domingo, 3 de junho de 2012

Para Lula, Haddad enfrentará os candidatos mais frágeis em São Paulo


SÃO PAULO - Em um congresso neste sábado, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) aproveitou o lançamento da candidatura do ex-ministro da Educação Fernando Haddad à Prefeitura de São Paulo para atacar o líder das pesquisas, o ex-governador José Serra (PSDB).

“Fernando, aproveite, porque os teus adversários são provavelmente os mais frágeis que você enfrentará em uma campanha”, afirmou.

Em seguida, Lula focou os ataques no tucano, sem citar nominalmente Serra. “Tem um que já está tão desgastado que nem sei porquê ele vai ser candidato a prefeito. Ele utilizou a cidade apenas como trampolim, para ser candidato a governador. Depois achou que governador era pouco, e não terminou o mandato para concorrer a presidente. E ai tomou uma ‘conga’ da presidente Dilma”, ironizou Lula, que disse que o ex-governador está desesperado.

Lula também aproveitou para dar seus recados – que não foram ouvidos, já que a senadora Marta Suplicy faltou ao evento, embora tivesse confirmado presença e tenha sido até anunciada na abertura. Citou o resultado do PT nas eleições anteriores para defender uma candidatura nova e explicar a escolha do ex-ministro, como forma de ultrapassar a barreira de 35% dos votos que o PT tem na cidade de São Paulo.

“Haddad, você agora precisa encontrar o mote, o discurso, para falar não apenas com os 35% que já votam na gente. Tem que falar com os 15% que, por alguma razão, ainda teimam em não votar no PT”, recomendou o ex-presidente.

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Lula contou a própria história, ao dizer que era preciso uma mudança para vencer. “Durante uma discussão em 2002, eu dizia que não queria ser candidato a presidente de novo em 2002 para ter 30% dos votos. Porque isso eu já tive em 1989, 1994 e 1998. Quero ser candidato para ganhar com os 20% dos votos que faltam. Por isso que nos aproximamos de um empresário, o Zé Alencar”, afirmou.

Marta Suplicy concorria pela indicação para ser a candidata do PT à Prefeitura de São Paulo pela quarta vez seguida, mas desistiu por pressão de Lula. Embora tenha abandonado a candidatura, não ingressou na campanha de Haddad e, nos momentos em que falou ao lado do ex-ministro, o constrangeu dizendo que “apenas o novo não é suficiente” – em referência ao mote da campanha, de que Haddad representa o “novo”.

(Raphael Di Cunto | Valor)


No mundo do cada um por si

Marcos Troyjo é codiretor do Briclab, nos EUA - Reprodução
Marcos Troyjo é codiretor do Briclab, nos EUA
SÃO PAULO - De um lado do Atlântico, a crise na União Europeia ganha proporções inéditas. Do lado oposto, críticos veem no livre mercado o responsável pelas desigualdades de renda na maior economia do mundo. Na seara política, a democracia representativa parece não dar conta de problemas tão distintos quanto a formação de um novo governo na Grécia e os impasses no Congresso dos Estados Unidos. No mundo todo, a ideia de Estado-Nação volta a ganhar força. Esses parecem todos sintomas de um novo fenômeno que pode durar alguns anos e deve afetar não só o mundo desenvolvido, mas o Brasil e outras economias emergentes: a desglobalização.

O diagnóstico é do economista e cientista político brasileiro Marcos Troyjo, um dos diretores do recém-criado BRICLab, núcleo dedicado ao estudo dos Brics na Universidade Colúmbia e especialista do think tank liberal Instituto Millenium. 

Na opinião de Troyjo, a nova conjuntura apresenta uma série de desafios para o Brasil. O principal é mudar o DNA de nossa economia. De país exportador de produtos de baixo valor agregado, ele precisa se tornar líder em inovação. Para que isso ocorra, o pesquisador defende maior investimento em ciência, educação e tecnologia e o resgate de um debate sobre o que chama de "interesse nacional", conceito que considera pouco claro para os brasileiros, mas bastante concreto em economias como a da China. 

