segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Quatro dia, só Deus sabe se pode


Marina Silva tem até quinta-feira para oficializar criação do partido Rede

Mesmo em alta nas pesquisas para a disputa ao Planalto, aliados admitem que ela pode ser obrigada a negociar a candidatura por outra legenda



Apontada por pesquisas eleitorais como o maior obstáculo à reeleição da presidente Dilma Rousseff, a ex-senadora Marina Silva tem pela frente quatro dias decisivos para uma eventual campanha ao Palácio do Planalto. Até quinta-feira, a Rede Sustentabilidade, encabeçada por Marina, precisa validar cerca de 500 mil assinaturas no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para regularizar o novo partido, criado para dar sustentação à candidatura presidencial da ex-petista. O partido tem o relógio como principal inimigo para o projeto, já que 300 mil assinaturas ainda precisam ser validadas para a formação da Rede. Com dificuldades para consolidar os documentos em cartório, a pré-candidata pode ser obrigada a estudar vias alternativas para encarar a disputa eleitoral.

Hoje, a Rede informou que tem cerca de 800 mil assinaturas coletadas. Dessas, 600 mil foram entregues aos cartórios, mas apenas 189 mil foram validadas. Integrantes da legenda alegam que a regularização está sendo prejudicada pelo atraso dos cartórios. Segundo eles, os funcionários locais estariam sobrecarregados de trabalho, devido à implantação do sistema de biometria. “Os cartórios deveriam fazer esse processo em, no máximo, 15 dias. Mas muito deles estão demorando mais do que isso”, disse o deputado federal Alfredo Sirkis (PV-RJ).

Correio Braziliense


sábado, 10 de agosto de 2013

Dilma recupera 6 pontos de popularidade, diz Datafolha



Depois de uma queda de 35 pontos percentuais na aprovação de seu governo, a presidente Dilma Rousseff teve uma ligeira recuperação, segundo pesquisa Datafolha concluída ontem.

O índice dos que consideram o governo ótimo ou bom subiu de 30% no final de junho, no auge dos protestos, para 36% agora.

A aprovação a Dilma é maior entre os mais pobres. Entre os que ganham até dois salários mínimos, 41% aprovam o governo.

Entre os mais ricos, aqueles que ganham acima de dez salários mínimos, a aprovação tem o menor índice (29%), mas foi nessa faixa que Dilma teve o maior crescimento entre aqueles que consideram a sua gestão ótima/boa. O aumento foi de oito pontos percentuais.

O ápice da aprovação de Dilma ocorreu em março, quando 65% consideravam a sua gestão ótima ou boa.

Na pesquisa deste mês, o índice dos que julgam o seu governo ruim/péssimo variou de 25% para 22% e aqueles que o consideram regular oscilou de 43% para 42%.

Há menos otimismo agora dos benefícios que os protestos podem trazer tanto para o entrevistado como para os brasileiros. No fim de junho, 65% diziam que a onda traria mais benefícios pessoais do que prejuízos; agora são 49%. Em relação aos brasileiros, o índice caiu de 67% para 52%.

A avaliação do governo Dilma na área econômica também teve uma pequena recuperação. A aprovação subiu de 27% para 30%, um ponto acima da margem de erro do levantamento, de dois pontos percentuais.

O Datafolha mostra que estancou o movimento dos que acreditam que a inflação vai aumentar. Entre o final de junho e agosto, esse índice oscilou de 54% para 53%. O pessimismo com a inflação estava em crescimento desde dezembro do ano passado.

Há mais otimismo com o emprego, ainda de acordo com a pesquisa. Caiu cinco pontos percentuais o índice de brasileiros que dizem acreditar que o desemprego vai aumentar, de 44% para 39%.

Também houve uma queda no contingente daqueles que acham que o poder de compra dos salários vai diminuir (de 38% para 32%).

Os brasileiros são mais otimistas com a sua situação econômica do que com as expectativas para o país.

Subiu de 44% para 48% os que acreditam que sua situação vai melhorar. Já a opinião sobre a situação do país segue igual a junho (oscilou de 31% para 30%).
A pesquisa foi feita entre quarta-feira e ontem em 160 municípios do país, com 2.615 entrevistados.

Com Dilma em baixa, PT antecipa fim de seminários do partido

A primeira aparição da presidente Dilma Rousseff com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva desde as manifestações de junho, na noite desta quarta-feira (24), marcará também o fim precoce do ciclo de comemorações pelos dez anos do PT no governo.

