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sábado, 5 de junho de 2010

Sucessão - Dilma e Serra enfrentam Lula por causa dos impostos (El País)

A candidata oficial e seu oponente defendem uma redução da carga fiscal


Juan Arias
Rio de Janeiro

A polêmica sobre a alta carga tributária dos brasileiros, que se aproxima dos 40%, a mais alta dos países emergentes e uma dentre as mais altas do mundo, provocou a primeira oposição entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e sua candidata à sucessão Dilma Rousseff. Curiosamente, o principal candidato da oposição, José Serra, está de acordo com sua adversária política neste ponto.

Lula ressaltou que não pode existir um Estado forte, com recursos para investir em políticas sociais, com uma carga tributária de cerca de 10%. “Sem uma política de impostos altos não existe Estado. Basta percorrer o mundo para ver que os países que têm melhores políticas sociais são os que têm uma carga tributária ais elevada, como os Estados Unidos, Alemanha, França, Suécia ou Dinamarca. Os que têm uma carga tributária baixa carecem de condições para fazer uma política social”, disse Lula nesta quarta-feira em Brasília.

A candidata oficial às eleições presidenciais de outubro não pensa assim. Diante de 400 integrantes do Fórum Empresarial de Goiás, Rousseff falou da urgência de uma profunda reforma tributária e advogou uma drástica diminuição de impostos.

Segundo a ex-ministra, antes que seja aprovada uma reforma tributária, que talvez exija uma reforma da Constituição, seria necessário começar a baixar impostos, por exemplo reduzindo a zero a taxa sobre as exportações, assim como reduzir o custo dos contratos trabalhistas para os empresários, ainda que com a contribuição do Estado para não quebrar a Previdência Social.

Também seria necessário reduzir, segundo Rousseff, os impostos sobre os medicamentos e a energia elétrica. Além disso, ela se comprometeu, se ganhar as eleições, a reduzir os juros a nível internacional, que também são dos mais altos do mundo.

Segundo a candidata apoiada por Lula, o sistema tributário brasileiro “é caótico, confuso e pouco transparente”. Ela foi questionada: “É verdade que ninguém sabe quantos impostos paga?” E ela respondeu: “Sim, é verdade”. Para o candidato da oposição, que neste ponto se aliou com sua adversária, “nunca se pagou tantos impostos no Brasil como agora”.

Além disso, Serra lembrou que os que mais pagam impostos, principalmente indiretos, são os mais pobres: por exemplo, 53% na manteiga e 20% nos dois produtos básicos das famílias menos abastadas: arroz e feijão. Segundo Serra, o governo já arrecadou R$ 500 bilhões este ano, enquanto acaba de anunciar cortes em áreas essenciais como a educação e a saúde pública.

De acordo com dados publicados na quarta-feira pelo jornal “O Globo”, quem ganha até R$ 1 mil tem uma carga tributária de 54%, enquanto que os que ganham mais de R$ 15 mil, pagam 29%. Ou seja, quem ganha até R$ 1 mil gasta em impostos o equivalente a 192 dias de trabalho, enquanto quem ganha mais de R$ 10 mil deve trabalhar 102 dias para pagar os impostos, quase a metade. Enquanto isso, voltam as especulções sobre o futuro do carismático Lula.

 Os últimos rumores apontam que ele poderá se candidatar de novo em 2014. Acredita-se que, se sua candidata Rousseff ganhar este ano, ela mesma se retirará em 2014 para dar-lhe lugar. Quando os jornalistas abordam este tema, ela responde sempre o mesmo: “Lula me proibiu de responder a esta pergunta”.

segunda-feira, 31 de maio de 2010

Sucessão - No mato sem cachorro

Cadê o discurso?
Do Kennedy Alencar
Claro que a vaga de vice é um problema para a campanha do pré-candidato do PSDB à Presidência, José Serra.

Mas encontrar o discurso parece ser um problema ainda maior. Até agora não existe um mote, uma ideia que sintetize a candidatura e que faça o grosso do eleitorado entender a razão de optar por ela. Serra oscila entre maior e menor agressividade direta contra Dilma Rousseff e o PT, quase sempre poupando Lula.

Há ataques a Lula, mas são cifrados demais para o grosso do eleitorado. Alguns exemplos para não cansar. Insinuar que não teria boa relação com ditadores, porque Lula tem. Não lotear os cargos, porque com ele seria diferente, não teria essa coisa de ceder à fisiologia.


Neste exemplo, o próprio Serra se esquece das boas relações que manteve e mantém com José Roberto Arruda e democratas, tucanos e peemedebistas que não ficam nada a dever à turma da pesada que apoia Lula. Mas o que importa é que ele tenta ferir Lula.


Discretamente, repita-se. Motivo: boa parte dos que hoje optam pelo tucano avalia bem o governo do presidente. Seria suicídio político brigar de frente com o petista. Resta, portanto, bater no PT e em Dilma. Mais à frente, virá a chamada tentativa de desconstrução. Em outras palavras, ataques mais duros à pré-candidata do PT. Simultaneamente, fará um discurso algo doce para tentar mostrar a suposta superioridade no quesito preparo para governar.


Mas, de novo, a pergunta: qual é o mote? Dilma tem o seu: continuar a obra de Lula, de fácil compreensão para a maioria dos eleitores. Sem discurso, começam a bater o desespero e o destempero no próprio candidato. E, aí, ocorrem ataques como o desferido contra a Bolívia. Ninguém entendeu a razão. Especulação: pode ser uma tentativa de construir um discurso mais linha dura em relação à segurança pública, um dos temas de maior preocupação do eleitorado.

 O risco é soar meio malufista. Existe indício nesse sentido: o violento comportamento da Polícia Militar de São Paulo hoje em dia. A PM paulista está matando mais, de acordo com dados do primeiro trimestre deste ano comparados com a mesma época do ano passado.

Nesse período, em que Serra governava o Estado, cresceram 40% as chamadas ocorrências em que há resistência seguida de morte. Falar mais duro em relação ao combate às drogas pode atrair uma fatia do eleitorado. No entanto, numa primeira avaliação, parece estreito para virar um discurso de campanha eficiente a fim de derrotar a candidata de um presidente com popularidade recorde.

domingo, 30 de maio de 2010

Economia- Classe emergente festeja progressos

Com maior facilidade de crédito e elevação do poder aquisitivo, eles melhoraram de vida, mas não é necessário que votem em Dilma, disse a matéria do Estadão.

O Estado de S.Paulo

Muitos eleitores de classe média baixa melhoraram de vida nos últimos anos, e associam seus progressos ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. No tabuleiro de acarajé do Zé da Chica, perto da praia de Itapuã, em Salvador, quatro integrantes dessa classe emergente se reuniram num fim de tarde para conversar com o Estado sobre a melhora em suas vidas - e as consequências dela nas suas escolhas na eleição presidencial deste ano.



O taxista Luis Estrela, de 34 anos, conta que "afundou em dívidas" entre 1998, no final do primeiro mandato do presidente Fernando Henrique Cardoso, e 2003, início do governo Lula. "O poder aquisitivo diminuiu muito", diz, e, com ele, o movimento de passageiros.



"Tudo que eu tinha tive que botar na fogueira", recorda Luis. Em 2003, ele devia R$ 30 mil a duas financeiras. "Quando entrou o governo Lula, comecei a respirar." O número de passageiros foi aumentando - ele reconhece que também por causa da violência nos ônibus de Salvador - e os juros dos empréstimos caíram.

Leia a matéria completa no Estadão Aqui

sábado, 29 de maio de 2010

Eleições 2010 - Serra ataca: Bolívia a mae de todas as culpas (the mother of all guilt)

Serra acusa a Bolívia pelo tráfico de drogas no Brasil.

As críticas do Serra a Bolívia pelo ingresso de drogas na fronteira com Brasil, são extremamente superficiais, arrogantes e prepotentes.

Ele não sabe distinguir entre países produtores de drogas e consumidores.

Utiliza os mesmos argumentos dos Estados Unidos, quando acusa ao México de todos os desastres, pelo alto consumo de drogas no País do Norte.

Foi necessário ouvir muitas vezes o candidato para acreditar que essa infeliz declaração era mesmo do José Serra. Ele sozinho está cavando seu próprio túmulo.

Leia a mátéria

Em visita à capital do Mato Grosso, o presidenciável José Serra (PSDB), elevou o tom contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva neste sábado (29) e reforçou as acusações contra a suposta ajuda da Bolívia a narcotraficantes.

 
Depois disso, o ex-governador de São Paulo - Estado que viu a violência aumentar no primeiro trimestre deste ano -, voltou à carga contra o presidente da Bolívia, Evo Morales.

Nesta semana, o tucano acusou o mandatário do país vizinho de "no mínimo" fazer vistas grossas para o tráfico de drogas que age no Brasil e passa pela fronteira sem nenhuma fiscalização.

"Parece que virou política de governo, mandar coca e destruir nossa juventude. Noventa por cento da cocaína consumida no Brasil vem da Bolívia", atacou Serra. Segundo ele, Morales abandonou um programa de erradicação da planta de coca no país vizinho. "Ele é cúmplice porque expandiu em três vezes a produção (...) A coca precisa parar de entrar no Brasil, porque está destruindo a juventude brasileira", afirmou.

O tucano ainda se comprometeu a indicar um jurista para o cargo de ministro da Justiça se for eleito. Essa pasta trata da Polícia Federal, que tem, entre outras atribuições, a obrigação de fiscalizar fronteiras. Para o presidenciável, é preciso indicar pessoas que têm experiência para a pasta, "como membros do Ministério Público, porque os políticos só fazem relações [institucionais] com os tribunais, e não pensam em políticas de segurança".

