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sexta-feira, 16 de setembro de 2011
Ana Julia se defende. “Não estou inelegível”
Após a divulgação de várias informações sobre a possível inelegibilidade com base na lei da ficha limpa, a ex-governadora Ana Júlia Carepa (PT) falou com exclusividade ao DOL sobre a condenação no Tribunal Regional Eleitoral pelas acusações de conduta vedada e abuso de poder político e econômico durante a campanha ao governo do Estado no ano de 2010.
Ana Júlia explicou que a condenação ainda cabe recurso e que por isso as informações de inelegibilidade eram equivocadas. “Ainda não foi nem publicado o acórdão do TRE e nós vamos recorrer da decisão, não existe isso de eu estar inelegível. Isso é coisa de quem quer ganhar no tapetão”, disse a ex-governadora.
A reportagem do DOL falou com o advogado de Ana Júlia e por telefone João Índio confirmou que vai recorrer da decisão do TRE. “Nós vamos aguardar a publicação do acórdão no Tribunal Regional Eleitoral e depois iremos entrar com um recurso no TSE, porque não concordamos com a sentença. Os convênios com as prefeituras foram assinados antes do período vedado, portanto não há irregularidade”, afirmou João Índio.
Sobre a possibilidade de Ana Júlia se tornar inelegível, João Índio disse que não acredita nessa hipótese. “A ação julgada estava baseada na lei eleitoral vigente, não tem nenhuma relação com a lei da ficha limpa, além do mais ainda cabe recurso, então é cedo para falar de inelegibilidade. A lei da ficha limpa só cabe se a condenação tiver transitado em julgado”.
Entenda o caso:
Por unanimidade, os juízes do TRE entenderam que a então governadora Ana Júlia assinou convênios com 17 prefeituras, totalizando um valor aproximado de R$16,5 milhões, para se beneficiar durante a campanha e que por isso houve um desequilíbrio na disputa eleitoral.
Sobre a inelegibilidade, a lei complementar 135/2010 popularmente conhecida como Lei da Ficha Limpa afirma que “os detentores de cargo na administração pública direta, indireta ou fundacional, que beneficiarem a si ou a terceiros, pelo abuso do poder econômico ou político, que forem condenados em decisão transitada em julgado ou proferida por órgão judicial colegiado, ficam inelegíveis na eleição na qual concorrem ou tenham sido diplomados, bem como para as que se realizarem nos oito anos seguintes”.
(Henrique Miranda/ DOL)
quarta-feira, 14 de setembro de 2011
Estão brincando com o poder, e a presidenta gosta. PMDB vai levar lista com 80 nomes a Dilma
Por Daniela Martins | Valor
BRASÍLIA –
O líder do PMDB na Câmara, Henrique Alves (RN), afirmou agora, à saída
de seu gabinete, que o partido resolveu indicar uma lista com os nomes
dos 80 deputados integrantes da bancada na Câmara.
A surpreendente iniciativa foi assim explicada pelo líder: “Oferecer os 80 nomes mostra que o PMDB é tão grande que dá para escolher qualquer um dos deputados”, disse. “Ouvi a bancada e resolvemos oferecer a bancada inteira. Quem a presidente escolher, estará bem escolhido”, afirmou. Alves informou, porém, que o novo ministro será “um parlamentar da Câmara e do PMDB”.
Em seguida, Henrique Alves demonstrou surpresa com a posição da bancada: “Achávamos que voltaríamos lá [ao Palácio do Planalto] com três ou quatro nomes. Me surpreendeu positivamente essa posição da bancada”, afirmou.
Henrique Alves afirmou ter solicitado a presença do vice-presidente Michel Temer na reunião da bancada da Câmara. Mas, de acordo com ele, ficou combinado que Temer será consultado sobre o novo ministro se assim a presidente desejar. “Se a presidente quiser fazer qualquer consulta, ela fará ao vice-presidente”, afirmou o líder.
(Daniela Martins | Valor)
A surpreendente iniciativa foi assim explicada pelo líder: “Oferecer os 80 nomes mostra que o PMDB é tão grande que dá para escolher qualquer um dos deputados”, disse. “Ouvi a bancada e resolvemos oferecer a bancada inteira. Quem a presidente escolher, estará bem escolhido”, afirmou. Alves informou, porém, que o novo ministro será “um parlamentar da Câmara e do PMDB”.
