Ministro pede cuidado na formação do novo marco regulatório para evitar que a área seja muito onerada
BELO HORIZONTE - O ministro das Minas e Energia, Edison Lobão, disse nesta segunda-feira, 21, que o governo federal deverá ter todo o cuidado na formação do novo marco regulatório do setor mineral para evitar que a área seja muito onerada. "Os royalties são muito baixos, mas temos de ter todo o cuidado na formulação de uma nova política tributária para o setor mineral, pelo fato de ser altamente exportador", afirmou Lobão, que participou da abertura do 13º Congresso Brasileiro e a Exposição Internacional de Mineração (Exposibram), em Belo Horizonte.
De acordo com ele, a ideia do governo é criar um novo código que "não tumultue" o setor, mas que faça ajustes na legislação que "já está obsoleta e precisa ser renovada". Segundo Lobão, hoje pela manhã, ao vir para Belo Horizonte, ele leu anteprojeto do setor mineral, mas ressaltou que ainda se trata de um primeiro esboço, que ainda não está acabado. "Ajustes têm de ser feitos", afirmou.
Ele lembrou que o governo fará uma série de consultas junto ao setor de mineração, autoridades e governo estaduais e a expectativa é de que o projeto seja encaminhado ao Congresso ainda este ano. Lobão adiantou que um dos pontos fundamentais vai ser o tempo de exploração das minas. "Seguramente isso vai se estabelecido", afirmou. Outro ponto importante são os períodos de concessões para as pesquisas de lavras. O ministro afirmou que Departamento Nacional de Pesquisa Mineral se transformará numa agência reguladora.
Amazônia, meio ambiente, ecologia, biodiversidade, desenvolvimento sustentável, ciência e tecnologia, incubadoras e parques tecnológicos, política nacional e internacional - Amazonia, the environment, ecology, biodiversity, sustainable development, science and technology, incubators and technology parks, national and international policy
terça-feira, 22 de setembro de 2009
Internacional - Brasil alvoroça ordem mundial, diz 'El País'
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva chega a Nova York para participar da abertura da Assembleia Geral da Onu em situação "que não poderia estar melhor", segundo reportagem publicada nesta terça-feira pelo diário espanhol El País.
Lula deve pedir reformas nas instituições financeiras internacionais, um assento permanente no Conselho de Segurança da ONU e deve defender a intervenção do Estado na economia para evitar excessos financeiros, diz o jornal.
Lula "falará com a autoridade de quem chega com os deveres de casa muito bem feitos", afirma a reportagem, destacando que a crise financeira "não passa de uma lembrança no Brasil".
"O Brasil se recuperou com rapidez e dinamismo e provavelmente vai fechar o ano com crescimento bastante superior ao do resto dos países membros do G20." O presidente também deve pedir aos 192 países participantes da Assembleia Geral que não baixem a guarda diante da recente recuperação econômica e coloquem em prática as medidas anticrise que vêm sendo discutidas desde a cúpula do G20 em Washington, em novembro passado.
"Quando a crise mundial alcançou seu ápice, o Brasil anunciou um empréstimo ao FMI no valor de US$ 10 bilhões e, desta maneira, passou a formar parte do seleto grupo de sócios doadores da instituição", diz o jornal.
O jornal diz que Brasília considera a estrutura de órgãos como o Banco Mundial e o FMI está hoje totalmente obsoleta e não é representativa dos países emergentes.
"Desta maneira, o Brasil enfrenta uma semana de ofensiva diplomática para consolidar sua condição de líder regional sul-americano e novo ator de transcendência no panorama internacional." O Brasil, "que há anos assume o papel de porta-voz oficioso dos países em vias de desenvolvimento", também deverá reclamar um assento permanente no Conselho de Segurança da ONU, "orgão onde se tomam as verdadeiras decisões", diz o jornal.
Para o Brasil, o assento seria uma forma de fazer com que os interesses do Terceiro Mundo sejam levados em conta "verdadeiramente".
Como argumento, o país conta com a indiscutível liderança na América do Sul, "esta supremacia se assenta em uma sólida economia que, segundo os analistas, já representa 57% do capital sul-americano".
Leia o UOL Aqui
Lula deve pedir reformas nas instituições financeiras internacionais, um assento permanente no Conselho de Segurança da ONU e deve defender a intervenção do Estado na economia para evitar excessos financeiros, diz o jornal.
Lula "falará com a autoridade de quem chega com os deveres de casa muito bem feitos", afirma a reportagem, destacando que a crise financeira "não passa de uma lembrança no Brasil".
"O Brasil se recuperou com rapidez e dinamismo e provavelmente vai fechar o ano com crescimento bastante superior ao do resto dos países membros do G20." O presidente também deve pedir aos 192 países participantes da Assembleia Geral que não baixem a guarda diante da recente recuperação econômica e coloquem em prática as medidas anticrise que vêm sendo discutidas desde a cúpula do G20 em Washington, em novembro passado.
"Quando a crise mundial alcançou seu ápice, o Brasil anunciou um empréstimo ao FMI no valor de US$ 10 bilhões e, desta maneira, passou a formar parte do seleto grupo de sócios doadores da instituição", diz o jornal.
O jornal diz que Brasília considera a estrutura de órgãos como o Banco Mundial e o FMI está hoje totalmente obsoleta e não é representativa dos países emergentes.
"Desta maneira, o Brasil enfrenta uma semana de ofensiva diplomática para consolidar sua condição de líder regional sul-americano e novo ator de transcendência no panorama internacional." O Brasil, "que há anos assume o papel de porta-voz oficioso dos países em vias de desenvolvimento", também deverá reclamar um assento permanente no Conselho de Segurança da ONU, "orgão onde se tomam as verdadeiras decisões", diz o jornal.
