Veja a postagem do Parsifal 5.3.
O ex-secretário de Fazenda do governo Ana Júlia, José
Trindade, assim como os demais doutores que derrotaram a
ex-governadora, além de ser dono de uma cordial antipatia, ostenta um
doutorado em Economia na espécie Dívida Pública.
Trindade,
do alto da sua soberba, concluiu que apenas ele sabia destrinchar a
dívida pública do Pará, mas, com outras coisas com as quais se atarefar,
resolveu contratar uma empresa mineira de consultoria, a “Assets Alicerce LTDA” para a gloriosa tarefa.
O
recebimento de R$ 27 milhões pela “Assets”, pagos pela SEFA no meio da
recandidatura de Ana Júlia, juntamente com as contas mal prestadas do
empréstimo de R$ 366 milhões, que se perderam por tortuosos atalhos
contábeis, tinham tudo para se transformar em um dos maiores escândalos
financeiros que um governo já patrocinou no Pará, mas, mal a imprensa
tentava sistematizar as manchetes sobre os assuntos, um outro escândalo
levantou-se: as fraudes na Assembleia Legislativa.
Como
a imprensa brasileira não tem processamento paralelo e a maioria dos
leitores tem leitura preemptiva, qualquer novo episódio sufoca o
anterior, e quem ousa tocar, no meio da tempestade que cai, na violência
da procela anterior, é acusado de diversionismo: o famoso “quer desviar
a atenção”.
Mas, eis que não se finou de todo o
episódio “Assets”, que nos corredores da SEFA passou a se chamar
“acerto”: os ex-secretários Trindade e Vando Vidal, prestaram depoimento
no dia 25.01.2012, em procedimento administrativo-disciplinar aberto
pela Corregedoria da SEFA, que apura o caso e, comme il faut, nada esclareceram.
O
Estado, nos seus próprios quadros, tem pessoas qualificadas para fazer
qualquer serviço, mas, os órgãos subestimam a aptidão dos seus técnicos,
preferindo importar caras soluções exógenas, porque as vias oblíquas
não podem ser efetivadas com as providências domésticas.
É
hora de acabar com esta pantomima de importar doutos consultores a
preços milionários: nem que seja absolutamente republicana a
contratação, os agentes públicos estão tão sem fé pública que ninguém
acredita que ali não está perpetrado um ato de corrupção.
Ou
damos um jeito de tratar o erário com mais consequência, ou vamos todos
juntos, inocentes e pecadores, para o quinto dos infernos, se é que já
não estamos nele.
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