quarta-feira, 16 de maio de 2012

Empresas. Coco seco será incluído na lista de exceção da TEC



Com o iminente fim da salvaguarda às importações de coco seco, marcado para o fim de agosto, e com um setor produtivo nacional ainda frágil, a Câmara do Comércio Exterior (Camex) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) vai incluir o produto na Lista de Exceção da Tarifa Externa Comum (Letec), elevando a alíquota de importação do coco seco de 10% para 55%.

A medida deverá ser publicada no dia 1º de setembro e sua aplicação atingirá todos os países exportadores de coco. Em 31 de agosto termina o prazo de aplicação das medidas de defesa comercial adotadas pelo governo brasileiro em 2002, que limitam o volume de coco seco que pode ser importado. De 1º de setembro de 2011 a 31 de agosto de 2012, o máximo estabelecido foi 6 mil toneladas. Atualmente, as salvaguardas protegem a produção nacional contra o produto mais barato proveniente, sobretudo, de Malásia, Indonésia, Filipinas, Sri Lanka, Tailândia e Vietnã.

Com as novas tarifas, as importações serão desestimuladas. "Não sou contra a importação, sou contra a concorrência desleal. Não é justo que um país cujo salário médio no campo é de US$ 33 e sem benefícios, consiga exportar para cá", afirmou Francisco Porto, presidente do sindicato dos produtores, Sindcoco, referindo-se às condições de trabalho nos países exportadores do sudeste asiático. Porto acrescenta que alguns governos subsidiam a produção, e assim, o preço do produto importado chega no Brasil muito abaixo do que custa para o produtor local.

De janeiro a abril deste ano, o Brasil importou 3,2 mil toneladas de coco seco, ao custo de US$ 8,3 milhões. Em 2011, no mesmo período, o volume adquirido foi de 1,3 mil toneladas, por US$ 3,3 milhões. O forte aumento decorreu de uma antecipação de compras pelos importadores para fazerem estoque, já que as salvaguardas seriam suspensas.

Em 2006, quatro anos depois do início da salvaguarda, o prazo de limitação das importações foi prorrogado novamente pela Camex por mais quatro anos. Em julho de 2010, a Camex emitiu a Resolução nº 51, com uma nova prorrogação da medida de salvaguarda até 31 de agosto de 2012. Uma fonte da assessoria técnica da Camex informou que não será mais possível obter uma nova prorrogação da medida, já que o período de salvaguarda já atingiu o prazo máximo permitido pela Organização Mundial do Comércio (OMC).

As empresas nacionais do segmento apoiam o aumento da tarifa de importação e criticam a "avalanche" de produtos importados. De acordo com executivos da área, a alíquota servirá para proteger o pequeno produtor nacional, preservar o mercado existente e "não exportar emprego". "O que vem de fora não concorre nas mesmas condições com o que produzimos aqui", argumentou Luiz Carlos Barboza, diretor da Coco do Vale - uma das maiores produtoras do país.

Paulo Roberto Maya Gomes, diretor comercial da Sococo, líder do mercado, afirmou que os preços aplicados no varejo devem se manter estáveis. O mercado já está acostumado a praticar esses preços, afirma ele, "e não vai ter inflação". O preço sugerido ao varejo de um pacote da marca com 100 gramas de coco puro varia entre R$ 2,80 e R$ 3.

O Sindcoco também está fazendo lobby para que o governo imponha um padrão mínimo de exigência na qualidade para que um país possa exportar para o Brasil. O sindicato alega que as condições de higiene dos produtos importados são piores do que os nacionais, e, por isso, o governo deveria aplicar algumas regras para os exportadores.

Segundo Porto, o ideal seria que o governo brasileiro criasse uma regra para inspecionar as indústrias que exportam para o Brasil. "É como as casas de controle de qualidade americana: quando a empresa brasileira exporta para os Estados Unidos, precisa passar pela avaliação do governo americano", disse Porto.

Por Leticia Casado e Tarso Veloso | De São Paulo e Brasília

TSE reduz multa contra Lula por propaganda antecipada



BRASÍLIA - O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiu reduzir de R$ 900 mil para cerca de R$ 21 mil uma multa aplicada ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva por propaganda antecipada nas eleições de 2006.

O PSDB entrou com uma representação contra Lula na Justiça Eleitoral reclamando da edição, pela Casa Civil da Presidência da República, de um tabloide de 36 páginas com o título “Brasil, um país de todos”, em dezembro de 2005. O PSDB argumentou que se tratava de “intensa publicidade das realizações do governo federal.”