Para o Brasil, o assento seria uma forma de fazer com que os interesses do Terceiro Mundo sejam levados em conta "verdadeiramente".
Como argumento, o país conta com a indiscutível liderança na América do Sul, "esta supremacia se assenta em uma sólida economia que, segundo os analistas, já representa 57% do capital sul-americano".
Leia o UOL Aqui
segunda-feira, 21 de setembro de 2009
Internacional - Micheletti decreta toque de recolher em todo o território de Honduras
Zelaya volta a Honduras e se refugia na embaixada do Brasil
Zelaya voltou a Honduras por meios próprios, diz Amorim
A medida é anunciada horas após o retorno do mandatário deposto, Manuel Zelaya, que cruzou a fronteira quase três meses depois de ser deposto e expulso do país pelas Forças Armadas, no golpe de Estado ocorrido no dia 28 de junho. Ele está na embaixada do Brasil.
Ainda de acordo com o La Prensa, Micheletti também convocou uma reunião emergencial junto ao Conselho de Ministros, os presidentes do Congresso e da Corte Suprema, a Cúpula Militar e o comando da Polícia Nacional. O objetivo do encontro é avaliar as medidas que poderão ser tomadas a partir de agora.
Inicialmente, quando foi anunciado o retorno de Zelaya, Micheletti desmentiu a informação, atribuindo-a a ações de "terrorismo midiático".
“Dia de festa”
Manuel Zelaya confirmou à rede de TV Telesur que está abrigado na embaixada do Brasil em Tegucigalpa. Ele agradeceu o apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e ainda afirmou que o secretário-geral da OEA (Organização dos Estados Americanos), José Miguel Insulza, chegará a Tegucigalpa na terça-feira para mediar a crise política no país.
Dirigindo-se às Forças Armadas, Zelaya pediu que "não haja violência, nem armas". "As pessoas que estão com a gente estão desarmadas, pacificamente, gritando lemas com alegria porque hoje, logicamente, é um dia de festa para nós", afirmou Zelaya.
Desde que foi anunciado o regresso do presidente eleito, a administração interina enviou às ruas um grande número de militares.
Milhares de pessoas aguardam do lado de fora da embaixada brasileira a aparição do presidente hondurenho, que há duas semanas advertiu que regressaria ao país antes do final deste mês.
Zelaya foi deposto da Presidência no último dia 28 de junho. Em seu lugar assumiu o presidente interino Roberto Micheletti.
(Com informações de AFP, Ansa e BBC)
Política - Dilma diz que PT deve fechar aliança com PMDB para 2010 até outubro
O PT deve fechar até outubro uma composição com o PMDB em torno da pré-candidatura da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) à Presidência da República para 2010.
Ao responder sobre as cobranças de Michel Temer (PMDB SP), presidente da Câmara, Dilma disse que cada partido tem seu ritmo.
"Entendo o anseio do presidente [da Câmara]. Acho que há de haver um esforço para se aprovar isso", afirmou Dilma.
Em entrevista ao jornal "O Estado de S.Paulo", Temer cobrou de Dilma que assumisse sua candidatura. Segundo ele, se o PT não sinalizar logo uma aliança nacional com o PMDB, as negociações poderão desandar.
Reportagem da Folha da semana passada informa que o peemedebista cobrou do PT e do presidente Luiz Inácio Lula da Silva uma definição rápida sobre uma aliança nacional com o PMDB para apoiar em 2010 a eventual candidatura presidencial de Dilma.
Segundo a reportagem, Temer também disse que a vaga de vice deve ser do PMDB. "É fundamental que o PT e o presidente definam logo se vai haver uma aliança nacional com o PMDB para disputar a Presidência. Se houver essa decisão, o PMDB tem de ter a vice."
SOFIA FERNANDES
colaboração para a Folha Online, em Brasília
Ao responder sobre as cobranças de Michel Temer (PMDB SP), presidente da Câmara, Dilma disse que cada partido tem seu ritmo.
"Entendo o anseio do presidente [da Câmara]. Acho que há de haver um esforço para se aprovar isso", afirmou Dilma.
Em entrevista ao jornal "O Estado de S.Paulo", Temer cobrou de Dilma que assumisse sua candidatura. Segundo ele, se o PT não sinalizar logo uma aliança nacional com o PMDB, as negociações poderão desandar.
Reportagem da Folha da semana passada informa que o peemedebista cobrou do PT e do presidente Luiz Inácio Lula da Silva uma definição rápida sobre uma aliança nacional com o PMDB para apoiar em 2010 a eventual candidatura presidencial de Dilma.
Segundo a reportagem, Temer também disse que a vaga de vice deve ser do PMDB. "É fundamental que o PT e o presidente definam logo se vai haver uma aliança nacional com o PMDB para disputar a Presidência. Se houver essa decisão, o PMDB tem de ter a vice."
SOFIA FERNANDES
colaboração para a Folha Online, em Brasília
Internacional - Presidente hondurenho, Zelaya, está na embaixada do Brasil em Tegucigalpa; Amorim espera novo estágio nas negociações
O ministério das Relações Exteriores do Brasil confirmou a presença do presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya, na embaixada brasileira em Tegucigalpa, capital hondurenha. O ministro Celso Amorim disse que espera que a chegada de Zelaya a Honduras represente um novo estágio nas negociações para se solucionar a crise no país da América Central.
Mais cedo, a informação da chegada de Zelaya à embaixada brasileira foi confirmada por sua mulher, Xiomara Castro, e seus filhos.
