Diário do Pará
BELÉM (PA) - No último dia de palestras no Fórum Social Mundial, a União Geral dos Trabalhadores (UGT) aprovou moção a ser encaminhada à Assembleia Legislativa do Pará para que crimes contra crianças e adolescentes sejam investigados e apurados em toda a sua extensão. “Nada tem que ser abafado. Crime contra criança e adolescente é um dos mais hediondos que existem”, disse o presidente estadual da central sindical, José Francisco Pereira, ao lembrar denúncias de que autoridades e parentes de autoridades do Estado estariam envolvidos em casos como esses. “Se fosse com um trabalhador, com certeza já teria sido punido”, disse.
A discussão sobre o assunto foi feita pelo Seminário “Enfrentamento às violências sexuais contra crianças e adolescentes”, promovido pela UGT, dentro da tenda “Mundo do Trabalho”, na Universidade Federal do Pará, um dos territórios do FSM. Em palestra, o relator da Comissão Parlamentar de Inquérito de Abuso e Exploração Sexual de Criança e Adolescentes, deputado estadual Arnaldo Jordy (PPS) desenhou um quadro da situação de violência contra menores no Estado. Ele informou que, em pouco mais de um mês da abertura da CPI, já foram recebidas mais de mil denúncias de violência contra crianças e adolescentes, muitas da quais envolvendo prefeitos, vereadores, deputado, conselheiros de tribunais, empresários, policiais e parentes de pessoas importantes do Estado. “A maioria desses inquéritos estava dormindo em berço esplêndido. Há uma rede de poder grande”.
A CPI foi aberta na AL a partir de denúncias de violência sexual com crianças e adolescentes da região do Marajó. Para Jordy, se na época o caso do deputado Luiz Seffer, acusado de abusar de uma criança, já tivesse vindo à tona, talvez o debate sobre o assunto nem existisse. Uma audiência pública sobre o tema será realizada no próximo dia 04, às 14 horas, no auditório João Batista, na AL. (Diário do Pará)
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