sábado, 31 de janeiro de 2009

INTERNACIONAL CHILE - PEDRAS NO CAMINHO PARA EDUARDO FREI QUE ASPIRA NOVAMENTE À PRESIDÊNCIA DO CHILE

Aos 66 anos, com sua inscrição para as primárias da coalizão que governa o Chile desde 1990 de maneira ininterrupta, o senador democrata-cristão Eduardo Frei iniciou a corrida para suceder a Michelle Bachelet na presidência da República, cargo que ele já ocupou entre 1994 e 2000.Para voltar ao Palácio La Moneda, Frei deverá vencer dois obstáculos. O primeiro, que os analistas consideram mais fácil, é a batalha que poderá oferecer nas primárias governistas o senador e ex-ministro da Justiça José Antonio Gómez, presidente do Partido Radical Social-Democrata, a menor coletividade da Concertación (coalizão de partidos políticos chilenos onde confluem social-democratas e democratas-cristãos).

Eduardo Frei o Pai.

Eduardo Frei Montalva, foi presidente entre 1964 e 1970, encabeçou a oposição contra Salvador Allende e depois de apoiar inicialmente a ditadura liderou as forças contrárias ao general Augusto Pinochet, até sua morte em uma clínica privada onde foi operado. A justiça investiga se, como acreditam a família Frei e muitos no Chile, a ditadura mandou envenenar o ex-presidente. Os exames encontraram indícios de que foi assim e espera-se uma rápida resolução do juiz encarregado do caso.

Uma das pedras no caminho do Frei filho para ser novamente Presidente é José Antonio Gómez e muitos apostam que Gómez não conseguirá chegar até a última primária, a de Santiago, em 17 de maio, por falta de recursos para sustentar a campanha e porque depois da retirada do ex-presidente Ricardo Lagos e do secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), José Miguel Insulza (de uma corrida na qual nunca entraram completamente), Frei chegou à disputa com o apoio de democratas-cristãos, socialistas e do Partido pela Democracia, três dos quatro maiores partidos da Concertación.Anteriormente, a senadora e ex-ministra Soledad Alvear se demitiu da presidência da Democracia Cristã (DC) e abandonou a competição pela presidência ao ver que não subia nas pesquisas, assim deixando o caminho livre para Frei.

O principal obstáculo que ele tem pela frente é o empresário Sebastián Piñera, o representante da direita, cuja fortuna é estimada em US$ 1,3 bilhão, que depois de ser derrotado por Bachelet em 2005 começou imediatamente a corrida para a eleição presidencial de dezembro de 2009 e que agora tem uma grande vantagem em todas as pesquisas sobre seu rival democrata-cristão.Por enquanto, a Concertación só pede a Frei para forçar um segundo turno, apesar do esperado impacto da crise econômica internacional, que se traduzirá no Chile em maior desemprego e menor crescimento, para então tentar derrotar Piñera.

Entretanto, a direita aspira a ganhar sem chegar à recontagem de votos.Com um período presidencial de quatro anos sem reeleição, os chilenos deverão se acostumar à repetição de rostos nas eleições para La Moneda. Logo haverá vários ex-presidentes e candidatos derrotados que podem aspirar a uma segunda oportunidade. De fato, a batalha de dezembro de 2009 será entre um ex-presidente e um ex-candidato presidencial. A própria Bachelet fica situada como candidata para a eleição de 2013, depois de se recuperar nas pesquisas e de estar se transformando em uma figura querida pelos chilenos.