Em seguida, Henrique Alves demonstrou surpresa com a posição da bancada: “Achávamos que voltaríamos lá [ao Palácio do Planalto] com três ou quatro nomes. Me surpreendeu positivamente essa posição da bancada”, afirmou.
Henrique Alves afirmou ter solicitado a presença do vice-presidente Michel Temer na reunião da bancada da Câmara. Mas, de acordo com ele, ficou combinado que Temer será consultado sobre o novo ministro se assim a presidente desejar. “Se a presidente quiser fazer qualquer consulta, ela fará ao vice-presidente”, afirmou o líder.
(Daniela Martins | Valor)
Dilma ficou satisfeita com resultado do Enem, diz Vaccarezza
Mantega é o homem forte do governo Dilma
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, chegou ao topo. É o único ministro autorizado a falar em nome da presidente Dilma Rousseff. Tornou-se, nos últimos três meses, o grande protagonista de um governo sem ministros fortes. Fala várias vezes por dia com Dilma. Quando pouco, tem duas conversas diárias com ela.
Também, Mantega é um dos poucos ministros com sólida formação acadêmica
Senadores e deputados do PMDB disputam Ministério do Turismo
Por Fernando Exman e Daniela Martins | Valor
BRASÍLIA -
Cientes de que uma das alternativas levantadas pela presidente Dilma
Rousseff para resolver a sucessão de Pedro Novais no Ministério do
Turismo é a nomeação do senador Eduardo Braga (PMDB-AM), a bancada do
PMDB na Câmara elevou o tom do discurso.
O líder do partido na Casa, Henrique Eduardo Alves (RN), chegou a dizer que a lista do partido apresentada à presidente contém o nome de todos os 80 deputados da sigla. Na prática, Alves tenta garantir que o cargo permaneça com sua bancada.
Ontem à noite, emissários de Dilma informaram ao PMDB que a presidente considerava a hipótese de nomear Braga para a função. A medida poderia resolver um problema do governo no Senado: a divisão da bancada do PMDB, que tem um grupo, o chamado G8, que não se sente representado por Renan Calheiros (AL), Romero Jucá (RR) e José Sarney (AP).
Hoje pela manhã, o PMDB do Senado já colocava o nome de Braga na lista de cotados para substituir Novais, caso os nomes apresentados pelo PMDB da Câmara não agradassem o Palácio do Planalto. A pressão do Senado veio, sobretudo do presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP), que indicou o ex-titular da Pasta Pedro Novais.
Uma fonte ligada ao partido disse que Henrique Alves vai tentar emplacar o nome de Marcelo Castro (PI), que teria demonstrado interesse em assumir a vaga e não teria receio em ser alvo de denúncias. No entanto, dentro do partido também se fala que não haveria consenso em torno do nome do piauiense. A palavra final deve ficar com o vice-presidente Michel Temer e a presidente Dilma Rousseff.
(Fernando Exman e Daniela Martins | Valor)
O líder do partido na Casa, Henrique Eduardo Alves (RN), chegou a dizer que a lista do partido apresentada à presidente contém o nome de todos os 80 deputados da sigla. Na prática, Alves tenta garantir que o cargo permaneça com sua bancada.
Ontem à noite, emissários de Dilma informaram ao PMDB que a presidente considerava a hipótese de nomear Braga para a função. A medida poderia resolver um problema do governo no Senado: a divisão da bancada do PMDB, que tem um grupo, o chamado G8, que não se sente representado por Renan Calheiros (AL), Romero Jucá (RR) e José Sarney (AP).
Hoje pela manhã, o PMDB do Senado já colocava o nome de Braga na lista de cotados para substituir Novais, caso os nomes apresentados pelo PMDB da Câmara não agradassem o Palácio do Planalto. A pressão do Senado veio, sobretudo do presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP), que indicou o ex-titular da Pasta Pedro Novais.
Uma fonte ligada ao partido disse que Henrique Alves vai tentar emplacar o nome de Marcelo Castro (PI), que teria demonstrado interesse em assumir a vaga e não teria receio em ser alvo de denúncias. No entanto, dentro do partido também se fala que não haveria consenso em torno do nome do piauiense. A palavra final deve ficar com o vice-presidente Michel Temer e a presidente Dilma Rousseff.
