terça-feira, 26 de junho de 2012

Diretor paraguaio de Itaipu quer deixar de vender excedente ao Brasil



SÃO PAULO - O novo diretor paraguaio da hidrelétrica de Itaipu, Franklin Romañach, afirmou hoje que quer deixar de vender ao Brasil a energia excedente gerada pela usina, publicou o “Jornal da Energia”. Segundo Romañach, mesmo que o país deixe de lucrar, é preferível “destinar o uso total desta energia ao próprio Paraguai, para comandar o avanço da indústria e do emprego”.

Romañach foi nomeado por Federico Franco, que assumiu a presidência do Paraguai após Fernando Lugo ter sido destituído do poder pelo Congresso, na sexta-feira.

Com 20 unidades geradoras e 14 mil Megawatts (MW) de potência instalada, Itaipu fornece 17% da energia consumida no Brasil e abastece 73% do consumo paraguaio. Cada país tem direito à metade da energia produzida na usina, mas o Paraguai historicamente consume apenas 10% do total. O restante é vendido com exclusividade ao Brasil, gerando receitas anuais de US$ 360 milhões ao Paraguai.

O ministro brasileiro de Minas e Energia, Edison Lobão, disse hoje que o governo não está preocupado com nenhum desdobramento relacionado à hidrelétrica. “Não há nenhuma retaliação. A venda da energia é regida por tratado”, afirmou.

Lobão explicou que se, por algum motivo houver alterações no contrato entre ambos os países, as modificações teriam que passar tanto pelo Congresso brasileiro quanto pelo paraguaio.

Além disso, a venda da parte excedente de energia do Paraguai, gerada por Itaipu, para outros países é inviável atualmente. Segundo o ministro, o país vizinho não dispõe de linha de transmissão para entrega de energia a outras nações e também não tem “compradores”, já que, de acordo com o contrato, o excedente tem que ser vendido para o Brasil.

Inspirado no Parsifal 5.3.






EDMILSON x PRIANTE 
 Todas as 5 pesquisas registradas e publicadas sobre as eleições em Belém mostram Edmilson (PSOL) e Priante (PMDB) em 1º e 2º lugar, respectivamente. As diferenças percentuais de uma para outra pesquisa estão dentro das margens de erros apontadas, o que pode indicar uma tendência do eleitorado em levar os dois para o 2º turno. Que rolem as águas.


domingo, 24 de junho de 2012

As aparições de 'Inexorável da Silva'. Elio Gaspari.


Lula acha que pode tudo, conversa pouco, ouve menos e, daqui a pouco, encrencará a doutora Dilma

Atribuem ao filósofo húngaro Giorgy Lukacs a seguinte afirmação: "O erro de Stálin não foi ter assinado um acordo com Hitler, foi ter acreditado nele". Em 1939, Stálin aliou-se ao Reich e comeu um pedaço da Polônia. Dois anos depois, Hitler invadiu a Rússia, e o Guia Genial dos Povos, incrédulo, entrou em estado de catatonia.

Pensando bem, Stálin não acreditou no pacto (tanto que acelerou a produção de armas), acreditou em si. Desprezou pelo menos 80 avisos de que Hitler atacaria, inclusive dois deles com a data.

Lula cavalga uma desastrosa autoconfiança. Longe dos mecanismos do poder, com os movimentos e a oratória limitados, investiu-se de um desembaraço autocrático que, em seis meses, produziu três desastres:

1) Sem discutir os prós e contras da ideia, participou de uma cenografia para abrilhantar a adesão de Paulo Maluf à candidatura de Fernando Haddad à Prefeitura de São Paulo. Humilhou Luiza Erundina e detonou a chapa petista, levando os companheiros a catar vice até no falecido movimento "Cansei", teoricamente destinado a combater a corrupção. (A ex-prefeita aceitava o apoio de Maluf, desde que não houvesse espetáculos como o do jardim do palacete da rua Costa Rica. O mesmo se pode dizer do tucanato, que buscava intermediações para negociar com Maluf.)

