remunerada, dizem
eles.
Corretíssimo, a presidenta é ela.
Obedece quem tem juízo
Eliane Cantanhêde - Folha
Jobim encontrou a Defesa em polvorosa, numa bagunça indescritível. Trocou uns chefes, enquadrou outros, arrumou a casa. É considerado o primeiro ministro da Defesa de fato na história deste país.
Para tanto, Jobim pediu e obteve carta branca de Lula, que gosta de empurrar decisões e abacaxis com a barriga e adorou jogar os militares para no colo do ministro.
Assim, Jobim tratou as Forças Armadas como um feudo seu. Criou a Estratégia Nacional de Defesa, definiu programas bilionários para Marinha, Aeronáutica e Exército -nesta ordem- e reformulou toda a organização militar para reforçar a posição do... próprio ministro.
Ocorre que Lula é Lula, e Dilma é Dilma. Ela tem uma lealdade canina -ou seria feminina?- ao ex-chefe e mentor, mas tem lá seu estilo, seu gosto pela gestão e pelo poder. Se Lula permitia e até agradecia a existência de feudos, especialmente o da Defesa, com a nova presidente não funciona assim. Ela quer saber tudo, acompanhar tudo, cobrar tudo, ter certeza do que está decidindo e assinando.
Trocando a metáfora: Jobim cantava de galo na área militar; agora não canta mais. Ele queria comprar os caças da FAB no governo Lula, mas Dilma vetou. Disse que seria em janeiro, mas Dilma adiou. Fez seu próprio parecer, mas Dilma quis ver o da FAB. Tentou continuar sendo o único interlocutor do presidente na sua área, mas Dilma abriu as portas para conversas a sós com os comandantes.
A comunicação da presidente com seu ministro vai bem, até porque ela, apesar de nascida em Minas, fala gauchês tão bem quanto Jobim. Mas ficou claro que ele não decide mais sozinho. Agora, quem manda é ela. Manda quem pode, obedece quem tem juízo.
Eliane Cantanhêde - Folha
BRASÍLIA - Apesar de Dilma Rousseff e Nelson Jobim terem acertado
os ponteiros e estarem dialogando
fluidamente, a posição de Jobim no
governo já foi bem mais confortável
-quando o presidente era Lula.
Jobim encontrou a Defesa em polvorosa, numa bagunça indescritível. Trocou uns chefes, enquadrou outros, arrumou a casa. É considerado o primeiro ministro da Defesa de fato na história deste país.
Para tanto, Jobim pediu e obteve carta branca de Lula, que gosta de empurrar decisões e abacaxis com a barriga e adorou jogar os militares para no colo do ministro.
Assim, Jobim tratou as Forças Armadas como um feudo seu. Criou a Estratégia Nacional de Defesa, definiu programas bilionários para Marinha, Aeronáutica e Exército -nesta ordem- e reformulou toda a organização militar para reforçar a posição do... próprio ministro.
Ocorre que Lula é Lula, e Dilma é Dilma. Ela tem uma lealdade canina -ou seria feminina?- ao ex-chefe e mentor, mas tem lá seu estilo, seu gosto pela gestão e pelo poder. Se Lula permitia e até agradecia a existência de feudos, especialmente o da Defesa, com a nova presidente não funciona assim. Ela quer saber tudo, acompanhar tudo, cobrar tudo, ter certeza do que está decidindo e assinando.
Trocando a metáfora: Jobim cantava de galo na área militar; agora não canta mais. Ele queria comprar os caças da FAB no governo Lula, mas Dilma vetou. Disse que seria em janeiro, mas Dilma adiou. Fez seu próprio parecer, mas Dilma quis ver o da FAB. Tentou continuar sendo o único interlocutor do presidente na sua área, mas Dilma abriu as portas para conversas a sós com os comandantes.
A comunicação da presidente com seu ministro vai bem, até porque ela, apesar de nascida em Minas, fala gauchês tão bem quanto Jobim. Mas ficou claro que ele não decide mais sozinho. Agora, quem manda é ela. Manda quem pode, obedece quem tem juízo.
País rico oferece mão de obra ao Brasil. Urgente, capacitação para já, educação para o futuro
Governos e entidades de classe do exterior contatam empresários no país para tentar enviar trabalhadores qualificados
Desenvolvimento faz intermediação de alguns encontros; vinda de profissionais esbarra em custo e burocracia
Com a falta de mão de obra qualificada no Brasil e o excesso de profissionais sem emprego nos países ricos em razão da crise, governos e entidades de classe do exterior têm contatado empresários e associações de engenheiros e arquitetos nacionais para oferecer trabalhadores.
