Os resultados da eleição no Chile:
Tercer cómputo (98,32% dos votos contabilizados): Piñera 44,03%, Frei 29,62%, MEO 20,12% y Arrate 6,21%
Frei obteve a menor votação da concertação desde sua criação. Um candidato de centro direita, opaco, que já foi presidente, depois do retorno à democracia e que exerceu um governo medíocre e pouco terá a oferecer na sua nova gestão.
O Candidato ultra conservador da direita Sebastian Pinheira representa um grave retrocesso para Chile, afirmou Marco Enríquez.
Marco Enríquez reconheceu os resultados da eleição e com um homenagem a seu padre Miguel Enríquez terminou se discurso. Assista Aqui.
Amazônia, meio ambiente, ecologia, biodiversidade, desenvolvimento sustentável, ciência e tecnologia, incubadoras e parques tecnológicos, política nacional e internacional - Amazonia, the environment, ecology, biodiversity, sustainable development, science and technology, incubators and technology parks, national and international policy
segunda-feira, 14 de dezembro de 2009
domingo, 13 de dezembro de 2009
Política Internacional - A história do Chile pode mudar hoje
Os chilenos podem ter hoje a maior surpresa da sua história recente, um candidato de esquerda de fora da concertação pode passar para o segundo turno das leições para presidente.
A novidade é que todos os candidatos prometem dar continuidade às políticas da Presidenta Michelle Bachelet, socialista e filha de uns dos Ministros de ex-Presidente Salvador Allende, quem foi cruelmente torturado até a morte, por instruções diretas do Pinochet.
Apesar de impedida por lei de se candidatar à reeleição imediata e com popularidade que beira os 80%, a presidente socialista do Chile, Michelle Bachelet, também atua como figura de destaque nas eleições chilenas de domingo, na qual todos os candidatos, inclusive o favorito Sebastián Piñera, de direita, já se comprometeram a dar continuidade a seu trabalho.
Bachelet assumiu em março de 2006 como a primeira mulher a governar o país. No início, enfrentou severas críticas, que miravam em sua suposta falta de personalidade e liderança. Agora, a poucos meses de deixar o poder, se transformou na presidente mais popular da história do Chile.
Sua curva de popularidade apresenta um paradoxo: as pesquisas davam a Bachelet 35% de aprovação quando o país passava por uma fase de bonança econômica (outubro de 2006), mas este percentual mais que dobrou em plena crise.
Sua decisão de economizar recursos em épocas de "vacas gordas" para utilizá-los em planos que ajudaram o Chile a escapar quase ileso da crise econômica mundial agradou os eleitores. Agora, todos os candidatos a sua sucessão prometem manter a bem sucedida rede de proteção social que ela criou.
"Eu digo com orgulho: vou ser o continuador da presidente Bachelet", afirmou o candidato governista Eduardo Frei, que está em segundo lugar nas preferências. Ele foi publicamente apoiado por Bachelet, mas isto não contribuiu muito para que avançasse nas preferências dos eleitores chilenos.
O dissidente de esquerda Marco Enríquez-Ominami, terceiro nas pesquisas, se apresentou como o verdadeiro continuador do governo, argumentando que encarna o mesmo espírito rebelde de Michelle Bachelet.
"Esta candidatura é, finalmente, a continuação lógica da liderança da presidente Bachelet", afirmou Enríquez, que se afastou do governo para se apresentar como candidato independente.
O empresário Sebastián Piñera, candidato de direita e favorito a vencer o pleito de domingo, também não teve problemas em incluir a imagem de Bachelet em sua campanha eleitoral.
"Piñera disse que muitas políticas da presidente vão continuar. A imagem da presidente é patrimônio de todos os chilenos", afirmou Rodrigo Hinzpeter, chefe da campanha de Piñera, defendendo-se de críticas por ter associado a imagem de Bachelet a seu candidato.
Para os analistas, a popularidade de Michelle Bachelet está associada a seu acertado gerenciamento econômico e à tenacidade que apresenta ao defender sua obra social.
Bachelet definiu a proteção social como o eixo principal de seu governo. Durante seu mandato, estabeleceu uma pensão básica universal para os aposentados mais pobres, triplicou o número de creches públicas e instituiu a distribuição gratuita de um pacote completo de acessórios para mães que dão à luz nos hospitais públicos, entre outras medidas.
Para o cientista político da Universidade do Chile Guillermo Holzmann, a disputa dos candidatos à presidência pela imagem de Bachelet é um elogio e tanto a seu trabalho.
