domingo, 27 de março de 2011

Trem bala chines de 7,4 mil para 16 mil Km, o brasileiro de 500 Km só no projeto


A China inaugurou oficialmente ontem seu mais novo trem bala, que segundo autoridades chinesas chegou a quase 420 km por hora. Se confirmada, a marca passa a ser o novo recorde mundial. O trem liga as cidades de Xangai e Hangzhou e reduzirá as viagens em 45 a 80 minutos. A velocidade usual no trajeto será de, no máximo, 350 km por hora. O novo trecho amplia para 7,4 mil km a linha de trens de alta velocidade do país. A China já tem a maior rede desse tipo do mundo. Até 2020, o governo pretende aumentar sua extensão para 16 mil km. O custo total da obra é orçado em US$ 300 bilhões. Embora a China detenha a patente do trem bala, alguns analistas afirmam que a parte central da tecnologia empregada é europeia.

 

Trem-bala brasileiro

Governo deve adiar leilão pela segunda vez


BRASÍLIA - O governo deverá adiar, pela segunda vez, a realização do leilão do trem-bala. A 16 dias da data de entrega das propostas comerciais, os consórcios aumentaram a pressão sobre o governo. Diferentemente das razões que levaram ao adiamento da concorrência no fim do ano passado, quando os consórcios reclamavam de dúvidas em relação ao edital, agora o motivador é a formação de consórcios.

O Valor apurou que o governo deverá ceder à pressão, já que se trata da possibilidade de ampliar a entrada de empresas nacionais no projeto, principalmente, as empreiteiras.

Em entrevista ao Valor, o presidente da Agência Nacional de Transporte Terrestre (ANTT), Bernardo Figueiredo, afirmou que a agência recebeu hoje pedidos formais para adiar o leilão por mais seis meses.

As solicitações foram encaminhas pela  Associação Para o Desenvolvimento do Trem Rápido entre Municípios (ADTrem) e pela Associação Brasileira da Indústria Ferroviária (Abifer).  Figueiredo vai levar a proposta ao Ministério dos Transportes, que decidirá se acata ou não o pedido.

Uma fonte do Ministério dos Transportes disse ao Valor que o governo tende a concordar com o adiamento, já que tem interesse em garantir o aumento da concorrência no projeto. “O que está em questão agora não é a viabilidade do projeto, mas apenas o prazo para negociação entre as empresas interessadas”, disse essa fonte.

O projeto do trem-bala que vai ligar Campinas, São Paulo e Rio de Janeiro é avaliado em R$ 34 bilhões, mas estudos no mercado avaliam que poderá ultrapassar facilmente R$ 50 bilhões.
(André Borges | Valor)

AUMENTO DO PLÁGIO EM PRODUÇÕES CIENTÍFICAS PREOCUPA PESQUISADORES EM TODO O MUNDO

O aumento da incidência do plágio – apropriação indevida da obra intelectual de outra pessoa – em produções científicas vem preocupando pesquisadores em todo o mundo. No Brasil, embora não haja estudos que apontem o crescimento da prática, a falta de regras claras para a definição e a prevenção dessa conduta considerada antiética torna a questão bastante delicada. A avaliação é da pesquisadora da Coordenação dos Programas de Pós-Graduação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Coppe/UFRJ), Sônia Vasconcelos, que estuda o assunto.

A professora, que participou nesta quarta-feira (16), no Rio de Janeiro, de um seminário sobre o tema, promovido pela Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp), da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), explicou que há levantamentos que apontam que a identificação de má conduta, entre elas, a ocorrência de plágio, triplicou entre a década de 1970 e 2007, tendo passado de menos de 0,25% para 1%, em estudos submetidos ao Medline, base de dados de produções da literatura internacional da área médica e biomédica.

