Afinal, qual é a importância das florestas não só para o equilíbrio
fundamental do planeta, mas também para a sobrevivência das populações
humanas?
Já se sabe que alguns dos serviços ambientais essenciais oferecidos
pelas florestas são a regulação do clima, a manutenção e oferta de água e
de alimentos. Sua importância também pode ser traduzida em inúmeras
possibilidades econômicas decorrentes de sua utilização.
Para discutir a proteção em caráter emergencial das florestas de todo
o planeta,
representantes das Nações Unidas estão reunidos desde
segunda-feira (24), em Nova York (EUA), no 9º UNFF (Fórum das Nações
Unidas para Florestas) com o propósito de estabelecer agendas
internacionais comuns em torno deste objetivo.
Durante duas semanas, os países membros vão debater a importância das
florestas para o bem-estar e garantia da sustentabilidade das próprias
populações humanas, sem se limitarem à questão da produção e do mercado
florestal – focado no fornecimento de madeira -, tônica que sempre
permeou essas discussões.
De acordo com João de Deus, diretor do Departamento de Florestas do
MMA, no Ano Internacional de Florestas (2011), o lema da campanha da ONU
pretende lembrar a todos que a conservação florestal não é um obstáculo
ao desenvolvimento.
“As comunidades podem desenvolver suas economias em um processo que
esteja associado à habilidade de se conseguir manter os recursos a longo
prazo”, comenta.
Outros temas como a preservação da biodiversidade (especialmente em
florestas tropicais, que apresentam megadiversidade), redução de sua
perda e manutenção de florestas como estratégia de mitigação dos efeitos
de mudanças climáticas serão pautados no Fórum.
O principal ponto que o Brasil pretende defender é o manejo adequado
de florestas tropicais como instrumentos de mercado. João de Deus
explica que existe a possibilidade de um modelo de desenvolvimento em
que as florestas vão auxiliar no processo socioeconômico das
comunidades, feito a partir da utilização de recursos múltiplos destas
áreas.
“Ao gerar esta multiplicidade de usos, este modelo prevê que a
pressão econômica sobre os recursos florestais deve ser compatibilizada
com a sua conservação a longo prazo”, argumenta.
A reunião vai avaliar como cada país membro pode implementar tais
mudanças e socializar ideias e sugestões em busca de novas iniciativas.
Manejo florestal – João de Deus afirma que os
atuais padrões de manejo florestal têm se mostrado insatisfatórios. Ele
explica ainda que a criação de novos modelos vai exigir novas
tecnologias e desenvolvimento de conhecimento, além de investimentos em
pesquisas nesta área.
“A cooperação deve trabalhar firme e rapidamente nesse processo.
Perdemos muito tempo com a propagação da ideia de que o manejo florestal
seria uma única solução para todos os males”.
O manejo florestal é o documento técnico que contém o planejamento
para a exploração de determinadas espécies madeireiras nas florestas.
Implica no manejo da floresta que extrai da mesma apenas o que ela
conseguiria repor naturalmente, sem que isso comprometa o equilíbrio do
ecossistema e sua capacidade de regeneração florestal, sem colocar em
risco sua cobertura vegetal. (Fonte: Carine Correa/ MMA)
Amazônia, meio ambiente, ecologia, biodiversidade, desenvolvimento sustentável, ciência e tecnologia, incubadoras e parques tecnológicos, política nacional e internacional - Amazonia, the environment, ecology, biodiversity, sustainable development, science and technology, incubators and technology parks, national and international policy
quarta-feira, 26 de janeiro de 2011
segunda-feira, 24 de janeiro de 2011
Conceição e o futuro do Brasil, sempre atual.
Para que o Brasil de 2020 erradique a miséria e caminhe mais próximo
dos países desenvolvidos, é preciso que se faça o controle da inflação e
do crédito e que os governos garantam políticas efetivas de defesa
soberana interna. Esse foi o principal alerta dado pela economista Maria
da Conceição Tavares na 1ª Conferência do Desenvolvimento, promovida em
novembro pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), em
Brasília. Desafiadora e sempre se fazendo ouvida por especialistas dos
mais diversos setores, Conceição, aos 80 anos, foi a grande convidada do
evento do Ipea (do qual é conselheira). E disse que para garantir o
desenvolvimento do país com vistas aos próximos dez anos é preciso a
conscientização, por parte de técnicos e governantes, de que nem sempre
crescimento significa distribuição de renda.