"O fato de que Piñera a utilize em sua campanha é um reconocimiento implícito de que no Chile não há um modelo alternativo, e sim que aceitamos um só: de reinserção plena na globalização. Não há direita ou esquerda", disse Holzmann à AFP.
"Se há 80% de popularidade é porque há um importante setor da direita a favor dela", explicou por sua vez Carlos Huneeus, diretor do Centro de Estudos da Realidade Contemporânea (CERC).
A novidade é que todos os candidatos prometem dar continuidade às políticas da Presidenta Michelle Bachelet, socialista e filha de uns dos Ministros de ex-Presidente Salvador Allende, quem foi cruelmente torturado até a morte, por instruções diretas do Pinochet.
Apesar de impedida por lei de se candidatar à reeleição imediata e com popularidade que beira os 80%, a presidente socialista do Chile, Michelle Bachelet, também atua como figura de destaque nas eleições chilenas de domingo, na qual todos os candidatos, inclusive o favorito Sebastián Piñera, de direita, já se comprometeram a dar continuidade a seu trabalho.
Bachelet assumiu em março de 2006 como a primeira mulher a governar o país. No início, enfrentou severas críticas, que miravam em sua suposta falta de personalidade e liderança. Agora, a poucos meses de deixar o poder, se transformou na presidente mais popular da história do Chile.
Sua curva de popularidade apresenta um paradoxo: as pesquisas davam a Bachelet 35% de aprovação quando o país passava por uma fase de bonança econômica (outubro de 2006), mas este percentual mais que dobrou em plena crise.
Sua decisão de economizar recursos em épocas de "vacas gordas" para utilizá-los em planos que ajudaram o Chile a escapar quase ileso da crise econômica mundial agradou os eleitores. Agora, todos os candidatos a sua sucessão prometem manter a bem sucedida rede de proteção social que ela criou.
"Eu digo com orgulho: vou ser o continuador da presidente Bachelet", afirmou o candidato governista Eduardo Frei, que está em segundo lugar nas preferências. Ele foi publicamente apoiado por Bachelet, mas isto não contribuiu muito para que avançasse nas preferências dos eleitores chilenos.
O dissidente de esquerda Marco Enríquez-Ominami, terceiro nas pesquisas, se apresentou como o verdadeiro continuador do governo, argumentando que encarna o mesmo espírito rebelde de Michelle Bachelet.
"Esta candidatura é, finalmente, a continuação lógica da liderança da presidente Bachelet", afirmou Enríquez, que se afastou do governo para se apresentar como candidato independente.
O empresário Sebastián Piñera, candidato de direita e favorito a vencer o pleito de domingo, também não teve problemas em incluir a imagem de Bachelet em sua campanha eleitoral.
"Piñera disse que muitas políticas da presidente vão continuar. A imagem da presidente é patrimônio de todos os chilenos", afirmou Rodrigo Hinzpeter, chefe da campanha de Piñera, defendendo-se de críticas por ter associado a imagem de Bachelet a seu candidato.
Para os analistas, a popularidade de Michelle Bachelet está associada a seu acertado gerenciamento econômico e à tenacidade que apresenta ao defender sua obra social.
Bachelet definiu a proteção social como o eixo principal de seu governo. Durante seu mandato, estabeleceu uma pensão básica universal para os aposentados mais pobres, triplicou o número de creches públicas e instituiu a distribuição gratuita de um pacote completo de acessórios para mães que dão à luz nos hospitais públicos, entre outras medidas.
Para o cientista político da Universidade do Chile Guillermo Holzmann, a disputa dos candidatos à presidência pela imagem de Bachelet é um elogio e tanto a seu trabalho.
"O fato de que Piñera a utilize em sua campanha é um reconocimiento implícito de que no Chile não há um modelo alternativo, e sim que aceitamos um só: de reinserção plena na globalização. Não há direita ou esquerda", disse Holzmann à AFP.
"Se há 80% de popularidade é porque há um importante setor da direita a favor dela", explicou por sua vez Carlos Huneeus, diretor do Centro de Estudos da Realidade Contemporânea (CERC).
Curiosidades - Avaliação de acessos ao Blog do Enríquez, por países e por número de visitantes
Desde 11 de fevereiro de 2009 para 26 de novembro de 2009: 18.104 visitas registradas no mapa acima, agrupadas nos círculos vermelhos (bolas)por quantidade de visitas em cada páis.