Inaugurado em fevereiro, quando Lula lançou Dilma à reeleição, o seminário "O decênio que mudou o Brasil" era previsto para ocorrer em dez cidades, "de todas as regiões do país", e durar até o final do ano.

Agora, com a presidente em baixa entre os eleitores --sua aprovação caiu 35 pontos percentuais nos últimos quatro meses, atingindo o menor nível do mandato (30% de avaliação positiva, segundo o Datafolha)--, o partido vai promover a despedida do evento hoje, em Salvador. A cidade é apenas a sexta capital da turnê, que será encerrado sem passar por Norte e Centro-Oeste.

O mais recente seminário, que seria em Goiânia, no final de junho, por exemplo, acabou cancelado devido à onda de protestos.

"A coisa vai mudando a depender da conjuntura. Agora, o que virou muito importante para nós é a questão da reforma política", diz o secretário nacional de comunicação do PT, Paulo Frateschi.

Ele afirma que a situação pode mudar e que novos seminários podem ser marcados depois. O material de divulgação do evento de hoje, no entanto, afirma que este será o último seminário.

O encontro acontece após rusgas entre Dilma e o partido, que emitiu uma resolução com críticas ao governo, e em meio ao coro interno de "volta Lula" para 2014. No sábado (20), a presidente não compareceu à reunião do Diretório Nacional do PT, em Brasília.

DEZ ANOS

Os seminários anteriores sempre serviram de termômetro para a sigla e o Planalto.

Após Lula lançar Dilma em São Paulo, no dia 20 de fevereiro, o ex-presidente aproveitou a reunião de Fortaleza, uma semana depois, para mandar um recado à base: "O PT pode até ganhar a eleição sozinho, mas precisa de aliados para governar. Tem hora em que precisamos do apoio dos aliados, e tem horas que temos que ter a humildade de apoiar os outros".

Quando Dilma vivia o ápice de sua popularidade, que estava em 65%, em abril, Lula afirmou em Belo Horizonte "nunca ter tido tanta tranquilidade" e chegou a compará-la a outros nomes com passagem marcante pela Presidência da República.

"Este país, que já teve Getúlio, Juscelino, que já teve Lula, este país tem nesta mulher a pessoa que mais chegou preparada para governar este país", disse na ocasião.

Com o aumento das críticas da oposição, especialmente em relação à situação econômica do país, as falas ganhavam tons de resposta. Na capital mineira Dilma atacou os "pessimistas sistemáticos, especializados em pessimismo". Em Porto Alegre, em maio, repetiu o discurso.

Já enfrentando o início das manifestações, no dia 13 de junho, em Curitiba, ela prometeu "dar a volta por cima" e recebeu afagos de Lula, que avisou que a presidente não estava só e que não podia "se deixar abalar".

O seminário de hoje, em um hotel onde Lula está desde ontem na capital baiana, utilizou o chamado "gritos das ruas" para escolher como tema "Participação Popular e Movimentos Sociais".

O auditório tem capacidade para 800 pessoas sentadas, mas o PT espera a presença de 1.000 militantes. A organização também é feita pelo Instituto Lula e pela Fundação Perseu Abramo.

Recuperação tímida 






quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Brasil sai da UTI. A conferir


Dilma reafirma que inflação está completamente sob controle



VARGINHA (MG) - A economia brasileira crescerá a um ritmo bem mais forte do que a dos EUA, onde analistas falam em um avanço inferior a 2%, afirmou a presidente Dilma Rousseff nesta quarta-feira em cerimônia da inauguração de um campus da Universidade Federal de Alfenas em Varginha.

“Eu acredito que vamos ter um crescimento bem mais robusto do que esse”, disse ela em entrevista no aeroporto de Varginha, no sul de Minas Gerais.

Dilma disse que não falaria quanto espera para o crescimento do Brasil para não ser cobrada depois. Nos EUA, disse ela, a discussão recente é se a maior economia do mundo crescerá 1,7% ou 1,8%. “Tenho convicção de que a situação [do Brasil] é bem melhor”.

Inflação sob controle

Ao fazer um balanço sobre a economia, Dilma disse que “a inflação está completamente sob controle” e citou o IPCA de julho, divulgado nesta quarta-feira, que registrou 0,03%, “uma das mais baixas [taxas] para esse período”.

