quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Farc decretam cessar-fogo




A guerrilha das Farc decretou um cessar-fogo unilateral de dois meses a partir da meia-noite desta segunda-feira, antes de iniciar em Havana as negociações de paz com o governo da Colômbia, anunciou seu líder, Iván Márquez.

"Acolhendo o clamor dos mais diversos setores do povo colombiano, (o secretariado das Farc) ordena às unidades guerrilheiras em toda a geografia nacional o fim de todas as operações militares ofensivas contra a força pública", segundo um comunicado lido por Márquez.

(Redação com AFP)

Sem indústrias o Pará, para.


􀃔PARÁ

REPORTER 70 

Industrialização
A Associação Comercial
do Pará aprovou,
por unanimidade, a
inserção nos Anais da
casa do artigo “Castelos
de areia”, do nosso
diretor jurídico Ronaldo
Maiorana, publicado na
edição de domingo deste
jornal. O artigo faz um retrato
do Pará atual, praticamente
sem indústrias
e vivendo do extrativismo
- da madeira e
dos minerais brutos - , com
emprego de salário mínimo,
enquanto as melhores
oportunidades vão aflorar
nos centros onde esses produtos
são destinados para
industrialização.

O Liberal 20/11/2012

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

"Boom" mineral". Mais uma ilusão...

Mineradoras planejam investir US$ 41,3 bilhões no Pará até 2018

Para cada um dos 230 mil empregos diretos previstos haverá 12 indiretos


EVANDRO FLEXA JR.

Da Redação

Nos próximos seis anos, o Pará deve se tornar a maior província mineral brasileira e uma das maiores do mundo. Os investimentos previstos para os projetos minerais em território paraense, até 2018, baterão a casa dos US$ 41,3 bilhões. Pelo menos 13 grandes projetos já começaram a sair do papel no Estado, sendo que, ao alcançar a fase de exploração, devem gerar aproximadamente 230 mil empregos diretos. Este número é 53% maior do que o total de vagas hoje ocupadas pela mão de obra do setor, que não passa de 150 mil oportunidades de trabalho. E para cada emprego direto, pelo menos mais doze indiretos são criados, estes nas áreas de comércio e serviços, atendendo a crescente demanda gerada no entorno destes grandes projetos minerais. Segundo apontam especialistas, a mineração vai permanecer sustentando a economia paraense, no mínimo, pelos próximos 60 anos. A preocupação, entretanto, é com o depois que a fonte secar.

De acordo com o geólogo paraense Alberto Rogério Benedito da Silva, autor do livro "A Indústria Mineral no Pará", quando se pensa em projeto de mineração a primeira coisa a ser idealizada é como ficará o local da exploração após a mina fechar. "O minério é uma obra da natureza. Cabe ao geólogo e à empresa mineradora chegar até ele. Porém, o projeto é de responsabilidade de um conjunto de entes, que jamais pode esquecer-se de garantir um retorno à sociedade", afirma, enfatizando que esta é a premissa de número 1 das exploradoras. Em sua obra, Rogério mostra como as empresas de mineração se comportaram ante a globalização e suas principais fusões no mercado, investimentos, PIB mineral e carga tributária. Segundo ele, no prazo máximo de três anos, a indústria mineral do Pará deve competir igualitariamente com as da Indonésia, da África do Sul, da Austrália, da China e da Índia, países experientes na produção e exploração de minérios.

Entre os principais projetos de exploração mineral no Pará está o S11D, da Vale, no município de Canaã dos Carajás, que deve produzir 90 milhões de toneladas de minério de ferro por ano. A Vale também vai implantar em Canaã dos Carajás o projeto Níquel Vermelho, com produção de 45 mil toneladas/ano de níquel. Ao todo, o investimento chegará a US$ 14 milhões. A Anglo American vai investir US$ 4,3 milhões em São Félix do Xingu, para produzir 90 mil toneladas de níquel ao ano. Os projetos Cristalino, em Curionópolis; Salobo, em Marabá; 118, em Canaã dos Carajás; e Alemão, em Parauapebas, deverão produzir 550 mil toneladas/ano de cobre. A produção de 50 mil toneladas de cobre ao ano em Tucumã, a partir do projeto da empresa Caraíba, deve investir no município US$ 275 milhões. Já em Juruti deverão ser produzidos de quatro a seis milhões de toneladas de bauxita ao ano, com um investimento de US$ 300 milhões. A produção de ouro também será intensificada no Pará, nos próximos seis anos.


domingo, 18 de novembro de 2012

Dilma pede crescimento




CÁDIZ - A presidente Dilma Rousseff fez um forte ataque aos programas de austeridade “excessiva e simultânea” em sua intervenção na plenária da 22ª Cúpula Ibero-americana, nesta manhã, sinalizando a inquietação com as consequências da crise europeia.

