O polêmico presidente venezuelano está pronto para voltar ao cinema e à TV.
Hugo Chávez, o personagem, será tema de dois novos documentários: o primeiro feito por Oliver Stone e o segundo, pelo chileno Marco Enríquez. Ambos cineastas estão na fase de produção de seus filmes, que prometem lançar entre 2009 e 2010.
Enquanto o enfoque de Stone é tomar Chávez como parte de um contexto histórico que explicaria o ideal bolivariano de integração continental, Enríquez pretende retratar Chávez num primeiro filme de um projeto maior, que engloba os demais líderes de esquerda da América do Sul.
Aliás, projeto semelhante é o Renaissance, financiado pela Arte-France (produtora de tv e cinema franco-alemã), CNC (Centre National de la Cinématographie - França), da Yle (a maior emissora de TV pública da Finlândia) e RTBF (Bélgica) e que visa a analisar as figuras de Lula, Bachelet, Rafael Corrêa, Evo Morales e do próprio Chávez.
Voltando ao projeto de Stone, suas filmagens começaram junto às negociações de Chávez com as Farc pela entrega dos reféns, frustradas pela interferência do governo colombiano em dezembro de 2007. A exclusividade das filmagens era sua. "Nunca estive numa coisa assim. Estou orgulhoso de fazer parte disto", declarou Stone na ocasião à agência portuguesa Lusa. Veterano do Vietnã, ele questiona há muito as relações e políticas estadunidenses, e sua filmografia mostra títulos como Looking for Fidel e Comandante, sobre Fidel Castro, e Persona non grata, sobre o líder palestino Yasser Arafat.
Em declaração recente à revista Variety, Stone definiu seu documentário atual, sem esconder suas preferências políticas: "É sobre Chávez e a renovação na América do Sul". Já Marco Enríquez buscou uma parceria com a produtora Cine TV France. O chileno define o “bolivarianismo” de Chávez como "um dos mais potentes já vistos na América do Sul nas últimas décadas".
Enríquez é filho de Miguel Enríquez, fundador do MIR (Movimento de Izquierda Revolucionaria) e morto em confronto com militares em 1974, e tem grandes expectativas em relação ao seu trabalho: "Gostaria de somar ao projeto estas novas figuras que encarnam novos e antigos sonhos para mostrar os matizes das esquerdas latino-americanas".
Veja um trecho de um documentário de Marco Enríquez sobre seu pai, Miguel Enríquez "Os héroes estão fatigados".
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