Diplomata de carreira - serviu na missão brasileira junto às Nações Unidas em Nova York entre 1997 e 2001 -, Troyjo também faz críticas ao que considera falta de um plano estratégico para lidar com esse novo cenário e defende a substituição de clássicas prioridades da política externa brasileira, como a demanda por um assento permanente no Conselho de Segurança da ONU, por uma política mais ampla de inserção global do Brasil. A seguir, os principais trechos da entrevista que esse paulistano de 45 anos deu ao Aliás. 

Quando o economista Jim O'Neill cunhou o acrônimo Bric, alguns analistas o criticaram por incluir o Brasil. De fato, o país vem crescendo menos que seus parceiros. Em sua opinião, o grupo é representativo? 

Há um futuro comum para os Brics?

Marcos Troyjo: A ideia de Bric foi um conceito pensado para tentar descrever a evolução da economia global de agora até 2050. População, tamanho do mercado e dinâmica relativa foram os fatores que criaram uma certa identidade para esse grupo. Mas imaginar que esses países vão se converter em uma organização internacional é incorreto. É mais provável que seu futuro seja parecido com aquilo que durante muito tempo foi o G-7 (grupo das nações mais industrializadas), ou seja, um grupo que se reúne regularmente para emitir opiniões sobre como o mundo funciona e como deve funcionar. Se é verdade que o Brasil cresce menos que os outros, é verdade que talvez seja a economia mais madura dessas quatro. Muito provavelmente haverá outras economias que vão crescer a taxas superiores, mas isso não quer dizer que o Brasil terá sua posição ameaçada. O que vai poder ameaçar o Brasil é o país não conseguir fazer a conversão do DNA de sua economia, ou seja, se continuar apenas como produtor de baixo valor agregado, com um trabalhador de baixa produtividade. Esse é o grande dilema brasileiro: fazer a transição entre país que investe intensivamente em produtos de baixo valor agregado para país inovador, que investe com energia em tecnologia. Mas não existe um esforço nacional em relação a esse caminho. Não temos uma grande parceria entre a sociedade e o governo para fazer do Brasil um país com esse perfil. 

Ao mesmo tempo, os Brics vêm se posicionando de maneira conjunta em fóruns internacionais. O grupo pode se tornar um agente político de peso? 

Marcos Troyjo: Acho que os Brics vão ser muito mais uma espécie de voz crítica à inadequação e atraso no desenho de algumas instituições multilaterais, sem necessariamente se constituírem numa grande força em prol de sua reforma. A China e a Rússia são membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU. Esses países não querem ver seu status diminuído em termos relativos com a entrada do Brasil e da Índia. A China deseja uma ou outra reforma, mas não uma revolução da governança global a partir da qual ela venha a desempenhar um papel de liderança. Pelo contrário, a China vai focar seus problemas internos. Aliás, entendo que vamos viver uma década de desglobalização, e isso vai afetar os Brics. Se percebemos a globalização como mais comércio e investimento internacional, mais coordenação macroeconômica, mais livre circulação de bens, capitais e pessoas, todas essas frentes estão em xeque, assim como a globalização de valores, aquela ideia dos anos 1990 de que democracia representativa e economia de mercado eram os melhores parâmetros para a organização da sociedade. Vinte anos atrás, parecia que o mundo estava caminhando para um processo de integração econômica regional que tinha na União Europeia um caso paradigmático. Ora, a União Europeia está descarrilando. Estamos observando um renascimento do Estado-Nação. Há várias frentes desglobalizantes no mundo e um renascimento não dos nacionalismos, mas dos individualismos nacionais. É o mundo do cada um por si. 

E como isso afeta o Brasil?

