domingo, 29 de abril de 2012

Pará está entre os piores na educação, diz IBGE



Em 2010, 966 mil crianças e jovens brasileiros na faixa etária de 6 a 14 anos de idade não frequentavam escola. A região Norte tinha o maior percentual de crianças nesse grupo (6,1%), mais que o dobro do Sudeste (2,8%) e Sul (2,5%). Os maiores percentuais ficaram com o Amazonas (8,8%), Roraima (8,3%) e Acre (8,2%), seguidos pelo Pará (5,5%). No outro extremo, o menor percentual desse indicador foi registrado em Santa Catarina (2,2%). Os dados foram divulgados ontem, 27, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), na pesquisa que se refere às mudanças ocorridas no país nessa última década, 2000 a 2010.

Ao todo, 13,59% dos paraenses entrevistados de todas as faixas etárias declararam nunca ter frequentado uma escola. Um total de 50,72% declararam não estar frequentando nenhuma escola, apesar de já terem estudado. Com relação ao ensino superior, o Censo 2010 revela que a porcentagem da população que terminou a faculdade é de apenas 7,9%. Em 2000, esse número era de 4,4%. No Pará, apenas 4,08% dos entrevistados responderam ter ensino superior completo. As regiões Norte e Nordeste registraram o pior índice de instrução em nível superior, ambos com apenas 4,7% da população diplomada. Abaixo do Pará, o pior índice do Brasil é o Maranhão, com apenas 3,61% da população graduada com nível superior. Já no Sudeste, São Paulo foi o que apresentou a melhor taxa, com 10% de formados.

O percentual de pessoas no Brasil com mais de 25 anos que têm pelo menos o ensino médio completo aumentou e chegou a 35,8%, contra os 23,1% registrados no ano 2000. No Pará, essa porcentagem não passa de 18,92%.

RENDA BAIXA

O Censo apontou ainda que, no Pará, a renda média per capita é de R$ 383, uma das mais baixas do país, ficando à frente apenas de Alagoas (R$ 378), Piauí (R$ 367) e Maranhão (R$ 319). A renda por pessoa em Belém é maior que a do Estado: R$ 697.

Os mais altos rendimentos médios domiciliares foram os das regiões Centro-Oeste e Sudeste, que ficaram próximos, com diferença de menos de 1%, vindo em seguida o da região Sul. Em patamares mais baixos ficaram os das regiões Nordeste e Norte, que representaram 55,5% e 67,5%, respectivamente, daquele da região Centro-Oeste.

DIVÓRCIOS

O número de divórcios no Brasil superou a marca histórica registrada nos últimos anos: pelo menos 1,8 por mil habitantes da população brasileira respondeu afirmativamente ao Censo do IBGE, informando a mudança do estado civil em 2010. No ano anterior, ela havia sido 1,4 por mil habitantes. Já a taxa geral de separação teve queda significativa e registrou o menor patamar da série histórica, iniciada em 1984, chegando a 0,5 caso por mil habitantes.

No Pará, foram registrados 3.747 divórcios no ano. Foram realizadas 410 separações judiciais e 1.495 mulheres conseguiram a guarda dos filhos. Em compensação, foram feitos 27.359 casamentos.

De acordo com o estudo, 40,9% dos divórcios registrados em 2010 foram de casamentos que duraram no máximo 10 anos. Em 2000, foram 33,3% dos divórcios para o mesmo período e, em 2005, 31,8%.

Considerando ainda os divórcios judiciais concedidos e sem recursos e as escrituras de divórcios realizadas em tabelionatos, essas dissoluções ocorridas em 2010 foram de casamentos que tiveram em média 16 anos de duração.

As informações da pesquisa mostram que as médias de idade se elevaram para ambos os cônjuges. Em 2010, a idade média ao se divorciar foi de 43 anos. Em 2000, essa idade era de 41 anos. Entre as mulheres, a diferença aumentou apenas um ano no período analisado, sendo a idade média atual de 39 anos.