Ela alerta para o fato de que o desenvolvimento brasileiro deve continuar sendo norteado por políticas universais de educação, saúde e de transferência de renda, mas sem que o novo governo deixe de lado o eixo econômico. “Se não houver melhoria na indústria, por exemplo, vamos virar um país exportador primário de quinta categoria”, acentuou. Outros pontos destacados pela economista foram a questão cambial e o incremento da atual política industrial e tecnológica brasileira, que considera fundamentais para o desenvolvimento nacional de longo prazo. E, também, a necessidade de fazer uma reforma tributária – tarefa, de acordo com ela, que ainda não saiu do papel porque os ricos e grandes proprietários não querem pagar impostos; quem realmente paga é a classe média. A verdade é que a dificuldade de uma reforma tributária ser aprovada decorre do fato de essas pessoas (ricos e grandes proprietários) serem as que elegem a maior parte do Congresso.
De acordo com ela, não é possível deixar o equilíbrio e o desenvolvimento do país voltados para as tendências do mercado. O governo precisa ter uma política macroeconômica que desvalorize lentamente o real para evitar choque de juros e de câmbio, o que poderá fazer com que o Brasil seja um país independente e soberano nos próximos anos – “Não apenas para o exterior, mas com políticas de defesa soberana interna”, assegurou.
Em tempos de discussões sobre os possíveis cortes no Orçamento da União para 2011, a economista foi além. Disse que a política fiscal de cortar gastos sociais utilizando como argumento a necessidade de investir, a seu ver, não faz sentido. “O que se precisa é cortar aquelas despesas consideradas irrelevantes, como os salários de juízes e parlamentares, não os gastos sociais. O Congresso Nacional não gera receita nem justiça, logo não tem direito de criar despesa”, acentuou.
A economista ainda recomendou ao governo que, para manter o crescimento econômico sem risco inflacionário, faça um “realinhamento cambial lento” e ao mesmo tempo baixe os juros, iniciando um controle dos capitais que “entram só para ganhar nos juros e na Bolsa”, com a permissão da legislação brasileira.
Conceição defendeu a recriação da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) – o conhecido imposto do cheque, cujos recursos eram destinados à área da Saúde. E também a atual política de reajuste do salário mínimo, que acompanha a inflação mais o crescimento da economia de dois anos antes. Apesar disso, ressaltou que consideraria mais eficaz se os reajustes misturassem o crescimento passado com uma expectativa de crescimento.
João Paulo dos Reis Veloso, um dos criadores do Ipea, propôs um modelo de desenvolvimento para o país baseado no conhecimento. “Na dimensão econômica, é preciso levar o conhecimento em todas as suas formas para todos os setores da economia e, na dimensão econômico-social, levar o conhecimento a todos os segmentos da sociedade, promovendo inclusão social e digital. Isso exige a transformação do Brasil em um país de alto conteúdo humano interagindo com inovação e tecnologia.”
Para Reis Veloso, o Brasil fez opções erradas no passado, sobretudo por ter deixado de implementar algumas reformas, como a tributária. “Para tornar o país desenvolvido em duas ou três décadas, é preciso sonhar e criar uma mobilização por um modelo com grande geração de empregos”, acrescentou, para alertar: “Se não fizermos essa opção, seremos a geração perdida”.
O presidente do Ipea, Marcio Pochmann, acentuou que o planejamento do desenvolvimento exige sabedoria para enfrentar questões que conectam os brasileiros ao passado e os ligam ao futuro. E destacou que o Brasil ainda não é um país desenvolvido por três fatores: por não ter cultura democrática, por ter demorado na transição para uma sociedade urbana e industrial e pela inversão na trajetória dos direitos sociais, que, no Brasil, não acompanharam os direitos políticos.
O ponto fraco, entretanto, foi o chamado índice de qualidade da inserção externa, que mostrou um comportamento volátil e ficou, durante a maior parte do período estudado, em patamar abaixo do registrado pelos outros índices, levando à observação de que ainda é frágil a inserção externa da economia brasileira. Segundo o Ipea, a evolução do IQD permite concluir que a crise econômica global de 2008 interferiu nos indicadores de desenvolvimento brasileiros, embora estes tenham apresentado recuperação rápida. Boa parte dessa performance, apontou o documento, foi conseguida em razão do bom desempenho das reservas internacionais do país, da massa salarial e da redução da taxa de desemprego.