(Fernando Exman e Daniela Martins | Valor)
segunda-feira, 12 de setembro de 2011
Obama homenageia vítimas nos 3 cenários dos
Atentados do 11/9
Em Nova York, o presidente leu o Salmo 46 da Bíblia, escolhido, segundo a Casa Branca, por ser especialmente apropriado para o momento
domingo, 11 de setembro de 2011
Belém será a nova capital da dança
Balé
Prêmios Novos Talentos e Secult firmam Eidap como referência artística
A capital
paraense recebe, a partir do próximo dia 1º de outubro, o XI Encontro
Internacional de Dança do Pará (Eidap), que traz na programação as mais
variadas modalidades da dança, levadas a três espaços distintos: Teatro
Margarida Schivasappa, Instituto de Artes do Pará (IAP) e Centro de
Dança Ana Unger. Em 2011, o evento se firma mais uma vez como referência
para a produção artística local - por meio do Prêmio Novos Talentos e
Prêmio Secult, única premiação deste segmento no Estado - e traz à
cidade alguns dos maiores nomes da dança nacional e internacional, numa
troca de experiências entre coreógrafos, professores e bailarinos, que
beneficia, em especial, artistas locais e o público.
Em
sua décima primeira edição, o evento conta mais uma vez com a
participação de um dos maiores nomes do balé nacional, Guivalde de
Almeida, diretor e principal professor da Especial Academia de Ballet,
uma das mais importantes instituições de ensino de dança clássica no
Brasil. Ele é ainda diretor artístico e fundador da Cia. Brasileira de
Danças Clássicas. Seus alunos já representaram o País por todo o mundo,
em concursos de ballet por lugares como Nova York, Lausanne, Nagoya,
Buenos Aires, Havana. Alguns se destacam como solistas de companhias
dentro e fora do Brasil.
Desta
vez, além de ministrar uma oficina de ballet clássico, o diretor vai
atuar como jurado. 'Participo ativamente do Eidap desde sua primeira
edição e tenho tido provas concretas do crescimento da dança em Belém',
diz. Para ele, um dos principais pontos do Encontro é justamente poder
proporcionar essa troca entre bailarinos e outros profissionais ligados à
dança de várias partes do País. 'Esse intercâmbio cultural é vital para
a sobrevivência de qualquer manifestação artística. Não consigo mais
ver o Pará tão distante dos grandes centros. Isso não é só o efeito da
globalização, mas o Eidap, nesses onze anos de vida, tem grande parte do
mérito desse desenvolvimento da dança no Norte do país', opina.
Outro
convidado de peso do Encontro é o bailarino Welton Nascimbene.
Habituado a percorrer o País com sua arte, ele virá a Belém marcar
presença no evento. 'Fico muito feliz a cada convite que recebo para
retornar a esta cidade. Participo do Eidap desde 2003, fiquei fora
poucas edições. Após tantos anos, já existe uma relação bem forte com
Belém e poder participar do principal evento de dança da Região Norte é
sempre uma felicidade e uma expectativa muito grande', assegura.
Nesta
edição, Welton se prepara para uma participação especial. 'Este ano vou
me apresentar com duas bailarinas fantásticas. Uma já é profissional,
com uma longa carreira artística. A outra, uma jovem revelação da dança
brasileira, premiada nos principais festivais do Brasil e com uma
medalha de prata em New York. Estarei dançando o pas de deux do ballet
'O Corsário', de Marius Petipa, ao lado da convidada Marilia
Guillarducci. Com a jovem convidada Paula Alves vou apresentar o grand
pas de deux de 'Diana et Acteon', de
Agripina Vaganova e o duo Devaneio,
de Guivalde de Almeida', detalha.
APRENDIZADO
O
bailarino ressalta ainda o fato de o evento possibilitar uma maior
integração entre o que é produzido nos principais centros de dança
brasileiros e a Região Norte. 'É de grande importância essa troca de
experiência. Temos sempre algo a aprender e sempre podemos colaborar em
algo. A dança é um eterno aprendizado. E uma maneira deliciosa de se
aprender é com esse modelo de intercâmbio. São duas regiões distantes,
culturas diferentes e um amor que une a todos nós', afirma.
Welton
também destaca a importância das oficinas oferecidas durante o evento.