Marcos Troyjo: Isso pode ser benéfico se conseguirmos definir onde reside nosso interesse nacional. Os chineses, por exemplo, sabem muito bem qual é o deles. O Brasil às vezes parece saber com mais clareza o que ele quer para o mundo do que definir o que quer receber dele. 

Como essa dificuldade se reflete nas decisões do governo? 

Marcos Troyjo: Qual comércio exterior o Brasil quer como porcentual do PIB em 2025, por exemplo? Qual o número de doutores por 100 mil habitantes que o Brasil pretende formar em 2025? Qual a poupança em relação ao PIB que o Brasil quer ter em 2025? Com metas assim você vai arregimentar recursos e esforços para chegar lá. Existe isso no Brasil? Acho que não. O Brasil precisa de um plano. 

Nós já tivemos algum projeto nacional? 

Marcos Troyjo: Existem planos emergenciais, desenhados para lidar com problemas pontuais urgentes. Por exemplo, os planos de combate à inflação no Brasil, como o Plano Cruzado e o Plano Verão. Há também planos voltados para a harmonização das capacidades internacionais de competir. Temos o caso do PAC, o Programa de Aceleração do Crescimento. O PAC não é o Brasil construindo para o futuro. É o Brasil em busca do tempo perdido. Construir ferrovias, portos, estradas não é o futuro, é o presente. O País já teve alguns planos estratégicos, o "50 anos em 5" de Juscelino Kubitschek, por exemplo. Agora vamos ingressar em uma fase, talvez até já estejamos nela, de desglobalização, em que o tema do interesse nacional vai ter que prevalecer. 

O Brasil parece carecer da mesma influência internacional que seus parceiros de grupo. Em termos de influência política, o País tem que se conformar em ser um sócio menor dos Brics?

Marcos Troyjo: É importante saber quais são as políticas de poder, de prosperidade e de prestígio brasileiras. Em relação ao poder, o País abriu mão de posições estratégico-militares de caráter ofensivo. As ambições nesse aspecto se resumem a ser um membro construtivo e, se depender do Brasil, ainda mais ativo de organismos multilaterais como a ONU. O Brasil gostaria de ser membro permanente do Conselho de Segurança. Essa é uma questão que depende dos atuais membros e não deve ser resolvida no curto prazo. Talvez nem devêssemos colocar tanta ênfase no assunto. O Conselho de Segurança tem mandato internacional para fazer intervenções importantes no mundo, mas hoje tem sido pouco eficiente. Em termos de influência de prosperidade, vai depender muito do que acontecer com a economia brasileira. Se o Brasil crescer 5% ao ano no período de 2012 a 2030, vai ser uma das quatro maiores economias do mundo. E, se fizer uma conversão da sua economia para atividades cada vez mais tecnológicas, sem dúvida projetará influência por conta de sua prosperidade. Quanto à política de prestígio, acho que vai estar ligada à prosperidade brasileira e projeção dos interesses econômicos do Brasil. Deve estar muito associada também a políticas de inclusão social, como programas de renda mínima, Bolsa Escola e Bolsa Família, que têm chamado atenção de outros países e sido um elemento importante do chamado soft power brasileiro. 

Qual deveria ser então o objetivo principal de nossa política externa?

Marcos Troyjo: Acho que deveria ser um objetivo que vá além da política externa, algo a ver com a política de inserção global do Brasil. É um esforço que precisaria ir além da diplomacia tradicional para aumentar a parcela do comércio internacional na composição do PIB, ou seja, aumentar o número de exportações e importações e também abrir novas frentes para investimentos. O número de funcionários que nosso serviço exterior coloca à disposição das atividades de promoção comercial e atração de investimentos nas embaixadas e consulados é muito pequeno se comparado ao de outros países. Tínhamos de unificar o comando da política de comércio exterior e de atração de investimentos estrangeiros diretos. Se conseguirmos colocar todos os nossos ativos de política exterior ao serviço do projeto de prosperidade brasileiro, acho que isso constituiria uma prioridade mais relevante para as necessidades da população do que fazer parte de um clube restrito como o Conselho de Segurança. 