Em 15 minutos de discurso, a presidente observou que o panorama internacional de hoje é distinto daquele de 1991, quando as nações ibero-americanas se reuniram pela primeira vez, em Guadalajara, no México. “A crise financeira, que hoje afeta a Europa, golpeia de forma particular a península ibérica. Sabemos que Portugal e Espanha estão diante de tarefas de complexa solução. Mas sabemos, também, da força desses países, da energia criativa de suas sociedades, de sua capacidade de superação”, afirmou.

A presidente observou que “temos assistido, nos últimos anos, aos enormes sacrifícios por parte das populações dos países que estão mergulhados na crise: reduções de salários, desemprego, perda de benefícios”. Notou que “as políticas exclusivas, que só enfatizam a austeridade, vêm mostrando seus limites: em virtude do baixo crescimento, e apesar do austero corte de gastos, assistimos ao crescimento dos déficits fiscais e não a sua redução. Os dados e as previsões para 2012 e 2013 mostram a elevação dos déficits e a redução dos PIBs”.

Dilma destacou que o Brasil vem defendendo, inclusive no âmbito do G20, que “a consolidação fiscal exagerada e simultânea em todos os países não é a melhor resposta para a crise mundial – e pode, inclusive, agravá-la, levando a uma maior recessão”.

“Sabemos que os impactos da crise são diferentes entre os países, e as respostas à crise também têm suas diferenças e produzem consequências diversificadas. O equívoco, porém, é achar que a consolidação fiscal coletiva, simultânea e acelerada seja benéfica e resulte numa solução efetiva”, acrescentou.

A presidente foi adiante, no mais sólido discurso que fez até agora na cena internacional contra a austeridade: “O que temos visto são medidas que, apesar de afastarem o risco de uma quebra financeira, não afastam a desconfiança dos mercados e, mais importante ainda, não afastam a desconfiança das populações. Confiança não se constrói apenas com sacrifícios”.

Para Dilma, é preciso que a estratégia adotada mostre resultados concretos para as pessoas, apresente um horizonte de esperança e não apenas a perspectiva de mais anos de sofrimento.

A presidente reiterou que a atividade econômica mais fraca em 2012, as perspectivas para os anos seguintes, o sofrimento das populações colocam, assim, na ordem do dia a necessidade do crescimento. “Urge que os países superavitários também façam a sua parte, aumentando seu investimento, seu consumo, e importando mais”, disse.

Para Dilma, o que parece cada vez mais claro é que, “sem crescimento, será muito difícil o caminho da consolidação fiscal. Os ajustes serão cada vez mais onerosos socialmente e cada vez mais críticos politicamente”.

Em seguida, destacou medidas adotadas pelo Brasil, de estímulo econômico “sem comprometer a prudência fiscal”.

Observou que o Brasil também foi atingido pela crise, através da redução dos mercados internacionais, mas acrescentou que o país está ampliando os investimentos públicos e privados em infraestrutura. Além disso, disse que reduziu a carga tributária sobre a folha de pagamentos e fez a reforma previdenciária dos servidores públicos.

“Promovemos programas sociais que, além de seus efeitos de distribuição de renda, contribuem para manter a demanda interna. Temos logrado, assim, apesar da crise internacional, manter o desemprego em níveis bastante baixos”, acrescentou.

A presidente sugeriu à Europa não copiar erros passados da América Latina. “Quando nos reunimos em Guadalajara, duas décadas atrás, a América Latina ainda vivia as consequências de sua ‘crise da dívida’. Os governantes de então, aconselhados pelo Fundo Monetário Internacional, acreditavam, erradamente, que apenas com drásticos e fortes ajustes fiscais poderíamos superar com rapidez as gravíssimas dificuldades econômicas e sociais nas quais estávamos mergulhados. Levamos assim duas décadas de ajuste fiscal rigoroso tentando digerir a crise da dívida soberana e a crise bancária que nos afetava e, por isso, neste período, o Brasil estagnou, deixou de crescer e tornou-se um exemplo de desigualdade social. Nossos esforços só resultaram em solução quando voltamos a crescer. Pagamos a dívida externa e acumulamos quase US$ 380 bilhões de reservas e mudamos nosso modelo de desenvolvimento, ao compatibilizar crescimento econômico, contas públicas robustas, controle da inflação e distribuição de renda.”

A presidente salientou que, hoje, não só o Brasil, mas toda a América Latina “dá demonstrações de dinamismo econômico, de vigor democrático, de maior equanimidade social, graças às políticas que privilegiaram o crescimento econômico com inclusão social”.

Dilma repetiu que, na última década, o Brasil retirou da pobreza 40 milhões de brasileiros e os incorporou a um mercado de quase 200 milhões de pessoas.

Para a presidente, hoje o país está diante de um novo desafio, o da competitividade. Dilma disse que isso exige a redução do custo de capital, a ampliação dos mecanismos de financiamento de longo prazo, a criação de um forte mercado de capitais, o aprimoramento educacional, a geração de tecnologia e inovação.

Por Assis Moreira | ValorDilma pede 
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sexta-feira, 16 de novembro de 2012

A contribuição teórica do PT/MEC para ENEM. Imigrações do Século XXI para o Brasil

Haitianos em Brasileia serão transferidos para novo espaço até a próxima segunda-feira

Quem iria a pensar que para o ENEM o tema da redação poderia estar relacionada com as imigrações para o Brasil no século XXI. 

