domingo, 16 de setembro de 2012

O que eles querem é educação e não dinheiro no bolso






O PT e suas entranhas



RIO DE JANEIRO - Não tenho nada contra o PT nem contra qualquer outro partido. Tinha até mesmo alguma simpatia pela imagem que ele criara, pelas intenções e posições que tomava, sob a liderança de um homem excepcional como Lula. No entanto é com certo pesar que vejo a sua lenta, mas progressiva deterioração política e moral -que, de alguma forma, afetará o seu patrimônio eleitoral.

Não há dúvida de que o partido ficou seriamente comprometido com o mensalão. Independentemente da decisão final do Supremo, suas entranhas ficaram escancaradas, revelando que em nada se difere dos demais partidos.

Como se não bastassem os recursos ilícitos que empregava para se manter e ajudar seus aliados, dona Dilma deu agora mais uma demonstração de que o PT se utiliza do poder para obter vantagens que, embora lícitas do ponto de vista administrativo, resvalam no mais escrachado fisiologismo.

Para atingir um alvo relativamente secundário, como a Prefeitura de São Paulo, a presidente demitiu Ana de Hollanda do Ministério da Cultura, nomeando uma petista de alto e valioso coturno, como Marta Suplicy, ajudando o candidato petista -que, mesmo com a colaboração integral e entusiástica de Lula, continua até agora patinando nas pesquisas eleitorais.

A mudança naquele ministério não tem outro significado senão o mais baixo estágio da política. Nem vem ao caso discutir a eficiência da ministra demitida nem as qualidades da nova titular.

Na reta final da campanha, dona Dilma apelou para a caneta presidencial e modificou o ministério que ela livremente escolheu, dando ao partido uma boca de fogo melhor comprometida com a realidade política e administrativa da capital paulista. Uma jogada que nada teve de brilhante ou necessária.

 Carlos Heitor Cony 

  Entranhas do PT aqui em Belém. 

O que pensa o PT do Edimilson?. 


O deputado Edmilson Rodrigues, do PSOL, mandou para o Encontro Municipal do PT um dos seus “fiéis” escudeiros e colaborador. Trata-se de uma figura conhecida no PT, o Stefani, aquele que comandava o grupo “nazifascista” patrocinado pelo ex prefeito para arrebentar os seus opositores, posto que este ainda permanece no PT.

Provavelmente bancado pelo deputado Edmilson, o Stefani liderou uma bancada de delegados do Encontro com o objetivo de votar moções confusas e que abrissem espaço para que avaliações equivocadas pudessem dar margem aos que defendem a submissão do PT aos interesses da candidatura do psolista.

Contudo, quando o Stefani defendeu publicamente que o PT deveria aprovar uma moção de “não agressão” ao PSOL como estratégia política para 2012, a casa caiu e ele foi ridicularizado pelo deputado Puty, que percebeu a manobra e defendeu uma moção no sentido contrário, obtendo quase a totalidade dos votos dos delegados na votação e impondo essa grande derrota ao “patrão” do camaleão.

O PT terá candidatura própria à prefeitura de Belém. O resto é papo furado !!
Do Blog do Vicente Cidade. 


Segue papo aqui em Belém.

Companheiro J.Q.,

Concordo contigo quanto ao acirramento das próximas eleições em Belém. Contudo, não acho que o Edmilson seja maior que o PT, será um candidato competitivo, é certo, mas não será maior que uma boa candidatura petista.

A postura do PSOL de ser inconsequente com o nosso governo e tolerante com o governo tucano revela que uma aliança com o PSOL será muito difícil.

O PSOL fez uma clara opção de buscar acordos de "não agressão" com a direita, agora precisa do nosso apoio para "entrar" na nossa base.

Particularmente não acho inteligente essa aliança com o Edmilson, sobretudo porque o objetivo deles não é só eleitoral em relação ao PT, passadas as eleições eles vão fazer a disputa partidária conosco, agindo com truculência e sacanagem como sempre fizeram.

Na "cabecinha" do PSOL o maior inimigo deles somos nós e não direita. Uma aliança com o PSOL será um grande tiro no pé.

Um abraço.



Voz fraca faz Lula focar em São Paulo

Em recuperação, ex-presidente evita viagens 

Em sua primeira eleição após deixar o poder, o cabo eleitoral mais disputado do país faz uma campanha reclusa. 


Ainda em recuperação — com garganta fragilizada pelo tratamento contra o câncer —, o ex-presidente Lula tem priorizado a atuação de bastidores.