'O Eidap sempre realiza espetáculos diversificados, com artistas
convidados em todas as modalidades da dança, do Ballet Clássico ao
Gyrokinesis Hip Hop. Os convidados realizam workshops para alunos e
profissionais colaborando, e muito, com essa troca de informação. Essa
experiência enriquece, engrandece e fortalece a dança na região. Esse
contato direto com os artistas é de uma importância ímpar. Todos ganham
com esse intercâmbio cultural', reforça.
'Participar do principal evento de dança do Norte é sempre uma felicidade'
Para
ele, uma das coisas mais gratificantes do evento é ver a participação
efetiva do público em cada apresentação. 'Os espetáculos são todos
lotados. O público é de uma gentileza incrível, uma hospitalidade e
tanto. É de fazer muita inveja a outros estados, e olha que participo
dos principais festivais de dança do País. A dança paraense, aos meus
olhos, é sempre muito bem representada pelo Centro de Dança Ana Unger',
diz.
O
Encontro Internacional de Dança do Pará é uma promoção das Organizações
Romulo Maiorana. Patrocínio: Formosa, Di Casa, através da Lei Semear de
Incentivo à Cultura - Fundação Tancredo Neves e Governo do Estado do
Pará. Apoio: Secult e IAP.
sábado, 10 de setembro de 2011
Sem fidelidade Varmelha.
TAM é autuada após confusão com violoncelo
Após uma hora de conversa com a gerência da TAM no aeroporto Internacional de Belém, o Procon decidiu autuar, na tarde desta sexta-feira(9), a companhia aerea por cobrar taxa especial para o embarque de um violoncelo. Com a confusão, um estudante de música foi impedido de viajar para a França, onde teria conseguido uma bolsa de estudos.
Esta é a segunda vez que o procon tenta negociar com a companhia que se nega a autorizar o embarque do instrumento musical. Após a autuação, o procon deverá tomar medidas cabíveis na justiça.
O estudante Wagner da Costa deveria embarcar desde o dia cinco e agora pretende pedir ajuda a parentes para conseguir uma passagem em outra companhia. A TAM terá 10 dias para explicar os motivos pela cobrança indevida. Se condenada a companhia poderá pagar um salário mínimo ou até um milhão de reais.
Veja a reportagem da TV RBA sobre o caso, clicando no ícone abaixo
(DOL)
TV/RBA
Após uma hora de conversa com a gerência da TAM no aeroporto Internacional de Belém, o Procon decidiu autuar, na tarde desta sexta-feira(9), a companhia aerea por cobrar taxa especial para o embarque de um violoncelo. Com a confusão, um estudante de música foi impedido de viajar para a França, onde teria conseguido uma bolsa de estudos.
Esta é a segunda vez que o procon tenta negociar com a companhia que se nega a autorizar o embarque do instrumento musical. Após a autuação, o procon deverá tomar medidas cabíveis na justiça.
O estudante Wagner da Costa deveria embarcar desde o dia cinco e agora pretende pedir ajuda a parentes para conseguir uma passagem em outra companhia. A TAM terá 10 dias para explicar os motivos pela cobrança indevida. Se condenada a companhia poderá pagar um salário mínimo ou até um milhão de reais.
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Procon decidiu atuar |
(DOL)
TV/RBA
quarta-feira, 7 de setembro de 2011
Ibama desmontou madeireiras e aplicou multas
O Ibama já desativou dez serrarias no
pólo madeireiro de Buriticupu, a cerca de 420 km de São Luís, no
Maranhão. As empresas - que usavam madeira extraída ilegalmente da
Reserva Biológica do Gurupi e das terras indígenas Arariboia, Alto
Turiaçu, Caru e Awá - estavam embargadas desde o ano passado, mas
contiaram a funcionar ilegalmente. O instituto ainda aplicou R$ 1,9
milhão em multas e apreendeu 3,2 mil m3 de madeira irregular nas
madeireiras (cerca de 160 caminhões cheios).
Há oitos dias, Ibama, Força Nacional,
Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal e Instituto Chico Mendes de
Conservação da Biodiversidade, com apoio do Ministério do Trabalho e
Sistema de Proteção da Amazônia, realizam a operação Maurítia na região.
O desmonte das serrarias irregulares ganhou velocidade nos últimos dias
após a apreensão no sábado (03/09) de dois caminhões bi-trens e duas
pás-carregadeiras numa exploração ilegal de madeira no lado norte da
Rebio do Gurupi. As máquinas, juntamente com os dois caminhões munk do
Ibama, estão apoiando as operações de desmanche.