Como a crise europeia afeta o Brasil?

Marcos Troyjo: Em primeiro lugar, os investidores puxam o freio, correm para os ativos mais tradicionais e seguros. Essa onda de pessimismo e apreensão também chega ao Brasil. A questão do comércio é algo menos impactante. Feliz ou infelizmente, o Brasil tem apenas cerca de 17% de seu PIB como resultado da soma de importações e exportações. Ou seja, o comércio exterior para o Brasil não desempenha um papel tão importante. Além disso, apenas 20% das nossas exportações vão para a União Europeia e são produtos em geral de baixo valor agregado. Não há necessariamente uma grande retração de demanda. Já em relação a investimentos, aí sim o Brasil é mais afetado. Primeiro porque os investimentos financeiros saem daqui para buscar opções mais seguras e mais chamativas, pois o País perdeu atratividade com a redução da taxa de juros. Em segundo lugar, com a perda de velocidade da economia mundial e da economia brasileira, os investimentos estrangeiros diretos também arrefeceram. 

A redução da taxa de juros deveria ser evitada, já que juros altos atraem mais investimentos?

Marcos Troyjo: É uma faca de dois gumes. Do ponto de vista teórico, está correto jogar as taxas de juros para baixo, porque taxas elevadas acabam se tornando um dos obstáculos para o crescimento econômico. O fato é que há uma aversão de risco generalizada. Vamos saber se essa redução da taxa de juros vai ser benéfica se a atividade industrial e econômica se aquecer em velocidade superior aos efeitos negativos da saída de capitais. Essa vai ser a tensão. Muita gente acha que os efeitos negativos da saída de investimentos são mais rápidos que os efeitos benéficos de taxas mais baixas.
Caio Quero - O Estado de S.Paulo

Razón de Vivir - Víctor Heredia

sábado, 2 de junho de 2012

CTBel altera trânsito para construir elevado


Mais alterações no trânsito foram anunciadas pela Companhia de Transportes do Município de Belém (CTBel). As obras do Bus Rapid Transit (BRT) vão modificar mais uma vez o trânsito a partir desta segunda-feira.

Aqueles que saem das avenidas Augusto Montenegro e Pedro Álvares Cabral não mais poderão chegar a rodovia BR-316 pela rotatória do Entroncamento. A alternativa? Alongar o caminho e seguir pela Álvares Cabral até a Tavares Bastos - que continua com apenas um sentido-, voltar pela avenida Almirante Barroso para ter acesso à BR-316.

Essas mudanças ocorrerão porque a construção do segundo elevado do Entroncamento começa nesta segunda, o que vai interditar parte da rotatória até 30 de setembro. Esse elevado vai ligar a Pedro Álvares Cabral e Almirante Barroso. O primeiro elevado, que ligará a Augusto Montenegro e a BR-316, já está em construção, mas não precisou interromper o fluxo de veículos.

ÔNIBUS

Costumam vir da BR-316 para Belém aproximadamente 41.600 veículos diários, 30% deles acessavam a cidade pela Pedro Álvares Cabral e o restante pela Almirante Barroso. Já da Augusto Montenegro descem 25.800 carros, que obedecem a mesma proporção de fluxo. “A partir dessas mudanças, vamos realizar um estudo para saber como se dará esse fluxo e aí avaliaremos se mais alguma via será alterada para facilitar o trânsito”, afirma o diretor de trânsito da CTbel, Elias Jardim.

A passagem Mariano terá dois sentidos até a passagem Nossa Senhora das Graças, onde os motoristas poderão acessar a passagem Nossa Senhora Aparecida e chegar a Almirante Barroso. A alternativa é para quem segue pela avenida João Paulo II, em vez de usar a Almirante Barroso.

