terça-feira, 25 de novembro de 2014

Encarar os fatos




Estamos num momento muito importante. Ele definirá qual será nosso futuro nos próximos quatro anos e deixará marcas na nossa história até o fim dos tempos. As próximas gerações vão continuar a "ler" na evolução gráfica do nosso PIB os seus instantes de "avanços" e de "retrocessos". Todo o resto que hoje parece sólido, o tempo dissolverá: os erros e os acertos das políticas sociais e econômicas voluntaristas, os bônus ou os ônus externos, os exageros monetários, fiscais, salariais e cambiais, os argumentos falaciosos, a contabilidade "criativa", as tentativas de violações das identidades da contabilidade nacional e os desmandos administrativos praticados em gigantescas empresas estatais. Até os bons resultados e as críticas impertinentes serão esquecidos.

A grande certeza - comprovada por nosso passado - é que tudo será corrigido, com custos maiores ou menores, dependendo da inteligência e da aceitação da realidade por parte do renovado poder incumbente. No eletrocardiograma dos períodos de FHC, de Lula e de Dilma, só restará o crescimento do PIB e, talvez (apenas talvez), um registro mais leve dos avanços nas políticas que incentivaram o aumento da igualdade de oportunidade. O fato é que nem estas, nem o Brasil foram descobertos em 1994! A crueldade estatística é que as escaras produzidas no indicador do PIB, não importa se por má sorte ou pelas contradições entre a política social e a econômica, não desaparecerão. São perdas definitivas que atrasaram nosso avanço relativo na construção da sociedade civilizada. O governo Dilma Rousseff terá registro por muitos motivos, mas será lembrado, de 2018 em diante, pela marca que deixar no PIB. No período FHC, o PIB cresceu pouco: 2,3% ao ano. No período Lula, melhorou: 4,1% ao ano. No período 2011-2014, apenas 1,6% ao ano. A herança do primeiro mandato é pesada. Para repetir a pobre performance do PIB total de FHC, será preciso crescer pelo menos 12% no período 2015-2018, ou seja, 3% ao ano, em média, o que não parece tarefa trivial.

É tempo, portanto, de enfrentar fatos elementares incontornáveis:

Governo Dilma será lembrado pela marca que deixar no PIB


1) Que para a sociedade não existe nada que não consuma recursos. A passagem grátis de ônibus do Paulo nem é seu "direito", nem é "dever" do Estado: ela será, necessariamente, paga pelo Pedro. O Estado, que tem o monopólio da força, pode obrigar a transferência do custo cobrando imposto do Pedro e registrando o subsídio do Paulo no orçamento. Mas isso tem um limite na paciência do Pedro!

2) A sociedade não pode distribuir o que ainda não foi produzido, a não ser recebendo um presente externo (uma melhoria das relações de troca, que é sempre transitória como aconteceu em 2003-2010) ou tomando emprestado no exterior (que a nossa experiência mostra que sempre termina muito mal). Logo vamos ter de nos acomodar com nossos próprios recursos.

3) Que essas duas restrições não são "ideológicas". São "físicas". Elas abrigam neoclássicos, marxianos, keynesianos, kaleckianos e até marcianos e impõem cuidadosa harmonia entre as políticas redistributivas e o nível de investimento que determina a taxa de crescimento do PIB. Sem crescimento, por motivo interno (investimento e exportação) ou externo ("bônus" ou "dívida"), a redistribuição continuada levará ao desastre. Isso nada tem a ver com a defesa do "capitalismo", considerado como um fenômeno "quase natural" e o "horizonte intransponível da sociedade civilizada", como querem alguns ingênuos "cientistas" que esquecem a história. Ele é um mero instante naquela construção, como mostraram Karl Marx (1818-1883), Max Weber (1864-1920), John Maynard Keynes (1883-1946), Joseph Schumpeter (1883-1850), Karl Polanyi (1886-1964), Fernand Braudel (1902-1985) e Albert Hirschman (1915-2012).

4) Que a política fiscal bem conduzida é a mãe de todas as políticas. É ela que: a) permite uma política de "meta de inflação" crível que quando; b) apoiada por uma política salarial que "acredita" na "meta", permite o aumento relativo do salário real e o controle da taxa de inflação com pequenas manobras sobre a taxa de juro real de longo prazo e c) deixa espaço para uma política cambial que estimula o nível interno de atividade.

