terça-feira, 17 de março de 2009

PESSOAS INCONVENIENTES


Por por Pedro Luso de Carvalho 9Blog do quadrantes)

Todos nós conhecemos uma ou mais pessoas que estão sempre prontas a dar-nos conselhos, embora não tenhamos a intenção de recebê-los; para que comecem as sessões de aconselhamento, basta um simples comentário sobre este ou aquele assunto, feito por quem não está preparado para defender-se do inconveniente assédio; essa situação é agravada pelo fato de que essas pessoas acreditam que ouviremos atentamente as suas recomendações e que as cumpriremos, o que certamente não vai ocorrer.
À primeira vista o incômodo que causam esses conselheiros compulsivos pode parecer de pouca importância, e que com paciência poderemos ouvir tudo o que têm a dizer, e que logo tudo passará; mas, infelizmente, isso não ocorrerá; somente param de falar depois de terem dito tudo o que, para eles, deve ser dito ‘para o nosso bem’; damo-nos conta, no entanto, a certa altura da ‘conversa’, que nossa paciência sumiu, e que a ansiedade passou a ser o nosso sentimento predominante; pior ainda, sentimo-nos desesperados por desconhecermos um meio eficaz para administrar essa situação, e, então, somos tomados de incontrolável fúria, que só não transparecerá com esforço sobre-humano, se tivermos força para isso..
Depois de tantos aborrecimentos, de noites insones, do uso de calmantes para amenizar a fúria da qual fomos acometidos quando estávamos na frente de um deles, que insistia que ficássemos atentos às suas opiniões, agarrando-nos pelo colarinho para evitar nossa distração, e dizendo que gosta de falar olhando nos olhos de quem o ouve, a alternativa que temos é a adoção de medidas preventivas contra esse abominável assédio, como, por exemplo, colocar os seus nomes num pequeno caderno, que fique ao nosso alcance para que possamos identificá-los; o passo seguinte é a fuga do algoz, que está à nossa espreita qual uma serpente pronta para o bote..
Essa medida preventiva contra a ação desses aconselhadores não pode ficar restrita ao caderno no qual constam os seus nomes, já que outros tantos, que ainda não conhecemos, andam por aí sôfregos à procura de alguém para dar a sua ‘sábia’ orientação de vida, para dizer o que devemos fazer nesta ou naquela situação; e, pobre de nós se tentarmos convencê-los que devem deixar que cada um resolva os seus problemas nos limites de suas possibilidades: premidos pela incontrolável compulsão de aconselhar, doença que pensam tratar-se de qualidade de caráter, dão início a uma interminável explicação sobre os motivos que os levam a ter esse comportamento em relação às pessoas que o cercam, concluindo que devemos saber ouvir os bons conselhos, sem falar no diagnóstico que poderão fazer sobre nossa saúde mental.

DO EXTRATIVISMO AO ECOLOGISMO DOS POBRES

Segundo Martínez Alier, autor do livro: Ecologismo dos Pobres, o movimento ecologista ou ambientalista global permanece dominado por duas correntes principais: a do culto ao silvestre (ou do "mundo selvagem") e de forma mais enfática, pelo credo da "ecoeficiência". Não obstante, uma terceira corrente, conhecida como "justiça ambiental", "ecologismo popular" ou "ecologismo dos pobres" está em crescimento no mundo, como uma das correntes do ecologismo.