- Distância em que os indivíduos são agrupados
Dependendo do tamanho dos circulos vermelhos o número de visitantes do Blog será maior ou menor:
Círculos maiores indicam maior número de visitantes =1.000 ou + = 100-999 = 10-99 = 1-9 visitas.
As estatísticas atualizadas foram em 13 de dezembro de 2009 às 06:12 GMT: registram 19.192 visitas.
A Contagem é atualizada a cada 24 horas, entretanto, as atualizações de mapas são deliberadamente diferente.
- Distância em que os indivíduos são agrupados
Dependendo do tamanho dos circulos vermelhos o número de visitantes do Blog será maior ou menor:
Círculos maiores indicam maior número de visitantes =1.000 ou + = 100-999 = 10-99 = 1-9 visitas.
As estatísticas atualizadas foram em 13 de dezembro de 2009 às 06:12 GMT: registram 19.192 visitas.
A Contagem é atualizada a cada 24 horas, entretanto, as atualizações de mapas são deliberadamente diferente.
Total de acessos desde 11 de fevereiro de 2009: 19.192. Muito obrigado.
Blog do Enríquez.
Blog do Enríquez.
sábado, 12 de dezembro de 2009
China - Industria do mundo e política de pleno emprego
Saúde - Veterinários alertam riscos de "beijar rãs" como nos últimos filmes da Disney
a Associação de Veterinários do Estados Unidos alertou à população americana a não bejiar as rãs, em momentos em que se estreia a última produção de Disney “a princesa y a rã”, já que se suspeita que os batracios são portadores de salmonela.
Cuidado com as rãs e sapos.
Cuidado com as rãs e sapos.
Brasil 2022 - Jovens discutem no Orkut o futuro do Brasil
Lonise Gerstner*
Mais de 600 jovens vêm colocando no Orkut suas idéias e propostas para Transformar o Brasil que Temos no Brasil que Queremos até 2022, quando o país completa 200 anos da Independência: Projeto 2022 do PNBE - Pensamento Nacional das Bases Empresariais, que visa mobilizar a sociedade para superar as deficiências e problemas atuais, de modo a criar um país socialmente justo, economicamente forte, ambientalmente sustentável, politicamente democrático e eticamente respeitável.
Recebi um e-mail de aviso e imediatamente me "joiniei" ou aderi ao grupo. Caso você tenha se interessado, a comunidade no Orkut leva o nome "Brasil 2022". O simples fato de poder entrar ali e achar outras 1080 pessoas cadastradas e interessadas em discutir o assunto, já me deixou feliz.
A descrição:
Como transformar o Brasil que Temos para o Brasil que Queremos em 2022, quando se completarão 200 anos da independência política do Brasil?
Queremos um Brasil
economicamente forte,
socialmente justo,
eticamente respeitável,
politicamente democrático e -ambientalmente sustentável.
Acho que me bateu tanto porque no mesmo dia mais um colega havia sido assaltado... Não dá para seguir vivendo sem pensar numa forma de contribuir para uma reformulação do nosso país.
* Lonise Gerstner é autora dos livros:
Paralelo 30 - crônicas do cotidiano digital
Mais de 600 jovens vêm colocando no Orkut suas idéias e propostas para Transformar o Brasil que Temos no Brasil que Queremos até 2022, quando o país completa 200 anos da Independência: Projeto 2022 do PNBE - Pensamento Nacional das Bases Empresariais, que visa mobilizar a sociedade para superar as deficiências e problemas atuais, de modo a criar um país socialmente justo, economicamente forte, ambientalmente sustentável, politicamente democrático e eticamente respeitável.
Recebi um e-mail de aviso e imediatamente me "joiniei" ou aderi ao grupo. Caso você tenha se interessado, a comunidade no Orkut leva o nome "Brasil 2022". O simples fato de poder entrar ali e achar outras 1080 pessoas cadastradas e interessadas em discutir o assunto, já me deixou feliz.
A descrição:
Como transformar o Brasil que Temos para o Brasil que Queremos em 2022, quando se completarão 200 anos da independência política do Brasil?
Queremos um Brasil
economicamente forte,
socialmente justo,
eticamente respeitável,
politicamente democrático e -ambientalmente sustentável.
Acho que me bateu tanto porque no mesmo dia mais um colega havia sido assaltado... Não dá para seguir vivendo sem pensar numa forma de contribuir para uma reformulação do nosso país.
