quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Para ela até sobra

Marta se diz satisfeita com orçamento do Ministério da Cultura

BRASÍLIA - A senadora Marta Suplicy (PT-SP), que assume nessa quinta-feira o Ministério da Cultura, afirmou estar satisfeita com o orçamento da Pasta e que, se for buscar mais recursos, será por meio de emendas parlamentares, "mas não pedindo para a presidente da República".

Citou, como "vantagem" de sua escolha, o fato de não pertencer a nenhum grupo do setor cultural. Afirmou que vai conversar com todo mundo e vai procurar deixar "uma marca" no ministério, que seja inovadora.

O descontentamento da ministra que deixa o cargo, Ana de Hollanda, com o orçamento do Ministério da Cultura é apontado como principal causa de seu afastamento. Ela chegou a enviar carta à ministra do Planejamento, Miriam Belchior, queixando-se da falta de recursos da pasta.

"O orçamento está satisfatório para começar. Vou tentar aumentar, mas não pedindo para a presidente da República, e sim no parlamento. Estou muito satisfeita com o orçamento. E vou tentar ampliar com o Congresso. Estou satisfeita porque colegas da Câmara e do Senado têm me telefonado, dizendo que vão colaborar", afirmou.

A senadora, que renunciou nesta quarta-feira à 1ª Vice-Presidência do Senado, disse que a partir de quinta vai "mergulhar" no ministério. Afirmou que seu objetivo é tentar deixar uma marca do governo Dilma Rousseff na área da cultura.

"Vou tentar deixar uma marca para inovar. Tenho uma vantagem. Talvez tenha sido motivo da escolha: não pertenço a nenhum grupo cultural, não milito na cultura. Estou aberta ao diálogo. Vou conversar com todos, ouvir".

A petista afirmou que, quanto mais percebe o tamanho do desafio, mais fica entusiasmada com o cargo que irá ocupar. "Gosto de fazer isso: quanto mais difícil [melhor]", disse.

Marta afirmou que já começará com um "gol de placa", que é a aprovação, pelo Senado, de Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que institui o Sistema Nacional de Cultura (SNC), que tem por objetivo fortalecer as políticas públicas de cultura.

Esse sistema, segundo a senadora, vai tornar mais ágil o financiamento de municípios e Estados. Marta foi a relatora da PEC, a pedido de Ana de Hollanda. A aprovação está prevista para a tarde desta quarta-feira, com a supressão dos prazos de tramitação - o que foi possível graças a acordo entre os líderes partidários.

A senadora afirmou que, depois de assumir o cargo no governo, continuará participando da campanha do candidato do PT a prefeito de São Paulo, Fernando Haddad. Segundo ela, o "trio" formado por ela, pela presidente Dilma Rousseff, e pelo ex-presidente Luiz Ínácio Lula da Silva pode alavancar a candidatura.

"O trio é capaz de alavancar: Dilma, Lula e Marta. Eu tenho o apelo de quem fez. Lula é Deus e Dilma é a presidente bem avaliada", disse. Celso Russomano (PRB), líder nas pesquisas, segundo ela, tem um pouco de votos que são dele, mas tem também de petistas, de martistas e de quem rejeita o candidato do PSDB, José Serra, e não conhece Haddad ou Gabriel Chalita (PMDB). Sua tarefa na campanha, afirmou, será tentar recuperar os votos de petistas e martistas.

(Raquel Ulhôa | Valor)

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