Até o momento, 15 empresas do pólo foram
fiscalizadas. No rol das irregularidades identificadas nas madeireiras
de Buriticupu, há de tudo um pouco. Além de descumprimentos de embargos e
falta de licenças ambientais, os fiscais flagraram uma serraria
embargada que obteve uma licença ambiental de operação na Secretaria
Estadual de Meio Ambiente do Maranhão; outra que serrava paus-amarelos
(Euxylophora paraensis), árvore ameaçada de extinção; uma terceira que,
mesmo regularizada, tinha o volume considerável de 1,3 mil m3 de madeira
ilegal no pátio (65 caminhões cheios), e ainda serrarias que inseriam
dados falsos no DOF (sistema federal que controla o comércio e
transporte de produtos florestais no estado) e usavam “laranjas” para
operar seus empreendimentos ilegais. (Ibama)
A louca trajertória política e seu último suspiro eleitoral
Almir diz estar pronto para disputa eleitoral
riam pensar para a capital paraense, mas prefere manter sigilo para não alertar os possíveis adversários.
“Eu estou no limiar de poder ser ou não candidato”, admitiu, quase no final de uma entrevista que durou uma hora e meia. Durante a conversa, Almir Gabriel evita confirmar as negociações em torno de um possível acordo com o atual prefeito de Belém, Duciomar Costa, para ser lançado como candidato da situação na disputa do ano que vem.
Em nenhum momento, contudo, descarta a candidatura e revela que aos 79 anos está preparado para mais uma batalha eleitoral. “Eu não vou empurrar carrinho de mão, não vou puxar carroça. Não cogitaria a possibilidade caso não tivesse condições físicas para (ser prefeito). Agora não é a mesma coisa que seria se eu tivesse 50 anos”, diz, ao ser indagado se ainda teria fôlego para a campanha e a administração da cidade.
MUDANÇA
Há um mês, Almir deixou o apartamento onde morava, no centro de Belém, e se mudou para uma casa em um condomínio fechado. Ganhou espaço para retomar a coleção de orquídeas que chegou a mil mudas, mas acabou se perdendo.
O novo escritório é decorado com fotos antigas da cidade (presente do ex-deputado Vic Pires Franco) e com pinturas do artista plástico Antar Rohit, pinturas sobre seda que mostram o Bar do Parque, o Teatro da Paz e a Cidade Velha, ícones da capital paraense.
É nesse cenário que Almir tem trabalhado no programa e recebido lideranças políticas que se movem nos bastidores buscando costurar o que seria uma inusitada candidatura à Prefeitura de Belém. Embora negue o tempo todo que já se considere candidato, o discurso não deixa dúvidas sobre o desejo que tem alimentado. Almir diz que a capital precisa de um prefeito “honesto e trabalhador”, mas se recusa a dar pistas sobre as anotações e as obras que gostaria de propor. “Tu já queres que eu dê o programa? (risos)”.
GESTÃO
Segundo o ex-governador, o próximo prefeito de Belém deve ter “experiência e estofo para pensar o que fazer”. “A cidade não apenas está pedindo, está exigindo uma mudança de conceito de gestão. A população mais pobre e necessitada tem possibilidades reais de ter um presente e um futuro melhores. Enfim, acho que seria bonito um bom prefeito para Belém”. A consagração da candidatura, porém, ainda dependeria de aval da família e do povo.
Almir Gabriel confirma que nos últimos dois meses teve conversas com Duciomar Costa. A primeira foi ainda no apartamento onde morava antes da mudança.
O prefeito o teria procurado com o pretexto de agradecer conselhos dados por ele a Duciomar, há cerca de quatro anos, durante um jantar em Brasília. Depois houve contato por telefone, mas as conversas não teriam avançado para uma possível filiação ao PTB, partido de Duciomar.
O prefeito teria admitido, contudo, estar preocupado com a sucessão e comentado que estaria “na hora de Belém ter um prefeito diferente”.