* Lonise Gerstner é autora dos livros:
Paralelo 30 - crônicas do cotidiano digital
sexta-feira, 11 de dezembro de 2009
Copenhage (COP-15) - Debate não se encerrará na Dinamarca: Suzana Kahn - Secretária MMA
A secretária de Mudanças Climáticas e Qualidade Ambiental do Ministério do Meio Ambiente, Suzana Kahn, fala sobre as expectativas em relação às negociações em Copenhague.
Ela, que também é cientista da área de transportes e prêmio Nobel 2007 pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças do Clima (IPCC), destaca as ações previstas no Plano Nacional de Mudanças Climáticas.
O Brasil vai a Copenhague com compromissos voluntários ousados. É uma situação favorável para defender com mais ênfase um acordo climático forte e cobrar aportes significativos de recursos e de tecnologia. Trata-se da consolidação do protagonismo brasileiro?
Quando os países em vias de desenvolvimento assumem compromissos numéricos com a mudança das suas trajetórias de emissão, estão demonstrando que de fato querem crescer em um novo modelo, rumo a uma economia verde. No entanto, para que possamos sair da trajetória business as usual [crescimento tendencial das emissões], e seguir um modelo inovador, criativo, com tecnologias limpas, é preciso investimento.
Não se trata de doação. É cooperação internacional. É respeito ao princípio das responsabilidades comuns, porém diferenciadas. Quando as nações ricas ajudam os países em desenvolvimento a mudar seu padrão de crescimento estão ajudando a si mesmas. A atmosfera não tem nacionalidade e o mundo é um só.
Infelizmente o eixo sobre financiamento nas negociações do clima ainda está muito aquém do necessário. A arquitetura financeira é um ponto nevrálgico e com certeza a delegação brasileira vai discutir firmemente esse ponto.
Com a redução expressiva do desmatamento, matriz energética limpa e compromissos numéricos com a redução de emissões futuras, temos um excelente portfólio de ações que nos colocam em uma forte posição de negociação, reforçando nosso protagonismo.
Quais são suas expectativas para a COP 15?
São otimistas, mas realistas. O debate não se encerrará na Dinamarca. Esse é na verdade ao ponto de partida, pois na sequência temos a fase de detalhamento e implementação desse redirecionamento da economia mundial.
No plano doméstico, quais os principais objetivos já expressos no Plano Nacional sobre Mudanças do Clima?
Podemos citar metas de eficiência energética, as medidas nessa área podem gerar uma economia de 106 mil GWh em 2030, o que representa a não emissão de cerca de 30 milhões de toneladas de CO2.
O governo também quer manter elevada a participação de energia renovável na matriz elétrica, com o aumento da oferta de energia elétrica de co-geração, principalmente do bagaço da cana-de-açúcar, para 11,4% da oferta total de eletricidade no País em 2030.
A hidroeletricidade deverá agregar ao sistema 34 GW e o estímulo à utilização de sistemas de aquecimento solar de água, que pode gerar a redução do consumo de energia em 2015 de 2,2 mil GWh/ano.
No que se refere à ampliação de termelétricas, o Ministério do Meio Ambiente está trabalhando para que sejam adotadas pelos empreendedores medidas que visem à mitigação das emissões de dióxido de carbono (CO2) oriundas da operação de usinas termelétricas movidas a óleo combustível e a carvão mineral. O empreendedor deverá mitigar parte das emissões geradas ao longo da vida útil do empreendimento, por meio de atividades de recuperação florestal, utilizando-se tanto espécies exóticas quanto nativas.
Já para a siderurgia, queremos adotar o aço verde e estimular a utilização de carvão oriundo de reflorestamento, melhoria da eficiência energética e utilização de selos verdes.
As metas apontadas no Plano terão alguma interferência no crescimento do País?
O Plano não deve interferir no crescimento do País justamente porque os mecanismos de redução dos gases do efeito estufa estão baseados em eficiência energética, com a adoção dos biocombustíveis e fontes alternativas, como a eólica. Os investidores precisam sentir segurança.
O Ministério do Meio Ambiente está incentivando a participação de estados e município para a execução do Plano Nacional. Os governos locais estão engajados nesse processo?