Leia a mátéria completa no UOL Aqui

REFLEXÃO DA SEMANA - RECOMENDO AMPLAMENTE, DEMAIS

domingo, 23 de maio de 2010

Sucessão - Dilma cresceu em todas as regiões do país

A candidata do PT é líder isolada no Nordeste, Norte e Centro-Oeste, o tucano Serra ganha bem no Sudeste, mas empata no Sul abaixo, as principais tabelas com estratificações do Datafolha.

sábado, 15 de maio de 2010

Notícias - Fim de semana cheio de novidades, aguarde

FHC imita Lula, Serra o afaga, mas Obama é quem leva cantada

No Escuta Essa!, a charge política da semana, a polêmica declaração do pré-candidato do PSDB à Presidência, José Serra, sobre o Banco Central; a nova propaganda partidária do PT; a intenção de parlamentares de antecipar o recesso devido à Copa do Mundo; as férias de Romeu Tuma Júnior; David Cameron, o novo primeiro-ministro britânico; e a cantada que o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, levou em um restaurante.

sábado, 24 de abril de 2010

SUCESSÃO - PLEBISCITO DE PROVETA

por Ruy Fabiano
A opção plebiscitária que Lula fez para sua sucessão é a causa mortis da candidatura presidencial de Ciro Gomes, que será anunciada oficialmente pelo PSB na próxima terça-feira. Lula não quer uma disputa plural, nem mesmo a quer simplesmente polarizada entre os candidatos mais fortes - Dilma Roussef, do PT, e José Serra, do PSDB.


Quer uma disputa singular entre não-candidatos: ele e Fernando Henrique Cardoso. Ciro foi excluído porque desmancha essa equação. É um neolulista, ex-tucano, que pode tirar votos dos dois lados. As pesquisas mostram que tira mais votos de Serra do que de Dilma, o que deveria ser festejado pelos governistas. Mas não é. E a razão é simples: Ciro pode ultrapassar Dilma e estabelecer uma polarização com Serra, o que deixaria o PT fora do comando da campanha – e do futuro governo, na eventualidade de vitória.
O PT compartilha cargos, mas não o poder. Não admite ser caudatário de ninguém, nem mesmo de um aliado de confiança, como Ciro.


Há, no partido, o receio de que a estreante Dilma Roussef não suporte (e os lances iniciais da campanha agravam esse temor) o confronto direto com alguém experiente como Serra. Ciro, se candidato, poderia ser beneficiário da fragilidade de Dilma, derrotando-a antes que Serra o faça. Do ponto de vista pessoal de Lula, não seria problemático, pois sabe que Ciro lhe é fiel. Mas, na óptica do PT, a hipótese é intolerável.


Daí a obsessão plebiscitária, um artifício para evitar um duelo desfavorável entre uma candidata sem vôo próprio, Dilma, e um candidato experiente, Serra, em quem até aqui não colou o rótulo de anti-Lula. O artifício petista consiste em fabricar uma “Era Lula” em contraste com uma “Era FHC”.


A idéia seria engenhosa não fosse um detalhe: a Era Lula é, ela mesma, uma continuidade da Era FHC. Estabilidade econômica, desenvolvimento, programas sociais, tudo o que o atual governo exibe como credenciais ao eleitor – e a que se opôs quando na oposição - foi plantado e começou a ser colhido na administração anterior. Se os números indicam expansão, é porque os fundamentos foram preservados.


Há dias, perguntaram a Serra se ele, eleito presidente, mexeria no tripé macroeconômico responsável pela estabilidade econômica do governo Lula: metas de inflação, câmbio flutuante e responsabilidade fiscal. E ele respondeu: “Como, se fomos nós que o fizemos?” A mesma lógica se estende ao programa de bolsas.


O grande mérito de Lula consistiu em enfrentar seu partido para não mexer no software herdado da Era FHC. Para manejá-lo, escolheu não um petista, mas um técnico tucano, o atual presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, que, depois de consultar FHC, patrono de sua candidatura, abdicou de um mandato zero quilômetro de deputado federal pelo PSDB, em 2002, para integrar-se ao governo recém-eleito.


Desde então, é uma de suas peças-chaves. Há dias em editorial, o Wall Street Journal, uma das mais influentes publicações econômicas do mundo, destacou como grande feito econômico de Lula “não ter feito nada”, ter dado continuidade ao que encontrou. Há mérito nisso? Há, claro. Primeiro, a determinação de enfrentar o inconformismo ideológico de seu partido, de que resultou a debandada de alguns petistas históricos, muitos deles hoje no Psol e no PV.


Lula mostrou lucidez e coragem, já que, na sucessão dos governos republicanos brasileiros, a regra é a ruptura, quase sempre despropositada. Há dias, o jornal Valor fez pesquisa com 142 empresários, dos mais representativos, com dois questionamentos básicos: como avaliam o governo Lula e quem preferem para sucedê-lo. A maioria (52%) classificou-o como excelente, mas uma maioria ainda mais expressiva (78%) prefere Serra para sucedê-lo. Dilma obteve apenas 9%.


O raciocínio é óbvio: se a economia vai bem e a maioria opta por um nome não governista para assumi-la, é porque o vê não só como mais qualificado, mas fiel a seus fundamentos. E esse é apenas um dos múltiplos sinais antiplebiscitários. Plebiscito supõe opção entre antagonismos.


E o que a presente eleição coloca é uma escolha bem distinta: quem é o mais qualificado para dar continuidade a um projeto de sustentabilidade econômica eficaz, iniciado com o Plano Real e a Lei de Responsabilidade Fiscal. Lula teme a resposta e insiste em buscar refúgio num duelo artificial com Fernando Henrique. Falta combinar com o eleitor, que parece mais interessado no futuro que no passado – sobretudo um passado de proveta, em busca de um antagonista, que não há. Ruy Fabiano é jornalista

domingo, 11 de abril de 2010

PSDB e PT mapeiam fraquezas de adversário

Menos de duas semanas depois de deixarem seus cargos - de ministra da Casa Civil e de governador de São Paulo -, José Serra (PSDB) e Dilma Rousseff (PT) e os respectivos partidos já começaram a mapear as fragilidades um do outro. O objetivo é transformá-las em ferramentas da campanha.

Os dois principais candidatos ao Planalto estão envolvidos em uma espécie de laboratório de testes para ver qual crítica funciona melhor e deve ser adotada para produzir maior efeito eleitoral.

Em 2006, o PT foi bem sucedido no segundo turno da campanha presidencial. Conseguiu imprimir nos tucanos e no seu candidato, Geraldo Alckmin, a marca de "privatistas". Apesar dos resultados positivos das privatizações - principalmente no setor de telecomunicações -, o carimbo aplicado por Lula e pelo PT passou a ideia de que os adversários queriam "desmontar o Estado". Chegaram a divulgar que o PSDB havia se preparado para vender a Petrobrás, Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil.

Na campanha, os tucanos não conseguiram desfazer essa imagem nem apresentaram discurso capaz de neutralizar a crítica. A candidatura de Alckmin desidratou tanto que ele teve no segundo turno menos votos do que no primeiro - 39,9 milhões contra 37,5 milhões de votos.

A reboque de Lula. Do lado do PSDB, o mapa recomenda que se explore a fragilidade da liderança de Dilma, exibindo-a como candidata dependente e sempre a reboque do presidente Lula.

Apesar do mensalão mineiro, envolvendo tucanos, e do mensalão do DEM do Distrito Federal, o PSDB avalia que petistas têm passivo crítico por causa dos escândalos dos sanguessugas e dos aloprados, além do próprio mensalão.

A meta é minar a imagem de ministra organizadora e boa gestora de projetos como o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), criticado pela lentidão. Isso provaria que ela não dispõe da experiência administrativa necessária para comandar o País.

Do lado petista, os aliados de Dilma querem carimbar Serra como "anti- Lula". Ou seja, ressaltar que o grupo do ex-governador sempre foi contrário às medidas implantadas por Lula. Com isso, esperam neutralizar o discurso de Serra, apresentando-se como melhor opção para "dar continuidade" ao atual governo.

O PT não desistiu de comparar o governo Lula e o de Fernando Henrique Cardoso, para colar Serra na gestão do ex-presidente. Nessa linha, Dilma deu o tom da estratégia, comparando os rivais a "lobos em pele de cordeiros". "Sempre que discutimos propostas e apresentamos caminhos temos de apresentar também as diferenças. Estamos caracterizando o que é o nosso projeto e o que é o da oposição. Se não tem projetos, isso tem que ficar claro", disse a ministra durante sua passagem por Ouro Preto. Ela tratou como "lobos em pele de cordeiros" quem "criticava até ontem e hoje não critica mais."

Críticas à parte, o PT se preocupa com os erros de Dilma ao se movimentar sem companhia de Lula. Na tentativa de aproximação com o governador Antônio Anastasia, candidato do PSDB ao governo de Minas, irritou o aliado PMDB, que lançou Hélio Costa. E Minas, com mais de 14 milhões de eleitores, é considerado ponto estratégico demais na campanha para ser colocado em risco. Irritado, o senador chegou a dizer que poderia apoiar Serra.

Túmulo de Tancredo. A oposição ganhou munição extra para bombardear Dilma quando ela visitou o túmulo do presidente Tancredo Neves, durante sua visita a Minas. Para aliados de Serra, ela teria demonstrado mero oportunismo político, uma vez que o PT foi contra a eleição de Tancredo, em 1985, e expulsou os deputados que defenderam a candidatura. PSDB, DEM e PPS soltaram nota criticando o ato de Dilma.

Líder do PSDB na Câmara, o deputado João Almeida (BA) não perdeu a chance para tentar passar a imagem que Dilma precisa da carona de políticos carismáticos para crescer eleitoralmente. "A candidata carente de biografia já não se satisfaz mais com o uso do prestígio de Lula", disse. "Agora, avança na popularidade dos outros, até de quem já faleceu, como ao visitar o túmulo de Tancredo." Segundo ele, o povo mineiro "não entende tamanho cinismo de dona Dilma".