Discurso afinado com novo aliado
Desde que deixou o PSDB no ano passado, Almir Gabriel não se filiou a outra legenda. Embora uma decisão sobre candidaturas só deva ser tomada em junho do ano que vem, durante as convenções partidárias, o prazo para filiações e trocas de partido de quem deseja ser candidato termina dia 6 de outubro (um ano antes do pleito). Será um bom momento para avaliar os caminhos que o ex-governador e outros possíveis candidatos pretendem tomar.
“As pessoas estão vindo aqui comigo. Não sou eu que estou indo atrás. O Partido da Pátria Livre me quer, o Partido Social Democrático, o PPS me quer ou diz que me quer”.
Indagado se o PTB do prefeito Duciomar Costa seria uma alternativa, diz sentir um “desvelo muito grande” pela legenda que teve em Getúlio Vargas, o pai do trabalhismo brasileiro, a principal liderança. “É uma pena que algumas pessoas deturpem o discurso trabalhista, mas o discurso trabalhista é muito bom”.
CRÍTICAS
Almir diz não se abalar com as críticas feitas à gestão de Duciomar Costa. “O julgamento que a imprensa faz dele é injusto. A maioria das pessoas quer um prefeito que asfalte a sua rua, que dê um jeito de pintar a sua casa. Não veem que o saneamento básico é importante. E o único prefeito que deu prosseguimento para valer do saneamento que começamos com a bacia do Una foi o Duciomar”, afirma.
“Outra coisa, Belém tem aproximadamente três mil vias, ele asfaltou duas mil”, diz, usando um dos motes da propaganda oficial da prefeitura na TV. “Eu discordo da forma como fazer (o asfaltamento) e do material utilizado, mas não dá para dizer que ele não ligou para o pessoal que mora numa rua pequenina. Ele está dando atenção”.
Indagado se não se preocupa com as denúncias de corrupção feitas contra a atual administração municipal, diz acreditar que às vezes, pode ser mais má gestão que corrupção. “Às vezes o dinheiro vem para comprar carro e o cidadão compra vacina. Não é que vacina não seja importante, mas o que estava estabelecido no convênio? Para mim, o mais importante é a visão de presente e do futuro que tem um gestor”.
Transbordando de entusiasmo com a possibilidade de vir a ser candidato, Almir não se irrita nem mesmo ao ser indagado se não teme ficar com fama de pé-frio, já que os dois últimos candidatos que apoiou (Ana Júlia do PT e Domingos Juvenil do PMDB) foram derrotados. “Como é que é? Pé-frio? Fui eleito senador da República com mais votos que Jarbas Passarinho. Fui eleito governador do Estado duas vezes. Elegi meu sucessor. Fiz vários senadores. Lembra do senador do governador? (refere-se ao ex-senador Luiz Otávio Campos que no programa eleitoral era apresentado como o senador do então governador Almir Gabriel). Como é que sou pé-frio? Política se faz com derrota e vitória. Isso é normal. Me indica uma atividade que na vida só se faça com vitória”.(Diário do Pará)
domingo, 4 de setembro de 2011
Nem por engano a polícia pega bandido, mas inocente...
Mulher passou 51 dias presa por engano
"Nunca vou conseguir apagar da minha mente." É assim que a enfermeira Maria Heloísa de Oliveira, 51, fala sobre os 51 dias que passou presa por um erro da PF, que a confundiu com outra mulher de mesmo nome.
O dia era 26 de outubro de 2004. Às 6h, agentes da PF bateram na porta de sua casa. Disseram que cumpriam um mandado de prisão e a levaram à delegacia.
"Chegando lá, tinha uma delegada substituta. Os agentes disseram que eu não era a pessoa certa, mas ela só olhou os papéis e mandou me prender", conta.
Foi levada para a ala feminina do presídio de Caxias do Sul. Lá, Maria Heloísa ficou em uma cela de 7,5 m2 com 11 mulheres.
"Não tínhamos direito a uma tarde ou manhã de sol e não tinha cama para todas. Em uma parede, tinha um beliche de cimento. Nós dormíamos em quatro e as outras dormiam no chão", diz.
"Eu ficava a noite acordada. Não comia nem dormia porque tinha muito medo."
Um dia, um preso foi ferido e não recebeu assistência médica. Estourou uma rebelião. Os detentos faziam barulho e batiam na barra de ferro das celas. "Eu chorava e gritava desesperada."
Seu marido e suas duas filhas adolescentes também ficaram abalados. Uma delas perdeu dez quilos.
