domingo, 24 de maio de 2009

The New York Times - Câncer de Rousseff está sob o microscópio no Brasil

Alexei Barrionuevo
Em Brasília
Eles a chamam de "Dama de Ferro", a mulher que, segundo os analistas políticos, ajudou a resgatar o segundo mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Dilma Rousseff, ministra-chefe da Casa Civil de Lula, também é a escolhida para ser sua sucessora, e deve carregar a bandeira do presidente, que goza de grande popularidade, nas eleições do ano que vem.

Mas as notícias de que ela está passando por um tratamento contra o câncer deram um ar de imprevisibilidade para a corrida presidencial, renovando as especulações de que Lula pode mudar a Constituição para concorrer a um terceiro mandato.

A situação também transformou Rousseff numa obsessão da mídia, com uma cobertura ofegante sobre qualquer desenrolar de seu tratamento, desde a peruca que ela admitiu estar usando até as dores nas pernas que a obrigaram a ir para um hospital em São Paulo no começo da semana passada.

"A doença de Dilma desequilibra todo o jogo eleitoral no Brasil", disse Amaury de Souza, analista político do Rio de Janeiro. "Políticos de todos os tipos e eleitores bem informados estão em dúvida quanto a sua candidatura".

Ele cita a chamada "síndrome Tancredo Neves", referindo-se ao trauma pós-eleitoral de Tancredo Neves, um amado político brasileiro que ficou gravemente doente um dia antes de assumir o mandato em 1985 e morreu antes de fazer o juramento.

A crise de saúde de Rousseff se tornou pública no mês passado, quando ela revelou que os médicos haviam removido um tumor de sua axila esquerda. Ela começou um tratamento quimioterápico de quatro meses para o linfoma, e seu oncologista estimou suas chances de recuperação em 90%.

Lula, cuja taxa de aprovação gira em torno de 75%, ficou do lado de Rousseff, dizendo a repórteres em Pequim na quarta-feira (20) que havia conversado com os médicos e continua convencido de que ela está "totalmente curada".

Entretanto, ele foi obrigado a se desvencilhar de perguntas frequentes sobre se ele tem outro candidato para um Plano B, ou se fará mudanças constitucionais que o permitam concorrer novamente à presidência.

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