Marcelo de Moraes e Vera Rosa - O Estado de S.Paulo

sábado, 10 de abril de 2010

Política - O Brasil e a política pós Lula

Em análise de perspectivas para a campanha e as eleições de outubro, o historiador e cientista político Luiz Felipe de Alencastro vê razões para preocupação.

Para o historiador e cientista político Luiz Felipe de Alencastro, os cenários políticos que podem emergir das urnas, em outubro, contêm elementos preocupantes, seja quem for o vencedor. Michel Temer, como eventual vice-presidente de Dilma Rousseff, tenderia a comandar um PMDB fortalecido demais, a ponto de comprometer o poder da presidente.

Quanto a José Serra, Alencastro entende que o ex-governador de São Paulo, embora tenha "muita experiência" e seja "um grande líder", tem "um problema sério", derivado da dificuldade de formular uma proposta que se diferencie de políticas que se mostraram bem-sucedidas no governo Lula. Essa situação pode trazer certo conforto para a candidata do PT, mas está aí outro motivo de inquietação", pois "não é sadio para país nenhum a ausência de alternância política".

Tendo acompanhado de perto a formação dos novos partidos, nos anos 1980, Alencastro conhece a dinâmica interna das principais legendas. No PT, vê o risco de transformação do lulismo no varguismo que o partido combateu em sua origem. Já o PSDB pode ficar circunscrito a São Paulo, enquanto a direita passa por um processo de radicalização semelhante ao dos republicanos nos Estados Unidos.

Sobre Serra: "Tem muita experiência, é um grande líder, mas, com a expectativa em torno de seu nome, vai fazer o quê no governo? Exilado em 1968, Alencastro, então estudante da Universidade de Brasília, foi recebido na França pelo economista Celso Furtado e Raul Ryff, secretário de Imprensa do governo João Goulart. Na Europa, completou a graduação, o mestrado e o doutorado, antes de voltar ao Brasil para lecionar na Unicamp.

Titular da cadeira de História do Brasil na Sorbonne desde 2001, o autor de "O Trato dos Viventes" [Companhia das Letras, 2000] conversou com o Valor num café próximo de sua residência parisiense.

A seguir, trechos da entrevista.

Valor: A revista "The Economist" fez uma matéria de capa sobre o Brasil, dizendo que o futuro chegou para o país do futuro. O sr. compartilha desse otimismo?

Luiz Felipe de Alencastro: Até a oposição compartilha desse otimismo. Dentro e fora do país há um consenso favorável sobre a economia brasileira, sobretudo com a entrada da China no mercado mundial, com uma forte demanda por matérias-primas. O lado negativo é que o comércio externo fica parecido com o que era no século XIX. Há um risco nessa divisão internacional do trabalho que vai se criando, em que o Brasil vira exportador de matérias-primas novamente.

Sobre a candidata do PT: "O real da Dilma são o Bolsa Família, o PAC (...), mas acho problemático ela não ter a experiência de um mandato eletivo" Luiz Felipe de Alencastro: Até a oposição compartilha desse otimismo. Dentro e fora do país há um consenso favorável sobre a economia brasileira, sobretudo com a entrada da China no mercado mundial, com uma forte demanda por matérias-primas. O lado negativo é que o comércio externo fica parecido com o que era no século XIX. Há um risco nessa divisão internacional do trabalho que vai se criando, em que o Brasil vira exportador de matérias-primas novamente.

Valor: E a perspectiva política?


Alencastro: O que me assusta é a ideia de ter Michel Temer como vice-presidente. Ele é deputado há décadas e foi presidente da Câmara duas vezes. Controla a máquina do PMDB e o Congresso à perfeição. Vai compor chapa com uma candidata que nunca teve mandato e é novata no PT. O presidencialismo pressupõe um vice discreto, porque ele é eleito de carona, para trazer alianças e palanques. Aos trancos e barrancos, instaurou-se um sistema presidencialista que tem dado certo no Brasil. O fato de haver dois turnos, associado à integração do vice na chapa do presidente, deu estabilidade ao sistema. Foi assim com Fernando Henrique e Marco Maciel. Foi assim com Lula e José de Alencar. Dilma e Temer formam uma combinação inédita: uma candidata até então sem mandato associada a um político cheio de mandatos e dono do PMDB, que é o maior partido do Brasil, mas nunca elegeu um presidente e vai com sede ao pote. O PMDB pode estabelecer um vice-presidencialismo, com um papel de protagonista que seria descabido.

Leia a entrevista completa no Valor Econômico Aqui

terça-feira, 30 de março de 2010

Eleições 2010 - A largada oficial da pré-campanha (deu no blog da Denise)


A largada oficial da pré-campanha Às vésperas do feriado de Semana Santa, a surpresa dos próximos dias ficará por conta do presidente do Banco Central, Henrique Meirelles. Ele deve deixar o cargo para concorrer ao governo de Goiás, mas ainda faz mistério.

No mais, teremos Dilma Rousseff apresentando o PAC 2 hoje ao lado do presidente Lula. O programa envolve recursos da ordem de R$ 1 trilhão. Depois, a ministra terá a sua despedida do governo, na quarta-feira. José Serra, por sua vez, faz uma solenidade de despedida do cargo de governador no mesmo dia, para transferir a administração de São Paulo ao seu vice, Alberto Goldman.

Como os candidatos ainda não podem fazer campanha abertamente, Dilma e Serra vão se dedicar a reuniõe partidárias pelo país afora. São aqueles encontros eleitorais disfarçados de palestras e de debates. E a hora também de acertar os palanques nos estados que, diante do cenário de disputa acirrada, têm mais importância do que muitos imaginam. É a essa tarefa que Dilma e Serra vão se dedicar agora.

Outra 1
O presidente Lula comentou dia desses com amigos que o deputado Ciro Gomes (PSB) passou dos limites. E foi mais além: disse que quem vai ter que conversar com o cearense é o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, presidente do PSB. "Eu não quero mais saber", disse o presidente, cansado da saraivada de críticas que Ciro tem feito ao PT, à gestão da saúde no governo Lula e ao que considera falta de projeto do governo como um todo. Lula também não está nada satisfeito com o fato de Ciro a toda a hora falar do mensalão do PT, uma crise que, na cabeça do presidente Lula, é coisa do passado.

Outra 2
Ontem, no programa 3x1 da TV Brasil, Ciro voltou a acionar a sua metralhadora. Falou mal do PT, do pré-candidato do PSDB, José Serra, de José Dirceu. E foi incisivo: "Eu não tenho o que explicar. O SErra tem e o PT também", referindo-se à aliança do tucano com o DEM e à parceria do PT com o PMDB.

domingo, 14 de março de 2010

Eleições - E agora José?


Pesquisa anota empate, com Dilma à frente de Serra

O repórter Lauro Jardim levou à coluna Radar uma trinca de notas cujo teor pode trincar o já combalido ânimo da oposição.

Confira abaixo No Blog de Josias de Souza:

- Na frente? 1: De acordo com informações já do conhecimento do partido, o PSDB saiu-se mal em uma pesquisa nacional de intenção de voto a ser divulgada na quarta-feira. Ela mostra um empate técnico de José Serra e Dilma Rousseff, mas com a petista 1 ponto porcentual à frente. A pesquisa foi feita entre 5 e 10 de março com 2 002 pessoas em 142 municípios.

- Na frente? 2: Outra pesquisa, desta vez encomendada pelo PT, foi levada ao Planalto na sexta-feira. Deu pela primeira vez Dilma Rousseff 3 pontos à frente de José Serra.

- O rei dos palanques está aflito: Aos mais próximos, Lula tem reclamado da (falta de) desenvoltura de Dilma Rousseff nos palanques. Avalia que os seus discursos são longos e sem emoção.

Presidente do tucanato, Sérgio Guerra levou ao seu microblog um comentário: “O PSDB desconhece qualquer resultado antecipado de pesquisas”, escreveu.


“Nossos monitoramentos indicam que José Serra continua liderando essa corrida”.


A sondagem que está prestes a vir à luz foi feita pelo Ibope. Resta agora aguardar pela quarta-feira.


O último levantamento, feito pelo Datafolha, acomodara Dilma nos calcanhares de Serra –quatro pontos percentuais a separavam do tucano.

A eventual ultrapassagem, ainda que em quadro de empate técnico, converterá a apreensão dos oposicionistas em pânico.

Blog Josias de Souza

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Eleições - Marina Silva solta o verbo e proclama discurso de unidade tucana e petista.



Eu achei o maior barato essa conversa da Marina, em certa medida, se a gente faz uma análise superficial, até que cola.


Ela sugere uma falta de visão política dos partidos PT e PSDB ao não entrarem em um acordo. Parece que até é válida essa crítica, finalmente nem o PT é tão socialista como ela disse muitas vezes, nem os tucanos são tão neoliberais como o PT diz. E ambos são meio socialdemócratas, sõ que o PT um pouco mais à esquerda e o PSDB um pouco mais à direita. Eu acredito que o grande diferencial do Governo Lulatem sido seu programa social.


Veja aqui a estrevista da Marina no Estadão e mande seu comentário.

SÃO PAULO - A senadora e pré-candidata à Presidência da República pelo PV, Marina Silva (AC), disse nesta terça-feira, 9, durante entrevista à TV Estadão, que PT e PSDB erraram nos últimos 16 anos ao não entrarem em um acordo para garantir a governabilidade do País. "Um erro que cometemos, e digo nós porque fiz parte do PT durante 30 anos, foi o de não estabelecer um ponto de contato com o PSDB no período em que ele foi governo. E a mesma coisa aconteceu no período em que o presidente Lula é governo."