SUB-REGISTROS

Com relação ao sub-registro de nascimentos no Brasil, o estudo mostrou que houve uma queda de 21,9% para 6,6% entre os anos de 2000 e 2010, atingindo o menor nível já observado. Enquanto estados como o Maranhão e o Piauí registraram as maiores quedas (de 73,1% para 20% em dez anos, e de 71,6% para 13,4% no mesmo período, respectivamente), o Pará, juntamente com o Amazonas registraram os maiores índices (28% e 26,5%). (Luiza Mello, Diário do Pará/Brasília)

Conservação Internacional Brasil. Contra polarização do discurso ambiental


ONG contra polarização do discurso ambiental



A dois meses da Rio+20, a conferência das Nações Unidas que trará, mais um vez para o País, a discussão sobre desenvolvimento e preservação, a pauta ambiental brasileira está em plena ebulição, aquecida pelas polêmicas em torno da construção de grandes hidrelétricas - a exemplo de Belo Monte, no Pará - e da recente votação final do Código Florestal, que entrou em pauta esta semana na Câmara. Discordantes sobre vários pontos, governo federal e ambientalistas construíram uma rotina de troca de críticas.

Recém-empossado diretor-executivo da Conservação Internacional Brasil, uma das ONGs ambientalistas mais tradicionais do mundo, André Guimarães engrossou esse caldo das críticas ao governo, que, segundo ele, tem dado pouca relevância à pauta ambiental - já que essa seria vista por setores do executivo federal como obstáculo ao desenvolvimento do País. Nesta entrevista cedida ao DIÁRIO dias antes da votação do Código Florestal, Guimarães comentou a tramitação código - que segundo ele foi conduzida com total irresponsabilidade pelo governo e pelo Congresso. Porém, o diretor-executivo da Conservação Internacional Brasil elogia os governos da Amazônia. Segundo avalia, eles têm feito o dever de casa em relação à preservação ambiental. Confira:

P: Que avaliação o senhor faz da política ambiental do governo da presidente Dilma Rousseff?

R: 
No geral, a política tem sido de retrocesso. Em 2011, pela primeira vez em 20 anos, nenhum hectare de área protegida foi criado no País. Esse é um indicador muito importante. Mas a gente precisa analisar a questão de maneira mais ampla. Não se criou área protegida. Pelo contrário, as áreas protegidas foram reduzidas em termos absolutos e nitidamente não há uma priorização da pauta ambiental nas discussões do governo e do Congresso. O código florestal é um exemplo, Houve um desleixo do governo em relação à discussão do código. A própria postura da presidente Dilma em relação à questão dos licenciamentos é sintomática. Ela tem por hábito tratar as questões ambientais muito mais como obstáculo ao desenvolvimento do que como um elemento a mais que precisa ser tratado no processo.

P: O grande embate atual entre o governo e os ambientalistas está em torno da matriz energética. É um conflito impossível de ser resolvido no Brasil hoje?

R:
 Em minha opinião, de forma nenhuma. E por uma razão simples e prosaica: a base da geração de energia no Brasil é a hidrelétrica. Quem conserva a água que gera energia são as florestas. Ou seja, não há incompatibilidade. Pelo contrário, essas duas coisas deveriam andar juntas. O planejamento energético do País, fundamentado em hidráulica como a presidente Dilma preconiza, deve supor que, antes de desenvolver a parte de engenharia dos projetos de geração, devemos cuidar do recurso principal que é a água e cuidar de água significa preservar florestas.

P: Na prática, contudo, o que a gente tem visto é um grande embate entre ambientalistas e defensores das hidrelétricas...