Zelaya foi deposto por uma aliança entre militares, membros do judiciário e parlamentares no último dia 28 de junho. No mesmo dia, Brasil emitiu um comunicado repudiando a ação, no qual pedia que Zelaya fosse "imediata e incondicionalmente reposto em suas funções".
Os parentes de Zelaya se dirigiram à embaixada e estariam no local. Segundo a TV hondurenha "Cholusat", a polícia sobrevoa a embaixada brasileira. A emissora de televisão lembra que a embaixada é um território a qual a polícia não tem acesso. A transmissão foi interrompida quando a emissora mostra uma entrevista ao vivo com Zelaya.
Segundo Juan Carlos Hidalgo, coordenador de projetos para a América Latina do Instituto Cato, Zelaya deve ser preso. "Se ele está de volta, suas opções são limitadas porque no momento em que ele for descoberto e toda a publicidade em torno de sua localização vir à tona, ele com certeza será preso", disse à agência de notícias AP.
Chávez anunciou retorno de Zelaya
Anteriormente, a chanceler de Zelaya, Patricia Rodas, em declarações à rede "Telesur", com base em Caracas, disse que Zelaya estaria na sede das Nações Unidas na capital hondurenha.
O presidente venezuelano, Hugo Chávez, também afirmou que o presidente deposto de Honduras estava em Tegucigalpa. Segundo Chávez, Zelaya lhe telefonou confirmando estar na capital hondurenha. "Agora veremos o que farão os golpistas", acrescentou.
Laia a reportagem na íntegra Aqui
Mais cedo, a informação da chegada de Zelaya à embaixada brasileira foi confirmada por sua mulher, Xiomara Castro, e seus filhos.
Zelaya foi deposto por uma aliança entre militares, membros do judiciário e parlamentares no último dia 28 de junho. No mesmo dia, Brasil emitiu um comunicado repudiando a ação, no qual pedia que Zelaya fosse "imediata e incondicionalmente reposto em suas funções".
Os parentes de Zelaya se dirigiram à embaixada e estariam no local. Segundo a TV hondurenha "Cholusat", a polícia sobrevoa a embaixada brasileira. A emissora de televisão lembra que a embaixada é um território a qual a polícia não tem acesso. A transmissão foi interrompida quando a emissora mostra uma entrevista ao vivo com Zelaya.
Segundo Juan Carlos Hidalgo, coordenador de projetos para a América Latina do Instituto Cato, Zelaya deve ser preso. "Se ele está de volta, suas opções são limitadas porque no momento em que ele for descoberto e toda a publicidade em torno de sua localização vir à tona, ele com certeza será preso", disse à agência de notícias AP.
Chávez anunciou retorno de Zelaya
Anteriormente, a chanceler de Zelaya, Patricia Rodas, em declarações à rede "Telesur", com base em Caracas, disse que Zelaya estaria na sede das Nações Unidas na capital hondurenha.
O presidente venezuelano, Hugo Chávez, também afirmou que o presidente deposto de Honduras estava em Tegucigalpa. Segundo Chávez, Zelaya lhe telefonou confirmando estar na capital hondurenha. "Agora veremos o que farão os golpistas", acrescentou.
Laia a reportagem na íntegra Aqui
domingo, 20 de setembro de 2009
Política - Desabafo de militante anônimo
A raiz da entrevista que Marina Silva concedeu ao Jornal El País de Madrid, España, Recebi este desabafo de um militante do PT técnico do MMA/IBAMA, péla importância do comentário postei ele na página do Blog.
É incrível, esse tipo de notícia abaixo é típica da nossa sociedade: todo mundo tem que colocar a culpa "nos outros" e não assume sua parcela de culpa (de "nosotros"). Além disso, todos os opositores de Lula andam no fio da navalha: querem tirar uma lasquinha e desgastar o governo atual, mas sem bater de frente contra o Mito Lula com sua assombrosa popularidade.
Uma pena uma pessoa com a história de Marina não admitir que fez uma gestão, no mínimo, pífia e que não teve competência pra disputar na sociedade e dentro do governo suas posições, negociando, mas gannhando várias batalhas. Mesmo seus feitos positivos, coisas que "nenhum outro governo fez antes na história deste país", com o apoio do presidente obviamente (senão não aconteceria), não suplantaram algumas derrotas, importantes mas não definitivas, que ela insiste em superdimensionar numa visão messiânica, prepotente (apesar do ar aparentemente humilde) e vitimizadora. Um dos grandes problemas da sua gestão foi a equipe escolhida, na maioria, de raiz tucana, tecnocrática e sem capacidade de negociação-articulação. Marina tem que ser respeitada por sua história, mas não é santa e cometeu muitos erros na Real Politik e, assim que a mídia achar que ela não serve mais ao seu propósito (abalar Dilma) vai descobrir, como fez com Roseana, Renan, Sarney coisas do arco da velha sobre a gestão da ex-ministra e as relações com ONGs e com seu marido etc...
Quem me conhece sabe que defendo a minha corporação, mas não sou nem um pouco corporativista, mas não posso deixar de lembrar no que fez com o IBAMA, concentrando o orçamento, sem capacidade de executar (e a prioridade da administração direta não é essa) no Ministério, e dando a porrada final com a atabalhoada e anti-democrática criação do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), nosso querido Xibiu, que, em tese, poderia ter sido criado daqui há alguns anos depois de resolvido os problemas de gestão e orçamento do IBAMA, mas só conseguiu dividir as migalhas e dobrou os problemas ao invés de melhorar e integrar a gestão ambiental. Sem planejamento, continua no limbo, necessitando da ajuda do irmão mais velho (IBAMA) e acirrando as picuinhas entre os dois órgãos, agregadas a todas as desavenças que foram fomentadas por seus auxiliares nas "disputas" insanas entre o MMA e IBAMA, esvaziando e atropelando o órgão executor, privilegiando o ONGuismo irresponsável e direcionado para os amigos dos reis. Infelizmente, e digo isso como quem acreditou e apostou na sua gestão desde o início, Marina não se elegeria nem pra síndica do MMA e sua posição no Acre não é essas coisas todas...
