segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

FALA O CHEFE DA CASA CIVIL DO GOVERNO ANA JULIA - (integra do Blog Espaço Aberto)



PUTY ATACA ELITES LOCAIS, REAFIRMA ALIANÇA PT-PMDB E NEGA SAÍDA DA CASA CIVIL

(do BLOG Espaço Aberto http://blogdoespacoaberto.blogspot.com/

Quem imaginava um chefe da Casa Civil do governo Ana Júlia arrogante ou irônico, no programa Jogo Aberto, da Rádio Tabajara FM 106.1, no sábado que passou, deve ter quebrado a cara. Cláudio Puty (na foto) se revelou uma pessoa diferente daquela que é pintada na Imprensa de Belém. Chegou sozinho à emissora e entrou no estúdio molhado pela chuva que caía na ocasião. Não reclamou de nada. E não deixou nenhuma pergunta sem resposta, encarando com naturalidade as provocações feitas pelos jornalistas Carlos Mendes e Francisco Sidou.Puty fez revelações e também desmentidos, além de uma crítica indireta ao prefeito Duciomar Costa pelo pouco empenho da PMB na realização do Fórum Social Mundial. Lembrando que a saúde é municipalizada, revelou que o governo estadual interveio diretamente na saúde para ajudar a prefeitura a dar "conta do recado" para que o FSM pudesse acontecer sem problemas. Um resumo do debate.

Segue um resumo sobre os principais assuntos abordados pelo chefe da Casa Civil durante o programa:

ALIANÇA PT-PMDB

“Não é verdade que exista rompimento e não há qualquer perspectiva de que isso venha a acontecer. Quem estimula um rompimento e vive plantando isso na Imprensa é o PSDB. Ele quer sair do isolamento. Divergências entre os aliados são normais. Às vezes um órgão não vai bem e é preciso mexer. Não há nada demais nisso. O PMDB foi muito importante para derrotar o PSDB. Precisamos de aliados para manter a governabilidade. Nós e o PMDB temos trabalhado para manter a aliança".

ELEIÇÃO EM 2010

"As conversas que correm entre os aliados são as seguintes: o interesse do PMDB é ter o deputado federal Jader Barbalho como candidato ao Senado. O interesse do PT é disputar a outra vaga ao Senado com os deputados Paulo Rocha e Zé Geraldo. Há ainda a Maria do Carmo, se ela não voltar à Prefeitura de Santarém. No conjunto desses interesses, a Ana Júlia seria candidata à reeleição. Estamos conversando também com o PV e o PPS, que não fazem parte da aliança. Dentro de 15 dias, vocês terão novidades".

SAÍDA DO GOVERNO

"Eu estava em férias no Peru e comecei a receber telefonemas de que a Imprensa estava noticiando minha saída da Casa Civil. Eu respondia: poxa, o cara mal saí de férias por 10 dias e já estão dizendo que ele está fora do governo. Nada disso é verdadeiro. A governadora já me disse que não há qualquer intenção dela em me tirar da Casa Civil. Falam e repetem mentiras na Imprensa como se fossem verdades. Nem me preocupo em procurar esses veículos para desmentir, porque não tem coisa pior que desmentir o que não existe".

ELITES

"Na função que ocupo muitas vezes durante o dia sou obrigado a dizer ‘não’. As elites fazem pressão por nomeações e cargos de DAS. Tem gente que me achado malvado e alguns setores da imprensa distorcem seus conceitos sobre mim. Essas elites vivem criticando o Bolsa Família, não aceitam que a Ana Júlia tenha chegado ao governo, mas adoram um contracheque oficial. As elites de Belém são originárias do Marajó. Elas se apropriaram do Estado para conduzir seus interesses. Temos que combater isso e resistir a essas pressões".

SAÚDE NO FÓRUM SOCIAL

"Construímos, graças aos recursos federais, 10 Centros Integrados de Serviços (CIS), que cobrirão as áreas de emergência médica e odontológica do Fórum. Haverá dez hospitais de campanha com capacidade para 10 leitos em cada um. Além disso, cadastramos 270 leitos nas redes pública e privada".

SEGURANÇA PÚBLICA

"A governadora não dorme preocupada em dar um choque de gestão no policiamento de Belém para combater a onda de violência e criminalidade. Os R$ 50 milhões que foram investidos em segurança para o Fórum servirão ao benefício da população depois que o evento passar. Tinha muito policial fardado servindo aos poderosos. Botamos esse pessoal na rua para cuidar da segurança de todos os habitantes".

DEBATES

"Morei nos Estados Unidos e na Itália e vi que nesses países as emissoras de rádio fazem muitos debates, colocando frente a frente pessoas das mais diferentes e extremadas opiniões. Fico emocionado ao ver uma emissora como a Rádio Tabajara(radiotabajarafm@hotmail.com
preocupada em promover debates de idéias. É importante ouvir, por exemplo, políticos de extrema esquerda e de extrema direita".

PUBLICIDADE DO GOVERNO

"Nos governos do PSDB eles tinham acordo com determinado grupo de comunicação para gastar com publicidade. As verbas eram centralizadas. O que é estranho é que eles faziam muita publicidade, mas o orçamento do setor era baixo. No governo da Ana, o orçamento com publicidade tem distribuição mais democrática entre os meios de comunicação. A partir de junho de 2008 houve um aumento de inserções do governo na TV".

COMPARAÇÃO

"O PSDB pouco fez de serviços públicos e gastou muito com obras suntuosas, de muita visibilidade. Saúde, moradia e educação são três exemplos, se compararmos os governos do PSDB com o nosso. Ainda no meio do mandato da Ana Júlia, já fizemos duas vezes mais do que todo o governo Jatene pela educação. Em moradia, eles construíram três mil casas e nós já fizemos 10 mil. Os recursos para investimento em saúde da família, que eram 18% no governo deles, no da Ana já estão em 32% e devem chegar a 50%".

COMUNICAÇÃO

"Concordo com o Francisco Sidou. Tem muito DAS e pouca comunicação no governo. O Delfim Neto tem uma frase que eu gosto muito. Ele costuma dizer que reduzir despesa com pessoal é teoria de economista desocupado. Só um economista fora do governo defende esse tipo de coisa. Quando entrei na Casa Civil, ouvi que era preciso reduzir o número de assessores, mas isso não é fácil de mexer. Resumo da ópera: estamos fazendo esforço para melhorar a comunicação do governo. Temos obras em pleno andamento, como a do PAC Tucunduba e outras obras do PAC pelo Pará, mas que não aparecem. A governadora sabe disso. Mas a grande obra do governo que precisa ser mostrada é o tratamento às pessoas, aos mais pobres. Vou adiantar uma coisa: o governo vai fazer licitação descentralizada de combustíveis, de telefonia, e também reduzir gastos com DAS".

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