R: 
É importante deixar claro que ninguém discute a necessidade de energia para o País. Hidrelétrica também não se discute. É importante que tenhamos as hidrelétricas na nossa matriz energética. Mas há dois aspectos que precisam ser analisados. Primeiro, o governo priorizou quase exclusivamente hidrelétricas, em detrimento de uma matriz energética diversificada. Outro problema foi o atropelo no processo de licenciamento dessas hidrelétricas. Tivemos processos mal conduzidos, projetos mal desenhados, ações públicas e privadas, muitas vezes, contrárias aos interesses de comunidades locais, que não foram ouvidas. Tanto do ponto de vista de priorização quanto do processo, fomos equivocados, e a consequência são conflitos como estamos vendo todos os dias em relação a essas obras.

P: A presidente Dilma declarou recentemente que as pessoas contrárias às hidrelétricas no Brasil vivem uma fantasia... Há preconceito do atual governo em relação às demandas dos ambientalistas?

R: 
Não sei se a palavra é preconceito. O que há é uma pouca relevância, pouca consideração dada à questão. Essa visão, de que a pauta ambiental é um obstáculo ao desenvolvimento, é que gera esse tipo de conflito. Na realidade essa frase da presidente Dilma está criando uma polarização. Ou se está a favor, ou contra. E o desafio da pauta ambiental é integrar. Estamos falando de gerar energia elétrica, a partir de água que precisa de floresta para ser conservada. Para que essa equação possa ser devidamente entendida pela sociedade, um líder como a presidente deve buscar entendimento e não segregar. Essa declaração dela foi infeliz.

P: Em encontro feito recentemente em Belém os governadores da Amazônia declaram que têm feito o dever de casa quanto à questão ambiental. O senhor concorda?

R: 
Concordo. Acho que houve um esforço, em diferentes níveis. Não vou nominar este ou aquele que foi mais importante no processo, mas o conjunto dos amazônidas deu resposta ao Brasil, sim.

P: Os governadores agora reivindicam compensações por esse esforço...

R: 
Também concordo. Entretanto temos que considerar o fato de que é muito difícil definir como fazer isso de forma justa. Vamos compensá-los como? Transferindo impostos do Sul do Brasil para cá? Cobrando pelos produtos gerados aqui o que pode, inclusive, acabar sendo prejudicial para a produção local? Transferindo renda de outras regiões do Brasil e do mundo para cá? Há uma série de perguntas, de mecanismos financeiros e legais que precisam ser criados, antes podermos responder a essa pergunta. Tendo sido feito o dever de casa, o próximo passo é criar mecanismos de compensação, mas hoje em dia ainda não temos clareza de qual seriam esses mecanismos de justa remuneração pelos serviços ambientais que Amazônia presta para o planeta.

P: A Amazônia tem alguns dos piores índices de qualidade de vida do mundo. É preciso preservar e ao mesmo melhorar esses índices. Como é possível?

R:
 Essa é a pergunta de um milhão de dólares. Infelizmente ainda há uma percepção da sociedade de que há correlação entre preservação e pobreza. O paradigma novo é como conseguir nos desenvolver preservando o ambiente. Até porque, do contrário, qualquer desenvolvimento vai ser efêmero. Dura pouco. Sustentabilidade significa desenvolvimento, qualidade de vida para esta e paras as próximas gerações. Precisamos ter certeza de que o capital natural, a água, a floresta, o solo, estarão preservados. Essa é a questão de toda a sociedade global. Daí as conferências, daí a Rio + 20, as políticas e todo o debate em torno do tema ambiental.

P: O novo Código Florestal é realmente um desastre para o ambiente, como ambientalistas têm afirmado?

R:
 Desastre é uma palavra forte, mas a discussão sobre a alteração do Código Florestal Brasileiro tem um erro de origem. Começou mal fundamentada cientificamente. Essa é uma discussão diferente daquela que envolve, por exemplo, uma medida provisória que vai alterar alíquotas de imposto, e que pode ser alterada novamente daqui a seis meses. Estamos falando de um conjunto de leis que vai afetar a mim, a você aos nossos filhos, netos e bisnetos, provavelmente. É uma legislação extremante complexa, que está afetando as pessoas que estão aqui nesse País hoje e as que estarão no futuro. Essa discussão deveria ter sido feita de uma forma mais responsável e houve irresponsabilidade do Congresso nacional e do governo federal. Houve ausência de fundamentação científica. O perdão das multas por desmatamentos passados, por exemplo, é um problema. Se você tem a oportunidade de ser perdoado de uma dívida, terá dois ganhos pessoais: primeiro deixar de pagar e segundo cria uma expectativa de que sempre que fizer uma coisa errada vai ser perdoado no futuro.