Ela alerta para o fato de que o desenvolvimento brasileiro deve continuar sendo norteado por políticas universais de educação, saúde e de transferência de renda, mas sem que o novo governo deixe de lado o eixo econômico. “Se não houver melhoria na indústria, por exemplo, vamos virar um país exportador primário de quinta categoria”, acentuou. Outros pontos destacados pela economista foram a questão cambial e o incremento da atual política industrial e tecnológica brasileira, que considera fundamentais para o desenvolvimento nacional de longo prazo. E, também, a necessidade de fazer uma reforma tributária – tarefa, de acordo com ela, que ainda não saiu do papel porque os ricos e grandes proprietários não querem pagar impostos; quem realmente paga é a classe média. A verdade é que a dificuldade de uma reforma tributária ser aprovada decorre do fato de essas pessoas (ricos e grandes proprietários) serem as que elegem a maior parte do Congresso.
Crise global
Em relação ao momento observado na economia mundial depois da crise econômica de 2008, Maria da Conceição Tavares afirmou que o Brasil precisa ficar preocupado e fazer o controle de quantitativos para combater a inflação, como aumentar o compulsório e controlar o crédito. “Só não pode puxar a taxa de juros, por conta da situacão fiscal e do balanço de pagamento”, ressaltou.De acordo com ela, não é possível deixar o equilíbrio e o desenvolvimento do país voltados para as tendências do mercado. O governo precisa ter uma política macroeconômica que desvalorize lentamente o real para evitar choque de juros e de câmbio, o que poderá fazer com que o Brasil seja um país independente e soberano nos próximos anos – “Não apenas para o exterior, mas com políticas de defesa soberana interna”, assegurou.
Em tempos de discussões sobre os possíveis cortes no Orçamento da União para 2011, a economista foi além. Disse que a política fiscal de cortar gastos sociais utilizando como argumento a necessidade de investir, a seu ver, não faz sentido. “O que se precisa é cortar aquelas despesas consideradas irrelevantes, como os salários de juízes e parlamentares, não os gastos sociais. O Congresso Nacional não gera receita nem justiça, logo não tem direito de criar despesa”, acentuou.
A economista ainda recomendou ao governo que, para manter o crescimento econômico sem risco inflacionário, faça um “realinhamento cambial lento” e ao mesmo tempo baixe os juros, iniciando um controle dos capitais que “entram só para ganhar nos juros e na Bolsa”, com a permissão da legislação brasileira.
Conceição defendeu a recriação da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) – o conhecido imposto do cheque, cujos recursos eram destinados à área da Saúde. E também a atual política de reajuste do salário mínimo, que acompanha a inflação mais o crescimento da economia de dois anos antes. Apesar disso, ressaltou que consideraria mais eficaz se os reajustes misturassem o crescimento passado com uma expectativa de crescimento.
Brasil de 2020
A conferência do Ipea teve a proposta de estudar os rumos de desenvolvimento do país para a próxima década e traçar, de certa forma, o que seria o início de um novo pensamento desenvolvimentista até o ano 2020, do ponto de vista do planejamento, da economia e das políticas sociais e de educação. Um dos expositores, o economista e educador Cândido Mendes, lembrou que um dos avanços dos últimos anos foi o fato de o Brasil ter saído do chamado Consenso de Washington. “Isso permitiu que tivéssemos um modelo econômico claro de produção com distribuição de renda, com a oportunidade de manter e desdobrar o desenvolvimento”, afirmou.João Paulo dos Reis Veloso, um dos criadores do Ipea, propôs um modelo de desenvolvimento para o país baseado no conhecimento. “Na dimensão econômica, é preciso levar o conhecimento em todas as suas formas para todos os setores da economia e, na dimensão econômico-social, levar o conhecimento a todos os segmentos da sociedade, promovendo inclusão social e digital. Isso exige a transformação do Brasil em um país de alto conteúdo humano interagindo com inovação e tecnologia.”