Desculpem o desabafo, mas quem não conhece Marina e sua equipe que a compre. Por falar nisso, viram os papagaios de pirata no dia da sua filiação ao PV-PSDB-DEMO? Capobianco e Fábio Feldman, pra não falar de Sarneyzinho, Sirkis (ex-secretário de César Maia) e o outro "santo": Gabeira. Brincadeira. Estou tentando deglutir nossa sapinha Dilma que é muito fraca, não empolga, precisa enterder o que são as políticas sociais e ambientais, mas prefiro lutar internamente para "esverdeá-la" e manter as conquistas do governo Lula, que não foram poucas, inclusive na área ambiental (apesar do que querem transparecer), do que vender a ilusão de uma pseudo-santa de um pseudo-partido sem condições de governar este país. Não gosto de votar no "menos pior", mas Marina, Heloisa Helena e Ciro Gomes, com todo respeito à história de cada um, não são opções melhores que Dilma e não são alternativas viáveis para derrotar Serra, governar com capacidade/responsabilidade e promover os avanços que o país precisa.
Economista, Analista Ambiental do IBAMA e filiado ao PT, com muito orgulho (ainda, apesar dos nossos "aloprados"), desde 1988.
É incrível, esse tipo de notícia abaixo é típica da nossa sociedade: todo mundo tem que colocar a culpa "nos outros" e não assume sua parcela de culpa (de "nosotros"). Além disso, todos os opositores de Lula andam no fio da navalha: querem tirar uma lasquinha e desgastar o governo atual, mas sem bater de frente contra o Mito Lula com sua assombrosa popularidade.
Uma pena uma pessoa com a história de Marina não admitir que fez uma gestão, no mínimo, pífia e que não teve competência pra disputar na sociedade e dentro do governo suas posições, negociando, mas gannhando várias batalhas. Mesmo seus feitos positivos, coisas que "nenhum outro governo fez antes na história deste país", com o apoio do presidente obviamente (senão não aconteceria), não suplantaram algumas derrotas, importantes mas não definitivas, que ela insiste em superdimensionar numa visão messiânica, prepotente (apesar do ar aparentemente humilde) e vitimizadora. Um dos grandes problemas da sua gestão foi a equipe escolhida, na maioria, de raiz tucana, tecnocrática e sem capacidade de negociação-articulação. Marina tem que ser respeitada por sua história, mas não é santa e cometeu muitos erros na Real Politik e, assim que a mídia achar que ela não serve mais ao seu propósito (abalar Dilma) vai descobrir, como fez com Roseana, Renan, Sarney coisas do arco da velha sobre a gestão da ex-ministra e as relações com ONGs e com seu marido etc...
Quem me conhece sabe que defendo a minha corporação, mas não sou nem um pouco corporativista, mas não posso deixar de lembrar no que fez com o IBAMA, concentrando o orçamento, sem capacidade de executar (e a prioridade da administração direta não é essa) no Ministério, e dando a porrada final com a atabalhoada e anti-democrática criação do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), nosso querido Xibiu, que, em tese, poderia ter sido criado daqui há alguns anos depois de resolvido os problemas de gestão e orçamento do IBAMA, mas só conseguiu dividir as migalhas e dobrou os problemas ao invés de melhorar e integrar a gestão ambiental. Sem planejamento, continua no limbo, necessitando da ajuda do irmão mais velho (IBAMA) e acirrando as picuinhas entre os dois órgãos, agregadas a todas as desavenças que foram fomentadas por seus auxiliares nas "disputas" insanas entre o MMA e IBAMA, esvaziando e atropelando o órgão executor, privilegiando o ONGuismo irresponsável e direcionado para os amigos dos reis. Infelizmente, e digo isso como quem acreditou e apostou na sua gestão desde o início, Marina não se elegeria nem pra síndica do MMA e sua posição no Acre não é essas coisas todas...
Desculpem o desabafo, mas quem não conhece Marina e sua equipe que a compre. Por falar nisso, viram os papagaios de pirata no dia da sua filiação ao PV-PSDB-DEMO? Capobianco e Fábio Feldman, pra não falar de Sarneyzinho, Sirkis (ex-secretário de César Maia) e o outro "santo": Gabeira. Brincadeira. Estou tentando deglutir nossa sapinha Dilma que é muito fraca, não empolga, precisa enterder o que são as políticas sociais e ambientais, mas prefiro lutar internamente para "esverdeá-la" e manter as conquistas do governo Lula, que não foram poucas, inclusive na área ambiental (apesar do que querem transparecer), do que vender a ilusão de uma pseudo-santa de um pseudo-partido sem condições de governar este país. Não gosto de votar no "menos pior", mas Marina, Heloisa Helena e Ciro Gomes, com todo respeito à história de cada um, não são opções melhores que Dilma e não são alternativas viáveis para derrotar Serra, governar com capacidade/responsabilidade e promover os avanços que o país precisa.
Economista, Analista Ambiental do IBAMA e filiado ao PT, com muito orgulho (ainda, apesar dos nossos "aloprados"), desde 1988.