P: Alguns dizem que para os pequenos produtores fica muito pesado manter uma área preservada de 80%. Deve haver tratamento diferenciado entre pequenos e grandes proprietários?

R: 
Não arriscaria dizer que deva ter política diferenciada para pequenos, médios ou grandes. O que a gente defende é que deveria haver fundamentação técnica e científica na decisão sobre o que deve ser preservado e o que deve ser disponibilizado para a produção. A questão não é se fica 80% [da propriedade preservada] na pequena, na média ou na grande. A questão é quanto nós devemos preservar de um determinado bioma, de um determinado ecossistema para assegurar que aquele capital natural esteja preservado para o futuro. E isso pode significar 1% de uma propriedade ou 99% de outra. A resposta a essa perguntas não deve ser política, mas científica.

P: O zoneamento econômico, ecológico não responde a essa questão?

R: 
Ele é uma ferramenta. Esse é um conjunto de informações que deveria ter sido levado em conta para uma proposta de novo código florestal. Mas aí teremos uma série de problemas. O Pará fez [o zoneamento], mas quantos Estados fizeram? O Congresso Nacional conhece o que foi feito no Pará, Rio de Janeiro, Espírito Santos, Minas Gerais? Tenho certeza de que não. O esforço que alguns Estados fizeram sequer foi levado em consideração.

P: Quais são as novas metas da Conservação Internacional a partir de agora?

R: 
Estamos diante de uma nova realidade. Estamos focando nossa atuação no País em direção da economia verde. Depois da luta para criação das áreas de preservação, temos o desafio de tornar essas conquistas conhecidas para que a sociedade veja nessas áreas um valor. A preservação de um parque, por exemplo, que preserve nascente de rios que abastecem cidades deve ser valorizada. Na primeira fase da nossa atuação, ajudamos a criar o parque, a partir de agora temos que mostrar para a sociedade que e preciso valorizar esse parque. A sociedade brasileira é muito sensível à questão ambiental. E não é por outra razão que o código [florestal] vai e vem [no Congresso]. A sociedade está incomodada. Precisa apenas ser corretamente informada. Durante 25 anos nossa missão foi a preservação das espécies, preservação ambiental, criação de áreas protegidas. Agora recebemos novas palavras que são “para benefício do homem e bem-estar da humanidade”. Trabalhamos para conservação da natureza, mas voltados para o bem-estar humano. (Diário do Pará)

Análise: Economia dos EUA perde impulso no fim do 1º trimestre


NOVA YORK - A expansão de 2,2% do Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos no primeiro trimestre não foi um número desapontador apenas porque ficou abaixo da expectativa de crescimento de 2,6%. Também preocupa o fato dos indicadores de março terem sido quase que uniformemente fracos, o que sugere que a economia entrou no segundo trimestre com pouco impulso.

Os consumidores fizeram sua parte: os gastos reais das famílias cresceram a uma taxa de 2,9%, a melhor desde o fim de 2010. A demanda teria sido ainda mais forte caso o inverno tivesse seguido os padrões normais. Como as temperaturas foram mais amenas este ano, as famílias usaram menos energia para aquecer suas casas.

A dúvida agora é como os gastos de consumo podem continuar aumentando perto de 3% se o crescimento dos salários não está acelerando. O relatório do índice do custo da mão de obra, também divulgado hoje, mostrou um aumento de 0,5% nos salários no primeiro trimestre, com um ganho de 1,7% sobre o primeiro trimestre de 2011. O aumento dos salários ficou abaixo da taxa de inflação atual, de 2,7%, o que significa uma redução no poder de compra das famílias.