Para Reis Veloso, o Brasil fez opções erradas no passado, sobretudo por ter deixado de implementar algumas reformas, como a tributária. “Para tornar o país desenvolvido em duas ou três décadas, é preciso sonhar e criar uma mobilização por um modelo com grande geração de empregos”, acrescentou, para alertar: “Se não fizermos essa opção, seremos a geração perdida”.
O presidente do Ipea, Marcio Pochmann, acentuou que o planejamento do desenvolvimento exige sabedoria para enfrentar questões que conectam os brasileiros ao passado e os ligam ao futuro. E destacou que o Brasil ainda não é um país desenvolvido por três fatores: por não ter cultura democrática, por ter demorado na transição para uma sociedade urbana e industrial e pela inversão na trajetória dos direitos sociais, que, no Brasil, não acompanharam os direitos políticos.
Qualidade
Durante o evento, o instituto divulgou o mais recente relatório sobre o Índice de Qualidade de Desenvolvimento (IQD), que avalia vários indicadores da população. O trabalho constatou que, de 2003 até hoje, o único índice que mostrou melhora contínua foi o que se refere à qualidade do bem-estar dos brasileiros. O que, conforme os pesquisadores, se reflete nas constantes quedas observadas na desigualdade e na pobreza do país ao longo do período – além de maior formalização no mercado de trabalho.O ponto fraco, entretanto, foi o chamado índice de qualidade da inserção externa, que mostrou um comportamento volátil e ficou, durante a maior parte do período estudado, em patamar abaixo do registrado pelos outros índices, levando à observação de que ainda é frágil a inserção externa da economia brasileira. Segundo o Ipea, a evolução do IQD permite concluir que a crise econômica global de 2008 interferiu nos indicadores de desenvolvimento brasileiros, embora estes tenham apresentado recuperação rápida. Boa parte dessa performance, apontou o documento, foi conseguida em razão do bom desempenho das reservas internacionais do país, da massa salarial e da redução da taxa de desemprego.
domingo, 23 de janeiro de 2011
Se cumprirá o presságio do Coronel Nascimento, vai dar....
O retorno Mangabeira Unger, ex-ministro da Secretaria de Assuntos
Estratégicos, voltará a ter funções na pasta: aceitou convite de
Moreira Franco e trabalhará na
conclusão da elaboração de programa sustentável para
Amazônia, Nordeste e Centro-Oeste. A tarefa não será remunerada, dizem
eles.
Corretíssimo, a presidenta é ela.
Obedece quem tem juízo
Eliane Cantanhêde - Folha
Jobim encontrou a Defesa em polvorosa, numa bagunça indescritível. Trocou uns chefes, enquadrou outros, arrumou a casa. É considerado o primeiro ministro da Defesa de fato na história deste país.
Para tanto, Jobim pediu e obteve carta branca de Lula, que gosta de empurrar decisões e abacaxis com a barriga e adorou jogar os militares para no colo do ministro.
Assim, Jobim tratou as Forças Armadas como um feudo seu. Criou a Estratégia Nacional de Defesa, definiu programas bilionários para Marinha, Aeronáutica e Exército -nesta ordem- e reformulou toda a organização militar para reforçar a posição do... próprio ministro.
Ocorre que Lula é Lula, e Dilma é Dilma. Ela tem uma lealdade canina -ou seria feminina?- ao ex-chefe e mentor, mas tem lá seu estilo, seu gosto pela gestão e pelo poder. Se Lula permitia e até agradecia a existência de feudos, especialmente o da Defesa, com a nova presidente não funciona assim. Ela quer saber tudo, acompanhar tudo, cobrar tudo, ter certeza do que está decidindo e assinando.
Trocando a metáfora: Jobim cantava de galo na área militar; agora não canta mais. Ele queria comprar os caças da FAB no governo Lula, mas Dilma vetou. Disse que seria em janeiro, mas Dilma adiou. Fez seu próprio parecer, mas Dilma quis ver o da FAB. Tentou continuar sendo o único interlocutor do presidente na sua área, mas Dilma abriu as portas para conversas a sós com os comandantes.
A comunicação da presidente com seu ministro vai bem, até porque ela, apesar de nascida em Minas, fala gauchês tão bem quanto Jobim. Mas ficou claro que ele não decide mais sozinho. Agora, quem manda é ela. Manda quem pode, obedece quem tem juízo.