Dilma se queixou de que “fizeram todo um estardalhaço de que tínhamos perdido o controle” dos preços e que agora os índices mostram uma realidade diversa. O mesmo ocorreu, segundo ela, com as previsões do fim do ano passado e início deste ano, quando críticos diziam que com as mudanças de regras no setor elétrico, faltaria energia no Brasil.

Em seu panorama sobre a situação da economia, ela citou ainda que o país recebeu no primeiro semestre US$ 30 bilhões em investimento estrangeiro direto e perguntou por que colocariam essa quantia no país se a situação fosse tão ruim quanto os críticos a descrevem.

A presidente também falou da criação de empregos e disse que as 826 mil vagas criadas no primeiro semestre foram mais do que os postos gerados durante todo o primeiro governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB).

terça-feira, 6 de agosto de 2013

Secretária Adjunda da SEICOM no Senado Federal



MARCO REGULATÓRIO DE MINERAÇÃO

Ciclo de Painéis no Senado Federal


A Profª da UFPA e Secretária de Estado Adjunta da SEICOM, Maria Amélia Enríquez,Participará de Debate no Senado Federal, dia 08/08/2013, Quarta Feira, no Canal do Senado, a partir das 07:30h.

Inicia-se no próximo dia 05 de agosto no Senado Federal um Ciclo de Painéis sobre o Novo Marco Regulatório de Mineração promovido pela Comissão de Serviços de Infraestrutura, com transmissão ao vivo pela TV Senado. A coordenação do ciclo foi feita pelo Prof. Valdecir de Assis Janasi, e terá a participação de Professores do Instituto de Geociências da USP:

05 de agosto de 2013, 18h00
O Marco Regulatório da Mineração
Palestra do Ministro de Minas e Energia, Dr. Edson Lobão

07 de agosto de 2013, 07h30

Painel 1 - Tema: Modernização da Legislação Mineral

Apresentação dos paineis pelo Prof. Valdecir de Assis Janasi, 
Palestrantes:  
Profª Dra. Maria Amélia Enríquez, Secretária de Estado Adjunta da SEICOM, Pará
José Fernando de Coura - IBRAM e Elmer Prata Salomão. 


12 de agosto de 2013, 18h00
Painel 2 - Tema: Caminhos para o Desenvolvimento do Potencial Mineral Brasileiro
Apresentação da palestra “O Potencial Mineral Brasileiro” pelo Prof. Caetano Juliani, seguida de palestras de Onildo João Marini, Mario Ernesto Giroldo Valério e Álvaro Toubes Prata

19 de agosto de 2013
Painel 3 – Tema: A Mineração no Brasil: Diretrizes gerais para Regulação e Fomento
Palestras de Paulo Guilherme Galvão, Manuel Barretto da Rocha Neto (a confirmar) e Carlos Vilhena.

Veja algumas das publicações da Maria Amélia.






 



segunda-feira, 5 de agosto de 2013

A lua de mel empresarial da Presidenta

Clima tenso abala lua de mel entre Dilma e empresários


A lua de mel entre a presidente Dilma Rousseff e o empresariado acabou. Preocupados com os rumos da economia e sentindo que suas reivindicações são ignoradas, empresários de diversos setores começaram, nos bastidores, a "discutir a relação".

Passaram a procurar interlocutores próximos à presidente para reverter o mal-estar. O ex-presidente Lula é o principal "terapeuta" do grupo. Por isso, especulou-se que o empresariado estaria costurando um "volta Lula". Não chega a tanto.

Passaram a procurar interlocutores próximos à presidente para reverter o mal-estar. O ex-presidente Lula é o principal "terapeuta" do grupo. Por isso, especulou-se que o empresariado estaria costurando um "volta Lula". Não chega a tanto.

Fazenda diz que Mantega é o interlocutor do governo com empresariado
Ao vivo: acompanhe os destaques do mercado financeiro no liveblog do Folhainvest

A Folha ouviu alguns dos principais empresários do país. Banqueiros, industriais e concessionários de serviços públicos, eles só aceitaram conversar sob anonimato.

Esse grupo acha que os investimentos estão travados, a inflação corre o risco de sair do controle, o consumo mostra sinais de arrefecimento e o PIB cresce pouco.




