Do BLOG DO BARATA
ESCÂNDALO – CPI ouve o bispo do Marajó
Tráfico de drogas, particularmente em Portel, exploração da prostituição infantil, turismo sexual com menores e tráfico de mulheres. Esses são os ingredientes que condimentam as denúncias de dom Luiz Azcona, sobre a exploração sexual de menores e mulheres no Marajó, do qual o religioso é bispo.
Dom Luiz Azcona foi o primeiro depoente ouvido pela CPI, a Comissão Parlamentar de Inquérito instalada na Alepa, a Assembléia Legislativa do Pará, para apurar as denúncias de exploração sexual de menores e mulheres no Marajó, feitas pelo bispo, desde então sob ameaça de morte. Criada por proposta do deputado petista Carlos Bordalo, a CPI tem como presidente o deputado Bira Barbosa (PSDB) e relator o deputado Arnaldo Jordy (PPS).
ESCÂNDALO – A indiferença dos poderes legais
O assustador é que nenhuma das denúncias oferecidas pelo bispo do Marajó à CPI nesta quarta-feira, 14, no auditório João Batista, acrescentou alguma nova informação ao que dom Luiz Azcona já havia tornado do domínio público há pelo menos dois anos atrás. A despeito disso, como acentuou o próprio bispo, as aberrações relatadas perduram, sob a indiferença dos poderes constituídos – Executivo, Legislativo e Judiciário – e dos seus órgãos auxiliares, como o Ministério Público.
O mais irônico é que a criação da CPI agora instalada foi proposta, ainda em 2006, pela então deputada Araceli Lemos, na época no PT e hoje no PSol, sem mandato, após tentar sem sucesso a eleição para a Câmara Federal, pela sua nova legenda. Na ocasião, a proposta de criação da CPI foi abortada pela bancada de sustentação do governo do tucano Simão Robison Jatene, ironicamente comandada pelo deputado Bira Barbosa, a quem agora cabe presidir a comissão que no passado recente ajudou a inviabilizar.
ESCÂNDALO – Deputadas cobram rigor na apuração
Na sessão da CPI realizada nesta quarta-feira, 14, as deputadas Josefina Carmo (PMDB), Regina Barata (PT) e Simone Morgado (PMDB) cobraram rigor na apuração das denúncias feitas à comissão. A propósito, Simone Morgado recordou que, quando vereadora em Bragança, denunciou o envolvimento com pedofilia de dois vereadores do município. Segundo a deputada do PMDB, a acusação foi formalizada perante o Judiciário, em ação que ainda aguarda a manifestação do TJ do Pará, o Tribunal de Justiça do Estado, onde supostamente dormita o processo, segundo a presunção verbalizada pela parlamentar.
O temor de que a CPI acabe em pizza, manifestado pelo próprio bispo do Marajó, mereceu uma enfática observação da deputada Regina Barata, do PT. A parlamentar petista sublinhou que dedicará às denúncias eventualmente feitas, desde que comprovadas, o mesmo zelo que dedica aos seus próprios filhos. “No que de mim depender, cortaremos a própria carne, se necessário for”, salientou Regina Barata.
ESCÂNDALO – O recado para Sefer
A advertência feita pela deputada petista Regina Barata, ao acentuar a obrigação da CPI de cortar a própria carne, se assim for necessário, foi uma clara alusão ao deputado Luiz Afonso Sefer, do DEM. Sefer é acusado de molestar sexualmente uma menina, dos 9 aos 12 anos, período no qual a garota trabalhou e morou na casa do parlamentar.
Segundo revelou o jornalista Cláudio Humberto na sua coluna - de circulação nacional -, além da acusação de pedofilia, que aguarda um parecer do Ministério Público do Pará, o deputado do DEM é também réu em ação no Tribunal de Justiça da Paraíba sobre reconhecimento de paternidade. O processo, que teve início em meados de 2005, tramita em segredo de Justiça e nenhuma audiência foi realizada até agora. Quando a criança nasceu, a mãe teria apenas 15 anos de idade.
Diante da suspeita de pedofilia, Sefer, recorde-se, foi afastado da liderança do DEM na Alepa e excluído da CPI da Pedofilia no Estado, na qual figurava como suplente, por indicação do Democratas. Apesar disso, existem fortes indícios de que esteja em curso uma operação abafa, para poupar Sefer, patrocinada pelo governo Ana Júlia Carepa.
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