Eliane Cantanhêde - Folha
BRASÍLIA - Apesar de Dilma Rousseff e Nelson Jobim terem acertado
os ponteiros e estarem dialogando
fluidamente, a posição de Jobim no
governo já foi bem mais confortável
-quando o presidente era Lula.
Jobim encontrou a Defesa em polvorosa, numa bagunça indescritível. Trocou uns chefes, enquadrou outros, arrumou a casa. É considerado o primeiro ministro da Defesa de fato na história deste país.
Para tanto, Jobim pediu e obteve carta branca de Lula, que gosta de empurrar decisões e abacaxis com a barriga e adorou jogar os militares para no colo do ministro.
Assim, Jobim tratou as Forças Armadas como um feudo seu. Criou a Estratégia Nacional de Defesa, definiu programas bilionários para Marinha, Aeronáutica e Exército -nesta ordem- e reformulou toda a organização militar para reforçar a posição do... próprio ministro.
Ocorre que Lula é Lula, e Dilma é Dilma. Ela tem uma lealdade canina -ou seria feminina?- ao ex-chefe e mentor, mas tem lá seu estilo, seu gosto pela gestão e pelo poder. Se Lula permitia e até agradecia a existência de feudos, especialmente o da Defesa, com a nova presidente não funciona assim. Ela quer saber tudo, acompanhar tudo, cobrar tudo, ter certeza do que está decidindo e assinando.
Trocando a metáfora: Jobim cantava de galo na área militar; agora não canta mais. Ele queria comprar os caças da FAB no governo Lula, mas Dilma vetou. Disse que seria em janeiro, mas Dilma adiou. Fez seu próprio parecer, mas Dilma quis ver o da FAB. Tentou continuar sendo o único interlocutor do presidente na sua área, mas Dilma abriu as portas para conversas a sós com os comandantes.
A comunicação da presidente com seu ministro vai bem, até porque ela, apesar de nascida em Minas, fala gauchês tão bem quanto Jobim. Mas ficou claro que ele não decide mais sozinho. Agora, quem manda é ela. Manda quem pode, obedece quem tem juízo.
País rico oferece mão de obra ao Brasil. Urgente, capacitação para já, educação para o futuro
Governos e entidades de classe do exterior contatam empresários no país para tentar enviar trabalhadores qualificados
Desenvolvimento faz intermediação de alguns encontros; vinda de profissionais esbarra em custo e burocracia
Com a falta de mão de obra qualificada no Brasil e o excesso de profissionais sem emprego nos países ricos em razão da crise, governos e entidades de classe do exterior têm contatado empresários e associações de engenheiros e arquitetos nacionais para oferecer trabalhadores.
O MDIC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior) faz a intermediação de alguns desses encontros, como aconteceu em novembro, com representantes dos Estados Unidos. Outros estão sendo feitos diretamente.
Reunidos na Embaixada dos Estados Unidos em Brasília, a convite do MDIC, empresários assistiram a uma exposição por videoconferência sobre o perfil e a qualificação das empresas americanas na área de arquitetura e engenharia.
"Eles mostraram que têm ociosidade e capacidade para trazer profissionais e empresas para trabalhar aqui", disse José Carlos Martins, vice-presidente da CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção), que participou do encontro.
CRISE
"Em razão da crise lá fora, há interesse brutal desses profissionais em vir para cá", afirmou Marcos Túlio de Melo, presidente do Confea (Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia), também presente ao encontro.
Dos brasileiros os estrangeiros ouviram detalhamento dos investimentos previstos nas áreas de energia, transporte, habitação e saneamento, além do passo a passo de um longo e caro processo para validar diplomas e obter autorização para trabalhar no país.
O tempo pode chegar a oitos meses, e o custo, passar de R$ 15 mil.
A fila de espera para entrada no país inclui engenheiros e arquitetos americanos, espanhóis, italianos, portugueses e ingleses, além de chilenos e argentinos.
CONTRAPARTIDAS
Para o Brasil, encurtar esse processo depende de contrapartidas. Representantes dos trabalhadores querem aproveitar o interesse e abrir oportunidades para brasileiros nesses países ricos.
"Eles tiveram seu momento de expansão e não flexibilizaram [regras] para a gente. Pode ser feito um acordo bilateral de longo prazo. Hoje, a gente não consegue entrar no mercado europeu", disse Melo, que já se reuniu com representantes dos EUA, da Espanha, do Chile e de Portugal e aguarda um encontro formal com o Reino Unido.