EXTRATIVISMO NA AMAZÔNIA - OS DESAFIOS DA SUSTENTABILIDADE (I I I) - Extrativismo in the Amazon - the challenges of sustainability

COMARURDS/COMARU. Foto: G. Enríquez, 2007.
A análise convencional ressalta que o setor extrativo é formado por um ciclo econômico que abrange três fases distintas:

Na primeira fase verifica-se um intenso crescimento na extração, estimulada pelo crescimento da demanda, com a transformação dos recursos naturais em recursos econômicos. Na segunda fase, o limite da capacidade produtiva é alcançado e não há mais possibilidade de se aumentar a oferta, por causa dos estoques disponíveis e do aumento no custo da extração, uma vez que as melhores áreas tornam-se cada vez mais difíceis de acessar.
Na terceira fase, inicia-se o processo de declínio na extração, por causa da sobreexploração decorrente do aumento na demanda, o que pode induzir o início de plantios domesticados, desde que a tecnologia de domesticação, iniciada nos quintais e nas instituições de pesquisa, esteja disponível e seja economicamente viável. A expansão da fronteira agrícola, a criação de novas alternativas econômicas, o aumento da densidade demográfica, o processo de degradação, o aparecimento de produtos substitutos são também fatores indutores desse declínio.

Quanto à extração de recursos naturais renováveis na Amazônia, os que discutem o extrativismo, destacam que a domesticação (cultivo), a descoberta de substitutos sintéticos para a borracha, a expansão da fronteira agrícola, o crescimento da população e da demanda (variáveis diretamente relacionadas com a dinâmica do extrativismo) direcionam esse sistema de produção para o desaparecimento a médio e longo prazo. Dessa forma, a proposta das reservas baseada nessa economia seria inviável.

Em síntese, a análise conclui que as reservas extrativistas e o extrativismo em geral representam uma proposta de preservação da miséria. As RESEX, assim, seriam incapazes de incorporar progresso técnico; teriam uma inadaptabilidade natural a um sistema de alta escala de produção ou, ainda, de impossibilidade de gerar uma rentabilidade média compatível com os padrões estabelecidos na região.
ENRÍQUEZ, 2007

EXTRATIVISMO NA AMAZÔNIA - OS DESAFIOS DA SUSTENTABILIDADE (II) - Extrativismo in the Amazon - the challenges of sustainability

Aqui já foram discutidos alguns dos desafios do extrativismo como parte de um modelo de sustentabilidade da Amazônia. O papel do extrativismo para um processo de sustentabilidade ficou claro. Agora se discutem também alguns dos pontos fracos do extrativismo.
Argumentos contrários ao extrativismo.

Para a economia neoclássica, mantendo o atual padrão tecnológico do extrativismo vegetal, essa atividade fatalmente será extinta, resultando em enormes dificuldades para a sobrevivência das comunidades e de seu hábitat. Esta é a principal hipótese da economia neoclássica. Reforçando esses argumentos, destaca-se que a domesticação (cultivo), a descoberta de substitutos sintéticos, a expansão da fronteira agrícola, o crescimento da população e da demanda (variáveis diretamente relacionadas com a dinâmica do extrativismo), direcionam esse sistema de produção para o desaparecimento em médio e longo prazo desse modelo, defendido hoje por mais e mais pessoas. Assim, a proposta das reservas seria inviável.

Visto desde o ponto de vista da economia convencional, do mercado, os economistas neoclássicos estão totalmente certo.

A economia convencional registra que nos últimos 60 anos, houve uma profunda mudança na economia extrativa, na qual a Amazônia estava inserida desde os primórdios de sua ocupação. Vários desses ciclos extrativos se expandiram, estagnaram ou desapareceram. Outros, estimulados por políticas públicas, tentam renascer novamente, “cujos seguidores acreditam que serão permanentes”.

Dessa forma, “a economia amazônica tem sido uma sucessão de ciclos extrativos: cacau, seringueira, pau-rosa, guaraná, castanha, babaçu, madeira, pesca, caça, entre outros. Com a implantação do Programa Grande Carajás, em 1980, a economia da Amazônia mudou do extrativismo vegetal para o extrativismo mineral”. Assim, se destacam dois tipos de extrativismo: 1) o de coleta, que conserva a floresta em pé, e 2) o extrativismo por extração ou desmatamento (aniquilamento), em que a planta objeto do interesse econômico é destruída.
Veja mais aqui: ENRÍQUEZ,G. (2008).

segunda-feira, 16 de março de 2009

EL SALVADOR - UM DIA VOLTAREMOS E SEREMOS MIL

Um fantasma recorre América Latina,o fantasma da justiça e da esperança.