Até agora, Lula fez apenas dois comícios, em Belo Horizonte e Salvador. A ausência dos palanques, além de seguir orientação médica que proíbe discursos inflamados de mais de 10 minutos, evita melindrar candidaturas de partidos aliados no plano federal.

Em Porto Alegre, por exemplo, Lula só deve participar de eventos com Adão Villaverde caso o petista dê uma arrancada nas pesquisas.

Diante das restrições, Lula gravou depoimentos para a propaganda de cerca de 120 candidatos do PT. As sessões se encerraram na última semana e não deverão ser retomadas, salvo alguma necessidade específica. A despeito da voz claudicante, Lula tem se demonstrado disposto e bem humorado.

Para Villaverde, ele gravou mais de 30 minutos de depoimento. O ex-presidente, contudo, sofre acessos de tosse cada vez que conversa demais, o que o deixa extremamente irritado. Isso também contribui para a preferência às gravações, que dispensam deslocamentos e são feitos nos estúdios do Instituto Lula, em São Paulo, em ambiente climatizado.

— Trinta segundos do Lula na TV atinge milhões de eleitores, muito mais gente do que um comício — compara o deputado federal Paulo Ferreira (RS), membro do grupo eleitoral do PT.

Movimentos políticos já visam à sucessão de Dilma


Desde o início do período eleitoral, Lula tem se empenhado com ênfase somente na candidatura de Fernando Haddad em São Paulo. Na terça-feira, por exemplo, os dois participaram de uma plenária com sindicalistas. Para a tarde deste sábado, estavam previstos dois comícios na capital paulista. Foi por pressão do ex-presidente que Marta Suplicy recebeu um ministério em troca do engajamento na campanha e que Dilma Rousseff gravou um depoimento para a propaganda do ex-ministro.

— Ele teve uma conversa séria com a presidente. Todos os esforços são para levar Haddad ao segundo turno — comenta um petista com trânsito no Planalto.

Na cúpula do PT, a vitória em São Paulo é considerada prioritária. Os dirigentes consideram a cidade, com 8 milhões de eleitores e um dos maiores orçamentos do país, fundamental para a reeleição de Dilma em 2014. É em nome de uma nova vitória de Dilma que Lula ensaia um armistício com o governador de Pernambuco e presidente do PSB, Eduardo Campos.

Eles haviam rompido por causa da sucessão no Recife e em Belo Horizonte, onde PT e PSB lançaram candidaturas distintas. Neste domingo, Campos participa de um ato da campanha de Haddad em São Paulo. Lula, em contrapartida, não deve viajar à capital pernambucana, onde o petista Humberto Costa foi superado nas pesquisas pelo afilhado de Campos, Geraldo Julio.

Com a reaproximação, o ex-presidente tenta evitar que os socialistas reprisem em 2014 a parceria estabelecida em Belo Horizonte com o PSDB. Lá, as duas legendas estão juntas pela reeleição de Márcio Lacerda, deixando o concorrente petista isolado.

Não por acaso, foi na capital mineira, berço político do senador tucano Aécio Neves, que Lula fez seu primeiro comício este ano, há duas semanas.
Zero Hora. 

sábado, 15 de setembro de 2012

O sentido das palavras



RIO DE JANEIRO - "Até nas flores se encontra a diferença da sorte: umas enfeitam a vida, outras enfeitam a morte." Esse poema se aprendia nas escolas do passado. Hoje, a diferença da sorte atinge até mesmo os partidos políticos, que podem ser resumidos em situação e oposição.

Para a oposição, dona Dilma é presidente da República. Para a situação (PT e aliados), é presidenta, como ela própria gosta de ser tratada. É fácil identificar quem é a favor ou contra o governo. Embora não se diga de uma moça que é "estudanta", de uma mulher acamada que é "doenta" ou "pacienta", a sutileza do tratamento é uma declaração de princípios, um programa
de salvação nacional.

Há também uma outra sutileza que define os rumos ideológicos e transcendentais da atual situação nacional. Os veículos de comunicação, principalmente as TVs oficiais e as oficiosas, quando botam no ar os debates no Supremo Tribunal Federal (STF), identificam o programa como "ação penal 470". Tudo certo, a informação não foi sonegada nem deformada. As emissoras não comprometidas com o governo se referem ao mesmo programa de outra forma: "mensalão" --um tiro que o PT disparou no próprio pé.

Palavras e palavras. O pai de Samuel encontrou Isaac e declarou, contristado: "Meu coração está cheio de tristeza, soube que o seu filho Jacó está dando!". No dia seguinte, Isaac procurou o pai de Samuel, com o coração transbordando de alegria: "Meu filho não está dando, está tomando!".