Sônia Vasconcelos destaca que a facilidade de acesso aos dados da produção científica, por meio da internet, acaba ajudando quem “não quer ter o trabalho de gerar um texto original”. Mas ela cita, ainda, a falta de proficiência de pesquisadores brasileiros em inglês como fator que leva ao plágio.
“Há um senso comum apontando para o fato de que a internet acaba facilitando a vida de quem quer cometer o plágio. Mas essa facilidade de acesso aos dados não é a única responsável pelo aumento da incidência de plágio na academia. O fator linguístico é um dos mais importantes que levam à prática [do plágio]. Muitos pesquisadores têm grandes dificuldades em defender e argumentar seus resultados em inglês, que é a língua da ciência”, ressaltou.

Segundo a pesquisadora, diante desse cenário, é preciso desenvolver mecanismos cada vez mais eficientes para a detecção e a coibição do plágio. Ela destaca que, quando o plágio é identificado em uma obra, a publicação é cancelada pelo editor científico.

“Uma obra que é fruto de plágio não confere originalidade ao que pode parecer novo para a ciência. Quando o pesquisador submete algo como se fosse novo, ele gasta tempo do editor [científico] e não traz contribuição original ao desenvolvimento científico”, acrescentou.

Sônia Vasconcelos destaca ainda que a falta de regras padronizadas para avaliação do plágio acaba dificultando o combate à prática.

“Não há uma métrica definida igualmente em todo o mundo para avaliar o plágio com precisão. As diferentes culturas têm divergências nesse sentido. Além disso, é preciso discutir a possibilidade de se uniformizar essas regras para as variadas áreas científicas”, disse.

Para ela, também é preciso haver uma maior atenção, não apenas no Brasil, à formação de jovens pesquisadores com orientações claras sobre a prática e os prejuízos que ela traz à comunidade científica. A pesquisadora acredita que muitos iniciantes podem utilizar indevidamente trechos de obras alheias, fora dos padrões aceitáveis, por ingenuidade. (Fonte: Thais Leitão/ Agência Brasil)

sábado, 26 de março de 2011

A QUEM SERVE A TRANSPOSIÇÃO DAS ÁGUAS DO SÃO FRANCISCO?



É compreensível que em um país de dimensões tão grandiosas, no contexto da tropicalidade, surjam muitas ideias e propostas incompletas para atenuar ou procurar resolver problemas de regiões críticas. Entretanto, é impossível tolerar propostas demagógicas de pseudotécnicos não preparados para prever os múltiplos impactos sociais, econômicos e ecológicos de projetos teimosamente enfatizados.

Nesse sentido, bons projetos são todos aqueles que possam atender às expectativas de todas as classes sociais regionais, de modo equilibrado e justo, longe de favorecer apenas alguns especuladores contumazes. Nas discussões que ora se travam sobre a questão da transposição de águas do São Francisco para o setor norte do Nordeste Seco, existem alguns argumentos tão fantasiosos e mentirosos que merecem ser corrigidos em primeiro lugar. Referimo-nos ao fato de que a transposição das águas resolveria os grandes problemas sociais existentes na região semi-árida do Brasil.


Trata-se de um argumento completamente infeliz lançado por alguém que sabe de antemão que os brasileiros extra-nordestinos desconhecem a realidade dos espaços físicos, sociais, ecológicos e políticos do grande Nordeste do País, onde se encontra a região semi-árida mais povoada do mundo.


O Nordeste Seco, delimitado pelo espaço até onde se estendem as caatingas e os rios intermitentes, sazonários e exoreicos (que chegam ao mar), abrange um espaço fisiográfico socioambiental da ordem de 750.000 quilômetros quadrados, enquanto a área que pretensamente receberá grandes benefícios abrange dois projetos lineares que somam apenas alguns milhares de quilômetros nas bacias do rio Jaguaribe (Ceará) e Piranhas/Açu, no Rio Grande do Norte. Portanto, dizer que o projeto de transposição de águas do São Francisco para além Araripe vai resolver problemas do espaço total do semi-árido brasileiro não passa de uma distorção falaciosa.


Um problema essencial na discussão das questões envolvidas no projeto de transposição de águas do São Francisco para os rios do Ceará e Rio Grande do Norte diz respeito ao equilíbrio que deveria ser mantido entre as águas que seriam obrigatórias para as importantíssimas hidrelétricas já implantadas no médio/baixo vale do rio - Paulo Afonso, Itaparica e Xingó.