Os ganhos de renda são registrados em categorias menores, como dividendos e aluguéis. Mas os salários ainda são um item de grande peso. Se os contracheques não crescerem em um ritmo mais forte, os consumidores não poderão continuar aumentando seus gastos muito mais.

Os ganhos no lado da demanda terão de vir, então, das empresas, estrangeiros ou governos. O problema: nenhum deles parece estar disposto ou capaz de proporcionar esse suporte.

Já foram escritos vários artigos sobre o declínio nos gastos dos governos locais e estaduais - que caíram pela sétima vez seguida no último trimestre. Agora, o enxugamento da estrutura de defesa (o que é positivo para a perspectiva) também está levando os gastos federais para o território negativo.

O crescimento das exportações também é limitado pela recessão que atinge a Europa e a desaceleração do crescimento na China.

Com isso, sobra o setor corporativo. As empresas aumentaram seus gastos com equipamentos e software em apenas 1,7% no primeiro trimestre, bem abaixo da expansão de 7,5% no quarto trimestre e de uma espetacular taxa de crescimento de 16,2% no terceiro trimestre.

Parte da desaceleração refletiu o fim de uma isenção fiscal no quarto trimestre e os preços elevados de energia podem ter levado algumas empresas a reduzirem gastos em outras partes.

Para o PIB crescer a uma taxa de 2,5% em 2012 como um todo, as empresas terão de investir em um ritmo muito mais forte. Certamente, o setor como um todo tem dinheiro para investir. Como mostra a atual temporada de balanços, os lucros permanecem ao redor de níveis recordes.

Alguns décimos de um ponto porcentual no crescimento do PIB pode parecer muito pouco para ser uma preocupação. Mas quanto mais rápido for a expansão da economia, maiores serão os ganhos em novos empregos e a recuperação ficará menos vulnerável a choques.

(Dow Jones Newswires)


sábado, 28 de abril de 2012

Membros da Base Aliada do Governo Federal se divertem. Cabral e dono da Delta construtora oficial do PAC

quinta-feira, 26 de abril de 2012

Dilma defende investimento em metrôs e cidades sustentávei


BRASÍLIA -A presidente Dilma Rousseff disse nesta terça-feira, durante o anúncio de um pacote de investimentos de R$ 32 bilhões para obras de mobilidade urbana, que o Brasil deve privilegiar o investimento no transporte público coletivo.

“Todas essas ações do PAC Mobilidade contemplam um imperativo: o Brasil tem que investir em metrôs. No passado, se dizia o seguinte: o Brasil é um país que não tinha condições de investir em metrô porque era muito caro, nós tínhamos que utilizar outros métodos de transporte. Hoje, governadores enfrentam imensas dificuldades para conseguir investir em transporte e em metrô com as cidades em funcionamento.”

Dilma destacou ainda a necessidade de se consolidar o conceito de cidade sustentável e afirmou que essa discussão deve estar “no centro” da Rio+20, a conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, que será realizada no Rio de Janeiro, em junho.

“Significa que nós temos de discutir profundamente qual é o novo paradigma que o mundo necessita, ainda mais o Brasil, que é um país que tem tradição de estar na vanguarda de questões ambientais”, afirmou.

O PAC Mobilidade Urbana Grandes Cidades vai beneficiar moradores de 51 cidades de regiões metropolitanas de 18 Estados. Além de metrôs, os recursos também serão destinados a Veículos Leves sobre Trilhos (VLTs) e implantação de corredores exclusivos para ônibus. Do total de investimentos de R$ 32 bilhões, R$ 22 bilhões são do Orçamento Geral da União e os demais R$ 10 bilhões de contrapartidas estaduais e municipais

O ministro das Cidades, Aguinaldo Ribeiro, destacou que as obras vão diminuir o tempo gasto pela população para se deslocar até o trabalho. Segundo ele, alguns dos projetos poderão reduzir esse tempo de quatro para uma hora. “Estamos lançando um programa que irá devolver quase um mês por ano de vida para que nossas irmãs e irmãos brasileiros possam usar esse tempo de uma forma muito mais produtiva e humana”, afirmou.