O MDIC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior) faz a intermediação de alguns desses encontros, como aconteceu em novembro, com representantes dos Estados Unidos. Outros estão sendo feitos diretamente.
Reunidos na Embaixada dos Estados Unidos em Brasília, a convite do MDIC, empresários assistiram a uma exposição por videoconferência sobre o perfil e a qualificação das empresas americanas na área de arquitetura e engenharia.
"Eles mostraram que têm ociosidade e capacidade para trazer profissionais e empresas para trabalhar aqui", disse José Carlos Martins, vice-presidente da CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção), que participou do encontro.
CRISE
"Em razão da crise lá fora, há interesse brutal desses profissionais em vir para cá", afirmou Marcos Túlio de Melo, presidente do Confea (Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia), também presente ao encontro.
Dos brasileiros os estrangeiros ouviram detalhamento dos investimentos previstos nas áreas de energia, transporte, habitação e saneamento, além do passo a passo de um longo e caro processo para validar diplomas e obter autorização para trabalhar no país.
O tempo pode chegar a oitos meses, e o custo, passar de R$ 15 mil.
A fila de espera para entrada no país inclui engenheiros e arquitetos americanos, espanhóis, italianos, portugueses e ingleses, além de chilenos e argentinos.
CONTRAPARTIDAS
Para o Brasil, encurtar esse processo depende de contrapartidas. Representantes dos trabalhadores querem aproveitar o interesse e abrir oportunidades para brasileiros nesses países ricos.
"Eles tiveram seu momento de expansão e não flexibilizaram [regras] para a gente. Pode ser feito um acordo bilateral de longo prazo. Hoje, a gente não consegue entrar no mercado europeu", disse Melo, que já se reuniu com representantes dos EUA, da Espanha, do Chile e de Portugal e aguarda um encontro formal com o Reino Unido.
"Queremos contrapartidas e aguardamos manifestação deles", disse. Segundo ele, o número de pedidos de registro de estrangeiros triplicou em 2010.
Procurado por representantes da Itália, da Espanha e da Argentina, o presidente do Crea (Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia) do Paraná, Álvaro Cabrini, disse que todos ficaram de formalizar os pedidos, "mas até agora não chegou nada".
Folha de São Paulo. SHEILA D'AMORIM DE BRASÍLIA
sábado, 22 de janeiro de 2011
Literatura - Recomendo, estou lendo.
Elegendo-se sucessivamente deputada e senadora, Ingrid fundou em 1998 o partido
Oxigênio Verde, com o objetivo de trazer novas esperanças à política colombiana, marcada pela violência sectária e pela corrupção.
Interessada em promover o diálogo entre as diversas facções da guerra civil que há décadas dilacera a Colômbia, a jovem senadora resolveu em 2001 lançar sua candidatura às eleições presidenciais.
No ano seguinte, durante uma viagem de campanha ao único município governado por um prefeito de seu partido, a candidata - então mal colocada nas pesquisas - foi sequestrada por um comando das Farc, junto com diversos assessores e seguranças, num episódio até hoje mal explicado. Levada para o interior da selva em inúmeras viagens de barco, caminhão e marchas a pé, Ingrid se viu repentinamente desligada do convívio dos amigos e da família, isolada do mundo exterior em meio a guerrilheiros fortemente armados.
A autora de Não há silêncio que não termine passaria mais de seis anos em poder das Farc. Sua visível agonia, documentada por cartas e “provas de vida” em vídeo, bem como sua libertação numa célebre e cinematográfica operação do Exército colombiano, em 2008, chamaria novamente as atenções do mundo para o conflito que
atualmente ameaça a paz no continente sul-americano. Este livro é o relato contundente de sua experiência como prisioneira da guerrilha narcotraficante, em
meio à fome, à doença e às humilhantes condições impostas pelos sequestradores.
Os momentos mais dramáticos de sua longa crônica de desventuras certamente são as desesperadas tentativas de fuga.
Decidida a recuperar sua liberdade a qualquer custo, Ingrid tentou escapar diversas vezes, sendo invariavelmente recapturada pela guerrilha, faminta e perdida na selva.
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