Uma esquerda que ressurge do fundo das demandas e anseios populares do continente. Foram muitos os mortos, assassinatos, cárceres, exílio e destruição da cidadania, e do País, para chegar finalmente a coroar a vitória, pela via pacífica, de uma das mais longas lutas de resistência da América latina. O Salvador, o "Pulgarcito" assim chamado pelo seu tamanho, conta com pouco mais de 7 milhões de habitantes e será mais um país governado pela esquerda em Centro América, o outro país da mesma região é Nicaragua, governado pelo Frente Sandinista de Lebertação Nacional.

Depois de décadas de guerrilhas, luta militar, clandestina, luta política aberta. O Frente Farabundo Martí para a Libertação Nacional se consolida como a primeira força política do País, elegendo o jornalista Maurício Funes, candidato à presidência do Salvador pela esquerdista Frente Farabundo Marti para a Libertação Nacional (FMLN), é o novo presidente do país. Com mais de 90% das urnas apuradas, Funes tem 51,27% dos votos contra 48,73% do candidato direitista Rodrigo Ávila, da Aliança Republicana Nacionalista (Arena).

domingo, 15 de março de 2009

PENSAMENTO DE RUI BARBOSA

"De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver crescer as injustiças, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus. O homem chega a desanimar-se da virtude, a rir da honra, e ter vergonha de ser honesto".
Rui Barbosa

CIÊNCIA - Mapeamento de genes ligados diretamente ao infarto

Com o avanço dos estudos, será possível identificar pessoas com mais chances de sofrer ataques cardíacos e atuar na prevenção. Mais informações em UOL Ciência e Saúde.
Leia aqui: http://cienciaesaude.uol.com.br/

Assista aqui:

Fotógrafo conta casos de pessoas com problemas na Justiça

Fotógrafo recolhe histórias de pessoas que deixam tribunal de Justiça nos EUA e publica seus depoimentos impressionantes e inusitados em um blog.

Clara Rojas, ex-refém das Farc, relata momentos da sua vida


A advogada colombiana Clara Rojas, ex-refém das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), declara que a angústia de não ver o filho, nascido em cativeiro, durante três anos "foi enorme", em entrevista concedida à Agência Efe. Após quase seis anos nas mãos das Farc, Clara Rojas, de 45 anos, finalizou o livro de sua vida em cativeiro, cujo título não quer revelar, mas adianta que será publicado em abril. Reportagem: EFE

A BIODIVERSIDADE E O PERIGO DA SUA EXTINÇÃO

Os trópicos são o suporte da diversidade biológica do planeta por sua incomparável multiplicidade de ecossistemas. E a maioria dos países do Terceiro Mundo está situada precisamente nos trópicos. Mas, a diversidade biológica enfrenta um processo de rápida destruição, devido, entre outras coisas, a megaprojetos, financiados com recursos internacionais, como a construção de represas, diques e rodovias, a exploração de minas ou a criação de empreendimentos destinados à piscicultura. Também contribuem a ofensiva tecnológica e econômica para substituir a diversidade pela homogeneidade na silvicultura, agricultura, pesca e pecuária, e fundamentalmente, o desmatamento.

A biodiversidade é um recurso das pessoas. Enquanto o mundo industrializado e as sociedades ricas voltam as costas para a biodiversidade, os pobres no Terceiro Mundo continuam dependendo dos recursos biológicos para sua alimentação e nutrição, para o cuidado com a saúde, para a energia, vestimenta e moradia. A biodiversidade não é, como a atmosfera ou os oceanos, um bem comum no sentido ecológico. Ela existe em países específicos e é usada, também, por comunidades específicas. É global apenas em seu papel de matéria-prima para as corporações multinacionais.
Vandana Shiva