Frei, um engenheiro civil e hidráulico e empresário, também tem como desvantagem a forma como terminou seu governo, em meio a uma recessão provocada pelo ajuste diante da chamada crise asiática, que quase custou a vitória a Lagos contra Joaquín Lavín, e obscureceu os primeiros anos de crescimento e modernização de seu mandato.Mas o sobrenome Frei é quase uma marca na política chilena. Seu pai, Eduardo Frei Montalva, foi presidente entre 1964 e 1970, encabeçou a oposição contra Salvador Allende e depois de apoiar inicialmente a ditadura liderou as forças contrárias ao general Augusto Pinochet, até sua morte em uma clínica privada onde foi operado. A justiça investiga se, como acreditam a família Frei e muitos no Chile, a ditadura mandou envenenar o ex-presidente. Os exames encontraram indícios de que foi assim e espera-se uma rápida resolução do juiz encarregado do caso.

Quarto de sete irmãos, Eduardo Frei Ruiz-Tagle se dedicou tardiamente à política. Considerado sério, de oratória frágil e até aborrecido, sua falta de loquacidade é mais atribuível à timidez, porque em particular tem senso de humor. Para esta campanha mudou seu estilo. Hoje está mais desenvolvido e seguro de si. Saiu em último lugar nas preferências das pesquisas, mas começou a ganhar terreno na medida em que seus adversários da Concertación se retiravam. Flertou até com a esquerda e depois propôs uma nova Constituição para o Chile em 2010, no bicentenário da independência, a mais sólida que fez algum dos candidatos.Declarou estar disposto a abrir espaço parlamentar para os comunistas, que 19 anos após a volta da democracia ainda não conseguiram eleger um deputado ou senador, pelo sistema eleitoral criado pela ditadura. A rigor, segundo indicam as pesquisas, sem esses votos não poderia vencer Piñera. De todos os possíveis candidatos da Concertación, Frei é o que mais pode evitar a drenagem de votos do centro para Piñera, que votou contra o ex-ditador Pinochet no plebiscito de 1988.Frei já teve uma disputa eleitoral direta com Piñera, em 1989, o último ano do governo Pinochet, para chegar ao Senado. Na época Frei quase duplicou os votos de Piñera, com 41% contra 21,9%, obteve primeira maioria nacional e ambos chegaram à Câmara Alta. Mas então a Concertación não sofria o desgaste de 19 anos de governo. Frei superou esse registro ao ser eleito presidente com 57,9%, a maior votação já obtida por um candidato ao cargo.É católico, casado com a orientadora familiar Marta Larraechea, uma mulher simpática e brincalhona, com quem tem quatro filhas. Ao se inscrever para as primárias, Frei afirmou que "esta é uma etapa, um caminho, que há alguns meses parecia escuro. Vamos ganhar em dezembro e vamos continuar construindo um país mais humano, mais justo".

Mas, nas águas da coalição do governo ou base aliada (como se diz no Brasil) não estão tão calma assim como parece. Novas pedras surgiram e dificuldades maiores surgiram do próprio interior da coalição governista. a esquerda, que já leva 16 anos no poder está extremamente, por assim dizer, cansada e existem correntes importantes dentro do partida da presidenta que lutam por uma maior expressão no exercício do poder e é, reiteradamente, obstaculizada sua maior participação no governo.
É a velha guarda que viveu o retorno à democracia e que usufruiu do poder por estes 16 anos. a idade dos principais principais líderes, se somadas, alcançariam cerca de 800 anos.

De muita experiência e de pouca vontade de inovar. Não gostam da transparência das ações do governo, não gostam de caminhar pelas ruas e recorrer seus distritos eleitorais. Na eleições´, apenas aparecem em cartazes com suas fotos maquilhadas, como se fossem, ainda jovens maduros. E ainda querem continuar governando. Já disse uma amigo que o poder, até de sindico, é motivo de briga e de ambição.

Logo veremos em detalhe esse novo panorama da política chilena. Os jovens também querem participar dos destinos do país. eles representam cerca de 3 milhões de votos que não se registraram e não voraram nas últimas eleições.
Hoje contam com representantes que querem entrar nessa briga, desde dentro da consertação.
Quens são? quais são suas propostas. Em outra matéria analizaremos detalkhes de essa luta que recem começa no Chile e seguramente se expandirá para outros países.

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