Segundo o diretor de transportes da CTBel, Paulo Serra, as linhas de ônibus já foram alertadas sobre as mudanças. “Já notificamos todas as empresas, mas os itinerários não vão mudar. A única modificação é que os ônibus que vinham da Augusto Montenegro e estavam desviando para a avenida Pedro Álvares Cabral, voltam a fazer seu trajeto normal”, explica.

Para a diretora superintendente da CTBel, Ellen Margareth, a realidade de Belém não permite muitas alterações. “A verdade é que temos poucas ruas de acesso e não temos como viabilizar a obra se não criar essas alternativas”, aponta.

“Se houve estudo, eu acho que vai dar certo. Alguma coisa tem que melhorar”, acredita o motorista Fred Abrantes. A certeza dele não é partilhada por todos. “Coisa boa eu não sei se vai sair, mas que está complicado, isso está”, afirma o vendedor José Souza. Para a funcionária pública Britis Helena Valente, a obra vai dar certo. “Acho sim que vai funcionar, mas a prefeitura devia ter tomado as providências iniciais necessárias para realizá-la”. (Diário do Pará)

Tania Libertad _ Razon de Vivir

quinta-feira, 31 de maio de 2012

Novo livro sobre Chile - "A Sombra do Ditador - memórias políticas do Chile sob Pinochet"

Livro resgata memórias do Chile sob Pinochet
O diplomata Heraldo Muñoz analisa as mudanças ocorridas no Chile após o golpe que instituiu a ditadura do general Pinochet

Um dos mais ferrenhos opositores da ditadura Pinochet, o diplomata e intelectual Heraldo Muñoz relata e analisa suas memórias políticas do país sob o ditador – que liderou um governo sangrento que durou 17 anos e deixou cerca de 40 mil vítimas de prisão, tortura, morte ou desaparecimento. Mas também impôs o neoliberalismo ao Chile, elevando-o a uma das nações mais desenvolvidas da América Latina.

A sombra do ditador começa com os fatídicos acontecimentos de 11 de setembro de 1973, dia do golpe de Estado que derrubou o presidente Salvador Allende, e vai até a eleição de Michelle Bachelet, em 2006 – mas não se limita a narrar os fatos. Apresenta farto material de pesquisa, inclusive documentos secretos americanos e chilenos, além de entrevistas com os principais personagens envolvidos na história chilena nas últimas décadas.

Militante do Partido Socialista que elegera Allende, Muñoz conta o que aconteceu no Palácio de la Moneda no dia do golpe e aborda episódios marcantes como o atentando à vida de Pinochet, a Dina e a Operação Condor, o assassinato do general Carlos Prats em Buenos Aires e o assassinato de Orlando Letelier em Washington.

Analisa também o papel dos Estados Unidos na ocasião, o apoio direto de Kissinger a Pinochet, os debates entre exilados para organizar a resistência à ditadura e a luta da oposição para dar fim a um dos regimes mais repressivos do mundo e para reconstruir a democracia no Chile.

Serviço
Lançamento do livro "A Sombra do Ditador - memórias políticas do Chile sob Pinochet"
Data: 31 de maio
Horário: 18h
Local: Auditório da Reitoria

Depois do buraco a VALE não paga



A VALE acumulou mais de US$180 Bilhões, em menos de 10 anos. No Pará, o governo passado presenteou à empresa com incentivos fiscais de praticamente 100%. Que dizer a empresa não paga NADA, ZERO de impostos ao Estado (só royalties),  e ainda se queixa na justiça para não pagar a taxa de mineração. Dado curioso, toda empresa que vende ou compra deve pagar imposto, madeireiros, pecuaristas, etc. Mas a empresa mais querida do Brasil, assim premiada pelo governo Lula, está isenta de impostos e  se nega a pagar a taxa de acompanhamento das atividades de mineração. 


Ainda quer que o Governo execute a obra do derrocamento do Pedral do Lourenço para começar a investir na construção da ALPA. 