Durante discurso no evento, o prefeito de São Bernardo do Campo, Luiz Marinho, pediu o início da seleção de projetos, por meio do PAC, para a urbanização de favelas.

Vale e EBX (Eike Batista) Plenjam investimentos


A Vale e a EBX, grupo do empresário Eike Batista, planejam recuperar os 354 km da ferrovia Centro Atlântica, que liga Campos à capital fluminense, em investimento de R$ 1,65 bilhão. A informação partiu do secretário estadual dos Transportes do Rio de Janeiro, Júlio Lopes.

Segundo ele, a linha férrea ligará o Porto do Açu ao Porto do Rio com bitola larga e transportará carvão, granito e material para as plataformas do pré-sal.

Lopes participa nesta quinta-feira de visita ao porto de Açu, no noroeste fluminense. A presidente Dilma Rousseff também estará no evento.

(Marta Nogueira e Paola Moura | Valor)

segunda-feira, 23 de abril de 2012

Do povo on line

Cachoeira
Quer dizer que aquela frase "colocar a raposa para tomar conta do galinheiro" virou realidade em nosso país?
Com no mínimo 17 senadores-raposas integrando a comissão dessa CPI do Cachoeira, considero uma perda de tempo e de dinheiro (dinheiro nosso, claro) o Senado insistir numa CPI que -já sabemos- se transformará em uma nova e indigesta pizza.

Depois de virar o Google do avesso, continuo na dúvida: Carlinhos é Cachoeira porque ninguém segura ou porque leva todo mundo para o buraco?

 Brasília
Perfeita a análise de Fernando Rodrigues ("Opinião", ontem) sobre os motivos que levaram à mudança da capital federal do Rio para o planalto central.
Somente gostaria de discordar do trecho em que diz que "passaram-se 52 anos e a capital da República não produz nem pregos". Brasília é a maior fábrica de corruptos que existe, consumindo milhões de reais por ano.

Três Poderes?

BRASÍLIA - A República é formada por três Poderes independentes, Executivo, Judiciário e Legislativo. E eles estão pegando fogo.

O Legislativo, o mais tradicional saco de pancadas, está criando uma CPI para investigar tudo e todos, inclusive membros dos próprios três Poderes que andaram perigosamente próximos de cachoeiras, macacos, cachorros e outros bichos.

O Judiciário está de dar dó. Nunca antes na história deste país -sem exagero- os ministros do Supremo se xingam tanto publicamente. Cezar Peluso saiu da presidência do tribunal acusando a presidente da República de desrespeitar a Constituição e o colega Joaquim Barbosa de ser populista, inseguro e temperamental.

Não bastasse, Barbosa, que é relator do mensalão e vai assumir a presidência da mais alta corte do país em sete meses, reagiu em entrevista a Carolina Brígido, do "Globo", despejando os seguintes adjetivos sobre Peluso: "ridículo", "brega", "caipira", "corporativo", "desleal", "tirano", "pequeno", "imperial".

Dá para acreditar numa coisa assim? São esses, nesse clima, que vão julgar o mensalão, um dos casos mais complexos em décadas.

Enquanto isso, o Executivo, que defenestrou sete ministros, faz que não é com ele. A presidente Dilma disse -muito bem, aliás- que vai manter "uma posição absolutamente de respeito" ao Congresso e, portanto, aos trabalhos da CPI.

E quem conhece um pouco do palácio do Planalto diz que o andar do gabinete presidencial parece estar num outro mundo: ninguém fala em CPI, só em economia.

Aparentemente, é ótimo. Enquanto parlamentares e magistrados se engalfinham, a presidente pensa no crescimento, na desoneração das empresas, na garantia de empregos e de salários. Na normalidade, enfim.

