SÃO PAULO - O novo diretor paraguaio da hidrelétrica de Itaipu, Franklin Romañach, afirmou hoje que quer deixar de vender ao Brasil a energia excedente gerada pela usina, publicou o “Jornal da Energia”. Segundo Romañach, mesmo que o país deixe de lucrar, é preferível “destinar o uso total desta energia ao próprio Paraguai, para comandar o avanço da indústria e do emprego”.
Romañach foi nomeado por Federico Franco, que assumiu a presidência do Paraguai após Fernando Lugo ter sido destituído do poder pelo Congresso, na sexta-feira.
Com 20 unidades geradoras e 14 mil Megawatts (MW) de potência instalada, Itaipu fornece 17% da energia consumida no Brasil e abastece 73% do consumo paraguaio. Cada país tem direito à metade da energia produzida na usina, mas o Paraguai historicamente consume apenas 10% do total. O restante é vendido com exclusividade ao Brasil, gerando receitas anuais de US$ 360 milhões ao Paraguai.
O ministro brasileiro de Minas e Energia, Edison Lobão, disse hoje que o governo não está preocupado com nenhum desdobramento relacionado à hidrelétrica. “Não há nenhuma retaliação. A venda da energia é regida por tratado”, afirmou.
Lobão explicou que se, por algum motivo houver alterações no contrato entre ambos os países, as modificações teriam que passar tanto pelo Congresso brasileiro quanto pelo paraguaio.
Além disso, a venda da parte excedente de energia do Paraguai, gerada por Itaipu, para outros países é inviável atualmente. Segundo o ministro, o país vizinho não dispõe de linha de transmissão para entrega de energia a outras nações e também não tem “compradores”, já que, de acordo com o contrato, o excedente tem que ser vendido para o Brasil.
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