Domingo na Folha: Dilma critica mercado como solução para tudo
Dilma Rousseff, ministra da Casa Civil, afirma que o Estado mínimo é uma "tese falida", que "só os tupiniquins" aplicam. Em sua opinião, quem defendia que o mercado solucionava tudo "está contra a corrente" e "contra a realidade".
Dilma deu as declarações em entrevista a Valdo Cruz. A íntegra está na Folha deste domingo, que já está nas bancas.
Candidata à Presidência em 2010, Dilma sai em defesa de Lula diante das críticas de que ele adotou uma política "intervencionista e estatizante".
"Os empresários podem falar o que quiserem, que é democrático. O presidente da República não pode dar uma opiniãozinha que é intervencionista. Diríamos assim, não é justo", protestou Dilma, num tom exaltado, em seu gabinete, todo ornamentado com imagens de santos.
Bem-humorada, a ministra afirmou não aceitar a pecha de "intervencionista", mas não escondeu o sorriso ao dizer que "aceita" e "concorda" que o governo Lula seja classificado de nacionalista e estatizante.
Leia a entrevista completa Aqui
sábado, 19 de setembro de 2009
Mineração - Tecnologia e mercados das principais empresas
Rio Tinto se prepara para reiniciar produção de alumina no Canadá
A Rio Tinto anunciou que está se preparando para reiniciar a produção que estava paralisada em sua refinaria de alumina Vaudreuil, na província canadense do Quebec. A unidade vai continuar ajustando a produção conforme as necessidades, segundo Jacynthe Côté, executiva-chefe da Rio Tinto Alcan, divisão de alumínio da mineradora. “A decisão de cortar 25% da produção de Vaudreuil em janeiro passado foi um passo necessário para reposicionar nossos negócios, mas as atuais condições do mercado garantem a retomada dessa capacidade”, afirmou a executiva.
A mineradora anglo-australiana BHP Billiton ainda está negociando com a China o preço dos contratos de minério de ferro e as vendas para o país têm sido baseadas em “preços provisórios”, de acordo com reportagem do jornal Financial Times, que citou o presidente de marketing da BHP, Tom Schutte.
SA Desgastes lança uma nova utilidade para as empresas de mineração

O processo consiste em lançar a esfera de 1 metro de diâmetro com peso de 3.000 kg com uma escavadeira sobre o matacão, quebrando-o por consequência, e em seguida lançar outro matacão sobre a esfera até que esta seja coberta, então a escavadeira carrega a bola e lança sobre outro matacão e assim sucessivamente.
A esfera criada pela SA Desgastes em aço especial é uma forma inteligente, rápida e barata de resolver o velho problema das pilhas de matacão acumuladas nos pátios. Com isto fica dispensado para sempre o uso de marteles, rompedores, e explosivos usados anteriormente
Empresas brasileiras mudam foco na China e buscam o mercado local
A crise financeira global está exigindo uma mudança de rota para as empresas brasileiras que se estabeleceram na China. Ao invés de apenas utilizar o país asiático como plataforma de produção barata e exportação para o restante do mundo, os executivos que vivem em Pequim e Xangai agora têm de aprender a conquistar o mercado local. Com a ajuda dos bilhões de dólares que o governo chinês despejou na economia para combater a turbulência, o consumo de produtos manufaturados no país segue em alta.
Empresas de commodities têm espaço cativo
As empresas brasileiras de commodities, como a Vale ou a Petrobrás, são cortejadas na China. Com apenas um pequeno escritório de representação e poucos funcionários, conseguem fechar contratos milionários com as estatais chinesas, porque possuem as riquezas naturais que o país precisa para se desenvolver.
Metais caem em Londres pressionados por dólar e aumento de estoques
Os contratos de metais básicos registram queda na London Metal Exchange (LME), pressionados pela valorização do dólar e pelo aumento nos estoques desses produtos na LME e na bolsa de Xangai. Por volta das 7h05 (de Brasília), os contratos de cobre para três meses tinham queda de US$ 75, a US$ 6.310 por tonelada; os de alumínio perdiam US$ 3, a US$ 1.963 por tonelada; os de zinco cediam US$ 26, a US$ 1.932 por tonelada;
Primeira extração de gás natural de MG já tem data marcada
O município de Morada Nova de Minas, a 300 quilômetros de Belo Horizonte, será palco da primeira extração de gás natural no estado em 15 de novembro. Essa é a data marcada pela Companhia de Desenvolvimento de Minas Gerais (Codemig) para a perfuração do primeiro poço de gás da Bacia do São Francisco.
Exploração de jazidas de fosfato em MT será intensificada
de Indústria, Comércio, Minas e Energia (Sicme), ontem, para uma reunião de trabalho sonbre a realização de pesquisa mineral de fosfato. O objetivo foi discutir as possibilidades de descoberta do minério na região e ouvir as demandas dos
EBX, de Eike Batista, planeja construir um estaleiro em Santa Catarina
o fim de 2011. Porém, as obras devem começar já em 2010. A EBX atua nos segmentos de mineração, imóveis e energia, entre outros. No entanto, é a nova empresa do grupo, a OSX, que vai operar o estaleiro.
Veja o Relatório completo Aqui
A refinaria de zinco da Votorantim Metais em Cajamarquilla, no Peru, vai produzir 320 mil toneladas do metal no próximo ano, após uma expansão da unidade, segundo o gerente comercial da companhia brasileira, Luís Eduardo Woolcott. A produção atual de zinco é de 160 mil toneladas ao ano e sua expansão terá um custo total de US$ 500 milhões, como afirmou Woolcoltt durante a Perumin, uma conferência internacional de mineração na cidade peruana de Arequipa.