Ao analisar o caso inicialmente, o TSE havia imposto a Lula uma multa de R$ 900 mil — equivalente ao custo estimado da confecção de 1 milhão de exemplares do tabloide. A defesa de Lula recorreu e, esta noite, os ministros decidiram reduzir o valor, aceitando o argumento de que a multa era desproporcional. A decisão foi tomada por maioria de quatro votos a três.

(Maíra Magro | Valor)

Para Netinho, aliança entre PT e PCdoB em São Paulo "não é o ideal"



Em meio a cortejos do PT, PMDB, PRB e PDT, o pré-candidato do PCdoB à Prefeitura de São Paulo, vereador Netinho de Paula, disse nesta segunda-feira que a aliança com os petistas "não é o ideal". Netinho acenou com a possibilidade de retirar sua pré-candidatura e disse que as conversas com o PMDB "estão muito avançadas". O pré-candidato afirmou ainda que se não for candidato, não será vice.


"Ou eu serei candidato ou vou ceder [a vice] para ganhar tempo de televisão", afirmou Netinho. O pré-candidato destacou as conversas do PCdoB com o PMDB, PRB e PDT e deixou em segundo plano a negociação com o PT, feita pela cúpula nacional de seu partido. "Defendo o fortalecimento de uma terceira via. A polarização [entre PT e PSDB] em São Paulo é muito antiga", comentou.

Netinho reuniu em um evento na noite desta segunda-feira o pré-candidato do PMDB, deputado federal Gabriel Chalita, e o pré-candidato do PRB, Celso Russomano. No lançamento do site do vereador e pré-candidato do PCdoB participaram também parlamentares do PT e PSD.

Duas das estrelas do evento foram os deputado federal Protógenes Queiroz (SP) e o ex-ministro Orlando Silva, ambos do PCdoB. Protógenes puxou o coro de "peredeguedê" no evento, em um bar de São Paulo.

À frente das negociações das alianças políticas na capital, o ex-ministro Orlando Silva reforçou a proximidade do PCdoB com o PMDB, mas disse que o partido poderá manter a pré-candidatura de Netinho.

Na capital, a relação política entre PT e PCdoB se desgastou a partir das denúncias contra Orlando Silva, que levaram à sua queda do Ministério dos Esportes, e com críticas feitas pela bancada de vereadores petistas à entrada do PCdoB na gestão Gilberto Kassab (PSD).

Orlando Silva lembrou-se desses dois casos. "Faço política com a razão e tenho a consciência tranquila. Evidentemente que aqui e ali a gente fica triste quando se depara com o fogo amigo. Mas é da vida. Eu tenho a consciência limpa, mas não sei se todo mundo tem", afirmou Silva. "Mas não vamos pautar a discussão a partir do ministério dos Esportes nem vamos nos pautar pelas dificuldades que tivemos na Câmara dos Vereadores com a bancada do PT", disse.

No evento, o pré-candidato do PRB fez uma homenagem ao ex-ministro ao discursar. Russomano elogiou também Protógenes,como "um exemplo de inovação".

(Cristiane Agostine | Valor)

terça-feira, 15 de maio de 2012

Grécia deve marcar novas eleições antes de 10 de junho

ATENAS E BRUXELAS - Os líderes dos principais partidos gregos, juntamente com o presidente do país, Karolos Papoulias, devem decidir o quanto antes pela formação deum governo interino que marque novas eleições para antes do dia 10 de junho, previsto anteriormente. A pressa acontece por causa da pressão de membros União Europeia, que ameaçavam expulsar a Grécia da EU, e também devido à queda do índice Stoxx Europe 600 ao nível mais baixo desde dezembro de 2011, nesta terça-feira, puxado pela incerteza política vigente no país. O índice caiu 0,7%, chegando a 245,76 pontos. O euro também teve queda de 0,8%. 

“Sabemos que o povo não deseja novas eleições, mas, sim, um governo de coalizão que mantenha o país na zona do euro”, afirmou Evangelos Venizelos, líder do partido socialista Pasok. No entanto, todas as quatro tentativas para formar esse governo conjunto, envolvendo os partidos mais votados nas eleições de domingo, 6 de maio, falharam, o que obrigou a convocação de novas eleições.

“Uma segunda votação na Grécia significa que o país está em vias de deixar a zona do euro”, disse Fredrik Erizon, diretor do Centro Europeu para Política Econômica Internacional (Ecipe, na sigla em inglês), em Bruxelas.

Pesquisas de opinião apontam vitória do partido de esquerda Syriza, o que compromete a situação da Grécia perante os membros da UE. Seu líder, o jovem parlamentar Alexis Tsipras, afirmou que a legenda é contra as medidas de austeridade, impostas pela união para manter a ajuda financeira à Grécia e o país na zona do euro.