2) Sem ouvir os interessados, meteu-se num périplo, catituando junto a ministros do Supremo a postergação do julgamento do mensalão. Foi detonado pela exposição da manobra.

3) Impôs ao PT uma aliança com o prefeito Gilberto Kassab, atropelando a senadora Marta Suplicy, que não queria "acordar de mãos dadas" com seu adversário. Dias depois, Lula acordou sozinho e viu Kassab abraçado ao PSDB.

Deixando-se de lado o conteúdo das decisões (o que não é pouca coisa), cometeu três erros. Chutou três vezes e três vezes marcou contra o próprio gol.

A doutora Dilma acha que a crise financeira mundial é influenciada pelo fator "Inexorável da Silveira". Seu governo terá que lidar com outro fator, o do "Inexorável da Silva". Por enquanto, ele restringiu-se à casa de louças petista, mas o perigo é que vá além, encrencando o governo.

Os "inexoráveis" acham que podem tudo.

Rio + 20

A Rio+20 chega ao fim contrariando até mesmo o slogan da ONU: "O futuro que queremos". 

Sem nem debater o futuro, governantes e burocratas se omitiram também sobre o presente e o passado.

sábado, 23 de junho de 2012

O nosso Banco, o Banco da gente.

Em publicidade o banco leva seu nome, mas na verdade está cada vez mais longe de você. O cliente que desejar registrar qualquer reclamação no Banco do Brasil tem que ter uma senha cadastrada de 4 números "para sua segurança". 

Também "para a segurança do cliente" a conta paga no mesmo dia emite o recibo como agendamento. Para "proteger o cliente" há limite acumulado de saque para sábado, domingo e segunda feira. Toda reclamação só pode ser feita por telefone. Antes, no próprio portal o que era feito por escrito, dava ao reclamante a chance de provar o contato. Com as mudanças no SAC essa possibilidade não existe mais. Com essa estratégia as estatísticas devem estar favoráveis ao banco, mascarando a verdade.

Alô, alô!

 
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RIO + 20 Exposição no Forte Copacabana. Faltam políticas para valorizar a biodiversidade

 
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Rio + 20. O evento não era de todo ruim

 
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Rio + 20 - de donde nada se espera é daí que não sai nada.

 
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Mais da Rio + 20

 
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Rescaldo da Rio + 20

 
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quinta-feira, 21 de junho de 2012

O futuro que queremos e a fantasia de Dilma

A Presidente Dilma na Rio + 20
O discurso que a presidente Dilma Rousseff fez hoje na Rio+20 reflete uma visão divorciada da realidade. Enquanto ela falava sobre “coragem”, “ambição”, “responsabilidade” e “urgência”, o documento aprovado ontem pelos mais de 190 países representados na conferência está vazio de metas, compromissos e ações.

Ela encerrou seu discurso dizendo que “as futuras gerações aguardam nossas decisões”. Após esta conferência, elas terão provavelmente de esperar ainda mais. Esse processo foi criado para uma nova negociação começar em 2015 – e o planeta, que já vive consequências das mudanças climáticas, ameaça à biodiversidade e sob desigualdade crescente entre os povos, não pode esperar mais.


Ela celebrou a redução do desmatamento que a lei brasileira permite, esquecendo que o novo Código Florestal – aprovado em sua administração - promove anistia a criminosos ambientais e a destruição de nossas florestas. Ela exaltou a matriz energética limpa do Brasil, enquanto o Plano Decenal de Energia direciona investimentos do setor para o pré-sal, carvão, nuclear e megahidrelétricas na Amazônia – a despeito do enorme potencial de vento e Sol disponível no país.

O divórcio entre a visão de Dilma e o que aconteceu na conferência se refletiu inclusive na fala do secretário-geral da ONU, Ban Ki-Moon. Ele abriu seu discurso reconhecendo que os esforcos dos países não responderam aos principais desafios da Rio+20.