Palavras, palavras e palavras servem para isso mesmo. O papa Pio 11, antecessor de Pio 12, fez uma advertência severa contra o nazismo --que, em 1933, tomava o poder na Alemanha. Recebeu uma resposta oficial daquele país, justificando o regime ali adotado. O papa reclamou: "Perdemos o sentido das palavras!".

 

Carlos Heitor Cony é membro da Academia Brasileira de Letras desde 2000. Sua carreira no jornalismo começou em 1952 no "Jornal do Brasil". É autor de 15 romances e diversas adaptações de clássicos.

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Cenário global faz Vale adiar projetos em fase “conceitual”



RIO - A Vale anunciou hoje que vai adiar projetos que estiveram ainda na fase “conceitual” de desenvolvimento, por conta do atual ambiente econômico global.

A maior produtora de minério de ferro do mundo já havia informado que está postergando seu empreendimento de potássio na província de Kronau, no Canadá, avaliada em US$ 3 bilhões.

Outros adiamentos devem ser anunciados depois de apreciação por parte do corpo diretivo da mineradora, segundo a nota enviada à Dow Jones Newswires.

A fase conceitual de um projeto consiste nas estimativas da operação futura em cada empreendimento. É a primeira parte da elaboração de um novo negócio e possui poucos estudos conclusivos.

“Em dezembro, quando anunciarmos nosso plano de investimentos, ele também vai refletir o novo cenário econômico”, disse a companhia.

O plano de investimentos de 2013 deve ser divulgado no Vale Day, evento anual realizado pela empresa com investidores em Nova York, de acordo com uma porta-voz da Vale.

(Dow Jones Newswires)



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Para ela até sobra

Marta se diz satisfeita com orçamento do Ministério da Cultura

BRASÍLIA - A senadora Marta Suplicy (PT-SP), que assume nessa quinta-feira o Ministério da Cultura, afirmou estar satisfeita com o orçamento da Pasta e que, se for buscar mais recursos, será por meio de emendas parlamentares, "mas não pedindo para a presidente da República".

Citou, como "vantagem" de sua escolha, o fato de não pertencer a nenhum grupo do setor cultural. Afirmou que vai conversar com todo mundo e vai procurar deixar "uma marca" no ministério, que seja inovadora.

O descontentamento da ministra que deixa o cargo, Ana de Hollanda, com o orçamento do Ministério da Cultura é apontado como principal causa de seu afastamento. Ela chegou a enviar carta à ministra do Planejamento, Miriam Belchior, queixando-se da falta de recursos da pasta.

"O orçamento está satisfatório para começar. Vou tentar aumentar, mas não pedindo para a presidente da República, e sim no parlamento. Estou muito satisfeita com o orçamento. E vou tentar ampliar com o Congresso. Estou satisfeita porque colegas da Câmara e do Senado têm me telefonado, dizendo que vão colaborar", afirmou.

A senadora, que renunciou nesta quarta-feira à 1ª Vice-Presidência do Senado, disse que a partir de quinta vai "mergulhar" no ministério. Afirmou que seu objetivo é tentar deixar uma marca do governo Dilma Rousseff na área da cultura.

"Vou tentar deixar uma marca para inovar. Tenho uma vantagem. Talvez tenha sido motivo da escolha: não pertenço a nenhum grupo cultural, não milito na cultura. Estou aberta ao diálogo. Vou conversar com todos, ouvir".

A petista afirmou que, quanto mais percebe o tamanho do desafio, mais fica entusiasmada com o cargo que irá ocupar. "Gosto de fazer isso: quanto mais difícil [melhor]", disse.

Marta afirmou que já começará com um "gol de placa", que é a aprovação, pelo Senado, de Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que institui o Sistema Nacional de Cultura (SNC), que tem por objetivo fortalecer as políticas públicas de cultura.

Esse sistema, segundo a senadora, vai tornar mais ágil o financiamento de municípios e Estados. Marta foi a relatora da PEC, a pedido de Ana de Hollanda. A aprovação está prevista para a tarde desta quarta-feira, com a supressão dos prazos de tramitação - o que foi possível graças a acordo entre os líderes partidários.

A senadora afirmou que, depois de assumir o cargo no governo, continuará participando da campanha do candidato do PT a prefeito de São Paulo, Fernando Haddad. Segundo ela, o "trio" formado por ela, pela presidente Dilma Rousseff, e pelo ex-presidente Luiz Ínácio Lula da Silva pode alavancar a candidatura.