(Bloomberg)

A jovem que com 6 meses já paga seus investimentos

Em menos de 6 meses a Secretaria de Indústria Comércio e Mineração - SEICOM, que tinha sido extinta no Governo Ana Julia, recriada no atual governo, já está dando seus frutos. A primeira taxa pelo acompanhamento da exploração mineral já foi paga. Veja a nota do Repórter Diário abaixo, logo virão outras.


" A norueguesa Norsk Hydro é a primeira mineradora a pagar a taxa sobre a extração de minérios em todo o Pará, cumprindo o que determina o decreto que regulamentou a lei 7.591/2011, instituindo a Taxa de Controle, Acompanhamento e Fiscalização das Atividades de Pesquisa, Lavra, Exploração e Aproveitamento de Recursos Minerários (TFRM), além do controle e fiscalização das atividades do setor."

Segundo informação de fontes próximas à empresa, o valor arrecadado foi de R$885 mil reais.





segunda-feira, 14 de maio de 2012

A última floresta


Morar em vários países ajuda a ser promovido. No Brasil não é regra.

Se você crê que um período de trabalho no exterior pode lhe garantir um cargo mais elevado, comece a arrumar as malas.

Agora que o processo de levar um produto ao mercado envolve uma rede cada vez mais mundial de comercialização, gerentes que disputam cargos executivos devem estar dispostos a trabalhar no exterior por vários períodos. Esses profissionais com experiência em dois ou três países estão em alta demanda, pois o tempo passado no exterior amplia sua capacidade de administrar operações complexas e interligadas — habilidades que não podem ser desenvolvidas na sede da empresa ou num período breve no exterior, dizem recrutadores e gerentes de recursos humanos.

"Não há nada como estar no próprio local para ver a realidade de como o negócio realmente funciona", diz Tom Kolder, presidente da firma de recrutamento de executivos Crist|Kolder. "Temos visto isso passar de 'seria uma vantagem' para 'é essencial'".

No passado, enviar um executivo para o estrangeiro sinalizava que ele não era mais vital para as operações do dia-a-dia, diz James Hertlein, diretor administrativo da Boyden, firma de recrutamento de executivos. Agora, sete em cada dez clientes pedem experiência internacional ao procurar executivos de alto escalão ou membros do conselho; e, desses sete, cerca de metade começou recentemente a exigir vários anos de experiência em diversos países, estima Hertlein.

À frente dessa mudança estão os diretores-presidentes que desejam ter uma equipe na sede com experiência prática em administração em quase qualquer parte do mundo, desde encontrar parceiros locais até prever as preferências dos clientes.

À medida que a Xerox Corp. transferia suas divisões de design, fabricação e fornecimento para parceiros no exterior, os empregados com experiência em várias regiões do mundo tornaram-se os mais adequados para administrar essas parcerias — por exemplo, supervisionando um produto desde os estágios iniciais de fabricação na China até o lançamento para clientes de varejo no Brasil, diz Tom Maddison, diretor de recursos humanos da Xerox.

"Agora já não tem mais valor estar em Nova York gerenciando operações no exterior", diz ele.

Assim, quando a empresa precisou de um novo diretor financeiro, pediu aos recrutadores que encontrassem candidatos com "ampla experiência mundial no setor". Tradução: quando se trata de períodos de trabalho no exterior, "quanto mais, melhor", diz Maddison.

A equipe que buscava um diretor financeiro encontrou o executivo Luca Maestri, italiano de nascimento que já morou em mais de seis de países — inclusive Brasil, Irlanda e Tailândia — a serviço da General Motors Co. e da Nokia Siemens Networks. A Xerox nomeou Maestri seu diretor financeiro no início de 2011.

Quando veteranos em trabalhos no exterior como Maestri estão na sala, as discussões na sede da empresa, no Estado americano de Connecticut, logo passam das grandes ideias para os detalhes específicos — por exemplo, como uma dada faixa demográfica se comporta na Índia, ou qual diretor-presidente brasileiro seria melhor chamar para um dado projeto, diz Maddison. E acrescenta que esses executivos não só sabem conduzir os negócios como também quem se deve contatar.

Ter experiência no local também pode reduzir o risco de uma empresa incorrer em problemas com subornos e pagamentos por baixo da mesa, que são "bastante comuns" em alguns países em desenvolvimento, observa Kolder. Por ter experiência no país, um executivo pode identificar onde essas armadilhas podem ocorrer, e garantir que haja controles em ação para evitá-las, diz ele.