Quando aquela que deveria indicar a direção para o futuro que queremos admite, em sua fala, que considera como grande vitória da Rio+20 não retroceder as decisões tomadas 20 anos atrás, ela está olhando para o passado, e não para o futuro. Como disse Ban Ki-Moon, estamos correndo contra o tempo.

A dois dias do fim da conferência, não é hora de discursos vazios. Se ela deseja tornar seu discurso verdadeiro, é hora de agir com responsabilidade, urgência, coragem e ambição.

Erundina sai e agrava crise na campanha de Haddad

Deputada Luiza Erundina (PSB) em ato em que foi anunciada aliança com Haddad (PT)

Ex-prefeita abandona vice em protesto contra aliança do PT com Maluf

PSB aceita saída e se mantém na coligação; pré-candidato defende união com PP e ouve cobrança de militante.


Um dia depois da feijoada que selou o apoio do deputado Paulo Maluf (PP-SP), o pré-candidato do PT a prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, perdeu a sua vice. A deputada Luiza Erundina (PSB-SP), 77, abandonou ontem a chapa em protesto contra a aliança com o ex-rival.

A decisão agrava a crise na campanha petista, que passou a enfrentar cobranças de sua própria militância e terá que correr em busca de um substituto para a ex-prefeita.

Em reunião com a cúpula do PSB em Brasília, Erundina disse que não aceitava a ligação com Maluf, a quem acusou de corrupto e aliado da ditadura militar.

Ela reclamou das fotos do ex-prefeito ao lado de Haddad e do ex-presidente Lula, que articulou o acordo para ampliar o tempo de TV de seu afilhado em 1min35s.

Lula e o presidente do PSB, Eduardo Campos, deram aval ao rompimento. Disseram a aliados que a permanência da vice causaria mais problemas a Haddad que sua saída.

"Se ela permanecesse, seria crise todo dia. Ela seria sempre questionada sobre a presença de Maluf. Seria um ponto permanente de instabilidade", afirmou Campos.

A ex-prefeita disse ao portal G1 que deixa a chapa, mas vai "continuar apoiando a candidatura" de Haddad.

O petista acompanhou o encontro à distância e soube do desfecho por telefone. Ele lamentou a saída de Erundina, mas disse que ela já sabia da negociação com Maluf ao ser anunciada como sua candidata a vice, na sexta-feira.

"Estou muito confortável com o telefonema do Eduardo [Campos], embora lamente a decisão da companheira Erundina", afirmou Haddad. "Eu não gostei. Gostaria que ela permanecesse."

Ele disse não se arrepender da aliança com o ex-prefeito e repetiu o argumento de que o PP integra a base de apoio ao governo Dilma Rousseff.

"Como um partido que apoia o governo federal pode não servir para nos apoiar no plano municipal? Não faz o menor sentido do ponto da democracia moderna."

Antes de se reunir com Erundina, Campos consultou Haddad sobre a hipótese de retirar a indicação da vice. O petista disse que desejava a permanência dela e pediu ao aliado que a convencesse de aceitar o acordo com o PP.

A ex-prefeita ficou irredutível e reconheceu que sua permanência causaria novos problemas à campanha.

Haddad disse não ter um "plano B" para substituir a socialista. Só descartou um vice do PP de Maluf. À noite, eram cotados o advogado Pedro Dallari e a deputada Keiko Ota, ambos do PSB. Corria por fora o ex-jogador Marcelinho Carioca, suplente de deputado pela sigla.

O PC do B, que indicou a deputada estadual Leci Brandão, será consultado.

O vereador Juscelino Gadelha (PSB) lamentou a saída de Erundina, mas disse que a posição dela foi minoritária no partido. "Vamos fazer campanha com o Maluf, sem problema nenhum."

