O Japão anunciou neste sábado (26), que o nível de iodo radioativo no
mar perto da usina nuclear de Fukushima está 1.250 vezes acima do limite
aceitável. O temor de novos vazamentos de material radioativo nos
reatores danificados pelo terremoto também segue no país.
Esta grande quantidade de iodo agrava o risco de contaminação
alimentar. O primeiro-ministro japonês, Naoto Kan, disse na sexta que a
situação em Fukushima continua “imprevisível". A Agência de Segurança
Nuclear japonesa afirmou que a radioatividade encontrada no mar será
diluída com as marés.
Mais de 10 mil pessoas foram mortas e 17.500 continuam desaparecidas em
consequência do desastre, de acordo com a polícia. Estes números foram
ofuscados pela possibilidade de uma destruição catastrófica da usina
nuclear.
O governo japonês estimulou dezenas de milhares de pessoas vivendo num
raio de 20 a 30 quilômetros de Fukushima a se retirarem, mas garantiu
que não está ampliando a área isolada de 20 km.
A China disse que níveis de radiação excessivamente altos foram
detectados em dois viajantes japoneses que chegaram ao seu território.
Alta contaminação
Mais de 700 engenheiros vêm trabalhando em turnos o dia todo para
estabilizar os seis reatores do complexo, mas se retiraram de alguns
setores quando três trabalhadores que substituíam um cabo no reator 3
foram expostos a uma alta contaminação na quinta-feira, informaram as
autoridades.
Dois foram levados ao hospital com possíveis queimaduras de radiação depois que água radioativa penetrou em suas botas.
"A água contaminada tinha 10 mil vezes o grau de radiação que seria
encontrado em água circulando de um reator operando normalmente", disse
um funcionário.
* Com agências internacionais