Tomara, sinceramente, que dê certo, mas governos não lucram com CPIs e podem perder muito. Depende das torrentes do Cachoeira.

 Eliane Cantanhêde
elianec@uol.com.br

Painel da FOLHA

Pior dos mundos

Além de todos os inconvenientes que pode trazer para o governo federal, a CPI do Cachoeira provoca urticárias também nos candidatos a prefeito do PT, a despeito do empenho da cúpula do partido em instalá-la.

Se um dos objetivos da comissão era tirar o foco do julgamento do mensalão, o efeito foi o oposto: externa e internamente, no Supremo Tribunal Federal aumentou a pressão para que o caso entre em pauta ainda neste semestre. Para petistas como João Paulo Cunha, que é réu no processo e candidato a prefeito de Osasco (SP), a combinação de uma CPI imprevisível com o julgamento de proporção inédita é considerada desastrosa.


Tentáculos 1 Já circula entre parlamentares que além das ramificações previsíveis para investigar o PAC e o Dnit, a CPI poderá ter um braço na área da saúde, devido aos negócios do do grupo de Carlinhos Cachoeira com laboratórios farmacêuticos.

Tentáculos 2 Na bancada do PMDB, há quem aposte que, se a CPI mergulhar nos contratos da saúde, atingirá em cheio o já enrolado governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT), que chefiou a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).

Fogo... Além disso, veteranos de Congresso identificam sinais de que uma ala da bancada do PT, ligada ao líder do governo na Câmara, Arlindo Chinaglia (SP), estaria disposta a ver o ministro Alexandre Padilha (Saúde) lançado no olho do furacão.

...amigo A briga entre os dois petistas começou quando Padilha, então coordenador político do governo, não indicou Dirceu Raposo, apadrinhado de Chinaglia, para continuar à frente da Anvisa no ano passado. O duelo nos bastidores também explicaria em parte a disputa na bancada pela relatoria da CPI.

Alvos Um dos primeiros nomes na lista que a oposição quer convocar para depor no Congresso é o do ex-chefe do Dnit Luiz Pagot, degolado pela presidente Dilma Rousseff na "faxina" dos Transportes.

Mágoa Diante de evidências de que o grupo de Cachoeira agiu para derrubá-lo, a oposição espera que Pagot continue botando a boca no trombone sobre pressões da Delta para ser beneficiada no órgão que ele comandava.

Emplumada As boas notícias do Datafolha para Dilma Rousseff se estendem à seara tucana. Entre os que declaram ter votado em José Serra para presidente em 2010, a presidente tem 52% de avaliação ótima ou boa. Ela é aprovada por 60% dos simpatizantes do PSDB.

Penetra Alvo preferencial de ONGs ligadas ao meio ambiente pelo fato de ter sido o relator do Código Florestal, o ministro Aldo Rebelo (Esporte) brinca quando questionado se pretende participar da Rio+20: "Se coincidir com uma vistoria da obra do Maracanã, posso aparecer".

Vital De todas as contrapartidas que o PSB pede para o PT para apoiar Fernando Haddad em São Paulo, a aliança em João Pessoa (PB), onde o partido de Eduardo Campos tem a prefeitura e o governo, é questão de honra.

Mapa O PSDB quer ampliar de 793 para mil o número de prefeituras. O foco serão cidades situadas nos oito Estados governados pelo partido. Em São Paulo, a intenção é elevar de 205 para 230 municípios administrados.

Giro No final do mês, líderes tucanos, Aécio Neves à frente, iniciarão uma série de encontros regionais com candidatos a prefeito que vão às urnas em outubro. O primeiro será em Recife (PE).

