quarta-feira, 13 de maio de 2009

SAÚDE - "Situação de 2009 não é a mesma da pandemia de gripe de 1918", diz historiador da medicina



Veja como as comparações históricas não sempre são apropriadas. A Diretora da OMS Margaret Chan já tinha comparado a gripe suína com a de 1918. erradamente a Diretora foi lá atras na história a buscar argumentos para explicar o contexto da gripe suína Veja aqui mais detalhes sobre o debate

Historiador da medicina e da saúde pública no Centro de Pesquisa da Medicina, da Ciência, da Saúde e da Sociedade (Cermes, CNRS-Inserm-EHESS, Paris), Patrick Zylberman estudou as grandes pandemias, e em especial a forma como a França reagiu à gripe espanhola que, entre 1918 e 1919, fez mais de 50 milhões de mortos no mundo. Ele comenta a forma como as autoridades sanitárias compreenderam os períodos de crise sanitária, e alerta quanto às armadilhas das comparações anacrônicas.
Aqui entrevista na íntegra

Le Monde - Não é uma forma de anacronismo comparar os dois episódios?

Zylberman - Certamente. A pandemia de 1918 se tornou uma figura de retórica. Desde a Síndrome Respiratória Aguda Severa (Sars) em 2003, todos os médicos, epidemiologistas e dirigentes da saúde pública apresentam o retorno da gripe espanhola como o próximo "holocausto".
Entende-se bem o porquê: é preciso atingir em cheio as imaginações para que os dirigentes políticos e os cidadãos coloquem a mão no bolso para que a comunidade esteja pronta para resistir.Bem, o mundo de 1918 e o de hoje não são comparáveis de forma alguma. O vírus e seu poder patogênico não são o único parâmetro de uma epidemia ou de uma pandemia, seja no nível da morbidez, seja no nível da mortalidade.Hoje, nós dispomos de conhecimentos científicos sobre o vírus, ao contrário de 1918 (o H1N1 só foi isolado no homem em 1933).

Nós dispomos de antivirais e de vacinas. Os antibióticos permitem tratar as superinfecções. Sem falar na vigilância epidemiológica, instaurada desde 1995, e de planos de resposta epidêmica previstos, mesmo que nem tudo seja perfeito.

Leia na íntegra aqui

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