A participação de estados e municípios na consolidação do Plano Nacional é fundamental, pois ele está entrando em uma fase que vai exigir extrema capilaridade. Nossa abordagem agora é sobre o que está sendo feito nos estados para que essas ações de enfrentamento se ajustem ao PNMC. Melhorar a comunicação de informações entre as esferas de poder se tornou um aspecto indispensável para a efetivação das metas propostas pelo o Brasil
"Quando as nações ricas ajudam os países em desenvolvimento a mudar seu padrão de crescimento estão ajudando a si mesmas"
Como exemplos de ações dos estados para a redução de emissões e cumprimento das metas do PNMC, podemos listar as concessões de licenciamento ambientais que devem prever critérios relacionado à emissão de gases de efeito estufa, a criação de fóruns estaduais de mudanças climáticas, que já vêm elaborando seus inventários de emissão, considerados um importante instrumento de política ambiental.
Em qual estágio está o monitoramento das ações do Plano Nacional? Já existe alguma previsão de quando esses dados estarão disponíveis?
O monitoramento do plano se dá através das estimativas de emissão vis a vis o cenário tendencial de emissões, que também será divulgado na COP15. Na medida em que as emissões estão abaixo do esperado no cenário tendecial, fica comprovado o sucesso das ações de mitigação descritas no Plano. O que muda com a aprovação pelo Congresso do Fundo Clima e da Política Nacional para as ações que estão previstas no Plano?
O Fundo Clima é essencial para a implementação das ações elencadas no Plano, sobretudo as relativas a medidas de adaptação. A ideia é que o Plano seja uma forma de orientar o uso do Fundo.
Quais são os principais resultados dos pactos setoriais que estão sendo negociados como ações de combate ao desmatamento?
Os pactos setoriais têm enorme importância na medida em que promovem a participação de outros agentes da sociedade e não apenas governo. De forma a podermos atingir nossos objetivos é fundamental o engajamento de toda a sociedade. No momento em que o consumidor deixa de comprar carne cuja procedência é suspeita os supermercados reavaliam os seus fornecedores e em uma reação em cadeia, só permanecem os produtores que possuem boas práticas. Da mesma maneira, a indústria automobilística ao tornar público o nível de emissão de seus veículos faz com que os consumidores tenham a possibilidade de optar pelos que causam menor impacto ambiental, estimulando a competição saudável para a produção de veículos mais eficientes e menos poluidores.
Ela, que também é cientista da área de transportes e prêmio Nobel 2007 pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças do Clima (IPCC), destaca as ações previstas no Plano Nacional de Mudanças Climáticas.
O Brasil vai a Copenhague com compromissos voluntários ousados. É uma situação favorável para defender com mais ênfase um acordo climático forte e cobrar aportes significativos de recursos e de tecnologia. Trata-se da consolidação do protagonismo brasileiro?
Quando os países em vias de desenvolvimento assumem compromissos numéricos com a mudança das suas trajetórias de emissão, estão demonstrando que de fato querem crescer em um novo modelo, rumo a uma economia verde. No entanto, para que possamos sair da trajetória business as usual [crescimento tendencial das emissões], e seguir um modelo inovador, criativo, com tecnologias limpas, é preciso investimento.
Não se trata de doação. É cooperação internacional. É respeito ao princípio das responsabilidades comuns, porém diferenciadas. Quando as nações ricas ajudam os países em desenvolvimento a mudar seu padrão de crescimento estão ajudando a si mesmas. A atmosfera não tem nacionalidade e o mundo é um só.
Infelizmente o eixo sobre financiamento nas negociações do clima ainda está muito aquém do necessário. A arquitetura financeira é um ponto nevrálgico e com certeza a delegação brasileira vai discutir firmemente esse ponto.
Com a redução expressiva do desmatamento, matriz energética limpa e compromissos numéricos com a redução de emissões futuras, temos um excelente portfólio de ações que nos colocam em uma forte posição de negociação, reforçando nosso protagonismo.
Quais são suas expectativas para a COP 15?
São otimistas, mas realistas. O debate não se encerrará na Dinamarca. Esse é na verdade ao ponto de partida, pois na sequência temos a fase de detalhamento e implementação desse redirecionamento da economia mundial.
No plano doméstico, quais os principais objetivos já expressos no Plano Nacional sobre Mudanças do Clima?
Podemos citar metas de eficiência energética, as medidas nessa área podem gerar uma economia de 106 mil GWh em 2030, o que representa a não emissão de cerca de 30 milhões de toneladas de CO2.
O governo também quer manter elevada a participação de energia renovável na matriz elétrica, com o aumento da oferta de energia elétrica de co-geração, principalmente do bagaço da cana-de-açúcar, para 11,4% da oferta total de eletricidade no País em 2030.