"Queremos contrapartidas e aguardamos manifestação deles", disse. Segundo ele, o número de pedidos de registro de estrangeiros triplicou em 2010.
Procurado por representantes da Itália, da Espanha e da Argentina, o presidente do Crea (Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia) do Paraná, Álvaro Cabrini, disse que todos ficaram de formalizar os pedidos, "mas até agora não chegou nada".
Folha de São Paulo. SHEILA D'AMORIM DE BRASÍLIA
sábado, 22 de janeiro de 2011
Literatura - Recomendo, estou lendo.
Elegendo-se sucessivamente deputada e senadora, Ingrid fundou em 1998 o partido
Oxigênio Verde, com o objetivo de trazer novas esperanças à política colombiana, marcada pela violência sectária e pela corrupção.
Interessada em promover o diálogo entre as diversas facções da guerra civil que há décadas dilacera a Colômbia, a jovem senadora resolveu em 2001 lançar sua candidatura às eleições presidenciais.
No ano seguinte, durante uma viagem de campanha ao único município governado por um prefeito de seu partido, a candidata - então mal colocada nas pesquisas - foi sequestrada por um comando das Farc, junto com diversos assessores e seguranças, num episódio até hoje mal explicado. Levada para o interior da selva em inúmeras viagens de barco, caminhão e marchas a pé, Ingrid se viu repentinamente desligada do convívio dos amigos e da família, isolada do mundo exterior em meio a guerrilheiros fortemente armados.
A autora de Não há silêncio que não termine passaria mais de seis anos em poder das Farc. Sua visível agonia, documentada por cartas e “provas de vida” em vídeo, bem como sua libertação numa célebre e cinematográfica operação do Exército colombiano, em 2008, chamaria novamente as atenções do mundo para o conflito que
atualmente ameaça a paz no continente sul-americano. Este livro é o relato contundente de sua experiência como prisioneira da guerrilha narcotraficante, em
meio à fome, à doença e às humilhantes condições impostas pelos sequestradores.
Os momentos mais dramáticos de sua longa crônica de desventuras certamente são as desesperadas tentativas de fuga.
Decidida a recuperar sua liberdade a qualquer custo, Ingrid tentou escapar diversas vezes, sendo invariavelmente recapturada pela guerrilha, faminta e perdida na selva.
Fim de semana em casa - "The Runaways - Garotas do Rock"
EUA - 2010. Dir.: Floria Sigismondi Distribuição: Paris Filmes / BBB (*)
É 1975 e o produtor Kim Fowley (Michael Shannon) vislumbra a possibilidade de alcançar o mesmo êxito dos Beatles fabricando uma banda de "bad girls" recém-saídas da puberdade. Elas seriam batizadas como The Runaways: um fenômeno meteórico que a crítica só levaria a sério décadas mais tarde. Esta cinebiografia realça a espiral autodestrutiva da vocalista Cherie Currie, tal como sua conturbada relação (romântica e profissional) com a guitarrista Joan Jett (que triunfaria em carreira solo nos anos 1980). Ambas são interpretadas por Dakota Fanning e Kristen Stewart, também colegas na saga "Crepúsculo". Ingênuo, um tanto superficial, o longa acerta na reconstituição de época, na trilha e, sobretudo, nas fidelíssimas cenas de palco.
(*) AAA Excepcional / AA+ Alta qualidade / BBB Acima da média / BB+ Moderado / CCC Baixa qualidade / C Alto risco
Pará - Os blog e as redes sociais, o uso da internet em Belém
Leia um amplo relatório que a empresa de pesquisas ACERTAR
realizou em Belém sobre o uso da internet, por segmentos sociais,
idade. Veja também quais são os principais blog (muitos chapa branca de
jornais estabelecidos que apresentam maiores acessos.
Pesquise também outras informações que a empresa difunde e serviços que oferece:
Pesquisas eleitorais, Pesquisas
de Mercado assessoria de imprensa, Consultorias
Pesquisas
Sociais, Pesquisas
de Desempenho Administrativo. Construção de Sistema de Indicadores de Desenvolvimento Sistentável. Desenvolvimento de Indicadores Políticos, Sociais, Econômicos e Ambientais e outros serviços.