O Governo FHC foi duramente criticado pela privatização da VALE (com razão), mas ela não ficou tão solta assim, o atual governo poderia, pelo menos cobrar o justo, como é feito na maioria dos países onde existe mineração privada. Só no Brasil que empreiteiro manda e faz política pública. Exemplo mais evidente, são as empreiteiras, todas elas em negócios privados com o governo (DELTA e Cia, e mais umas trocentas). 

Segue matéria do Diário do Pará, sobre o assunto. 

“A decisão de construir a Alpa é uma decisão firme, irreversível e definitiva”. A afirmação, em tom enfático para afastar dúvidas e desconfianças em relação ao projeto, foi feita no Rio de Janeiro, pelo diretor global de Siderurgia da Vale, Aristides Corbellini. Em conferência exclusiva a jornalistas paraenses, o diretor da Vale disse ainda que a siderúrgica Aços Laminados do Pará, a ser construída em Marabá, é um empreendimento estratégico para a empresa e vai significar o marco inicial da industrialização do Estado. “Em termos de indução ao desenvolvimento econômico, a implantação da siderúrgica terá para o Estado do Pará uma importância incomparavelmente maior do que teria, por exemplo, a construção de uma refinaria de petróleo”, destacou Aristides Corbellini.

A declaração coloca em relevo a capacidade indutora do empreendimento, e quase infinita oportunidade para a atração de novos negócios, a partir do polo metal mecânico já projetado para a região sudeste do Pará. Aristides Corbellini e o diretor presidente da Alpa, José Carlos Gomes Soares, garantiram também que o início das obras de construção da siderúrgica só depende da implantação da hidrovia do Tocantins, que torna indispensável o derrocamento do rio num trecho de 43 km entre Marabá e Tucuruí.

Essa obra foi projetada para assegurar a plena navegabilidade do Tocantins durante o ano inteiro. Complementar ao sistema de transposição do reservatório de Tucuruí, deverá criar um eixo hidroviário ligando a cidade de Marabá ao porto de Vila do Conde, em Barcarena.

Para Aristides Corbellini, não deve ser nem mesmo considerada hipótese de desistência do governo em relação à hidrovia do Tocantins, quando se sabe que a obra é vital para dar efetividade às eclusas de Tucuruí, em cuja construção a União Federal investiu cerca de R$ 1,6 bilhão. Da parte da Vale, ele garantiu também que não há sequer cogitação pela busca de alternativas que possam excluir a hidrovia, e descarta qualquer hipótese que não considere o modal hidroviário como meio de transporte de insumos para suprimento do complexo siderúrgico e de escoamento da produção. O diretor enfatizou que a Vale tem um compromisso com o Pará, de dar partida ao processo de industrialização das riquezas minerais. “E a usina siderúrgica faz parte disso”. A Alpa vai mobilizar investimentos superiores a US$ 5 bilhões e terá capacidade de produção para 2,5 milhões de toneladas de placas de aço em sua primeira etapa. Só no complexo siderúrgico, a empresa projeta a geração de 12 mil empregos diretos, durante a implantação, e 3 mil na operação, conforme o gerente geral de projetos siderúrgicos, Dimas Bahiense.


HIDROVIA

A Vale deverá entregar ao governo federal, em dezembro, o projeto executivo do derrocamento do Pedral do Lourenço, para que seja feita a licitação e execução da obra. O assunto já foi tratado pela direção da empresa com o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, em Brasília, e entregue a ele minuta de um documento que atualiza os compromissos firmados em 2008 entre a Vale, governo federal, Estado e Prefeitura de Marabá. Se a agenda tivesse sido cumprida, a Alpa estaria em fase final de implantação e começaria a operar já no ano que vem. A Vale já investiu quase US$ 300 milhões no projeto. Mas agora depende de ações fora da sua competência. O governo federal continua devendo as obras de derrocamento do Pedral do Lourenço, a construção do segundo terminal no porto de Vila do Conde e a realocação da BR-230. Já o Governo do Estado continua tentando, na esfera judicial, a desapropriação da gleba 11, que deve completar a área física da Alpa. Aristides Corbellini reafirma o compromisso de colocar a siderúrgica em operação no prazo de 48 meses, sem risco de retrocesso em decorrência da crise do mercado internacional. Já foram concluídas as obras de engenharia de infraestrutura, de processos siderúrgicos, do terminal fluvial e do ramal ferroviário com cerca de 13 km de extensão que vai ligar o complexo industrial da Alpa à Estrada de Ferro Carajás. a Vale garante desde já fazer da Alpa, em termos tecnológicos e operacionais, a usina siderúrgica mais moderna do mundo.