5) A situação interna e a externa hoje não são nada favoráveis. Um programa crível, mas apoiado apenas num duro ajuste fiscal pontual e no aumento da taxa de juros real, poderá nos levar a uma recessão da qual não nos livraremos sem graves custos sociais, econômicos e políticos. Por outro lado, um programa de "pouco mais do mesmo" aprofundará o desânimo e continuará a piorar os indicadores sociais e econômicos até que ocorra uma crise.

Salta aos olhos que, em parte por conta da própria estagnação do PIB, a situação fiscal não é sustentável. Sua correção, entretanto, exige um programa transparente que a corrija em dois ou três anos, mas cuja credibilidade antecipe expectativas favoráveis aos investimentos e dê conforto aos trabalhadores no inevitável processo de ajuste. Não resta ao governo outra alternativa que não seja a de cooptar a confiança do setor privado para ajudar a realizá-lo.

Antonio Delfim Netto é professor emérito da FEA-USP, ex-ministro da Fazenda, Agricultura e Planejamento. Escreve às terças-feiras

E-mail: ideias.consult@uol.com.br

quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Ex-ministro do Lula Márcio Thomaz Bastos morre aos 79 anos em SP



O ex-ministro da Justiça Marcio Thomaz Bastos morreu aos 79 anos na manhã desta quinta. A informação foi confirmada pela família.

Ele estava internado há alguns dias no hospital Sírio Libanês, em São Paulo, para tratamento de problemas no pulmão.

Desde o mês passado, o ex-ministro apresentava tosse e um pouco de fraqueza. Na semana passada, ele fez uma viagem de trabalho aos Estados Unidos e na volta apresentou um quadro de embolia, que chegou a afetar seu coração.

Thomaz Bastos é considerado um dos principais advogados criminalistas do país. Foi presidente da OAB-SP entre 1983 e 1985 e do Conselho Federal da OAB (1987 a 1989) antes de virar ministro da Justiça (2003 a 2007) no governo Lula.

No julgamento do mensalão, ele fez a defesa do ex-dirigente do Banco Rural José Roberto Salgado, condenado a uma pena de 14 anos e 4 meses de prisão por formação de quadrilha, lavagem de dinheiro, gestão fraudulenta de instituição financeira e evasão de divisas.
No Pará, um dos principais clientes do advogado, foi o Deputado Seffer, envolvido no caso de pedofilia. Em São Paulo Defendeu o responsável da morte do aluno de medicina advogado em uma piscina, durante uma festa de calouros.

BOLETIM
Bastos foi internado há alguns dias por causa de uma embolia, definida no boletim médico como "descompensação de fibrose pulmonar".

quarta-feira, 12 de novembro de 2014

A Secretaria de Indústria, Comércio e Mineração (SEICOM) e Secretaria de Economia da Prefeitura lideram projeto Belém 400


A Secretaria de Estado de Indústria, Comercio e Mineração, Maria Amélia Enríquez, ressaltou e importância do empreendedorismo e da qualificação empresarial,  para que Belém Avance na sua economia. 


O Liberal.

quinta-feira, 30 de outubro de 2014

Empresário da mineração cumprimenta à SEICOM pelo trabalho em bem do desenvolvimento


Minha cara Secretaria Profª Maria Amélia,
É uma honra para mim participar do processo de desenvolvimento do Estado do Para
Acredito nos seus governantes!
Meus respeitos a todos os Paraenses de Bem!
Parabéns à SEICOM!!




A SEICOM fez a diferença na vitoria do Simão Jatene Izabela Jatene Ana Jatene em diversos municípios mineradores do Estado. Dentre os mais importantes Itaituba e São Miguel do Guamá foram exemplos, em outros, mesmo perdendo, no segundo turno recuperou importantes votos, em Parauapebas, Canaã dos Carajás e outros. Veja aqui a equipe da SEICOM no Bairro de Jurunas dia sábado 25/10/14, um dia antes da eleição, uma grande virada que amarelou, depois da caminhada da SEICOM.
Dado curioso, nessa mesma manhã do sábado, candidato Jatene realizou a caminhada no bairro de Jurunas e encontrou o Governador e as duas equipes se somaram na caminhada.