Leia mais e assista a entrevista completa  da Senadora no Estado de São Paulo

Marina defendeu o entendimento entre os grandes partidos e diz que o PV tem "vontade de conversar". "Ninguém governa sozinho", disse, mas reconheceu que esse acordo suprapartidário, no Brasil, ainda está no campo da utopia. "A grande utopia deste País é que se possa conseguir uma governabilidade baseada em princípios e não apenas no cálculo pragmático de maioria, que muitas vezes é fisiológica."

A pré-candidata criticou o que chamou de disputa entre dois passados, referindo-se às comparações entre os governos Fernando Henrique Cardoso (1994-2002) e Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010). "Por mais relevantes que esses governos sejam, não podemos engessar o País em um plebiscito para ver quem fez mais no passado."

domingo, 7 de fevereiro de 2010

Jornais do Domingo - Mancheste e resumo de notícias - Reportagem SAÚDE: Cómo cuidar do seu coração


07 de fevereiro de 2010

O Globo (boca maldita)

Manchete: Classe C do Brasil já detém 46% da renda

Ganho é maior do que a soma dos rendimentos das classes A e B

Pela primeira vez na história, a classe C do Brasil, cujos lares recebem de R$ 1.115 a R$ 4.807 por mês, passou a representar a maior fatia da renda nacional. Segundo a Fundação Getulio Vargas, o segmento detém 46% dos rendimentos das pessoas físicas. Já as classes A e B correspondem a 44%. Entre 2003, quando a classe C tinha 37% da renda, e 2008, 26,9 milhões chegaram a este grupo, que soma 91 milhões de brasileiros. O novo público está mudando o conceito de classe média, padrões de consumo e investimentos das empresas. (págs. 1 e 25)

Na crise, Chávez divide ainda mais

Vivendo a pior crise de seus 11 anos de governo, o presidente Hugo Chávez aprofundou a divisão da sociedade venezuelana. A enviada Mariana Timóteo da Costa mostra um amplo painel das opiniões de cidadãos desse país dividido a respeito de temas como inflação, desenvolvimento e censura. (págs. 1 e 32)

Creches são desafio para o governo

Apenas 18% das crianças até 3 anos têm acesso a creches no país, segundo os dados oficiais mais recentes, o que representa 1,9 milhão de matrículas. Há no Brasil 10,7 milhões de crianças nessa faixa etária. Para melhorar essa situação, o governo federal prevê a construção de seis mil creches no PAC-2. (págs. 1 e 10)
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Folha de S. Paulo (a natureza é boa, mas o governo ruim)


Manchete: Nordeste não consegue escoar safra recorde

Apagão portuário impede o país de ganhar US$ 1 bi a mais com soja
A safra recorde de 65,1 milhões de toneladas de soja vai agravar a situação do já caótico sistema logístico nacional, relata Agnaldo Brito, enviado especial ao Maranhão. O Estado limita a produção por falta de porto. O Ministério da Agricultura e a CNA, confederação dos agricultores, calculam que a fronteira agrícola deixa de produzir 3 milhões de toneladas devido ao apagão portuário. O país perde o equivalente a US$ 1 bilhão. Terminal do porto de Itaqui, chave para o escoamento da produção, está atrasado há três anos e fica pronto apenas em 2012. Despesas crescem porque as safras são embarcadas a 3.000 quilômetros de distância. A Folha percorreu 2.000 quilômetros no Maranhão. De acordo com Pedro Brito, ministro da Secretaria Especial de Portos, no Brasil não existe apagão. Os custos, segundo ele, se assemelham aos da Europa. (págs. 1 e Dinheiro)

BC vai acabar sendo obrigado a vender dólar, diz ex-ministro
Embora tenha deixado o dólar subir nas últimas semanas, o Banco Central vai ser obrigado a intervir no câmbio vendendo a moeda americana, avalia o economista e ex-ministro Luiz Carlos Mendonça de Barros. Para Mendonça, haverá um momento em que a alta da moeda pesará na inflação e prejudicará empresas e investidores. "Não tenha dúvida de que o BC vai vender dólar. Vai fazer atrasado, como sempre, mas ai." (págs. 1 e B4)

Mina de urânio provoca medo em cidade baiana
Em três meses, nove poços próximos à unidade da estatal Indústrias Nucleares do Brasil em Caetité (BA), local da única mina de urânio em atividade no país, foram fechados por causa do alto índice de radioatividade, até 47 vezes o limite legal, ressalta Marta Salomon. O fechamento dos poços atemoriza a população, de 46 mil habitantes. Se o urânio tiver vazado da mina, o que não foi confirmado, a atividade da fábrica poderá ser suspensa. A estatal contesta o laudo sobre radioatividade, feito por órgão do governo estadual. (págs. 1 e C1)
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O Estado de S. Paulo

Manchete: Gestão Lula chegará ao fim com 100 mil servidores a mais

Governo elevou gasto com folha em 40% e reverteu política de enxugamento
Quando chegar ao fim do segundo mandato, em dezembro, o presidente Lula terá contratado cerca de 100 mil pessoa apenas para o Poder Executivo. O número equivale aos 110 mil empregos gerados por todas as montadoras de carros instaladas no Brasil. Dados do Ministério do Planejamento mostram que, entre dezembro de 2002 e outubro de 2009, aumentou em 63.270 o número de servidores públicos civis, chegando a 549 mil. E o Orçamento já autoriza mais 46.151 vagas neste ano. A despesa com pessoal e encargos sociais no Executivo subiu 41%, descontada a inflação. As contratações de Lula praticamente compensaram o enxugamento feito no governo anterior e reverteram uma política de corte de funcionários públicos iniciada em 1990. (págs. 1 e B1)

Temer tem maioria na convenção do PMDB
O deputado Michel Temer (SP) venceu as resistências do grupo liderado pelo ex-governador de São Paulo, Orestes Quércia e conseguiu apoio majoritário para a convenção nacional do PMDB, ontem em Brasília. Em jogo, a recondução de Temer à presidência do partido, solidificando seu nome como vice na chapa da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, para a corrida presidencial. (págs. 1 e A4)

Lula e o fantasma da intolerância
Lula passa por momentos de euforia que o levam a enunciar inverdades. Para ganhar sua guerra imaginária distorce o ocorrido no governo do antecessor, autoglorifica-se na comparação e sugere que se a oposição ganhar será o caos. Por trás dessas bravatas estão o personalismo e o fantasma da intolerância. Ecos de um autoritarismo mais chegado à direita. (págs. 1 e A2)
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Jornal do Brasil

Manchete: 'Proibição digital' toma conta da rede

Vídeos com a alusão a gangues e bandidos são febre na internet
A era da propaganda boca a boca está ficando para trás. Facções criminosas como o Comando Vermelho e o PCC de São Paulo já descobriram o potencial da internet para divulgar suas ações. O 'Proibidão digital' é um sucesso no You Tube, com centenas de vídeos musicais, com 5 a 6 minutos em média, no qual os bandidos destacam o assassinato de policiais, exibem o armamento, expõem alianças e demonstram o controle ferrenho de determinadas áreas. (pág. 1, País e A8)

Empresas na guerra do ICMS
Mudanças no recolhimento do ICMS sobre ferramentas, eletrodomésticos, eletrônicos, celulares, colchões, brinquedos e artigos de papelaria trouxeram elevação da alíquota, que passou de 1,25% a 3,95% - no Simples Nacional - para 19%. Os empresários pagam o imposto a partir de uma margem de lucro estipulada pelo governo. (pág. 1 e Economia, págs. E4 e E5)

A direita que desafia Chávez
Protestos contra o governo de Hugo Chávez vêm sendo liderados, em Caracas, por grupos ainda incapazes de se unirem em torno de uma estratégia comum. A oposição sabe que é preciso ir além das palavras de ordem e oferecer aos venezuelanos um projeto político que sirva, de alternativa viável ao chavismo. (pág. 1, internacional e págs. A26 e A27)
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Correio Braziliense

Manchete: DF já é o 2º mercado imobiliário do país

Só em 2009, foram comercializados 14 mil imóveis no Distrito Federal, de acordo com levantamento realizado pelo Creci-DF, com base em informações de 10 grandes empresas. O faturamento de R$ 4,3 bilhões no ano fez com que o setor atingisse a segunda posição no ranking nacional, ultrapassando o Rio de Janeiro, onde a crise econômica causou suspensão de investimentos. Agora, apenas São Paulo tem uma performance superior em vendas, mantendo-se em primeiro lugar. Especialistas alertam para o perigo de uma bolha, mas empresários locais descartam essa possibilidade. (págs. 1 e 32)

Secretário deixa cargo
Rodrigo Arantes, sobrinho e secretário de Arruda, diz que seu nome foi usado indevidamente na suposta tentativa de suborno a jornalista e pede afastamento do governo. (págs. 1 e 35)

PMDB faz festa na reeleição de temer
Partido reconduz presidente e aproveita a convenção para turbinar a pré-candidatura do deputado como vice na chapa de Dilma ao Planalto. Meirelles e Hélio Costa ainda cobiçam a vaga. (págs. 1, 3 a 5)
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Veja

Por que chove tanto
Uma rara combinação de fatores atmosféricos é a causa do dilúvio que há mais de 40 dias castiga o Sul e o Sudeste do Brasil

Omelete sem quebrar ovos - É o equivalente culinário de fazer campanha eleitoral sem parecer que está pedindo votos. Orientada pelo chef Lula, Dilma vai cozinhando o TSE e subindo nas pesquisas. (págs. 48 a 51)

Bandeiras ideológicas - A análise das notas oficiais do Itamaraty durante o governo lula mostra subserviência aos interesses de Chávez e desrespeito a princípios universais. (págs. 52 e 53)

Sem o dedo do Estado - O anúncio da União entre Cosan e Shell foge ao figurino das últimas grandes fusões no país - todas com a influência do governo. (págs. 54 e 55)

A campanha das enchentes - Em meio ao caos provocado pelas chuvas, dirigentes do PT tentam converter a tragédia dos paulistas em trunfo eleitoral da ministra Dilma Rousseff. (pág. 72)

prestígio zero - Pesquisa mostra que os bons alunos não querem mais seguir o magistério - um desastre para o ensino. (pág. 87)
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Época

O corpo biônico
As novas tecnologias que são capazes de substituir - e às vezes até melhorar - braços, pernas, olhos, ouvidos, coração...