Ela foi solta de repente no 51º dia, sem receber explicação. "Não sabia onde estava, não lembrava de telefones, não sabia onde morava."
No mês passado, sua indenização saiu: R$ 197 mil. "Até hoje me trato em psiquiatra. Saí com uma depressão muito grande e tenho síndrome do pânico. Nada paga o que passei", disse. (AT)
Corrupção faz Brasil perder uma Bolívia
ESTUDO REVELA QUE RECURSOS DESVIADOS PODERIAM REDUZIR À METADE O NÚMERO DE CASAS SEM SANEAMENTO NO PAÍS
Pelo menos o valor equivalente à economia da Bolívia foi desviado dos cofres do governo federal em sete anos, de 2002 a 2008.
Cálculo feito a partir de informações de órgãos públicos de controle mostra que R$ 40 bilhões foram perdidos com a corrupção no período -média de R$ 6 bilhões por ano, dinheiro que deixou de ser aplicado na provisão de serviços públicos.
Com esse volume de recursos seria possível elevar em 23% o número de famílias beneficiadas pelo Bolsa Família -hoje quase 13 milhões.
Ou ainda reduzir à metade o número de casas sem saneamento -no total, cerca de 25 milhões de moradias.
O montante apurado faz com que escândalos políticos de grande repercussão pareçam pequenos.
Na Operação Voucher, que no mês passado derrubou parte da cúpula do Ministério do Turismo, por exemplo, a Polícia Federal estimou o prejuízo em R$ 3 milhões.
Apesar de elevada, a quantia perdida anualmente está subestimada, pois não considera desvios em Estados e municípios, que possuem orçamentos próprios.
A estimativa, feita pelo economista da Fundação Getulio Vargas Marcos Fernandes da Silva, contabiliza apenas os desvios com recursos federais, incluindo os recursos repassados às unidades da federação.
Durante seis meses, o economista reuniu dados de investigações de CGU (Controladoria-Geral da União), Polícia Federal e TCU (Tribunal de Contas da União).
São resultados de inspeções em gastos e repasses federais para manter serviços de saúde, educação e segurança pública, por exemplo.
Os dados servem de base para inquéritos policiais e ações penais, além da cobrança judicial do dinheiro público desviado.
Para o autor, esses desvios têm custo social e econômico. "Privar as pessoas de saúde é privá-las de crescer, de aprender, de competir com igualdade. Para o Brasil, isso é perda de produtividade."
Em outra comparação, o pesquisador estima que, se os R$ 40 bilhões fossem aplicados na redução da desigualdade só por meio do Bolsa Família, a expectativa de vida do brasileiro poderia aumentar em dois anos e cinco meses em uma década.
Os desvios também afetam a capacidade de o país crescer e gerar empregos.
Tomando como base apenas o último ano do levantamento (2008), os recursos perdidos para corrupção equivalem a quase 20% dos investimentos do governo federal (R$ 28,2 bilhões).
Para o setor privado, que enfrenta dificuldades com os gargalos de infraestrutura, o prejuízo é evidente. No dia a dia das empresas, isso significa redução de competitividade em relação a concorrentes estrangeiros.
"Se as estradas não ficaram prontas ou estão em péssimo estado, fazendo com que os caminhões quebrem com frequência, é mais difícil entregar o produto", diz Marina Araújo, pesquisadora da Fundação Dom Cabral.
"Se não há escolas de qualidade, não há mão de obra pronta para trabalhar."
A fundação é a avaliadora do Brasil em duas pesquisas internacionais, do Fórum Econômico Mundial e do IMD (International Institute for Management Development), com sede na Suíça.
A opinião corrente dos cerca de 200 executivos brasileiros entrevistados, segundo Araújo, é que os políticos não merecem confiança, que há desperdício do dinheiro público e que a corrupção é fonte de dispersão de recursos.
Entre 139 países, o Brasil conseguiu apenas a 127ª posição no quesito confiança nos políticos.
Em 2010, a nota brasileira para esse item foi 1,8, sendo que a avaliação mais baixa é 1, e a mais alta, 7.
Com essa pontuação, o Brasil ficou atrás de um país como o Sri Lanka no quesito.
"Considerando a estabilidade econômica e política que temos no Brasil e a visibilidade do país, o resultado é muito ruim", diz Araújo.
MARIANA CARNEIRO
DE SÃO PAULO
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