O município de Morada Nova de Minas, a 300 quilômetros de Belo Horizonte, será palco da primeira extração de gás natural no estado em 15 de novembro. Essa é a data marcada pela Companhia de Desenvolvimento de Minas Gerais (Codemig) para a perfuração do primeiro poço de gás da Bacia do São Francisco.
Exploração de jazidas de fosfato em MT será intensificada
de Indústria, Comércio, Minas e Energia (Sicme), ontem, para uma reunião de trabalho sonbre a realização de pesquisa mineral de fosfato. O objetivo foi discutir as possibilidades de descoberta do minério na região e ouvir as demandas dos
EBX, de Eike Batista, planeja construir um estaleiro em Santa Catarina
o fim de 2011. Porém, as obras devem começar já em 2010. A EBX atua nos segmentos de mineração, imóveis e energia, entre outros. No entanto, é a nova empresa do grupo, a OSX, que vai operar o estaleiro.
Veja o Relatório completo Aqui
sexta-feira, 18 de setembro de 2009
Eleições - mais uma carta no baralho
Em entrevista exclusiva ao UOL Notícias nesta sexta-feira (18), o deputado federal pelo PSB do Ceará, Ciro Gomes, confirmou que pretende disputar o Planalto em 2010, mas afirmou que isso "não depende de sua vontade apenas". "A (vontade) mais importante, que dará a palavara final, é do meu partido." Ele disse ainda que prefere ser candidato à Presidência e que não tem mais vontade de ser deputado federal.
Ciro negou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tenha lhe pedido para ser candidato ao governo de São Paulo. "O presidente Lula jamais, em tempo algum, me fez algum apelo com relação à candidatura ao governo de São Paulo ou à Presidência da República", apontou. "Combinamos de seguir conversando e examinar a situação ali por fevereiro do ano que vem. E aí nessa circunstância que ele me pergunta se eu acietaria transferir o domicílio eleitoral para São Paulo, mantendo as portas abertas e decidir, daqui, a candidatura à Presidência." De acordo com ele, a decisão final sobre essa transferência vai depender de seu partido.
Ciro criticou a aliança do PT com o PMDB, mas fez questão de frisar que não tem "nada contra o PMDB". Para ele, é preciso dar novos exemplos na política, que é vista como um "ajuntamento de safados", em especial pela juventude, e frisou seu bom relacionamento com o povo. "Eu tenho uma relação com o povo que é mais íntima, mais sólida."
Ele negou que tenha dito que abriria mão de sua candidatura à Presidência, caso Aécio Neves (PSDB) fosse candidato. Para ele, as disputas no PSDB estão "fazendo mal ao país".
Sobre o desempenho de ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) como pré-candidata à Presidência pelo PT, Ciro disse que ela "está aprendendo" a discursar em palanques. "Ela é muito brilhante, muito capaz, ela aprende rápido."
Ciro apontou ainda que a mudança de partido de Marina Silva - do PT para o PV - não influenciou a decisão dele de disputar o Palácio do Planalto. Ele elogiou a concorrente e disse que ela "tem muito amor ao Brasil".
O deputado federal também demonstrou sua afeição a Lula. Ele frisou a "genialidade que o Lula tem" e afirmou que o presidente "está fazendo muito bem ao Brasil". "Estou aprendendo muito com ele", disse.
Ciro elogiou ainda o Bolsa Família, que, para ele, reduziu a fome e a miséria no país, além de germinar uma economia local. Mas ele alertou que essa não pode ser a solução final para o problema e que o país não pode se acomodar. "O risco é sentar em cima, pois o que emancipa o país é o trabalho qualificado". Em sua opinião, porém, Lula ainda "não sentou em cima".
O possível candidato ao Planalto pelo PSB fez ainda diversas críticas ao governo do ex-presidente do Fernando Henrique Cardoso (1995-2002), a quem acusou, entre outras coisas, de aumentar a carga tributária, aumentar a dívida brasileira, sucatear as estradas e gerar o apagão energético. "E é a turma do Fernando Henrique Cardoso que vem para derrubar o Lula."
Na opinião de Ciro, Lula não teve nenhuma responsabilidade sobre o mensalão. Os que foram acusados do caso é que devem ser os responsáveis, segundo ele. "Mas isso a Justiça julgará."
Sobre a crise política no Congresso, Ciro disse que não sente vergonha. "Tenho muita tristeza de testemunhar isso", afirmou. Para ele, o Senado é "um santuário" da representação popular, e o que está errado é o comportamento dos políticos.
Leia a reportagem completa no UOL NOTÍCIAS Aqui
Ciro negou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tenha lhe pedido para ser candidato ao governo de São Paulo. "O presidente Lula jamais, em tempo algum, me fez algum apelo com relação à candidatura ao governo de São Paulo ou à Presidência da República", apontou. "Combinamos de seguir conversando e examinar a situação ali por fevereiro do ano que vem. E aí nessa circunstância que ele me pergunta se eu acietaria transferir o domicílio eleitoral para São Paulo, mantendo as portas abertas e decidir, daqui, a candidatura à Presidência." De acordo com ele, a decisão final sobre essa transferência vai depender de seu partido.
Ciro criticou a aliança do PT com o PMDB, mas fez questão de frisar que não tem "nada contra o PMDB". Para ele, é preciso dar novos exemplos na política, que é vista como um "ajuntamento de safados", em especial pela juventude, e frisou seu bom relacionamento com o povo. "Eu tenho uma relação com o povo que é mais íntima, mais sólida."
Ele negou que tenha dito que abriria mão de sua candidatura à Presidência, caso Aécio Neves (PSDB) fosse candidato. Para ele, as disputas no PSDB estão "fazendo mal ao país".