Devendo ser registrado que as barragens ali implantadas são fatos pontuais, mas a energia ali produzida, e transmitida para todo o Nordeste, constitui um tipo de planejamento da mais alta relevância para o espaço total da região.


Segue-se na ordem dos tratamentos exigidos pela idéia de transpor águas do São Francisco para além Araripe a questão essencial a ser feita para políticos, técnicos acoplados e demagogos: a quem vai servir a transposição das águas?


Os "vazanteiros" que fazem horticultura no leito dos rios que "cortam" - que perdem fluxo durante o ano-serão os primeiros a ser totalmente prejudicados. Mas os técnicos insensíveis dirão com enfado: "A cultura de vazante já era". Sem ao menos dar qualquer prioridade para a realocação dos heróis que abastecem as feiras dos sertões. A eles se deve conceder a prioridade maior em relação aos espaços irrigáveis que viessem a ser identificados e implantados. De imediato, porém, serão os fazendeiros pecuaristas da beira alta e colinas sertanejas que terão água disponível para o gado, nos cinco ou seis meses que os rios da região não correm.


Um projeto inteligente e viável sobre transposição de águas, captação e utilização de águas da estação chuvosa e multiplicação de poços ou cisternas tem que envolver obrigatoriamente conhecimento sobre a dinâmica climática regional do Nordeste. No caso de projetos de transposição de águas, há de ter consciência que o período de maior necessidade será aquele que os rios sertanejos intermitentes perdem correnteza por cinco a sete meses.


Trata-se, porém, do mesmo período que o rio São Francisco torna-se menos volumoso e mais esquálido. Entretanto, é nesta época do ano que haverá maior necessidade de reservas do mesmo para hidrelétricas regionais. A afoiteza com que se está pressionando o governo para se conceder grandes verbas para início das obras de transposição das águas do São Francisco terá conseqüências imediatas para os especuladores de todos os naipes.


O risco final é que, atravessando acidentes geográficos consideráveis, como a elevação da escarpa sul da Chapada do Araripe - com grande gasto de energia!-, a transposição acabe por significar apenas um canal tímido de água, de duvidosa validade econômica e interesse social, de grande custo, e que acabaria, sobretudo, por movimentar o mercado especulativo, da terra e da política.


No fim, tudo apareceria como o movimento geral de transformar todo o espaço em mercadoria.


*Aziz Ab´Sáber é geógrafo, professor e escritor. Professor-Doutor em Geografia Física (USP), ganhador do prêmio Ciência e Meio Ambiente da Unesco, também foi presidente da SBPC e do Condephaat e diretor do Instituto de Geografia da USP.

Governança


FOTOS: "A hora do Planeta" já se vive no mundo


É mal de família

Do Blog do Parsifal (Belém do Pará)e do UOL









E veja lá embaixo o que DATENA fala sobre o Caetano Veloso

DATENA, DA BAND, ACHA CAETANO VELOSO UM SER LASTIMÁVEL, ZERO, ZERO COMO SER HUMANO

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Mar no Japão tem nível de radiação 1.250 vezes acima do aceitável


O Japão anunciou neste sábado (26), que o nível de iodo radioativo no mar perto da usina nuclear de Fukushima está 1.250 vezes acima do limite aceitável. O temor de novos vazamentos de material radioativo nos reatores danificados pelo terremoto também segue no país.

Esta grande quantidade de iodo agrava o risco de contaminação alimentar. O primeiro-ministro japonês, Naoto Kan, disse na sexta que a situação em Fukushima continua “imprevisível". A Agência de Segurança Nuclear japonesa afirmou que a radioatividade encontrada no mar será diluída com as marés.

Mais de 10 mil pessoas foram mortas e 17.500 continuam desaparecidas em consequência do desastre, de acordo com a polícia. Estes números foram ofuscados pela possibilidade de uma destruição catastrófica da usina nuclear.

O governo japonês estimulou dezenas de milhares de pessoas vivendo num raio de 20 a 30 quilômetros de Fukushima a se retirarem, mas garantiu que não está ampliando a área isolada de 20 km.