Com a intenção de
realizar um mapeamento das características socioeconômicas dos usuários
de internet no município de Belém, a empresa de pesquisas apresenta este estudo, que além das características sociais dos
entrevistados, traz indicadores sobre a rotina de acesso e aos serviços
disponíveis na internet.
A pesquisa foi realizada entre os
dias 16 e 20 de dezembro de 2010 e contou com a participação 706
entrevistados residentes no município de Belém, sendo que o universo
foi formado por pessoas de ambos os sexos com idade de 14 anos a mais. A
margem de erro da pesquisa é de 3,8 pontos percentuais para mais ou
para menos sobre os resultados gerais, dentro de nível de confiança de
95,0%.
Ressalta-se que foram abordadas 1.183
pessoas e 706 informaram serem usuários de Internet, ou seja, pessoas
que informaram terem acessado a rede nos últimos 30 dias e para os
quais foram aplicadas as questões específicas sobre o uso da Internet.
A pesquisa foi quantitativa do tipo survey
(isto é, feita com plano de amostra, com aplicação de questionários
estruturados e padronizados), baseada em amostra representativa da
população de Belém. Para obter representatividade foram utilizadas amostras da população em estudo, estratificada por idade, sexo e classe econômica.
Para estimar a classe econômica dos
entrevistados, utilizou-se o Critério de Classificação Econômica
Brasil, desenvolvido pela Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa –
ABEP, cujo objetivo é classificar economicamente a sociedade por meio
do levantamento da posse de itens – utensílios domésticos – e da
educação do chefe de família. Para tanto, considera-se um sistema de
pontuação e a soma dos pontos é relacionada a uma determinada classe
socioeconômica: A, B, C, D e E.
A base utilizada para a elaboração do
plano amostral foi o CENSO 2010 realizado pelo IBGE – Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística, utilizando quotas proporcionais
segundo as variáveis: sexo (masculino e feminino) e grupo de idade (14
e 15, 16 a 24, 25 a 39, 40 a 49, 50 a 59 e 60 anos e mais).
Os dados foram coletados por meio de
questionário estruturado de acordo com os objetivos da pesquisa. Os
entrevistados foram abordados aleatoriamente, em trânsito – em locais
de fluxo populacional, de modo a evitar ao máximo o efeito de
aglomeração, que pode tornar a amostra tendenciosa; as entrevistas foram
realizadas de forma pessoal, face a face.
Para garantir a autenticidade e
veracidade dos dados coletados, foram adotados dois níveis de controle
de qualidade: Todos os questionários aplicados em campo foram
devidamente criticados para avaliação da consistência das informações e
20% do material coletado em campo foi verificado.
A apresentação dos resultados da pesquisa é feita segundo as seguintes variáveis de cruzamento: classe econômica, sexo, grupo de idade e grau de instrução.
PERFIL DOS USUARIOS DE INTERNET
Foram considerados usuários ativos de Internet
aqueles que acessam pelo mesmo uma vez durante o mês a internet de
algum local, seja da residência, local de trabalho, estabelecimento de
ensino, lan house, domicílio de outras pessoas ou qualquer outro local,
por meio de microcomputador. Segundo a pesquisa, 59,7% da população de
Belém com idade superior a 14 anos acessam a Internet. Isso significa
que a cada 100 pessoas com idade superior a 14 anos, 60 são usuários
ativos.
A análise por faixa etária
mostra que os usuários ativos entre 16 a 24 anos são quem mais acessam a
internet, representados por 86,6% das citações. Na faixa de 14 e 15
anos, 77,5%, dos entrevistados declararam ter navegado na web,nos
últimos trinta dias. Porém, na faixa entre 50 e 59 anos, somente 50,1%
dos respondentes utilizaram à internet e a menor taxa de usuários foi
detectada na faixa de 60 anos ou mais, com 17,6%.
Em relação ao gênero, o
percentual de homens que acessam a internet é de 61,9%, um pouco acima
do contingente feminino, que registrou 57,6%.
Acesse o site da empresa
sexta-feira, 21 de janeiro de 2011
Pará - Resultados do Vestibular da UFPA 2011
Mais de 6 mil calouros comemoraram hoje (21) aprovação no vestibular 2011 da UFPA.
A relação de aprovados no vestibular 2011
está disponível no DOL e no site www.ceps.ufpa.br.
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