O general e os gays
Um militar reacende o debate sobre homossexuais no Exército

A encruzilhada está em Minas - Todos os caminhos para o Palácio do Planalto passam pelo segundo maior colégio eleitoral do país. As definições dos políticos mineiros podem ditar os rumos de Dilma e de Serra. (págs. 28 a 30)

Do aliado para a escolhida - Dilma Rousseff recolhe os dividendos de uma pré-campanha em ritmo acelerado e sobe nas pesquisas ao tirar votos de Ciro Gomes. (págs. 32 e 33)

Um tiro no pé? - A PF investiga a participação de Arruda em suborno de testemunha do escândalo do panetone. (pág. 34)

Mais uma praga ataca o emprego - A pretexto de garantir a segurança no trabalho, o governo adota uma péssima - e tradicional - solução: aumentar os impostos. (págs. 52 a 54)
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ISTOÉ

Santo Daime liberado
O governo autoriza o uso do chá alucinógeno em rituais religiosos, mesmo com casos de morte após o seu consumo. A medida abre um novo e perigoso precedente na discussão sobre a legalização das drogas.

Eleição
Pesquisa mostra crescimento de Dilma e aumenta a pressão de aliados sobre Serra

Especial
Por que passageiros levam até 24 horas para embarcar no maior aeroporto do País

Até quando Serra aguenta? - Crescimento da candidatura de Dilma Rousseff faz com que PSDB e partidos aliados aumentem a pressão para que o governador paulista defina seu futuro político. (págs. 36 a 39)

Em busca de um candidato - Pela primeira vez os movimentos sociais vão divididos para uma eleição e alguns até defendem voto nulo. (págs. 40 e 41)

Racha tucano - Antigos aliados, Beto Richa e Álvaro Dias disputam quem será o candidato do PSDB ao governo do Paraná. (pág. 42)

Togas em chamas - O futuro presidente do STF abre guerra contra o Conselho Nacional de Justiça e ameaça a campanha de moralização do Judiciário. (págs. 48 e 49)
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ISTOÉ Dinheiro


O maior acionista do Itaú
Quem é e o que pensa Alfredo Egydio Villela Filho, o discreto dono de R$ 3,7 bilhões em ações do segundo maior grupo privado do País e que hoje senta na cadeira que já foi de Olavo Setubal

Shell e Cosan:
Os bastidores do negócio que deu a gigante do petróleo a liderança mundial no etanol e o que o Brasil ganha com isso

De olho no bolso dos banqueiros - Os ministros Guido Mantega e Henrique Meirelles querem obrigar os bancos a reduzir os ganhos de seus executivos - só que o remédio foi prescrito para uma doença que o País não tem. (págs. 28 a 30)

A Itaipu da selva - O governo quer construir uma das maiores usinas do mundo em plena Amazônia e a concessão da licença ambiental foi apenas o primeiro obstáculo vencido. (págs. 32 e 33)

Uma saída à la Ometto - Maior produtor de etanol do mundo, Rubens Ometto construiu uma trajetória à base de ousadia e alto endividamento. Com a parceria com a Shell, a ousadia fica tolhida e o endividamento, resolvido. (págs. 51 a 53)
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CartaCapital

Vai ou não vai?
- Serra diz esperar o momento “certo” para se candidatar, mas corre o risco de decidir na hora errada

- Dilma cresce e pode liderar as pesquisas em breve

Ciro Bate o pé
- O deputado está cada vez mais disposto a ficar no páreo

A batalha das compras – Atingidos pelas inundações, moradores interferem no fluxo de uma barragem em Atibaia. (págs. 10 e 11)

Nosso destino é a fazenda? – Economia – O real valorizado, a dependência da China e outros riscos à indústria nacional. (págs. 32 e 33)
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EXAME

Onde investir 2010

- Bolsa 12 ações para um ano de crescimento

- Estratégica – O aplicador que recuperou 1 bilhão na Bovespa

- Renda Fixa – Juro maior, ganho em alta

- Imóveis – Um dos maiores investidores do mundo diz: “Eu compraria o Brasil”

Eleições no Brasil

- Vem mais estado por aí?

Um país que se renova – consumidor vão às compras. Empresas produzem e contratam. Grandes negócios são fechados – eis um retrato do Brasil neste início de 2010. Embora os analistas esperem um ano de volatilidade no mercado. O fato é que há décadas e expectativa em relação à economia brasileira não era tão grande. (págs. 22 a 27)

Com a palavra, Meirelles – Em ano eleitoral, os olhos do mercado se voltam para o presidente do Banco Central – A expectativa é de aumento nos juros no curto prazo e alívio a partir do próximo ano. (págs. 56 e 57)

O sossego (ainda bem) acabou – Após décadas de letargia, Santos deixa para trás a aura da cidade de aposentados e pode ganhar quase 60000 empregos com o impulso de uma nova expansão do porto e os investimentos no pré-sal. (págs. 64 a 67)

Verde e pragmática – Enquanto parte do governo continua às turras com o agronegócio – a última investida veio do ministro Paulo Vannuchi, dos Direitos Humanos -, a ONG americana TNC mostra que a parceria com os produtores é o melhor caminho para preservar a natureza. (págs. 68 a 69)


Reportagem Saúde: Como você tem cuidado de seu coração?


Um coração saudável é fundamental para ter um corpo saudável. Como fazer para cuidar dele? Primeiro, é preciso detectar se há casos na família de problemas cardíacos. Se a resposta for sim, a atenção tem de ser redobrada e os exames periódicos são fundamentais. Além disso, você pode cuidar dele por meio de atividade física, alimentação equilibrada e bem-estar emocional. Com esse “pacote pró-coração”, você pode controlar outros fatores de risco, que são:

Hipertensão arterial: é uma doença silenciosa que não apresenta sintomas. A única maneira de descobri-la é medindo a pressão. Sem tratamento, pode levar ao infarto e ao derrame, entre outras doenças cardíacas.

Tabagismo: aumenta a chance de derrame, infarto, insuficiência pulmonar, câncer e outras doenças. Não existe negociação: para ter saúde, é fundamental parar de fumar.

Diabetes: aumenta a chance de desenvolver doenças cardíacas, além de facilitar o processo de aterosclerose e o risco de infarto. Excesso de peso, sedentarismo e obesidade aumentam o risco da doença, que pode ser facilmente diagnosticada com exame de sangue.

Obesidade: a gordura abdominal é um perigo para a saúde do coração. Ter circunferência da cintura maior que 102 centímetros, para os homens, e maior que 88 centímetros, para as mulheres, é um importante fator de risco de doenças cardiovasculares.

Colesterol: o colesterol ruim (LDL) se deposita em nossas artérias sem que possamos perceber. Com o tempo, as artérias ficam entupidas, levando ao infarto, derrame ou outras complicações cardíacas. O limite considerado saudável é 130 mg/dl. Por outro lado, o bom colesterol (HDL) protege o coração, pois ajuda a “limpar” a circulação e “desentupir” as artérias.

Estresse: ele interfere diretamente no metabolismo, aumentando o risco de hipertensão, infarto e arritmia.

Sedentarismo: a ausência de atividade física regular aumenta o estresse, contribui para o aumento de peso, hipertensão, diabetes e colesterol. Existem várias maneiras de se exercitar. Encontre uma que você goste. Com o tempo você vai agradecer.

A Organização Mundial de Saúde diz que é necessário
exercitar-se cinco vezes na semana, por 40 minutos
Qual a atividade física mais indicada para manter o coração saudável? – José Carlos Araújo, Recife
Segundo as últimas recomendações da Organização Mundial de Saúde, é necessário se exercitar cinco vezes na semana durante 40 minutos. Assim é possível obter ótimos benefícios. O importante é que se descubra, entre as atividades físicas, uma ou mais que proporcionem prazer, que lhe sejam estimulantes, porque dessa forma é maior a chance de você dar continuidade a seu treino.

Tenho pressão alta. Qualquer atividade física é liberada no meu caso? – Carlos Andreotti, 53 anos, São Paulo
Em seu caso, atividades físicas intensas devem ser evitadas. As melhores opções são as aeróbicas: caminhar, correr, nadar, pedalar... A sensação de esforço deve ser moderada e a duração deve ultrapassar 30 minutos e, se possível, quatro vezes ou mais por semana. Como toda atividade física, é importante que seja feita regularmente.

Fiz a dieta da proteína e perdi 5 quilos. Mas meu colesterol aumentou. O que fazer? Confesso que não me exercito muito. – Sandra Tavares, 45 anos, Belo Horizonte
As dietas da proteína normalmente restringem o consumo de carboidrato, como se ele fosse o responsável pelo excesso de peso, e liberam o consumo de proteína e gordura. Esse consumo de gordura provavelmente foi o grande responsável pelo aumento de seu colesterol. Sem falar que você perdeu 5 quilos, mas não necessariamente emagreceu, porque emagrecer significa diminuir de maneira absoluta a quantidade de gordura do corpo, o que provavelmente não aconteceu. Procure um nutricionista, faça uma dieta equilibrada que inclua o consumo de carboidrato (é nosso combustível) e faça atividade física regular. Esse é o melhor caminho para controlar o colesterol. Verifique com seu médico se há necessidade de usar algum medicamento.