A China disse que níveis de radiação excessivamente altos foram detectados em dois viajantes japoneses que chegaram ao seu território.

Alta contaminação

Mais de 700 engenheiros vêm trabalhando em turnos o dia todo para estabilizar os seis reatores do complexo, mas se retiraram de alguns setores quando três trabalhadores que substituíam um cabo no reator 3 foram expostos a uma alta contaminação na quinta-feira, informaram as autoridades.

Dois foram levados ao hospital com possíveis queimaduras de radiação depois que água radioativa penetrou em suas botas.
"A água contaminada tinha 10 mil vezes o grau de radiação que seria encontrado em água circulando de um reator operando normalmente", disse um funcionário.
* Com agências internacionais

sexta-feira, 25 de março de 2011

Brasil vota contra o Irã na ONU e ganha aplauso da oposição persa

País assumiu posição anti-Teerã em um órgão das Nações Unidas pela primeira vez em 8 anos

Diplomacia brasileira nega contraposição ao governo iraniano, mas é assim que os opositores dele, realizados, o veem


CLÓVIS ROSSI
COLUNISTA DA FOLHA

Pela primeira vez em oito anos, o Brasil votou ontem contra o Irã em um organismo da ONU, o Conselho de Direitos Humanos.
O conselho aprovou por 22 votos a favor, 7 contra e 14 abstenções a designação de um relator especial para investigar denúncias de violações de direitos humanos no país. A
Folha antecipou o voto no último dia 3 de março.
Trata-se de uma sinalização de mudança no governo Dilma Rousseff em relação ao de Lula, que vinha evitando críticas ao Irã.
Ontem, em entrevista à
Folha, o chanceler de Lula, Celso Amorim, disse que não apoiaria a resolução se estivesse no governo.
A única vez em que Lula ficou contra o Irã foi em 2003, quando a 3ª Comissão da Assembleia Geral (bem menos importante), apontou violações aos direitos humanos com base em relatórios de enviados ao país. Desde então, foram sete abstenções.
Já no conselho e na sua antecessora, a Comissão de Direitos Humanos, o Brasil votou a favor de relatores durante os anos 90, mas vinha se abstendo desde 2001, "com base no compromisso assumido pelo governo iraniano de aperfeiçoar sua cooperação com o sistema", segundo a embaixadora Maria Nazareth Farani Azevêdo.
De fato, de 2001 a 2005, houve seis visitas de relatores ao Irã, mas a cooperação foi interrompida a partir da chegada ao poder do presidente Mahmoud Ahmadinejad, o que levou agora ao voto a favor. À
Folha, a embaixadora foi mais direta: "O voto não é contra o Irã, mas a favor do sistema de direitos humanos da ONU".
IRANIANOS
Agora, não há sanções, mas investigação. Foi nessa linha a conversa que Maria Nazareth teve com o embaixador iraniano, Sayed Sajjadi, antes da votação.
Explicou que o Brasil é tão aberto que, nos quatro anos e meio de vida do conselho, recebeu ao menos 16 relatores.
Não deve ter convencido Sajjadi, que em seu pronunciamento negou, como era previsível, que o Irã desrespeite os direitos humanos e não coopere com os organismos internacionais.
"O enfoque do Irã na promoção e proteção dos direitos humanos é baseado na sua religião e na sua cultura", disse o embaixador.
Já a embaixadora dos EUA, Eileen Chamberlain Donahoe, cumprimentou a brasileira pelo voto, mas ouviu um pedido: "Me ajude, Eileen. Precisamos aplicar o mesmo em outras situações de não cooperação".
Maria Nazareth não citou países nessa condição, mas a página da alta comissária para os direitos humanos deixa claro que Israel, aliado dos EUA, é um deles.
Por mais que a diplomacia brasileira diga que não é um voto anti-Irã, é assim que ele é percebido ao menos pela oposição iraniana.
"É uma forte mensagem de apoio ao povo iraniano", reagiu Shirin Ebadi, Nobel da Paz em 2003.
A Campanha Internacional por Direitos Humanos no Irã disse que foi de "particular importância" o Brasil ter votado contra o país.