A relação com Dilma começou a se desgastar quando, em meados do ano passado, a presidente delegou ao secretário do Tesouro, Arno Augustin, a tarefa de definir as regras para os planos de concessão (aeroportos, rodovias, ferrovias e portos).

Sua missão era cumprir uma determinação legal: definir as taxas de retorno dos projetos. Mas a indicação de Arno foi proposital. Conhecido por defender com veemência suas posições, estressou as negociações ao máximo para que o governo cedesse o mínimo. Ganhou a antipatia dos empresários.

Nas rodovias, os empresários dizem que houve erro nos parâmetros dos projetos -prazo, investimento e tráfego. Resultado: a falta de interesse nas licitações da BR 040 e da BR 116, que deveriam ter ocorrido no início do ano.

O marco regulatório dos portos foi outro foco de controvérsias. Associações do setor definiram com Jorge Gerdau (Câmara de Política de Gestão da Presidência) pontos de consenso, que foram apresentados à ministra Gleise Hoffmann (Casa Civil). Mas, após uma reunião entre Dilma e Augustin, o projeto mudou, ignorando o que tinha sido acertado.

No setor aéreo, Augustin convocou os principais executivos para discutir a mudança na distribuição dos slots (direito de pouso e decolagem) no aeroporto de Congonhas (SP).

A ideia inicial era passar slots da TAM e da Gol para outras companhias. Descontentes, as empresas foram recebidas por Dilma. Saíram de lá com a promessa de um estudo, mas nada foi resolvido.

INFLAÇÃO

Os atritos com Augustin não foram a única fonte de insatisfação, que cresceu quando a inflação abalou o consumo e prejudicou até os setores de alimentos, bebidas, cosméticos e varejo.

Os empresários desses setores responsabilizam o governo pela alta da inflação, que corroeu os lucros, e pelo fraco crescimento do PIB.
No passado, a indústria aplaudia Dilma por apoiar o setor com uma política de desoneração, desvalorização do real e queda dos juros.

A presidente apostou que, com juros mais baixos, os financiamentos ficariam mais baratos para as empresas, estimulando os investimentos.

O problema é que as companhias obtinham enormes ganhos com as aplicações financeiras, justamente garantidas por juros mais elevados.

Só que, como a economia não cresceu, essa receita não foi substituída por vendas maiores. E o que era para ser um afago virou atrito.

Dilma está tentando reconquistar o setor privado. Só neste ano, recebeu cerca de 40 empresários em seu gabinete. Essa disposição é reflexo de orientações de Lula.

Três interlocutores ouvidos pela Folha relatam ter ouvido dele preocupação com a "intransigência" de Augustin, que acentuava o pessimismo com a economia.

Recentemente, Augustin saiu da linha de frente por ter cumprido sua "missão". O ministro Guido Mantega (Fazenda) ganhou a tarefa de implementar as concessões, refazendo os laços com o setor privado. Mas, por enquanto, a relação entre empresários e governo segue tensa.