"O trio é capaz de alavancar: Dilma, Lula e Marta. Eu tenho o apelo de quem fez. Lula é Deus e Dilma é a presidente bem avaliada", disse. Celso Russomano (PRB), líder nas pesquisas, segundo ela, tem um pouco de votos que são dele, mas tem também de petistas, de martistas e de quem rejeita o candidato do PSDB, José Serra, e não conhece Haddad ou Gabriel Chalita (PMDB). Sua tarefa na campanha, afirmou, será tentar recuperar os votos de petistas e martistas.

(Raquel Ulhôa | Valor)

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Eike Batista desiste de fechamento de capital da LLX, diz nota


RIO - A assessoria de comunicação do Grupo EBX, de Eike Batista, divulgou há pouco nota em que informa que o empresário “anunciou hoje sua decisão de não prosseguir com a oferta pública para aquisição de até a totalidade das ações de emissão da Companhia em circulação no mercado (OPA) para fins do cancelamento do seu registro como companhia aberta junto à CVM e da saída da Companhia do segmento especial de negociação de valores mobiliários da BM&FBOVESPA, denominado Novo Mercado”.

A seguir, a íntegra do comunicado:

“Eike Batista, fundador do Grupo EBX (“EBX”) e acionista controlador da LLX Logística S.A. (a “Companhia” ou “LLX”) anunciou hoje sua decisão de não prosseguir com a oferta pública para aquisição de até a totalidade das ações de emissão da Companhia em circulação no mercado (“OPA”) para fins do cancelamento do seu registro como companhia aberta junto à CVM e da saída da Companhia do segmento especial de negociação de valores mobiliários da BM&FBOVESPA S.A. - Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros (“BM&FBOVESPA”) denominado Novo Mercado.

Essa decisão foi tomada pelo controlador Eike Batista após a divulgação do laudo de avaliação preparado pelo Bank of America Merill Lynch Banco Múltiplo S.A. (“BAML”), a instituição financeira selecionada pelos acionistas minoritários da Companhia, na Assembleia Geral Extraordinária realizada em 16 de agosto de 2012, para realizar a avaliação da Companhia. O laudo de avaliação do BAML estabeleceu o valor econômico das ações ordinárias da Companhia dentro de um intervalo entre R$ 6,94 e R$ 7,63 por ação.

Eike Batista acredita que o laudo de avaliação do BAML, juntamente com as recentes operações financeiras anunciadas pela LLX e ainda o plano de investimento em rodovias e ferrovias federais brasileiras recém-anunciado, sustentam as expressivas perspectivas de criação de valor extraordinário na LLX tanto no curto quanto longo prazo.

A subsidiária da Companhia LLX Açu Operações Portuárias S.A. (“LLX Açu”) recentemente anunciou a emissão de debêntures no montante principal de R$750 milhões. Adicionalmente, a Companhia também recentemente anunciou que a LLX Açu havia rolado por 18 meses o empréstimo-ponte de R$345,18 milhões firmado inicialmente em setembro de 2010. Tais avanços financeiros demonstram a capacidade da LLX de garantir o suporte financeiro necessário para implementar o projeto do Superporto de Açu, o maior investimento em infraestrutura portuária da América Latina, com capacidade para receber até 350 milhões de toneladas de carga. Finalmente, o governo federal anunciou em 15 de agosto de 2012 um novo plano de concessão de rodovias e ferrovias para investimento de R$ 133 bilhões no setor. Segundo o governo, estima-se que o novo pacote de rodovias e ferrovias deverá construir ou reformar 7.500km de rodovias e 10.000km de ferrovias que cruzam todo o país, com 60% dos investimentos esperados para os próximos cinco anos. Esse plano permitirá a reforma da ferrovia que conectará o Superporto de Açu aos Estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo e São Paulo.

Localizado a apenas 150km da Baía de Campos (responsável por 85% da produção atual de petróleo no Brasil), e próximo aos novos blocos de exploração de petróleo, o Superporto de Açu é o quintal das reservas do pré-sal e confirma sua excelência como a nova rota para as companhias prestadoras de serviço no setor de óleo e gás.”

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terça-feira, 11 de setembro de 2012

Quem falou que cuidaria do seu cargo na Vice-Presidência do Senado?


Saiu prêmio de consolação para Marta Suplicy

Trocam 6 por meia duzia.

Planalto confirma Marta como nova ministra da Cultura; ela assume na 5ª feira. 


O Palácio do Planalto confirmou ainda nesta terça-feira (11) a troca de Ana de Hollanda pela senadora Marta Suplicy (PT-SP) no comando do Ministério da Cultura. A petista vai assumir a nova função na quinta-feira.

