A mudança no
comando das lideranças do governo na Câmara e no Senado adiou, mais uma
vez, a votação do novo Código Florestal (PL 1876/99), que estava
prevista para esta semana. A reforma foi aprovada pelos deputados em
maio de 2011, seguiu para o Senado, e agora a Câmara precisa avaliar as
alterações feitas pelos senadores. A nova data de votação da reforma
ainda não foi definida.
O presidente da Câmara, Marco Maia, afirmou que o
motivo do cancelamento das votações no Plenário nesta terça-feira (13)
foi dar tempo ao novo líder do governo, deputado Arlindo Chinaglia
(PT-SP), de "tomar pé" dos projetos que estão na pauta de votação. Por
determinação da presidente Dilma Rousseff, Chinaglia substituiu o
deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP) na liderança.
O relator do novo Código Florestal, deputado Paulo Piau (PMDB-MG), já concluiu seu parecer. Entre as mudanças que fez no texto vindo do Senado, ele pretende retirar o artigo que prevê um percentual mínimo de área verde nas novas expansões urbanas. "Vinte metros quadrados de área verde por habitante na expansão das cidades é um exagero, porque a própria ONU recomenda 14 metros quadrados por habitante. E o Brasil já pratica, segundo o Ministério do Meio Ambiente, 14 a 15 metros quadrados por habitante", destacou.
O relator considera que as regras para as áreas de preservação permanente (APPs) que foram ocupadas ilegalmente por atividades como a pecuária são o ponto mais difícil para um acordo. Paulo Piau diz esperar que o novo líder do governo estude bastante a proposta, por considerar que o novo código é urgente para o País.
O deputado Ronaldo Caiado (GO), vice-líder do DEM, ressaltou que o setor agropecuário também tem pressa na votação, já que no dia 11 de abril vence o decreto presidencial que prorrogou a anistia às multas por desmatamento aplicadas a proprietários rurais que descumpriram a legislação atual.
"A crise hoje no Parlamento foi determinada pela própria presidente da República, que destituiu o líder do governo. O acordo feito com a presença do líder do governo e dos demais líderes partidários no final de dezembro foi que a primeira matéria que seria votada em sessão extraordinária nos dias 6 e 7 de março seria exatamente o Código Florestal. Como tal, ele é prioritário, e está na escala em primeiro lugar", afirmou.
Já o líder do PSDB na Câmara, deputado Bruno Araújo (PE), responsabilizou o Executivo pela demora nas votações. "É claro que o fato de que essa semana não podermos entregar ao Brasil a Lei Geral da Copa e Código Florestal é a comprovação da absoluta incompetência do governo na articulação com a sua base aliada", declarou.
As propostas de mudança no Código Florestal, que é de 1965, tramitam na Câmara há mais de dez anos.
(Agência Câmara)
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