A hidroeletricidade deverá agregar ao sistema 34 GW e o estímulo à utilização de sistemas de aquecimento solar de água, que pode gerar a redução do consumo de energia em 2015 de 2,2 mil GWh/ano.
No que se refere à ampliação de termelétricas, o Ministério do Meio Ambiente está trabalhando para que sejam adotadas pelos empreendedores medidas que visem à mitigação das emissões de dióxido de carbono (CO2) oriundas da operação de usinas termelétricas movidas a óleo combustível e a carvão mineral. O empreendedor deverá mitigar parte das emissões geradas ao longo da vida útil do empreendimento, por meio de atividades de recuperação florestal, utilizando-se tanto espécies exóticas quanto nativas.
Já para a siderurgia, queremos adotar o aço verde e estimular a utilização de carvão oriundo de reflorestamento, melhoria da eficiência energética e utilização de selos verdes.
As metas apontadas no Plano terão alguma interferência no crescimento do País?
O Plano não deve interferir no crescimento do País justamente porque os mecanismos de redução dos gases do efeito estufa estão baseados em eficiência energética, com a adoção dos biocombustíveis e fontes alternativas, como a eólica. Os investidores precisam sentir segurança.
O Ministério do Meio Ambiente está incentivando a participação de estados e município para a execução do Plano Nacional. Os governos locais estão engajados nesse processo?
A participação de estados e municípios na consolidação do Plano Nacional é fundamental, pois ele está entrando em uma fase que vai exigir extrema capilaridade. Nossa abordagem agora é sobre o que está sendo feito nos estados para que essas ações de enfrentamento se ajustem ao PNMC. Melhorar a comunicação de informações entre as esferas de poder se tornou um aspecto indispensável para a efetivação das metas propostas pelo o Brasil
"Quando as nações ricas ajudam os países em desenvolvimento a mudar seu padrão de crescimento estão ajudando a si mesmas"
Como exemplos de ações dos estados para a redução de emissões e cumprimento das metas do PNMC, podemos listar as concessões de licenciamento ambientais que devem prever critérios relacionado à emissão de gases de efeito estufa, a criação de fóruns estaduais de mudanças climáticas, que já vêm elaborando seus inventários de emissão, considerados um importante instrumento de política ambiental.
Em qual estágio está o monitoramento das ações do Plano Nacional? Já existe alguma previsão de quando esses dados estarão disponíveis?
O monitoramento do plano se dá através das estimativas de emissão vis a vis o cenário tendencial de emissões, que também será divulgado na COP15. Na medida em que as emissões estão abaixo do esperado no cenário tendecial, fica comprovado o sucesso das ações de mitigação descritas no Plano. O que muda com a aprovação pelo Congresso do Fundo Clima e da Política Nacional para as ações que estão previstas no Plano?
O Fundo Clima é essencial para a implementação das ações elencadas no Plano, sobretudo as relativas a medidas de adaptação. A ideia é que o Plano seja uma forma de orientar o uso do Fundo.
Quais são os principais resultados dos pactos setoriais que estão sendo negociados como ações de combate ao desmatamento?
Os pactos setoriais têm enorme importância na medida em que promovem a participação de outros agentes da sociedade e não apenas governo. De forma a podermos atingir nossos objetivos é fundamental o engajamento de toda a sociedade. No momento em que o consumidor deixa de comprar carne cuja procedência é suspeita os supermercados reavaliam os seus fornecedores e em uma reação em cadeia, só permanecem os produtores que possuem boas práticas. Da mesma maneira, a indústria automobilística ao tornar público o nível de emissão de seus veículos faz com que os consumidores tenham a possibilidade de optar pelos que causam menor impacto ambiental, estimulando a competição saudável para a produção de veículos mais eficientes e menos poluidores.
Copenhage (COP 15) - Primeiro esboço para um acordo climático
O mundo deveria reduzir a emissão de gases do efeito estufa em 50% até 2050, diz o documento do grupo de trabalho da ONU
Um grupo de trabalho da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre as Alterações Climáticas (UNFCCC) surgiu com um texto de seis páginas nesta sexta-feira.
O esboço pode constituir o núcleo de um novo acordo global de combate às mudanças climáticas após 2012, quando o atual acordo, o Protocolo de Quioto expira. No entanto, a maioria das cifras no texto são mostrados entre parênteses – o que significa que ainda não há acordo sobre esse ponto. Mais importante, o esboço afirma que as emissões devem ser reduzidos pela metade em todo o mundo até 2050, relativamente aos níveis de 1990, mas sugere também 80% e 95%, de redução em relação aquele ano como possíveis alternativas.