A troca foi antecipada pela Folha e faz parte do acordo para que a senadora se integrasse à campanha de Fernando Haddad pela Prefeitura de São Paulo.

A presidente Dilma Rousseff se encontrou com a ministra na tarde de hoje. Dilma conversou por telefone com a senadora petista e confirmou o convite.

Marta já havia sido sondada no início do ano para assumir o posto.

Nota da assessoria de imprensa da Presidência afirma que "a presidenta agradeceu hoje o empenho e os relevantes serviços prestados ao país [por Ana de Hollanda] à frente da pasta desde janeiro de 2011".

"Dilma Rousseff manifestou confiança de que Marta Suplicy, que vinha dando importante colaboração ao governo no Senado, dará prosseguimento às políticas públicas e aos projetos que estão transformando a área da Cultura nos últimos anos", conclui o texto.

Ao chegar ao Senado hoje, Marta Suplicy desconversou e chamou de "especulação" a sua ida para o ministério. A senadora também não quis responder se aceitaria um convite para comandar a Cultura.

Pela manhã, Marta ficou a maior parte do tempo em seu gabinete e depois saiu para uma conversa com o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP).

A petista já avisou ao suplente, o vereador Antonio Carlos Rodrigues (PR), para que fique preparado para assumir sua cadeira no Senado.

A senadora, segundo Rodrigues relatou a interlocutores, o procurou na segunda-feira (10) e informou que estavam avançadas as negociações para que ocupe o ministério.

POLÊMICAS

Irmã do compositor Chico Buarque, Ana de Hollanda é cantora e fez carreira na burocracia estatal, trabalhando inclusive na Funarte.

Sua gestão tem sido marcada por críticas e em diversas oportunidades o Planalto precisou negar a saída da ministra.

A ministra sofre pressão de setores do PT desde que cancelou a nomeação do sociólogo Emir Sader para presidir a Fundação Casa de Rui Barbosa. O sociólogo havia dito à Folha que a ministra era "meio autista".

Além da pressão por parte de petistas, as críticas à ministra se devem à política sobre direitos autorais defendida pela pasta, à suspensão de pagamento de convênios e à retirada do selo Creative Commons (licença para uso de conteúdo) do site da pasta.

Outra crítica de parte do setor cultural é que ela não teria se empenhado para reduzir o corte no Orçamento da Cultura neste ano.

No ano passado, a CGU (Controladoria Geral da União) determinou ainda que Ana devolvesse cinco diárias que recebeu quando estava no Rio de Janeiro sem compromissos oficiais.

Em outra polêmica envolvendo a ministra, a Comissão de Ética Pública da Presidência pediu esclarecimentos à ministra por ter recebido camisetas da escola de samba Império Serrano para desfilar no Carnaval.

O brinde foi enviado seis meses após o ministério zerar a inadimplência da agremiação carioca, desbloqueando o CNPJ da escola.

MARTA

Esta será a segunda passagem de Marta Suplicy no governo federal. Em 2007, assumiu o Ministério do Turismo durante a gestão de Luiz Inácio Lula da Silva. Na ocasião, foi criticada por conceder entrevista em que aconselhou a população do país "relaxar e gozar" em meio a caos nos aeroportos.

Deixou a pasta em 2008 para disputar a Prefeitura de São Paulo, mas perdeu a disputa no segundo turno para o atual prefeito, Gilberto Kassab (PSD).

Famosa por apresentar um programa de TV que falava sobre sexo na década de 80, Marta foi deputada federal na década de 90 e também prefeita da cidade entre 2001 e 2004, mas não conseguiu ser reeleita.

Ex-mulher do senador Eduardo Suplicy, de quem ainda carrega o sobrenome, é uma das lideranças do PT em São Paulo.

TROCA

Ana de Hollanda é a 13ª ministra a deixar o governo da presidente Dilma Rousseff - ao todo, oito ministros deixaram a gestão de Dilma devido a denúncias de irregularidades.

Os ministros que já deixaram a Esplanada dos Ministérios são: Antonio Palocci (Casa Civil), Pedro Novais (Turismo), Alfredo Nascimento (Transporte), Nelson Jobim (Defesa), Orlando Silva (Esporte), Afonso Florence (Desenvolvimento Agrário), Mário Negromonte (Cidades), Iriny Lopes (Mulheres), Luiz Sérgio (Pesca), Carlos Lupi (Trabalho), Wagner Rossi (Agricultura) e Fernando Haddad (Educação).

Colaboraram Márcio Falcão e Flávia Foreque, de BrasíliaFolha de São Paulo