 VERA MAGALHÃES - painel@uol.com.br

Escassez de água ameaça vinda de gigante chinesa


Gigante Foxconn quer instalar fábrica em região que tenha grande disponibilidade de água


A escassez de água nas bacias dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (Bacias PCJ) ameaça deixar a região de Campinas fora da disputa pela instalação da taiwanesa Foxconn. O Correio apurou que a gigante na produção de displays exige que o local de instalação tenha investimento na área de logística e melhoria da infraestrutura, como o acesso a um aeroporto internacional, uma área extensa para instalação do parque fabril e grande capacidade energética e de água.

A água é um importante insumo da empresa, que a utiliza em resfriamento durante o processo de produção. Esse é o grande limitador da região de Campinas, afirmou uma fonte. Executivos da empresa percorreram a região recentemente e apenas a oferta de água não se enquadrou nos requisitos da Foxconn. A situação é crítica, porque para uma demanda total das cidades da bacia de 81 m3/s, a disponibilidade hídrica total é de 65 m3/s para atender 61 municípios.

O presidente da Agência Paulista de Promoção de Investimentos e Competitividade (Investe São Paulo), Luciano Almeida, disse ontem que aguarda para o final de abril a definição do local onde a empresa vai instalar uma de suas unidades. Ele reconhece que a demanda por água é um fator limitante de investimentos na região de Campinas, mas diz que, no caso da Foxconn, não haverá pressão sobre a demanda. Ele não confirmou, no entanto, se Campinas é uma das candidatas a receber a fábrica.

Devido a cláusula de confidencialidade, que consta no protocolo de intenções assinado com a empresa, a Investe SP não disponibiliza informações como local de instalação, produção, datas, valores, número de empregos, entre outros, até que as negociações sejam concretizadas.

O secretário de Desenvolvimento Econômico, José Afonso Bittencourt, disse que as conversas com a Foxconn continuam, mas a empresa está fazendo exigências que a cidade não poderá cumprir. Segundo o secretário, a taiwanesa quer que a Prefeitura faça uma doação de terreno de um milhão de metros quadrados. “Isso não tem condições, porque além de não termos uma área assim, não é política do município doar terrenos para atrair investimentos”, afirmou. Ele reconhece que a oferta de água é delicada na região, justamente por causa do intenso desenvolvimento dos últimos anos, mas segundo ele, o que pesa no momento é o terreno.

Para o ambientalista José Osório Coelho, aumentar a oferta de água exigirá grandes investimentos em busca de novos mananciais, redução de perdas, ampliação da oferta de água de reúso, economias, proteção de nascentes. “Hoje a bacia PCJ já está em situação complicada e as ações tem sido lentas. Basta ver que hoje apenas 45% do esgoto produzido nessa bacia é tratado”, afirmou.

Seis estados disputam sediar o local escolhido pela empresa: São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Bahia, Pernambuco e Paraná - o local, em tese, precisa ter um solo livre de oscilações e ter garantias de fornecimento de energia e água pura. O presidente da Investe São Paulo disse que o projeto apresentado pela Foxconn possui três fases. A primeira seria a produção da Apple, a segunda, a unificação das fábricas que a empresa tem no Brasil em um só local e, a terceira, a fabricação de telas no País. Ao todo, serão investidos US$ 12 bilhões da gigante asiática no Brasil, para produção de ítens como telas sensíveis ao toque para aparelhos da Apple (iPad e iPhone) e outras marcas. 


Minas Gerais é uma das principais candidatas a receber uma das unidades. O governo mineiro elaborou um plano de benefícios, que contempla infraestrutura, energia elétrica, água e o terreno e acertou que um terço do investimento da Foxconn no Brasil ocorrerá em uma cidade mineira.

A participação da Foxconn no capital social da fábrica de telas planas para iPad que vai se instalar em Minas Gerais será entre 25% e 30%. O investimento nacional ocorrerá por meio do grupo EBX, de Eike Batista, de duas ou três empresas de médio porte do setor de informática, e ainda pelo governo, via BNDESPar. Desta forma, a Foxconn ficaria com uma parcela minoritária e responsável pela gestão do empreendimento. O capital nacional dominaria o bloco de controle da empresa.