Revista Época

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Elecciones - Lástima, mas parece que não vai sobrar pra ninguém


Dilma cresce 4 vezes mais que Serra na pesquisa CNT/Sensus

O crescimento da ministra Dilma Roussef foi 4,3 vezes maior que o do governador José Serra na pesquisa CNT/Sensus divulgada nesta segunda-feira, 1º de fevereiro. Na pesquisa anterior, de novembro, o governador de São Paulo e pré-candidato tucano a presidente da República tinha 31,8% das intenções de votos e evoluiu para 33,2%, com ganho de 1,4%. Já a ministra da Casa Civil e pré-candidata do PT à sucessão do presidente Lula saiu de 21,7% para 27,8%, ampliando a sua marca em 6,1%. O crescimento de Dilma foi também duas vezes superior à margem de erro da pesquisa, de 3%, enquanto a variação de Serra, 1,4%, não chegou à metade dessa margem.

De acordo com a pesquisa, o deputado Ciro Gomes (PSB-CE), pré-candidato do seu partido, ficou com 11,9%, enquanto a senadora Marina Silva (PV-AC) recebeu 6,8% das intenções de votos. Comparado ao resultado de novembro, quando tinha 17,6% da preferência do eleitorado, o levantamento mostra Ciro em queda livre. Já a ex-ministra do Meio Ambiente que em novembro aparecia com 5,9%, recebeu o apoio de mais 0,9% do eleitorado. Os indecisos, brancos e nulos somam 20,4%. Na pesquisa espontânea, quando os nomes dos candidatos não são apresentados ao eleitor, Dilma recebeu 9,5% das intenções de voto, enquanto Serra recebeu 9,3%.

Uma análise mais cautelosa desses números nega o “empate técnico” entre os candidatos do PSDB e do PT, conforme se apressaram em afirmar os primeiros comentários da pesquisa feitos pela grande imprensa. Os números não mentem: deixam claro que enquanto o governador José Serra está patinando dentro da margem de erro, a ministra Dilma Roussef vai conquistando o seu próprio espaço a passos largos. Ao registrar quase 28% da preferência do eleitorado, a candidata do presidente Luiz Inácio Lula da Silva deixou claro que não depende da transferência dos votos de Lula para sentar-se em sua cadeira a partir de 1º de janeiro.

Veja matéria completa no Blog do Geraldo Seabra Aqui



Manchetes de Jornais

02 de fevereiro de 2010

O Globo


Manchete: BC quer limitar salários de executivos de bancos

Objetivo é evitar que diretores forjem lucros artificiais para se beneficiar

O Banco Central vai adotar regras para limitar a remuneração variável (bônus) de executivos de bancos e corretoras. O objetivo é evitar que os dirigentes dessas instituições estimulem lucros artificiais apenas para repartir ganhos entre si, o que aumenta os seus salários, podendo provocar crises como a que assolou o mundo em 2008. O movimento do BC está de acordo com o compromisso assumido pelo Brasil na cúpula do G-20. Os EUA, por exemplo, criaram regras para bancos que receberam recursos públicos. Uma das principais propostas do BC brasileiro é exigir que pelo menos 50% dos bônus sejam pagos com ações dos próprios bancos e boa parte do dinheiro seja desembolsada ao longo de três anos. As novas regras ficarão em consulta pública por 90 dias. (págs. 1 e 17)

Câmara bate recorde de faltas

Deputados somam 9.820 ausências; média é de 16,7%, a maior da atual legislatura, eleita em 2006

O ano de uma das maiores crises do Legislativo - marcada pela farra das passagens aéreas e pelos atos secretos – foi também o de recorde de faltas na Câmara: 9.820 em 2009, duas mil a mais que em 2008. A média de ausências no ano passado ficou em 16,7%, recorde na atual legislatura, iniciada em 2007. Do total se faltas, 1.066 foram justificadas - por licença médica ou missão oficial autorizada. Só as faltas não justificadas são descontadas do salário. Em 2009, 41 deputados faltaram a 33% das votações. (págs. 1 e 3)

Ex-aliados pedem a renúncia de Chávez

Antigos aliados pediram a renúncia de Hugo Chávez, alegando que ele não tem autoridade moral para governar, e que hoje há menos liberdade e segurança na Venezuela do que em 1999. Pressionado por protestos estudantis e baixas em seu governo, Chávez ampliou o plano de racionamento elétrico para grandes consumidores. (págs. 1, 23 e editorial "Poderes à míngua")

Obama cobrará impostos mais altos dos ricos


Famílias mais ricas e grandes conglomerados pagarão mais US$ 1,9 trilhão em impostos nos EUA, prevê o novo Orçamento enviado por Obama ao Congresso. O presidente, no entanto, desistiu do programa de viagens à Lua. (págs. 1, 18 e 25)

Cosan e Shell criam gigante de postos

A união dos grupos Shell e Cosan (dona da Esso) cria nova empresa gigante no país no valor de US$ 12 bilhões, que concentrará 4.268 postos, atrás apenas da BR (da Petrobras) e da Ipiranga. (págs. 1, 19 e Maria Fernanda Delmas)

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Folha de S. Paulo


Manchete: BC vai regular salário do setor financeiro


Conforme recomendações do G20, governo quer parcelar bônus e atrelá-los ao preço das ações dos bancos

O Banco Central aumentará o controle sobre o pagamento de bônus e salários para executivos de bancos brasileiros, para evitar que eles assumam altos riscos.

As novas regras, que entram hoje em audiência pública para receber sugestões, seguem recomendações feitas pelos países do G20 após a crise financeira mundial. (págs. 1 e B1)

Dutra ficará interditada pelo menos até o Carnaval


A via Dutra, que liga São Paulo e Rio, ficará parcialmente interditada ao menos até o Carnaval por causa do deslizamento que destruiu quase metade da pista na alturadolan 197, em Arujá.

A concessionária Nova-Dutra pretende liberar para o feriado quatro faixas de tráfego - duas no sentido São Paulo e duas para o Rio, sem acostamentos. Ontem, com apenas três faixas, houve congestionamento de até quatro quilômetros. (págs. 1 e C1)

Foto-legenda: Sem trégua
Passageiros pedem socorro em ônibus atingidos pelo transbordamento de córrego em São Bernardo; desde 23 de dezembro, chove todos os dias em São Paulo. (págs. 1 e C4)

Metrô irá subir, mas será mais barato que ônibus (págs. 1 e C6)


Ciro ajuda Dilma a colar em Serra, mostra pesquisa


Com Ciro Gomes (PSB) na disputa pela Presidência, a ministra Dilma Rousseff (PT) encosta no governador José Serra, segundo pesquisa CNT/Sensus divulgada ontem. O tucano teve 33,2%, Dilma, 27,8%, e Ciro, 11,9%. Sem Ciro, Serra foi a 40,7% e Dilma, a 28,5%. (págs. 1 e A7)

Eliane Cantanhêde: Temperatura e clima estão mais para a ministra. (págs. 1 e A2)

Ibama libera a construção da hidrelétrica de Belo Monte


Intenção do governo é licitar em abril a maior obra do PAC, orçada em R$ 20 bilhões. Ministério Público Federal no Pará quer anular a licença. (págs. 1 e B4)

Com a Shell, Cosan amplia rede de venda para o exterior


A petroleira Shell e a Cosan, líder mundial na produção de etanol a partir da cana-de-açúcar, assinaram acordo que prevê a criação de duas subsidiárias no Brasil no prazo de seis meses.

Com a transação, estimada em US$ 12 bilhões, a Shell entrará na produção de álcool combustível, e a Cosan passará a dispor de uma das maiores redes de distribuição no exterior. (págs. 1 e B3)

Falha em site do Enem faz MEC mudar critério de desempate


O Ministério da Educação decidiu excluir dos critérios de desempate para os alunos que fizeram o Enem o horário de inscrição no Sisu (Sistema de Seleção Unificado).

O Sisu seleciona estudantes para instituições públicas com base nas notas do Enem. Desde sexta, primeiro dia de funcionamento, o site do sistema travou e impediu que milhares de alunos se inscrevessem. (págs. 1 e C8)

Editoriais


Leia "Cabide de confiança", sobre cargos comissionados; e "Dentro da escola", acerca de burocracia e educação. (págs. 1 e A2)

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O Estado de S. Paulo


Manchete: Licença para usina no Rio Xingo sai com 40 exigências


Investimentos para reduzir impacto ambiental da obra somam R$ 1,5 bilhão

Após mais de um ano de análises e pressões, o governo conseguiu que o Ibama liberasse a licença ambiental prévia para o projeto da usina hidrelétrica de Belo Monte, no Rio Xingu (PA). Foram estabelecidas 40 condicionantes que terão de ser atendidas pelos futuros empreendedores para que a obra seja autorizada. As exigências previstas deverão custar R$ 1,5 bilhão, estimou o ministro Carlos Minc (Meio Ambiente). Entre elas estão a construção de escolas e postos de saúde na região da usina, a realização de obras de saneamento básico em municípios próximos, a manutenção da navegabilidade do rio e a conservação dos ecossistemas locais. Minc afirmou que nenhum índio que vive em reserva indígena será deslocado. (págs. 1 e B1)

Etanol terá grupo de US$ 12 bi

A Shell do Brasil e a Cosan, maior empresa de açúcar e álcool do País, anunciaram uma joint venture com faturamento inicial de US$ 21 bilhões e valor de US$ 12 bilhões. (págs. 1 e B11)

Orçamento de Obama prevê déficit de US$ 1,6 tri


O presidente Barack Obama apresentou sua proposta de orçamento para 2011, de US$ 3,8 trilhões, tentando conciliar geração de empregos com redução do déficit dos EUA, informa a correspondente Patrícia Campos Mello. O projeto prevê um déficit de US$ 1,6 trilhão em 2010, ou quase 11% do PIB, o triplo do nível considerado sustentável. A ideia é reduzir para 4% do PIB até 2014. (págs. 1 e A12)