Sobre o desempenho de ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) como pré-candidata à Presidência pelo PT, Ciro disse que ela "está aprendendo" a discursar em palanques. "Ela é muito brilhante, muito capaz, ela aprende rápido."
Ciro apontou ainda que a mudança de partido de Marina Silva - do PT para o PV - não influenciou a decisão dele de disputar o Palácio do Planalto. Ele elogiou a concorrente e disse que ela "tem muito amor ao Brasil".
O deputado federal também demonstrou sua afeição a Lula. Ele frisou a "genialidade que o Lula tem" e afirmou que o presidente "está fazendo muito bem ao Brasil". "Estou aprendendo muito com ele", disse.
Ciro elogiou ainda o Bolsa Família, que, para ele, reduziu a fome e a miséria no país, além de germinar uma economia local. Mas ele alertou que essa não pode ser a solução final para o problema e que o país não pode se acomodar. "O risco é sentar em cima, pois o que emancipa o país é o trabalho qualificado". Em sua opinião, porém, Lula ainda "não sentou em cima".
O possível candidato ao Planalto pelo PSB fez ainda diversas críticas ao governo do ex-presidente do Fernando Henrique Cardoso (1995-2002), a quem acusou, entre outras coisas, de aumentar a carga tributária, aumentar a dívida brasileira, sucatear as estradas e gerar o apagão energético. "E é a turma do Fernando Henrique Cardoso que vem para derrubar o Lula."
Na opinião de Ciro, Lula não teve nenhuma responsabilidade sobre o mensalão. Os que foram acusados do caso é que devem ser os responsáveis, segundo ele. "Mas isso a Justiça julgará."
Sobre a crise política no Congresso, Ciro disse que não sente vergonha. "Tenho muita tristeza de testemunhar isso", afirmou. Para ele, o Senado é "um santuário" da representação popular, e o que está errado é o comportamento dos políticos.
Leia a reportagem completa no UOL NOTÍCIAS Aqui
Educação - "A África do Sul, ainda nos dias do apartheid, já tinha mais professores universitários negros do que nós temos hoje"
Apesar das políticas públicas de inclusão social e da igualdade racial do governo, ainda falta muito a fazer para diminuir a enorme diferença de oportunidades sociais existentes no Brasil.
O artigo de José Jorge de Carvalho (Universidade de Brasília) coordenador do INCT de Inclusão no Ensino Superior e na Pesquisa, discute o tema realizando comparações com outros países.
Enquanto cresce o número de universidades que aprovam autonomamente as cotas, a reação a esse movimento de dimensão nacional pela inclusão de negros e indígenas vai se tornando cada vez mais ideológica, exasperada e descolada da realidade concreta do ensino superior brasileiro.
Em um artigo recente ("O dom de iludir", "Tendências/Debates", 9/9), Demétrio Magnoli citou fragmento de um parágrafo de conferência que proferi na Universidade Federal de Goiás em 2001. Mas ele suprimiu a frase seguinte às que citou - justamente o que daria sentido ao meu argumento, que, da forma como foi utilizado, pareceu absurdo.
Sua transcrição truncada fez desaparecer a crítica irônica que eu fazia ao tipo de ação afirmativa de uma faculdade do Estado de Maine, nos EUA. O tema da conferência era acusar a carência, naquele ano de 2001, de políticas de inclusão no ensino superior brasileiro, fossem de corte liberal ou socialista.
Magnoli ocultou dos leitores o que eu disse em seguida: "Quero contrastar isso com o que acontece no Brasil. Como estamos nós? A Universidade de Brasília tem 1.400 professores e apenas 14 são negros". É 1% de professores negros na UnB.
E quantos são os docentes negros da USP? Dados recentes indicam que, de 5.434 docentes, os negros não passam de 40. Pelo censo de identificação que fiz em 2005, a porcentagem média de docentes negros no conjunto das seis mais poderosas universidades públicas brasileiras (USP, Unicamp, UFRJ, UFRGS, UFMG, UnB) é 0,6%.
Essa porcentagem pode ser considerada insignificante do ponto de vista estatístico e não deverá mudar muito, pois é crônica e menor que a flutuação probabilística da composição racial dos que entram e saem no interior do contingente de 18 mil docentes dessas instituições.
Para contrastar, a África do Sul, ainda nos dias do apartheid, já tinha mais professores universitários negros do que nós temos hoje. Se não interviermos nos mecanismos de ingresso, nossas universidades mais importantes poderão atravessar todo o século 21 praticando um apartheid racial na docência praticamente irreversível.
É esta a questão central das cotas no ensino superior: a desigualdade racial existente na graduação, na pós-graduação, na docência e na pesquisa. Pensar na docência descortina um horizonte para a luta atual pelas cotas na graduação.
Enquanto lutamos para mudar essa realidade, um grupo de acadêmicos e jornalistas brancos, concentrado no eixo Rio-São Paulo, reage contra esse movimento apontando para cenários catastróficos, como se, por causa das cotas, as universidades brasileiras pudessem ser palco de genocídios como o do nazismo e o de Ruanda!
Como não podem negar a necessidade de alguma política de inclusão racial, passam a repetir tediosamente aquilo que todos sabem e do que ninguém discorda: não existem raças no sentido biológico do termo.
E, contrariando inclusive todos os dados oficiais sobre a desigualdade racial produzidos pelo IBGE e pelo Ipea, começam a negar a própria existência de racismo no Brasil.
Fugindo do debate substantivo, os anticotas optam pela desinformação e pelo negacionismo: raça não existe, logo, não há negros no Brasil; se existem por causa das cotas, não há como identificá-los; logo, não pode haver cotas.