JULIO WIZIACK
RAQUEL LANDIM
DE SÃO PAULO
NATUZA NERY
DE BRASÍLIA

domingo, 4 de agosto de 2013

Abandonando o barco que faz água

PT adia reunião que decidiria sobre rompimento com Cabral

Partido procura consenso interno em torno da decisão de sair já do governo

Quando tudo era amor



RIO — O PT do Rio decidiu adiar a reunião que selaria hoje o destino da relação com o governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB). A perspectiva de uma candidatura própria em 2014 e a rejeição popular que o governador vem enfrentando são os argumentos de parte majoritária do partido para defender o rompimento imediato, como informou ontem Ilimar Franco, na coluna Panorama Político. A decisão significaria a saída dos petistas da gestão de Cabral. A estimativa dos dirigentes é que dos 21 dirigentes da Executiva estadual, 14 já tenham decidido pela saída.
O adiamento do encontro foi proposto, segundo o presidente regional do PT, por representantes de todas as correntes do partido — incluindo o senador Lindberg Farias, pré-candidato do partido ao governo do estado. A ideia, discutida em conversas entre os petistas ontem e anteontem, seria criar uma unanimidade em torno da decisão, para evitar rachas em ano pré-eleitoral.
— Não vou fazer uma reunião pró-forma. Só farei o encontro para dar encaminhamento a essa questão. Todos querem discutir com profundidade a hora de deixar o governo. Vamos deixar, não tem jeito. O Cabral está deixando claro que tem candidato. E não há possibilidade de não termos — afirma o presidente estadual do PT, Jorge Florêncio.
A defesa pelo tempo a mais de discussão foi feita pelo próprio Lindbergh, que quer convencer os dirigentes ainda refratários ao rompimento, como a deputada federal Benedita da Silva, da corrente Construindo um Novo Brasil (CNB). Os diversos grupos políticos dentro do partido farão reuniões separadas para tratar do tema.
Sérgio Cabral recorreu à sua base na Assembleia Legislativa, para tentar evitar os reflexos políticos da crise iniciada com os protestos. Na semana passada, reuniu quatro dos seis deputados estaduais petistas. O PMDB, que lançará o vice-governador Luiz Fernando Pezão ao governo, pressiona para que o PT retire a candidatura de Lindbergh.
A aliança entre PT e PMDB enfrenta dificuldades em 15 estados. Os que têm mais delegados com votos na convenção nacional petista são Rio de Janeiro, Minas Gerais, Ceará e Paraná.
O grupo de Lindbergh (que não pertence a nenhuma corrente, mas está próximo da Socialismo e Luta) vai defender a saída do PT do governo Cabral em setembro. Hoje, o partido ocupa duas pastas na gestão peemedebista: a de Meio Ambiente (Carlos Minc) e a de Assistência Social e Direitos Humanos (Zaqueu Teixeira). A partir de outubro, seria lançada a pré-candidatura de Lindbergh.
— Fui um dos que defendi o adiamento da discussão sobre a saída do governo agora, porque queremos a maior unidade possível em torno da decisão. Temos uma campanha eleitoral pela frente — diz Antônio Neiva, integrante da Executiva e da corrente Socialismo e Luta.
Os petistas defensores do rompimento sustentam que “a base do partido está com pé do lado de fora do governo”. O grupo de Benedita, que apoiou Cabral desde a primeira hora, mantém a fidelidade ao aliado, mas ela vem sendo procurada pelo grupo de Lindbergh para mudar de posição. Dentro do partido, os petistas que estão no governo têm dito que respeitarão a decisão da maioria.
Na frente mais veemente contra a permanência no governo Cabral está o deputado federal Alessandro Molon (PT-RJ), opositor da aliança do PT com o PMDB no estado desde a sua formação. Ele sustenta que o PT está perdendo espaço nos movimentos sociais, ao se manter ao lado de um governo em crise de popularidade:
— Defendo que o PT saia imediatamente dos dois governos (do estado e da Prefeitura). Já está saindo atrasado. A participação nesses governos tem distanciado o PT de sua militância. Os movimentos sociais cresceram com as manifestações. E o PT está ficando fora dos movimentos sociais. Uma série de marcas desses governos são contrárias ao que o PT sempre defendeu — diz o deputado.

Maiá Menezes
O Globo

Futuros engenheiros de redes ou estupradores?

Postagem mais popular da semana.

Pode ser uma brincadeira, mas o que interessa é que essa infeliz ideia já caiu nas redes sociais. E ninguém perdoa nada, neste mundo politicamente correto.


O fato é que o curso de Engenharia de Redes da Universidade de Brasília está com a sua imagem arranhada perante a opinião pública, desde que essa foto foi publicada no Facebook. Internautas estão compatilhando a imagem e indagando se a UnB tem ciência disso e, se tem, tomará alguma providência para punir os responsáveis?

A foto está sendo propagada no Facebook pelo internauta Virgílio Soares, que conta que chegou a cobrar responsabilidade dos alunos. Mas recebeu como resposta dos alunos que “será só estuprinho” – caso alguma mulher passe no vestibular para o curso na UnB.

Do Blog Capital Digital





'Nem de esquerda nem de direita', PSD abriga campeões vira-casaca

João Lyra, Fábio Farias e Ademir Camilo foram fiéis em 2011, ano de fundação da sigla; agora votam contra o governo

O Estado de S. Paulo

Os três principais "desertores" do núcleo duro de apoio ao governo são do PSD, o partido que seu criador, Gilberto Kassab, definiu como "nem de esquerda, nem de direita, nem de centro".