BC pretende limitar ganho de executivos de bancos


O Banco Central apresentou proposta de nova legislação para a remuneração dos executivos das instituições financeiras. Os bônus teriam de ser vinculados ao desempenho do banco num prazo mínimo de três anos. O objetivo é evitar a adoção de estratégias que deem lucros no curtíssimo prazo, mas que possam deteriorar a saúde econômica das instituições. O texto foi colocado em audiência pública. (págs. 1 e B4)

Fato relevante: Clayton Netz

Bônus pagos no Brasil disparam

Os bônus médios dos executivos brasileiros subiram até 50% em 2009. Profissional de nível médio em banco de primeira linha levou R$ 1,5 milhão. (págs. 1 e B14)

Com Ciro na disputa, cai diferença entre Serra e Dilma

A entrada de Ciro Gomes (PSB) na campanha presidencial pode determinar o desempenho de José Serra (PSDB) e de Dilma Rousseff (PT), mostra pesquisa CNT-Sensus. Como deputado na disputa, o tucano aparece com 33,2% das intenções de voto, contra 27,8% da petista - como a margem de erro é de 3 pontos porcentuais, para mais ou para menos, trata-se de empate técnico. Se Ciro sai da corrida, Serra sobe para 40,7%, e Dilma fica com 28,5%. (págs. 1 e A4)

Análise: João Bosco Rabello

Campanha de uma candidata só

As pesquisas refletem o que a lógica indicava: a única candidata em campanha ostensiva, ao lado de um presidente com a popularidade na casa dos 80%, cresceu. (págs. 1 e A4)

Menores de 2 anos terão vacina contra meningite


O calendário básico de vacinação da rede pública passa a oferecer este ano, para crianças menores de 2 anos, duas novas vacinas contra os tipos mais comuns de meningite, pneumonia e outras doenças bacterianas. A partir de março, já estará disponível a pneumocócica 10-valente. A vacina antimeningococo C será oferecida a partir de agosto. Com a inclusão da duas, o calendário básico passará a ter 13 tipos de vacinas para proteger contra 19 doenças. (págs. 1 e A16)

Pista da Dutra ficará fechada por tempo indeterminado


A pista sentido Rio de Janeiro da Via Dutra continuará interditada entre os km 196 e 199, em Arujá (SP) por tempo indeterminado. "É o tipo de obra que demora bem mais do que 4 meses", disse o porta-voz da concessionária NovaDutra, Henrique Bekis. O trecho foi fechado domingo por causa da queda de encosta no km 197, provocada pela chuva, que abriu um buraco de 80 metros de extensão. O tráfego segue em mão dupla no sentido São Paulo. Hoje, mais uma faixa e o acostamento serão liberados. (págs. 1 e C4)

Notas e informações: O reinventor do mundo


O discurso de Lula lido em Davos foi uma exibição de megalomania digna do livro Guinness dos Recordes. (págs. 1 e A3)

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Jornal do Brasil

Manchete: Ipanema tem a pior areia da Zona Sul

Um levantamento que a Secretaria Municipal de Meio Ambiente divulga hoje elege a Praia de Ipanema como a que tem a pior qualidade da areia em toda a orla da Zona Sul, não sendo recomendável para o banho. De acordo com o estudo, em pelo menos três pontos de coleta de amostras - entre eles a Rua Maria Quitéria e o Arpoador - foram encontrados índices de coliformes totais acima de 30 mil por 100g de areia. O de Eschenchia coli, bactéria presente nas fezes de animais, passa de 3.800. Uma das causas principais de contaminação, segundo as autoridades, é a constante presença de cães levados pelos donos para passear na praia, apesar da proibição. Trechos da Barra, Prainha e Grumari continuam sendo os menos problemáticos. (pág. 1 e Cidade, pág. A13)

China, de vilã a protetora da natureza

Considerada uma das maiores predadoras do meio ambiente, a China está investindo tempo e dinheiro na produção de tecnologias de energia renovável. Hoje, o país é o maior fabricante de turbinas eólicas e painéis solares do mundo. (pág. 1 e Tema do dia, págs. A2 e A3)

Dilma empata com Serra


Com um desempenho que surpreendeu até dirigentes do PT, a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, avançou 6 pontos percentuais em sondagem de intenção de votos para presidente e empatou tecnicamente com o governador de São Paulo, José Serra (PSDB). (pág. 1 e País, págs. A4 e A5)

Israel pune por ataque a ONU


Dois militares israelenses foram punidos por terem autorizado o bombardeio de um bairro residencial de Gaza, há um ano. É a primeira vez que Israel anuncia a punição de comandantes por atos cometidos numa guerra que já matou 1.300 palestinos. Mas a sindicância não envolve o uso de fósforo branco na munição. (pág. 1 e Internacional, pág. A20)

Coisas da política


PMDB precisa demarcar seu território. (págs. 1 e A2)

Informe JB


Briga do Rio por royalties chegará ao STF. (págs. 1 e A4)


Sociedade aberta:


José Carlos de Assis – economista e professor: Estimativas econômicas movidas a chutes. (págs. 1 e A11)

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Correio Braziliense


Manchete: Inflação sobe. Para o brasiliense, peso é maior

Economistas apostam na elevação do IPCA de janeiro, que deve atingir até 0,71%, e projetam um custo de vida em 2010 entre 6,5% e 9%, acima da meta do Banco Central (4,5%). Enquanto os números são apurados, o brasiliense faz as contas dos gastos com os prestadores de serviços. No ano passado, muitos preços foram reajustados com índices superiores ao da inflação (4,2%) e da média nacional para os mesmos setores, como por exemplo os planos de saúde (6,58%) e os consertos de eletroeletrônicos (10,36%). E os campeões na elevação de preços foram os estofadores, com aumento de 29,43%. (págs. 1, 11 e 36)


Pelo menos por enquanto, a Polícia Civil de Goiás diz que não precisa de apoio do DF e do governo federal para dar prosseguimento às investigações sobre o desaparecimento de seis jovens. Familiares (foto) reclamam de falta de informação por parte dos policiais. (págs. 1 e 25)

BC controla salário dos executivos


Limite para o pagamento de bônus a diretores de bancos e outras instituições pode evitar riscos exagerados nas operações do mercado. Banco Central segue a tendência de países europeus nessa regulamentação, que ainda sofre resistência nos Estados Unidos. (págs. 1 e 12)


Transporte

Justiça cassa a liminar que embargou o VLT. As obras devem recomeçar ainda hoje. (págs. 1 e 27)

ENEM: Candidatos empatados terão vaga

Depois de inúmeras reclamações dos alunos em relação ao sistema, Ministério da Educação define que o último critério de desempate — antecedência da inscrição — não vale mais e decide que estudantes que obtiverem os mesmos resultados serão aprovados. (págs. 1 e 9)

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Valor Econômico


Manchete: Cosan busca expansão no exterior junto com a Shell


O valor da Cosan subiu quase R$ 1 bilhão na bolsa - de R$ 8,7 bilhões na sexta-feira para R$ 9,6 bilhões ontem. Foi uma resposta do mercado ao anúncio, antecipado pelo Valor, da assinatura de um memorando de entendimentos entre a empresa brasileira e a Shell para união dos negócios de etanol e distribuição de combustíveis no Brasil.

A aliança entre as duas companhias, avaliada em US$ 12 bilhões; representa o começo de uma nova fase, segundo o presidente do conselho e principal acionista individual da Cosan, Rubens Ometto Silveira Mello, que pensa em dar passos ainda mais largos. "Temos planos dentro e fora do Brasil", disse o empresário ao Valor, lembrando que a Cosan se torna uma das maiores distribuidoras de combustíveis do país (4.470 postos) e a Shell, uma das maiores em etanol e açúcar do mundo. (págs. 1 e B6)

Justiça devolve ações da Celesc para Previ


Maior fundo de pensão do país, a Previ conseguiu ontem suspender decisão da Justiça catarinense que retirava de seu poder 29% das ações ordinárias da Celesc, empresa de eletricidade do Estado - e com elas três cadeiras no conselho de administração da companhia. O governo de Santa Catarina, acionista majoritário, havia comunicado à bolsa na semana passada que as ações deveriam ser transferidas imediatamente ao Estado. Mas a suspensão, obtida no Tribunal de Justiça de Santa Catarina, impede a transferência das ações, entregues à Previ em garantia de uma dívida do governo estimada em R$ 1,2 bilhão. (págs. 1 e D5)

Antigelo da Embraer preocupa


Preocupadas com o risco de mau funcionamento no sistema de proteção antigelo dos aviões da Embraer, agências reguladoras do setor de aviação no Brasil e na Europa emitiram diretrizes de segurança visando evitar que as turbinas das aeronaves desliguem durante voo. As iniciativas, que deverão ser seguidas pelos EUA, decorrem de problemas de software que poderiam "resultar na perda da ativação automática" dos sistemas de proteção anticongelamento nas turbinas dos jatos 170 e 190 da Embraer. Em São José dos Campos (SP), a empresa confirmou que o sistema apresentou falhas em algumas situações de voo, que não chegaram a comprometer a segurança das aeronaves. (págs. 1 e B8)


Planalto define comando da campanha de Dilma

Está em ritmo acelerado a definição do comando da campanha da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, à Presidência da República. O presidente eleito do PT, José Eduardo Dutra, será o coordenador e terá como principais auxiliares o deputado Antonio Palocci (PT-SP) e o ex-prefeito de Belo Horizonte Fernando Pimentel.