Raças não existem, mas os negros existem, sofrem racismo e a maioria deles está excluída do ensino superior. Felizmente, a consciência de que é preciso incluir, ainda que emergencialmente, só vem crescendo -por isso, a presente década pode ser descrita como a década das cotas no ensino superior no Brasil. Começando com três universidades em 2002, em 2009 já são 94 universidades com ações afirmativas, em 68 das quais com recorte étnico-racial.
Vivemos um rico e criativo processo histórico, resultado de grande mobilização nacional de negros, indígenas e brancos, gerando juntos intensos debates, dentro e fora de universidades. Os modelos aprovados são inúmeros, cada um deles tentando refletir realidades regionais e dinâmicas específicas de cada universidade.
Essa nova consciência acadêmica refletiu positivamente no CNPq, que acaba de reservar 600 bolsas de iniciação científica para cotistas. Se o século 20 no Brasil foi o século da desigualdade racial, surge uma nova consciência de que o século 21 será o século da igualdade étnica e racial no ensino superior e na pesquisa.
Jornal da Ciência
O artigo de José Jorge de Carvalho (Universidade de Brasília) coordenador do INCT de Inclusão no Ensino Superior e na Pesquisa, discute o tema realizando comparações com outros países.
Enquanto cresce o número de universidades que aprovam autonomamente as cotas, a reação a esse movimento de dimensão nacional pela inclusão de negros e indígenas vai se tornando cada vez mais ideológica, exasperada e descolada da realidade concreta do ensino superior brasileiro.
Em um artigo recente ("O dom de iludir", "Tendências/Debates", 9/9), Demétrio Magnoli citou fragmento de um parágrafo de conferência que proferi na Universidade Federal de Goiás em 2001. Mas ele suprimiu a frase seguinte às que citou - justamente o que daria sentido ao meu argumento, que, da forma como foi utilizado, pareceu absurdo.
Sua transcrição truncada fez desaparecer a crítica irônica que eu fazia ao tipo de ação afirmativa de uma faculdade do Estado de Maine, nos EUA. O tema da conferência era acusar a carência, naquele ano de 2001, de políticas de inclusão no ensino superior brasileiro, fossem de corte liberal ou socialista.
Magnoli ocultou dos leitores o que eu disse em seguida: "Quero contrastar isso com o que acontece no Brasil. Como estamos nós? A Universidade de Brasília tem 1.400 professores e apenas 14 são negros". É 1% de professores negros na UnB.
E quantos são os docentes negros da USP? Dados recentes indicam que, de 5.434 docentes, os negros não passam de 40. Pelo censo de identificação que fiz em 2005, a porcentagem média de docentes negros no conjunto das seis mais poderosas universidades públicas brasileiras (USP, Unicamp, UFRJ, UFRGS, UFMG, UnB) é 0,6%.
Essa porcentagem pode ser considerada insignificante do ponto de vista estatístico e não deverá mudar muito, pois é crônica e menor que a flutuação probabilística da composição racial dos que entram e saem no interior do contingente de 18 mil docentes dessas instituições.
Para contrastar, a África do Sul, ainda nos dias do apartheid, já tinha mais professores universitários negros do que nós temos hoje. Se não interviermos nos mecanismos de ingresso, nossas universidades mais importantes poderão atravessar todo o século 21 praticando um apartheid racial na docência praticamente irreversível.
É esta a questão central das cotas no ensino superior: a desigualdade racial existente na graduação, na pós-graduação, na docência e na pesquisa. Pensar na docência descortina um horizonte para a luta atual pelas cotas na graduação.
Enquanto lutamos para mudar essa realidade, um grupo de acadêmicos e jornalistas brancos, concentrado no eixo Rio-São Paulo, reage contra esse movimento apontando para cenários catastróficos, como se, por causa das cotas, as universidades brasileiras pudessem ser palco de genocídios como o do nazismo e o de Ruanda!
Como não podem negar a necessidade de alguma política de inclusão racial, passam a repetir tediosamente aquilo que todos sabem e do que ninguém discorda: não existem raças no sentido biológico do termo.
E, contrariando inclusive todos os dados oficiais sobre a desigualdade racial produzidos pelo IBGE e pelo Ipea, começam a negar a própria existência de racismo no Brasil.
Fugindo do debate substantivo, os anticotas optam pela desinformação e pelo negacionismo: raça não existe, logo, não há negros no Brasil; se existem por causa das cotas, não há como identificá-los; logo, não pode haver cotas.
Raças não existem, mas os negros existem, sofrem racismo e a maioria deles está excluída do ensino superior. Felizmente, a consciência de que é preciso incluir, ainda que emergencialmente, só vem crescendo -por isso, a presente década pode ser descrita como a década das cotas no ensino superior no Brasil. Começando com três universidades em 2002, em 2009 já são 94 universidades com ações afirmativas, em 68 das quais com recorte étnico-racial.
Vivemos um rico e criativo processo histórico, resultado de grande mobilização nacional de negros, indígenas e brancos, gerando juntos intensos debates, dentro e fora de universidades. Os modelos aprovados são inúmeros, cada um deles tentando refletir realidades regionais e dinâmicas específicas de cada universidade.
Essa nova consciência acadêmica refletiu positivamente no CNPq, que acaba de reservar 600 bolsas de iniciação científica para cotistas. Se o século 20 no Brasil foi o século da desigualdade racial, surge uma nova consciência de que o século 21 será o século da igualdade étnica e racial no ensino superior e na pesquisa.
Jornal da Ciência
Assinar:
Postagens (Atom)