Veja também:
Nove partidos deixam ‘núcleo duro’ do governo e expõem fragilidade da base
Estadão Dados


João Lyra (AL), Fábio Farias (RN) e Ademir Camilo (MG)se comportaram como aliados fidelíssimos em 2011, ano em que o PSD foi fundado, com taxas de apoio de 95%, 96% e 96%, respectivamente. Em 2013, os índices caíram para níveis próximos a 45% - menos da metade.

Lyra, usineiro em Alagoas com patrimônio declarado de R$ 240 milhões, participou de poucas votações neste ano, por motivos de saúde. Mas, quando teve oportunidade, contrariou o governo em nove ocasiões, e se alinhou ao Planalto em apenas sete.

Lyra não é volúvel apenas em relação ao governo Dilma Rousseff: desde 1985, já trocou de partido seis vezes e integrou as bases de apoio do tucano Fernando Henrique Cardoso e do petista Luiz Inácio Lula da Silva.

A atuação política nunca o afastou dos negócios. Produtor de etanol, ele tem interesse direto no setor de biocombustíveis, dominado pela Petrobrás. Já foi acusado de explorar trabalho escravo e até denunciado como mandante de assassinato. Nunca foi condenado.

O Estado procurou o deputado na quinta-feira para entrevistá-lo, mas sua assessoria informou que ele estava viajando. Fábio Farias não respondeu aos pedidos da reportagem, e Camilo não foi localizado - ninguém atendeu aos telefonemas a seus escritórios em Brasília e Belo Horizonte na sexta-feira.

Os três deputados já integravam a base governista antes de aderir ao PSD, no primeiro ano de mandato de Dilma. Outros parlamentares, porém, eram do oposicionista DEM. Ao trocar de legenda, deram uma guinada comportamental e passaram a votar a favor do governo.

Nos últimos meses, porém, o PSD vem se afastando de Dilma. Neste ano, foram 20 as ocasiões em que o partido votou em peso contra a orientação do Executivo. Sua taxa de governismo, segundo o Basômetro, é de 64% - uma queda de 10 pontos porcentuais em relação a 2012.

Desigualdade de renda cai em 80% dos municípios do Brasil em uma década


Entre 2000 e 2010, rendimento dos 20% mais pobres cresceu mais rapidamente do que o dos 10% mais ricos em quatro de cada cinco cidades do País; nos dez anos anteriores, a desigualdade medida pelo índice de Gini havia crescido em 58% das cidades

De 2000 a 2010 aconteceu algo inédito no Brasil: em 80% dos municípios, a desigualdade de renda entre seus habitantes diminuiu. O fato é ainda mais relevante porque reverteu uma tendência histórica. Na década anterior, a desigualdade medida pelo índice de Gini aumentara em 58% das cidades brasileiras.

A maior queda da desigualdade aconteceu numa cidadezinha do interior de São Paulo. No extremo oeste, perto de Presidente Prudente, Emilianópolis viu seu índice de Gini cair pela metade, de 0,76 para 0,38 em 2010. A escala varia de zero a 1. Se os 3 mil emilianopolenses ganhassem igual, o índice seria 0. Se um deles concentrasse toda a renda da cidade, o Gini seria 1.

Emilianópolis é um bom exemplo, uma vez que as condições em que se deu a redução da desigualdade são representativas do que aconteceu em outros 4.431 municípios brasileiros. O Gini da cidade crescera nos anos 1990, de 0,43 para 0,76. A reversão na década seguinte ocorreu com o enriquecimento da população em geral: a renda do emilianopolense foi de R$ 373 para R$ 585.

Na maior parte do Brasil foi igual. De 2000 a 2010, o rendimento domiciliar per capita cresceu 63% acima da inflação, na média dos 5.565 municípios. Foi um enriquecimento mais intenso do que nos dez anos anteriores, quando o ganho havia sido de 51%.

Isso é importante porque uma forma perversa de reduzir a desigualdade é via empobrecimento geral. Se os ricos perdem mais do que os pobres, a desigualdade também cai. Foi o que aconteceu em grande parte do Brasil nos anos 1980, por causa da recessão.

Nos dez anos seguintes, o alto desemprego comprometeu o salário dos trabalhadores e a renda voltou a se concentrar no topo da pirâmide. O índice de Gini do País cresceu, e a desigualdade aumentou em 58% dos municípios brasileiros.

 José Roberto de Toledo e Amanda Rossi - O Estado de S. Paulo