Na Xerox, os executivos com experiência mundial trazem suas redes de contatos pessoais para a empresa. Mas o importante é ter acesso ao conhecimento que eles têm dos locais, e não usar a sua influência, ressalta Maddison. "A influência é uma ladeira escorregadia, e é preciso ter cuidado", diz ele.

A Idex Corp. também queria alguém com experiência internacional significativa quando substituiu um membro do conselho que se aposentou no ano passado. A fabricante americana de produtos industriais e de tecnologia escolheu Tony Satterthwaite, executivo da área de energia, que já havia passado quatro anos no Reino Unido e cinco anos em Cingapura chefiando a divisão de geração elétrica da Cummins Inc.

Embora os membros ativos do conselho tivessem alguma experiência internacional, Satterthwaite conhecia os "detalhes sinistros" da formação de canais de distribuição, navegação pelos processos regulatórios e compreensão do papel do governo, diz o diretor-presidente Andrew Silvernail.

Silvernail reconhece que essa nova exigência tem um custo pessoal alto para os executivos, que podem não se animar a mudar a família para o exterior duas vezes ou mais. Ele mesmo nunca morou no exterior, mas diz que teria feito isso se seus chefes tivessem pedido. Contudo, passar mais que cinco ou seis anos fora do país teria sido um sacrifício demasiado grande.

"Para mim, pessoalmente, seria muito difícil, porque tenho uma família muito unida", diz ele.

Alguns críticos dizem que contratar candidatos em função do seu currículo global traz nômades, e não líderes. O trabalho no estrangeiro recompensa o funcionário por retornos de curto prazo e não por resultados duradouros, diz Brian Kropp, diretor administrativo da Corporate Executive Board, empresa de pesquisa e consultoria. Em vez disso, ele recomenda mandar os executivos para outrospaíses em viagens longas, de até duas semanas a cada mês.

Na Xerox, onde oito de cada dez executivos do alto escalão são promovidos de dentro da empresa, as estrelas em ascensão fazem rotação em períodos no exterior de dois a quatro anos, de modo que precisam passar por esse "teste decisivo" informal bem antes de serem candidatos a cargos executivos, diz Maddison.

O atual presidente da divisão de tecnologia da Xerox, Armando Zagalo de Lima, é fruto dessa preparação. O executivo, português de nascimento, tem ocupado sucessivos cargos no exterior há 22 anos, com passagens pela Bélgica, Reino Unido e Espanha. Trabalhando agora na sede, em Connecticut, o executivo de 53 anos supervisiona mais de 160 países e é diretamente subordinado à diretora-presidente Ursula Burns.

Os anos de estrada o treinaram nos detalhes mais sutis dos negócios em vários mercados, mas ele diz que sua esposa e seus dois filhos sofreram com as constantes mudanças de país. Mesmo assim, ele diz que teria disposição para fazer tudo de novo.

"Posso me ver facilmente vivendo no Brasil. Posso me ver morando no México", diz ele. "Se isso acontecer, poderia ser emocionante."


Por LESLIE KWOH


WSJ Americas

domingo, 13 de maio de 2012

Ninguém é profeta na sua própria terra, menos no Brasil

FHC vence prêmio Kluge e vai receber US$ 1 mi


Fernando Henrique Cardoso foi declarado vencedor do Prêmio John W. Kluge, da biblioteca do Congresso dos EUA. Trata-se de distinção concedida a pessoas que se destacam em estudos de disciplinas não incluídas na premiação do Nobel. No caso de FHC, a sociologia.

Afora o reconhecimento acadêmico, FHC engordará a conta bancária em US$ 1 milhão. O prêmio será entregue no dia 10 de julho, em Washington. Um comunicado da biblioteca do Congresso americano explicou a escolha do ex-presidente tucano assim:

“A análise acadêmica [de FHC] das estruturas sociais do governo, da economia e das relações raciais no Brasil estabeleceram a estrutura intelectual de sua liderança como presidente na transformação do Brasil de uma ditadura militar com alta inflação em uma democracia vibrante, mais democrática e com forte crescimento econômico.”

Ouvido, FHC disse ter recebido a notícia com surpresa e satisfação. “Surpresa porque o prêmio foi dado sem que eu o esperasse e sem ter a mais vaga ideia de que ele seria concedido a alguém cujas obras acadêmicas principais foram escritas há tanto tempo.”

“Satisfação por ver no prêmio o reconhecimento do esforço intelectual que fiz e, especialmente, como foi ressaltado no anúncio, porque o prêmio se deu também em função da coerência entre o que escrevi e minha ação política.”

Eu te disse, assim não vai dar, tudo ano a mesma coisa.


O Remo reinventado