terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Disputa entre PT e PSDB é pano de fundo na crise da segurança pública

BRASÍLIA - A disputa política entre PT e PSDB é um dos panos de fundo da crise de insegurança na Bahia. Autoridades do governo baiano dizem que a ala grevista mais radical, que resiste a negociar com a administração de Jaques Wagner, é ligada ao PSDB.
Em auxílio à gestão de Wagner (PT), o governo federal enviou à Bahia 2,8 mil militares das Forças Armadas e 450 da Força Nacional, num dos maiores esforços para garantir a segurança de uma unidade da federação. Os grevistas ocuparam a Assembleia Legislativa do Estado, que está cercada pelas tropas federais.

“Há um componente político [na condução da greve]”, disse uma autoridade do governo baiano.

Wagner está em contato permanente com a presidente Dilma Rousseff para tratar da questão. O comandante da 6ª Região Militar, general Gonçalves Dias, segue a hierarquia do Exército, mas não é um personagem estranho no Palácio do Planalto: chefiou a segurança do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Representantes de Wagner têm procurado construir pontes com o movimento grevista, mas descartam a ideia de conceder anistia aos policiais envolvidos em atos de “intimidação ou agressão” contra a sociedade. O governo da Bahia já ofereceu um aumento de 6,5% aos policiais militares, mas um acordo não foi fechado.

O deputado Antonio Imbassahy (PSDB-BA) confirma que Marco Prisco, líder do movimento grevista, é filiado ao PSDB. Pondera, entretanto, que Prisco já vinha demonstrando insatisfação por não receber apoio do partido. “As reivindicações são pertinentes [maior piso salarial], mas os métodos não são adequados. Se o governo quer partidarizar, esse não é o caminho. Isso interessa a quem perdeu o controle [da situação]”, comentou o parlamentar tucano.

(Fernando Exman/Valor)

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