quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Do Portugal de volta o 'caso Maddie' - Procuradoria lusa só reabre 'caso Maddie' com fatos novos

Lisboa, 14 jan (Lusa) - A Procuradoria-Geral da República (PGR) portuguesa afirmou nesta quarta-feira que o processo relativo ao desaparecimento no Algarve de Madeleine McCann só será reaberto se surgirem "fatos novos, credíveis e relevantes", numa reação a declarações do pai da criança.

O pai de Madeleine McCann manifestou terça-feira a intenção de cooperar com as autoridades portuguesas no processo de procura da filha, desaparecida no Algarve em maio de 2007, acreditando que há passos que ainda podem ser dados na investigação.

"Achamos que há muito boas hipóteses de a Maddie ainda poder ser encontrada viva e de boa saúde e, por isso, queremos que a busca continue. Queremos salientar o nosso desejo de trabalhar com as autoridades tanto quanto for possível", afirmou à Agência Lusa Gerry McCann, que chegou terça-feira a Portugal para uma visita de apenas dois dias.

Solicitada hoje pela Lusa a comentar estas declarações de Gerry McCann, a PGR respondeu por escrito afirmando que "o processo só poderá ser reaberto se forem apresentados fatos novos, credíveis e relevantes", sem adiantar mais qualquer observação.

Em entrevista à Lusa, o pai de Madeleine McCann disse ter regressado agora a Portugal, pela primeira vez desde setembro de 2007, para discutir com o seu advogado, Rogério Alves, a melhor forma de colaborar com as autoridades portuguesas no sentido de "explorar passos que ainda não foram dados e que poderão fazer a diferença".

Para isso, adiantou, é importante analisar o processo e toda a investigação desenvolvida até agora "para não duplicar passos que já tenham sido dados" e também "para não desperdiçar recursos".

Madeleine McCann, então com três anos de idade, desapareceu em 3 de maio de 2007 do quarto onde dormia junto com os dois irmãos gémeos, mais novos, num apartamento do complexo turístico "Ocean Club", na Praia da Luz, no Algarve, sul do país.

Os pais, ambos médicos (o pai é cardiologista, a mãe médica de clínica geral), jantavam naquele momento com um grupo de amigos ingleses num restaurante do hotel, a cerca de 50 metros do apartamento.

Em 14 de maio de 2007, o luso-britânico Robert Murat foi apontado suspeito no processo do desaparecimento da menina, após ser interrogado no Departamento de Investigação Criminal (DIC) da Polícia Judiciária (PJ), em Portimão.

Em 7 de setembro do mesmo ano, a mãe da criança, Kate, e o pai, Gerry McCann, foram também apontados suspeitos, após mais um interrogatório no DIC.

A Polícia Judiciária (equivalente à Polícia Federal) inicialmente apontou para a hipótese de seqüestro, mas mais tarde admitiu a morte da criança, mas as autoridades nunca conseguiram apurar o que realmente aconteceu a Madeleine McCann.

Em 21 de julho de 2008, a Procuradoria-Geral da República anunciou oficialmente o encerramento da investigação e o arquivamento das suspeitas contra Gerry e Kate McCann e Robert Murat.

O mistério do desaparecimento da criança e a aparente falta de pistas sólidas para explicar o ocorrido contribuíram para transformar este caso num dos processos mais midiáticos de todos os tempos.

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