Ala do PT busca 'pontes' com Russomanno
Com a avaliação de que é considerável a chance de que Celso Russomano (PRB) vença a disputa pela Prefeitura de São Paulo, setores do PT já põem em prática a estratégia de restabelecer pontes com o candidato.O plano tem o objetivo de evitar que o governador Geraldo Alckmin (PSDB) patrocine Russomanno em troca de apoio à sua tentativa de reeleição, em 2014.
Petistas decidiram manter relações com o PRB ainda que o candidato petista, Fernando Haddad, seja seu adversário no 2º turno.
Para esses petistas, a prioridade é derrotar o tucano José Serra (PSDB) e evitar que Alckmin feche um acordo com o PRB com vistas a 2014.
"Nossa principal polarização é PT x PSDB. Nosso objetivo é levar Haddad para o segundo turno e tirar Serra. Conseguindo isso, o PT já é um vitorioso", disse o ex-líder do governo na Câmara Cândido Vaccarezza (PT-SP), verbalizando um discurso corrente no partido.
Presidente do PRB e coordenador da campanha de Russomanno, o bispo Marcos Pereira diz que já discutiu com o PT pacto de não agressão, a exemplo do que fez com Serra, após Haddad esboçar crescimento nas pesquisas.
Sem citar interlocutores, Pereira alega que a iniciativa só foi tomada há duas semanas, dois meses depois de sua conversa com Serra.
Segundo ele, a proposta teve acolhida no PT. "Tanto, que até agora, eles não partiram para a baixaria."
A adesão do PRB a manifesto em defesa do ex-presidente Lula é, para petistas, um sinal de boa vontade. Segundo petistas, o ministro Marcelo Crivella (Pesca) teria dito que Russomanno foi consultado sobre a nota. Crivella teria frisado que não existe acerto com Alckmin.
Por trás do discurso, há a constatação de que, sozinho, o PRB não tem condições de ocupar a máquina.
A estratégia esbarra na cúpula da campanha de Haddad, disposta a adotar tom mais agressivo na propaganda. Haddad descarta o apoio. "Nossa inclinação é estarmos no segundo turno."
CATIA SEABRA
DE SÃO PAULO
Colaborou LUIZA BANDEIRA.
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