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domingo, 12 de agosto de 2012

300 mil em greve. Um peixe chamado Dilma

Senadores e deputados petistas consideram inconcebível o governo de um partido forjado no movimento sindical viver essa onda de greves. Existe um receio na bancada de que as paralisações manchem a imagem de gestora, principal ativo político-eleitoral da presidente Dilma

Millôr Fernandes, em suas Fábulas fabulosas, mencionou certa vez a história do sujeito que queria ensinar seu peixinho a viver fora d’água. Todos os dias o homem tirava o bichinho do aquário, aumentando gradativamente o tempo de permanência fora do hábitat. Deu tão certo que o cidadão começou a passear com o peixe pela coleira na vizinhança como se fosse um cachorro. Um belo dia, num desses passeios, começou a chover tão forte que o peixinho caiu numa poça d’água. Morreu afogado. Moral da história: não adianta aprender coisas novas se não se souber preservar o conhecimento das antigas. É esse hoje o maior receio dos petistas em relação à presidente Dilma Rousseff. Especialmente, quando veem por aí o Brasil devagar quase parando e a onda de greves na administração pública.


Os petistas consideram que Dilma está mais solta nos palanques. Faz até piada com temas esportivos, algo parecido com o estilo do ex-presidente Lula. Mas Lula, só existe um. Dilma foi apresentada ao eleitor como a grande gestora, capaz de fazer o país funcionar em todos os campos. As universidades federais estão paradas há praticamente dois meses. Conforme mostrou o Correio ao longo dos últimos dias — o assunto foi manchete do jornal antes que os jornais do Rio e de São Paulo acordassem para a gravidade do tema —, as greves se alastram por praticamente toda a administração pública. Para setores do próprio PT, é inconcebível o governo de um partido forjado no movimento sindical não ter se antecipado a essas paralisações no serviço público, no sentido de evitar o prejuízo à população.

Denise Rothenburg

 

terça-feira, 24 de julho de 2012

De 59 universidades federais 57 continuam em greve. Governo recua.

Governo cede e vai oferecer reajuste maior para docentes em greve


O governo federal decidiu ceder diante das reivindicações dos professores universitários, que estão em greve há dois meses, e vai oferecer uma nova proposta com índices maiores de reajuste para alguns níveis da categoria.

Mercadante diz que não há margem para reajuste maior
Greve nas universidades federais completa 2 meses
Artigo: Greve remunerada nas universidades federais

A Folha apurou que os novos percentuais estão sendo finalizados e serão apresentados ainda nesta terça-feira aos grevistas em reunião marcada para as 17h. A data para a entrada em vigor dos novos pagamentos também será antecipada.

Fontes que participam da negociação afirmam que a equipe técnica do Ministério do Planejamento reconheceu que determinadas categorias ficaram um pouco prejudicadas com o reajuste oferecido pelo governo na semana passada.

O governo vai sugerir que os novos pagamentos, antes previstos para o segundo semestre de 2013, devem passar a valer em março do próximo ano. Essa foi uma das demandas apresentadas pela Andifes (associação de reitores) em reunião com o ministro Aloizio Mercadante (Educação), na semana passada.

A proposta inicial do governo previa um reajuste com impacto de R$ 3,9 bilhões nos cofres públicos, diluídos entre os próximos três anos. Na ocasião, a ministra Miriam Belchior (Planejamento) chegou a afirmar à Folha que a proposta era "definitiva".

O aumento concedido pelo governo priorizou os docentes com maior titulação --os professores no topo de carreira receberam reajuste de 40%.

Os docentes, entretanto, não concordaram com a oferta e decidiram manter a greve --atualmente, 57 das 59 universidades federais estão paralisadas. Eles alegam que, para muitas categorias, os índices apenas repõem a inflação do período e pedem ainda mudanças estruturais nos critérios de progressão na carreira.
Folha de São Paulo.  
FLÁVIA FOREQUE
DE BRASÍLIA