(BERNARDO MELLO FRANCO, DIÓGENES CAMPANHA, MÁRCIO FALCÃO E CATIA SEABRA)

Greves continuam, mas o governo cancela as reuniões



SÃO PAULO - O Ministério do Planejamento não cumpriu o acordo de se reunir com o movimento grevista ontem e apresentar o escopo de um novo projeto de reestruturação da carreira dos professores das universidades federais. Por conta disso, a paralisação, que completou um mês no fim de semana e paralisa a atividade de 55 instituições, continua por tempo indeterminado, de acordo com o Sindicato Nacional dos Docentes do Ensino Superior (Andes).

A presidente do Andes, Marina Barbosa, informou que o secretário Nacional de Relações Trabalhistas, Sérgio Mendonça, argumentou que em função da Rio+20 e do encontro do G-20 no México não foi possível elaborar um documento nem reunir representantes de diferentes áreas do governo federal, como o Ministério da Fazenda. Uma nova reunião será marcada na semana que vem, mas não especificou uma data, segundo confirmou a assessoria de imprensa da secretaria.

Marina disse que a atitude do governo pode gerar "reação negativa" na base da categoria. "Mais uma vez o governo não cumpre os prazos por ele mesmo anunciados, a reunião do Comando Nacional de Greve irá avaliar o quadro e definir seus passos nacionais. Aguardamos agora a convocação da próxima reunião. A responsabilidade está com o governo”, disse.

Na manhã de hoje, professores grevistas organizaram manifestação em frente à sede do Ministério do Planejamento, em Brasília.

Os professores federais reivindicam aprovação da reestruturação do plano de carreira da categoria e a melhoria das condições de trabalho nas novas universidades federais inauguradas durante o governo Lula.

(Luciano Máximo | Valor)

Dilma resiste às pressões e não recebe presidente do Irã


RIO - A presidente Dilma Rousseff contrariou os pedidos da delegação iraniana e decidiu não receber o colega Mahmoud Ahmadinejad em nenhuma reunião bilateral, à margem da Rio+20. Dilma recebeu quase 60 pedidos de reuniões paralelas com chefes de Estado, mas decidiu concentrar sua agenda em dez encontros.

Conforme ressaltaram auxiliares da presidente, encontrar-se com Ahmadinejad no Rio desviaria a atenção dos assuntos discutidos na conferência e poderia criar uma "agenda negativa". Além disso, funcionários do Palácio do Planalto e do Itamaraty ressaltam que um encontro com o presidente do Irã exige "tempo" e "atenção máxima" com palavras e declarações, o que era impossível de conciliar com a programação de Dilma no Rio.

Sem o encontro com Ahmadinejad, já totalmente descartado, Dilma concentrará sua agenda em dois encontros bilaterais. Em termos políticos, a prioridade é o café da manhã marcado para amanhã com o primeiro-ministro da Turquia, Recep Erdogan, com quem ela tem uma relação descontraída e de bastante confiança. No encontro, Dilma pretende ouvir o diagnóstico da Turquia sobre a situação no Oriente Médio, em especial da Síria. O Irã e o Egito também preocupam a presidente.

Em termos econômicos, o foco estará na conversa com o primeiro-ministro da China, Wen Jiabao, também prevista para amanhã. A intenção de Dilma é avançar, com ele, nas discussões iniciadas no G-20 sobre um possível swap cambial entre os cinco países dos Brics. Embora seja uma iniciativa comum, Brasil e China lideram as discussões.

Os demais encontros de Dilma, amanhã, serão com os chefes de Estado da Austrália, da Dinamarca, de El Salvador e da Nicarágua. À noite, ela terá um jantar com os líderes da União Africana, do qual também participarão o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o governador do Rio, Sérgio Cabral, e o prefeito do Rio, Eduardo Paes. Nesse caso, as expectativas são baixas no Palácio do Planalto, que considera o encontro um jantar de "manutenção das boas relações" criadas entre a África e o Brasil no governo Lula.

Hoje, Dilma almoçou com o presidente da França, François Hollande, e tem encontros previstos com os chefes de Estado do Senegal e da Nigéria, totalizando dez reuniões bilaterais durante a Rio+20.

(Daniel Rittner | Valor)