(Diário do Pará)

quarta-feira, 30 de maio de 2012

Interprete as palavras





“As pesssoas Certas na hora certa, mudam os processos” Por isso eu quero rendir uma homenagem hoje ao Presidente Lula. 

Ele fez a coisa certa no momento certo. Ontem, na reunião com Gilmar Mendes e Nelson Jobim ele fez a coisa certa.  

Em Brasília, Lula evita alimentar polêmica sobre mensalão



BRASÍLIA - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva evitou nesta quarta-feira alimentar a polêmica de que estaria pressionando ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) a adiar o julgamento do mensalão. Em palestra durante um evento sobre desenvolvimento econômico e social, Lula rebateu os críticos de seu governo e da administração Dilma Rousseff e ainda defendeu a redução da pobreza na África e na América Latina como uma forma de combater a crise financeira internacional.

Lula afirmou que a ausência de decisões políticas de líderes da União Europeia poderá deteriorar a conjuntura econômica global, acrescentando que os países ricos deveriam apostar no consumo de seus habitantes.

“Acho que, se a Europa não resolver logo seus problemas, teremos mais problemas”, discursou Lula no V Fórum Ministerial de Desenvolvimento, evento organizado pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) e a Agência Espanhola de Cooperação Internacional para o Desenvolvimento.

Lula, entretanto, provocou seus adversários. Logo que iniciou sua palestra, o ex-presidente, que recentemente tratou de um câncer na laringe, afirmou que discursaria em pé e não sentado para não dizerem que ele está doente. Destacou que muita gente gosta dele, mas ponderou que há também quem não goste. “Tenho que tomar cuidado com eles”, disse.

Segundo a revista “Veja”, Lula teria se reunido com o ministro Gilmar Mendes, do STF, no escritório do ex-ministro Nelson Jobim. No encontro, de acordo com a reportagem, Lula teria proposto que Gilmar defendesse o adiamento do julgamento do mensalão em troca de proteção na CPI do Cachoeira. Gilmar Mendes interpretou que estava sendo chantageado, pois petistas estariam espalhando boatos de que ele teria viajado em um avião particular com o senador Demóstenes Torres (sem partido-GO) pago pelo empresário Carlos Augusto Ramos. Conhecido como Carlinhos Cachoeira, Ramos foi preso sob a acusação de chefiar um esquema ilegal de jogos de azar. Segundo a Polícia Federal, Demóstenes Torres um dos principais elos de Cachoeira no meio político.

Lula citou algumas realizações de seu governo e rebateu críticas de que os programas de transferência de renda seriam assistencialistas. Frisou ainda que seus críticos ficariam ainda mais irritados quando a redução da pobreza acabar com a oferta de empregadas domésticas. Disse ainda que, em vez de o condenarem pelo aumento de carros nas ruas, deveriam reprovar aqueles que não constroem mais ruas nas cidades.

O ex-presidente também disparou ironias contra a imprensa. Afirmou, por exemplo, que os meios de comunicação que provocaram a queda da ex-ministra da Casa Civil Erenice Guerra nada publicaram quando a denúncia contra sua ex-auxiliar foi retirada na Justiça.

(Fernando Exman | Valor)



Quem elege o prefeito são eles