A Justiça do Chile informou ontem que o ex-soldado José Paredes Márquez será processado pela acusação de ser um dos assassinos do cantor Víctor Jara, em 16 de setembro de 1973, cinco dias após instaurada a ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990) no país.
Paredes está preso em Santiago desde terça-feira. Ele confessou ter sido, com outros soldados, ordenado a fuzilar Jara com 44 tiros, num estádio (que hoje tem o nome do cantor) onde a ditadura deteve milhares de pessoas. Outros 14 foram mortos com Jara.
Segundo testemunhas, antes de ser morto Jara passou por uma sessão de tortura, teve sua língua arrancada e suas mãos trituradas com golpes de culatra de um fuzil.
Paredes, hoje um pedreiro de 54 anos, disse à imprensa que a Justiça deve "buscar os altos mandantes" do crime.
Víctor Jara era um emblema da esquerda chilena e um opositor do regime militar. Ficou conhecido por suas canções de forte cunho social. Como ele, outras 3.000 pessoas foram mortas durante o regime de Pinochet.
Folha
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