O esboço foi produzido por Michael Zammit Cutajar, Presidente do Grupo Ad Hoc sobre Long-Term Cooperative Action (AWG-LCA).
Mesmo que o objetivo principal do acordo esteja entre parênteses. Ao longo de 2009, uma série de conferências científicas e políticas apelaram para que o aquecimento global seja mantido abaixo de dois graus Celsius. Ainda assim, o novo esboço de 1,5 graus Celsius menciona como um objetivo possível alternativa.
Além da meta final de reduzir as emissões em 50 por cento (ou 80 por cento, ou 95 por cento, respectivamente), em 2050, o documento também aponta uma meta intermédia em 2020 a ser definida. Para as emissões geradas pelos países desenvolvidos, uma meta de 75 por cento na redução (ou mais – que vai até 95 por cento) é sugerido. Quanto aos países em desenvolvimento, o texto chama de “desvios substanciais” de taxas de crescimento presentes nas emissões.
Comentários dos grupos climáticas variam: “Há muitos furos. Ainda assim ele (o esboço) mostra claramente que é possível chegar a um acordo. Os furos devem ser preenchidos através de vontade política e de compromissos políticos. Ainda não se sabe quanto dinheiro será pago e por quem “, disse Kim Carstensen, diretor da campanha global da organização conservacionista WWF climáticas, segundo o diário dinamarquês Berlingske.
Mais crítico é Erwin Jackson do Clima Australian Institute: “Seria um enorme retrocesso se isto for aprovado. Não existe um instrumento juridicamente vinculativo que cobrariam os EUA ou os grandes países em desenvolvimento, como China e Índia “, Erwin Jackson fala ao The Sydney Morning Herald.
Um grupo de trabalho da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre as Alterações Climáticas (UNFCCC) surgiu com um texto de seis páginas nesta sexta-feira.
O esboço pode constituir o núcleo de um novo acordo global de combate às mudanças climáticas após 2012, quando o atual acordo, o Protocolo de Quioto expira. No entanto, a maioria das cifras no texto são mostrados entre parênteses – o que significa que ainda não há acordo sobre esse ponto. Mais importante, o esboço afirma que as emissões devem ser reduzidos pela metade em todo o mundo até 2050, relativamente aos níveis de 1990, mas sugere também 80% e 95%, de redução em relação aquele ano como possíveis alternativas.
O esboço foi produzido por Michael Zammit Cutajar, Presidente do Grupo Ad Hoc sobre Long-Term Cooperative Action (AWG-LCA).
Mesmo que o objetivo principal do acordo esteja entre parênteses. Ao longo de 2009, uma série de conferências científicas e políticas apelaram para que o aquecimento global seja mantido abaixo de dois graus Celsius. Ainda assim, o novo esboço de 1,5 graus Celsius menciona como um objetivo possível alternativa.
Além da meta final de reduzir as emissões em 50 por cento (ou 80 por cento, ou 95 por cento, respectivamente), em 2050, o documento também aponta uma meta intermédia em 2020 a ser definida. Para as emissões geradas pelos países desenvolvidos, uma meta de 75 por cento na redução (ou mais – que vai até 95 por cento) é sugerido. Quanto aos países em desenvolvimento, o texto chama de “desvios substanciais” de taxas de crescimento presentes nas emissões.
Comentários dos grupos climáticas variam: “Há muitos furos. Ainda assim ele (o esboço) mostra claramente que é possível chegar a um acordo. Os furos devem ser preenchidos através de vontade política e de compromissos políticos. Ainda não se sabe quanto dinheiro será pago e por quem “, disse Kim Carstensen, diretor da campanha global da organização conservacionista WWF climáticas, segundo o diário dinamarquês Berlingske.
Mais crítico é Erwin Jackson do Clima Australian Institute: “Seria um enorme retrocesso se isto for aprovado. Não existe um instrumento juridicamente vinculativo que cobrariam os EUA ou os grandes países em desenvolvimento, como China e Índia “, Erwin Jackson fala ao The Sydney Morning Herald.
quinta-feira, 10 de dezembro de 2009
Assuntos Estratégicos - Brasil 2022
O Projeto Brasil 2022 foi definido pelo Presidente Lula como uma das ações prioritárias a serem desenvolvidas pelo Governo Federal.