Visto de outra forma. Quem, no seu pleno equilíbrio físico, mental e emocional iria a submeter aos alunos a desenvolver um tema tão absurdamente irrelevante, como o formulado pelo MEC o dia da realização do ENEM. Quem? somente poderia ser o Mercadante cada dia menos identificado com a educação e mais preocupado com sua possibilidade em disputar o governo de São Paulo. 


O dia do ENEM procurei e não encontrei informação consistente e argumentos teóricos para realizar uma redação sobre o tema. Podemos até aceitar que redação pode ser feita sobre qualquer tema, entretanto, o MEC teria a obrigação de selecionar um tema que conta-se com fundamentos, referências históricas e informação apropriada à população alvo, alunos do ENEM. 


Quem se sairá melhor serão obviamente os que tenham ouvido alguma declaração ou notícias da imprensa sobre um grupo de bolivianos ou haitianos que vieram ao Brasil na procura de trabalho. 


Não pode se falar, de forma nenhuma de correntes migratórias, conhecidas em outras regiões do planeta. Menos ainda, nada teria a ver com alguma tendência que seja a característica do Século XXI no Brasil. 


Isso é infantilismo político do PT e nada mais. Não existe teoria sobre o assunto e menos referências históricas. 


Veja a matéria sobre "imigrações" de haitianos.   



Com aluguel atrasado e ordem de despejo decretada, os haitianos que ainda dependem de vistos da Polícia Federal para regularizarem a situação no país vão se mudar para um clube abandonado até segunda-feira (19). Atualmente eles estão alojados em uma casa particular e se espalham pelos cinco quartos, varanda e um galpão nos fundos do terreno, no bairro Ferreira da Silva.

O Esporte Clube Brasileia, para onde serão levados, tem cerca de mil metros quadrados de área coberta, sem paredes laterais. Na verdade, é um galpão aberto. Ontem (13), o representante do governo do estado, Damião Borges, levará alguns haitianos para fazer a primeira limpeza do lugar.

No início da manhã, a Agência Brasil esteve no local. O mato alto cobre os 5 mil metros quadrados de terreno. O clube está em condições precárias, com as paredes rachadas, algumas sem reboco, lixo – garrafas, folhas, pneus, papel – jogado no chão e o piso quebrado.

Os quatro banheiros, dois coletivos e dois com vasos sanitários quebrados, não dispõem de chuveiros nem de pias. A ampla cozinha só dispõe de uma pequena bancada com pia, sem torneira.

Em outro cômodo interligado com a cozinha a situação é a mesma de todos os demais: muito lixo e sujeira. O desafio do representante do governo do estado na cidade, Damião Borges, é tornar o lugar habitável em cinco dias.



“Não tem mais jeito de ficar aqui [no atual alojamento], tenho até segunda-feira para mudá-los daqui. É o que temos”, disse Damião à Agência Brasil. O funcionário do governo do Acre destacou que ainda nesta semana o fornecimento de água e luz, cortado por atraso nas contas, será restabelecido.

Borges reconheceu que, pelo prazo de que dispõe para mudar os haitianos, as reformas serão “básicas”. Ele disse que o piso e as paredes receberão uma camada de cimento, os banheiros serão consertados e, para garantir o abastecimento de água, serão instaladas cinco caixas d’água de 2 mil litros cada.

Nesse período de pouca chuva é comum o racionamento de água no local. Borges ressaltou que o antigo clube era uma empresa composta por 100 pessoas que desativaram o local.

De acordo com o servidor, o governo estadual comprou o local, assumiu as dívidas e depositou R$ 380 mil para os atuais proprietários. Estes, por sua vez, questionaram o valor e pedem R$ 700 mil pelo terreno e o clube. A demanda está na Justiça.

Na expectativa de uma nova chegada de haitianos ilegais a Brasileia, a reportagem permaneceu durante parte da madrugada em frente ao atual alojamento e constatou a desenvoltura com que os imigrantes ilegais transitam no bairro.



Sem energia na casa, eles permaneceram até a madrugada nas calçadas bebendo cerveja e refrigerantes. Integrados à comunidade local, os haitianos não causam qualquer problema, segundo relatos de moradores.

A pedido de um dos imigrantes, o vizinho Jamisclei Ferreira Campelo, de 33 anos, comprou um celular, aparelho de uso comum deles. Como não tem a entrada no país legalizada, eles estão impossibilitados de ter aparelhos de telefonia móvel e outros eletrodomésticos, mesmo dispondo do dinheiro para a compra.

“Eles são tranquilos, não incomodam ninguém. Nós temos dó deles porque não têm nada”, frisou Filomena Maria César, 66 anos, também moradora do bairro Ferreira da Silva.

Por: Marcos Chagas Enviado
Fonte: Agência Brasil – EBC
Edição: Tereza Barbosa