Aí estão a Secretária da SEICOM, A Chefe do Gabinete da Secretária, Verônica, o Fernando, técnico, o japonês mais paraense que conheci, o Ambrósio, que não sabe comer com  pauzinhos japoneses (Hashi). Atrás da Secretária Maria Amelia Enríquez a sua ex-secretária de casa, Rosa Maria, mora no Jurunas e que a raiz da campanha virou líder comunitária do Bairro. Rosa Maria coordenou uma equipe de mais de 20 pessoas que todo dia fez campanha no bairro.
Esses detalhes da virada do Jatene poucos conhecem, mas já estão no Blog do  Enríquez Gonzalo V. Enríquez 

quarta-feira, 22 de outubro de 2014

O PT, 25 anos depois

Algumas das  razões de uma não escola



“Eu não levo desaforo para casa. Se alguém mente, eu tenho que responder”, diz Aécio Neves










Nesta quarta-feira (22), o senador e candidato a Presidência da República pelo PSDB, Aécio Neves, conversou com o comunicador da Rádio Jornal, Geraldo Freire, sobre a reta final da campanha eleitoral. O tucano reforçou a importância da parceria com o PSB e afirmou que faria o mesmo se Eduardo Campos estivesse vivo e fosse o candidato a disputar o segundo turno com a petista Dilma Rousseff.


Aécio Neves afirmou que a campanha que realiza é propositiva e que não realiza ataques à campanha adversária, apenas responde às críticas feitas a ele.



Esta semana, a campanha do tucano em Pernambuco se mobiliza em busca dos votos de indecisos. Nesta quarta-feira (22), haverá uma caminhada das mulheres, seguida do ato “vem pra rua”, organizado pela militância. Na quinta, caminhada “muda Brasil” é feita por partidários da Praça Maciel Pinheiro com destino à Praça Da Independência, no Centro do Recife. Já na sexta-feira, o comitê da Juventude pró-Aécio realiza um adesivaço, na Avenida Conselheiro Rosa e Silva, nos Aflitos.


Veja algumas das frases destacadas na entrevista de Aécio a Geraldo Freire.


CAMPANHA POLÍTICA


“Estamos na reta final, confiantes. Agora é com eleitor, temos que aguardar a decisão dele.”


“Lula não está fazendo uma campanha de quem está tranquilo, quem está vitorioso. Respeito o Lula, mas faço campanha olhando para frente”


“Sou candidato para falar do futuro e quero ser lembrado como o presidente da república que mais fez pelo Nordeste”


REPASSE DE RECURSOS FEDERAIS


“O dinheiro das verbas não é deles (PT), é de todos e tem que ser liberado. Era o que dizia o Eduardo Campos”


PARCERIA COM O PSB


“Sem dúvida, se Eduardo estivesse vivo, estaríamos juntos. O Eduardo foi muito agredido pelo PT”


“Quero levar as experiências de Eduardo Campos para a área da segurança”


RELAÇÃO COM ADVERSÁRIOS


“Esses ataques do PT são típicos de quem não quer deixar o poder”


“A minha campanha é a campanha propositiva. De cada 22 comerciais do PT, 19 eram me atacando”


“Eu não levo desaforo para casa. Se alguém mente, fala da minha família, eu respondo. Eu tenho 30 anos de vida pública”


“A presidente Dilma dizia anos atrás que eu era um dos melhores governadores do país. Depois muda o discurso”


PROPOSTAS


“Vamos investir em infra-estrutura. No meu governo as obras serão concluídas”


“Nós vamos manter o Bolsa Família e fazer o Brasil crescer controlando a inflação”


FIAT EM GOIANA (PE)


“Sempre fui a favor da descentralização do polo industrial. Mas eu era governador de Minas Gerais. Essa discussão fica pequena porque parece que foi um favor”


>> Debate da Super Manhã


Em 18 de junho, Aécio Neves esteve em Pernambuco e convsersou com Geraldo Freire e os jornalistas Fernando Castilho e Gilvandro Filho. Foi a primeira entrevista após a oficialização da candidatura. Relembre clicando aqui.



terça-feira, 21 de outubro de 2014

Nordestino: PESQUISAS mente e +1 voto AÉCIO irá VENCER

A ex-candidata Marina Silva defende sua campanha. The Wall Street Journal





SÃO PAULO – A ex-candidata Marina Silva defendeu em entrevista sua decisão de não retaliar a enxurrada de ataques da propaganda eleitoral que, de acordo com muitos observadores, destruiu suas chances de se tornar presidente da República e implantar uma plataforma de reformas políticas e ambientais.

“Eu nunca lutaria com as mesmas armas porque, uma vez que você faz isso, se torna exatamente aquilo com o qual está lutando”, afirma, em sua primeira grande entrevista depois da eleição de 5 de outubro, na qual ficou em terceiro lugar e saiu da corrida presidencial.

O que “nós temos hoje é um país onde todas as conquistas estão sob ameaça em razão da degradação da política e das instituições políticas, em razão da corrupção, em razão da falta de credibilidade, em razão da lógica de que ‘vale tudo’ para ter o poder”.

Marina ingressou de forma extraordinária em uma das eleições mais acirradas desde que o país retomou o caminho democrático em 1985. Ela entrou tardiamente na disputa a presidente ao substituir o candidato do Partido Socialista, Eduardo Campos, que morreu em um acidente de avião. Em certo momento, as pesquisas a colocaram dez pontos à frente da atual presidente, Dilma Rousseff.

Mas sua campanha retrocedeu de forma quase tão dramática sob uma avalanche de propagandas com ataques agressivos. O então terceiro candidato, Aécio Neves, se beneficiou de sua queda em meio à percepção de que ele iria enfrentar com mais força do que Marina a campanha de Dilma Rousseff.

Aécio Neves subiu e ficou em segundo lugar na eleição de 5 de outubro. Uma pesquisa publicada pelo Datafolha na quarta-feira (15) deu a ele uma vantagem de dois pontos percentuais sobre Dilma Rousseff –empate técnico— no segundo turno.

Na entrevista, Marina Silva disse que o péssimo estado da política brasileira a motivou a apoiar Aécio Neves, apesar de o partido social-democrata ter se colocado no lado oposto de negociações sobre questões fundamentais, como o desmatamento.

Para conquistar o apoio de Marina, que obteve 21% dos votos no primeiro turno, Aécio Neves prometeu proteger o meio ambiente e promover reformas políticas, como o fim da reeleição. Ele também vai incluir um pronunciamento de Marina em sua propaganda eleitoral que vai ao ar durante a noite. Ela admite que nem todos os seus apoiadores vão votar no conservador Aécio Neves. Mas seu apoio pode dar a ele uma vantagem em uma eleição apertada.

Marina é uma figura rara no cenário político do Brasil. Nascida em uma família pobre da Amazônia, ela entrou na política ao lado de Chico Mendes, ativista que defendia a floresta e foi assassinado, e se tornou senadora e ministra do Meio Ambiente no governo de Luiz Inácio Lula da Silva, do Partido dos Trabalhadores, antes de romper com a legenda por conta das diferenças em relação à política para a Amazônia.

Sobrevivente da malária e de outras doenças potencialmente fatais durante a infância, Marina Silva se tornou a primeira mulher negra a se candidatar para a Presidência da República.

“Nascida pobre, negra, mulher, eu superei todos os tipos de preconceito que podem ser lançados contra você, às vezes de forma cruel”, disse ela, revelando um sentido apurado do que precisa mudar no Brasil.

Entre suas atuais preocupações estão as investigações da Polícia Federal sobre um suposto esquema de desvio de recursos envolvendo aliados do esquerdista Partido dos Trabalhadores de Dilma Rousseff na estatal de petróleo. “A Petrobras, que antes estava em reportagens de negócio, de economia e de ciências, está agora nos registros policiais.”

O porta-voz de Dilma Rousseff não quis comentar.

Mas Marina afirma que a campanha teve um impacto também pessoal. Disse que a campanha de Dilma empenhou-se em “mentiras” deslavadas para “aniquilá-la” como pessoa.

Um exemplo citado por Marina Silva: ela foi acusada de estar em uma trama com banqueiros para prejudicar os pobres. Em uma das propagandas, os banqueiros riam diabolicamente enquanto uma família via a comida evaporando de seus pratos ao se sentar para jantar.

Embora anúncios assim sejam usados em algumas eleições americanas, eles são incomuns no Brasil.

Marina ficou visivelmente emocionada ao descrever um discurso de campanha no mês passado feito por seu antigo mentor político Luiz Inácio Lula da Silva, o fundador do Partido dos Trabalhadores, que, segundo ela, a acusou falsamente de querer cessar a exploração de petróleo em águas profundas. Na década de 80, Marina Silva chegou a percorrer, mesmo grávida, estradas de terra para fazer campanha para Lula.

“A única coisa que eu posso dizer é que pretendo continuar lutando pelos mesmos ideais pelos quais lutávamos no passado”, disse Marina.

No rescaldo de uma campanha dura, afirmou estar comprometida com a tentativa de mudar o Brasil, mas disse que não precisa ser presidente para fazê-lo.

“Meu objetivo não é ser presidente da República, o meu objetivo de vida é que o mundo seja um lugar melhor, que o Brasil melhore”, disse.

Publicado em 15/10/2014
- Por John Lyons e Luciana Magalhães - The Wall Street Journal