Os avanços já registrados no desenvolvimento devem continuar, aproveitando de forma planejada as externalidades positivas do crescimento econômico, para que daqui até a próxima década o desenvolvimento brasileiro registre, não apenas um índice físico e, sim, sobretudo, a ampliação do capital social, como parte integrante do novo ciclo do desenvolvimento do País.
Conforme aponta o Ministro Samuel Pinheiro o Brasil precisa analisar a situação atual de seu desenvolvimento e, sobretudo, definir seus objetivos para 2022. Isso implica também projetar a trajetória de outros países, para avaliar se reduziremos ou não a distância que nos separa dos países mais desenvolvidos.
Aliais, essa foi uma das mais importantes missões que o Presidente da República delegou ao novo Ministro Chefe da Secretaria de Assuntos Estratégicos, Samuel Pinheiro Guimarães.
A importância do “Brasil 2022” não reside apenas nas possibilidades de crescimento econômico dos próximos anos, mas principalmente na consolidação dos resultados positivos já alcançados.
Recentemente até a Revista The Economist mostrou o que muitos sectores políticos brasileiros não queriam acreditar ou simplesmente ocultavam, que o Brasil já está conseguindo sair da crise criada pela especulação financeira do mundo desenvolvido, a exemplo dos países mais dinâmicos da Ásia (China, principalmente), e deve pensar de forma estratégica as ações dos próximos anos.
A mesma revista aponto, que o País deve estar preparado para não desperdiçar seus recursos naturais apenas como matéria prima; deve também estar preparado para agregar valor à produção de produtos agrícolas e minerais e, assim, tornar realidade algumas previsões que indicam a possibilidade de economia brasileira se tornar a quinta maior do mundo, superando a Grã-Bretanha e a França.
Ainda do ponto de vista internacional, o Brasil deve, daqui a 2022, realizar suas potencialidades nas relações com outros países emergentes, como os demais BRICs. O Brasil leva vantagem na comparação com os demais integrantes do grupo, pois tem uma democracia estável, não tem conflitos étnicos e religiosos internos, nem com seus vizinhos, atrai investimento estrangeiro e vem reduzindo as desigualdades profundas que há muito caracterizavam o País.
Os avanços já registrados no desenvolvimento devem continuar, aproveitando de forma planejada as externalidades positivas do crescimento econômico, para que daqui até a próxima década o desenvolvimento brasileiro registre, não apenas um índice físico e, sim, sobretudo, a ampliação do capital social, como parte integrante do novo ciclo do desenvolvimento do País.
Conforme aponta o Ministro Samuel Pinheiro o Brasil precisa analisar a situação atual de seu desenvolvimento e, sobretudo, definir seus objetivos para 2022. Isso implica também projetar a trajetória de outros países, para avaliar se reduziremos ou não a distância que nos separa dos países mais desenvolvidos.
Aliais, essa foi uma das mais importantes missões que o Presidente da República delegou ao novo Ministro Chefe da Secretaria de Assuntos Estratégicos, Samuel Pinheiro Guimarães.
A importância do “Brasil 2022” não reside apenas nas possibilidades de crescimento econômico dos próximos anos, mas principalmente na consolidação dos resultados positivos já alcançados.
Recentemente até a Revista The Economist mostrou o que muitos sectores políticos brasileiros não queriam acreditar ou simplesmente ocultavam, que o Brasil já está conseguindo sair da crise criada pela especulação financeira do mundo desenvolvido, a exemplo dos países mais dinâmicos da Ásia (China, principalmente), e deve pensar de forma estratégica as ações dos próximos anos.
A mesma revista aponto, que o País deve estar preparado para não desperdiçar seus recursos naturais apenas como matéria prima; deve também estar preparado para agregar valor à produção de produtos agrícolas e minerais e, assim, tornar realidade algumas previsões que indicam a possibilidade de economia brasileira se tornar a quinta maior do mundo, superando a Grã-Bretanha e a França.
Ainda do ponto de vista internacional, o Brasil deve, daqui a 2022, realizar suas potencialidades nas relações com outros países emergentes, como os demais BRICs. O Brasil leva vantagem na comparação com os demais integrantes do grupo, pois tem uma democracia estável, não tem conflitos étnicos e religiosos internos, nem com seus vizinhos, atrai investimento estrangeiro e vem reduzindo as desigualdades profundas que há muito caracterizavam o País.
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