O vice-presidente José Alencar (PRB-MG) vai participar do esforço para unir as forças políticas em torno de Dilma: se for preciso, abrirá mão de uma candidatura natural ao Senado para que PT e PMDB fechem uma aliança em Minas. (págs. 1 e A7)

Funcef vai diversificar investimento

Depois de fortes perdas durante a crise, a Funcef, a fundação dos funcionários da Caixa Econômica Federal, fechou 2009 com crescimento de quase 20% em seu patrimônio. Em agosto de 2008, um mês antes do início da fase mais aguda da crise, a fundação contabilizava ativo total deR$ 35 bilhões. No fim daquele ano, o saldo caiu para R$ 32,6 bilhões e, em dezembro passado, puxado principalmente pelos investimentos em renda variável, chegou a R$ 35,9 bilhões.

"Atravessamos a crise de uma maneira bastante razoável", comemora o presidente da Funcef, Guilherme Lacerda. Em entrevista ao Valor, ele informou que, além de renda variável, está aumentando investimentos em imóveis, projetos de infraestrutura e no mercado de dívida.
“Vamos juntos com a Odebrecht e a Camargo Corrêa, disputar a licitação da usina hidrelétrica de Belo Monte". (págs. 1 e C8)

Produção industrial puxa recuperação na Europa, Estados Unidos e Ásia (págs. 1 e A9)


Processadores da Intel vão além dos PCs no Brasil e chegam à urna eleitoral, diz Tom Kilroy (págs. 1 e B3)

Déficit comercial

A balança comercial brasileira encerrou janeiro com déficit de US$ 166 milhões. As importações cresceram 16,8% em relação a janeiro de 2009. (págs. 1 e A3)

Ensino profissionalizante

A busca por cursos técnicos no ensino médio cresceu 86% na última década. Principal alternativa de combate ao desemprego e à evasão escolar, os cursos profissionalizantes devem chegar a um milhão de alunos neste ano. (págs. 1 e A4)

Energia eólica

A companhia alemã Fuhrländer, fabricante de geradores eólicos, vai construir uma fábrica no porto de Pecém (CE). O investimento deve ser anunciado nas próximas semanas. (págs. 1 e B1)


Combustível alternativo


A adição de diesel de cana ao diesel comum para uso em veículos pesados foi aprovada em testes pela Mercedes-Benz. A mistura abre oportunidade de negócios para a Amyris. (págs. 1 e B7)


Açúcar mantém alta


A alta do dólar no mercado externo tirou parte da sustentação das principais commodities agrícolas, mas com fundamentos altistas, açúcar, cacau e suco de laranja subiram no mês passado em relação a dezembro. (págs. 1 e B12)


Quebra no feijão


As chuvas no Sul e Sudeste já afetam a colheita de feijão nessas regiões, responsáveis por 60% da produção. O preço, no entanto, não reage, porque a safra deve ser superior a de 2009. (págs. 1 e B12)

Ideias:


Delfim Netto: tornar o etanol uma commodity é o único meio para amenizar as variações de seu preço. (págs. 1 e A2)


Ideias:


Raymundo Costa: Marasmo tomou conta do movimento sindical nos oito anos do governo Lula. (págs. 1 e A7)

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Jornal do Commercio


Manchete: Racionamento d'água com os dias contados


Segundo a Compesa, primeira fase do Sistema Pirapama começa a operar em maio, beneficiando 300 mil pessoas da Zona Sul do Recife e Jaboatão. Obra deve ser totalmente concluída em outubro, acabando o rodízio no abastecimento. (pág. 1)

Até ex-aliados pedem renúncia de Chávez na Venezuela (pág. 1)


Arrecadação cai e Receita amplia autuações em 20% (pág. 1)

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Brasil - Política externa (José Luis Fiori)


DEBATE ABERTO

O debate da política externa: os conservadores

Chama a atenção a pobreza das idéias e a mediocridade dos argumentos conservadores quando discutem o presente e o futuro da inserção internacional do Brasil. Nossos conservadores perderam a bússola. Ainda tentam seguir a pauta norte-americana, mas não está fácil, porque ela não é clara, não é moralista, nem é binária.

José Luís Fiori

“É desconfortável recebermos no Brasil o chefe de um regime ditatorial e repressivo. Afinal, temos um passado recente de luta contra a ditadura, e firmamos na Constituição de 1988 os ideais de democracia e direitos humanos. Uma coisa são relações diplomáticas com ditaduras, outra é hospedar em casa os seus chefes”.

José Serra, “Visita indesejável”, FSP, 23/11/2009

Já faz tempo que a política internacional deixou de ser um campo exclusivo dos especialistas e dos diplomatas. Mas só recentemente, a política externa passou a ocupar um lugar central na vida pública e no debate intelectual brasileiro. E tudo indica que ela deverá se transformar num dos pontos fundamentais de clivagem, na disputa presidencial de 2010. É uma conseqüência natural da mudança da posição do Brasil, dentro do sistema internacional, que cria novas oportunidades e desafios cada vez maiores, exigindo uma grande capacidade de inovação política e diplomática dos seus governantes.

Neste novo contexto, o que chama a atenção do observador, é a pobreza das idéias e a mediocridade dos argumentos conservadores quando discutem o presente e o futuro da inserção internacional do Brasil. A cada dia aumenta o numero de diplomatas aposentados, iniciantes políticos e analistas que batem cabeça nos jornais e rádios, sem conseguir acertar o passo, nem definir uma posição comum sobre qualquer dos temas que compõem a atual agenda externa do país. Pode ser o caso do golpe militar em Honduras, ou da entrada da Venezuela no Mercosul; da posição do Brasil na reunião de Copehague ou na Rodada de Doha; da recente visita do presidente do Irã, ou do acordo militar com a França; das relações com os Estados Unidos ou da criação e do futuro da UNASUL.

Em quase todos os casos, a posição dos analistas conservadores é passadista, formalista, e sem consistência interna. Além disto, seus posicionamentos são pontuais e desconexos, e em geral defendem princípios éticos de forma desigual e pouco equânime. Por exemplo, criticam o programa nuclear do Irã, e o seu desrespeito às decisões da comissão de energia atômica da ONU, mas não se posicionam frente ao mesmo comportamento de Israel e do Paquistão, que além do mais, são Estados que já possuem arsenais atômicos, que não assinaram o Tratado de Não Proliferação de Armas Atômicas, e que tem governos sob forte influência de grupos religiosos igualmente fanáticos e expansivos.

Ainda na mesma linha, criticam o autoritarismo e o continuísmo “golpista” da Venezuela, Equador e Bolívia, mas não dizem o mesmo da Colômbia, ou de Honduras; criticam o desrespeito aos direitos humanos na China ou no Irã, e não costumam falar da Palestina, do Egito ou da Arábia Saudita, e assim por diante. Mas o que é mais grave, quando se trata de políticos e diplomatas, é o casuísmo das suas análises e dos seus julgamentos, e a ausência de uma visão estratégica e de longo prazo, para a política externa de um Estado que é hoje uma “potência emergente”.

Como explicar esta súbita indolência mental das forças conservadoras, no Brasil? Talvez, recorrendo à própria história das idéias e das posições dos governos brasileiros que mantiveram, desde a independência, uma posição político-ideológica e um alinhamento internacional muito claro e fácil de definir. Primeiro, com relação à liderança econômica e geopolítica da Inglaterra, no século XIX, e depois, no século XX - e em particular após à Segunda Guerra Mundial - com relação à tutela norte-americana, durante o período da Guerra Fria. O inimigo comum era claro, a complementaridade econômica era grande, e os Estados Unidos mantiveram com mão de ferro, a liderança ética e ideológica do “mundo livre”.

Depois do fim Guerra Fria, os governos que se seguiram adotaram as políticas neoliberais preconizadas pelos Estados Unidos e se mantiveram alinhados com a utopia “cosmopolita” do governo Clinton. A visão era idílica e parecia convincente: a globalização econômica e as forças de merca­do produziriam a homogeneização da riqueza e do desenvolvi­men­to, e estas mudanças econômicas contribuíram para o desaparecimento dos “egoísmos nacionais”, e para a construção de um governo democrático e global, responsável pela paz dos mercados e dos povos. Mas como é sabido, este sonho durou pouco, e a velha utopia liberal - ressuscitada nos anos 90 - perdeu força e voltou para a gaveta, junto com a política externa subserviente dos governos brasileiros, daquela década.

Depois de 2001, entretanto, o “idealismo cosmopolita” da era Clinton foi substituído pelo “messianismo quase religioso” da era Bush, que seguiu defendendo ainda por um tempo o projeto ALCA, que vinha da Administração Clinton. Mas depois da rejeição sul-americana do projeto, e depois da falência do Consenso de Washington e do fracasso da intervenção dos Estados Unidos a favor do golpe militar na Venezuela, de 2002, a política externa americana para a América do Sul ficou à deriva, e os Estados Unidos perderam a liderança ideológica do continente, apesar de manterem sua supremacia militar e sua centralidade econômica. Neste mesmo período, as forças conservadoras foram sendo desalojadas do poder, no Brasil e em quase toda a América do Sul. Mas apesar disto, durante algum tempo, ainda seguiram repetindo a sua ladainha ideológica neoliberal.

O golpe de morte veio depois, com e eleição de Barak Obama. O novo governo democrata deixou para trás o idealismo cosmopolita e o messianismo religioso dos dois governos anteriores, e assumiu uma posição realista e pragmática, em todo mundo. Seu objetivo tem sido em todos os casos, manter a presença global dos Estados Unidos, com políticas diferentes para cada região do mundo. Para a América do Sul sobrou muito pouco, quase nada, como estratégia e como referência doutrinária, apenas uma vaga empatia racial e um anti-populismo requentado. Como conseqüência, agora sim, nossos conservadores perderam a bússola. Ainda tentam seguir a pauta norte-americana, mas não está fácil, porque ela não é clara, não é moralista, nem é binária. Por isto, agora só lhes resta pensar com a própria cabeça para sobrevier politicamente. Mas isto não é fácil, toma tempo, e demanda um longo aprendizado.

José Luís Fiori, cientista político, é professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro.