O governo vive um momento tenso na relação com a base aliada, afirmou o ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, durante cerimônia de abertura de um seminário sobre a Convenção da OIT (Organização Internacional do Trabalho), em Brasília.
Para Carvalho, a derrota no Senado ontem, quando foi rejeitada a recondução de Bernardo Figueiredo para a diretoria-geral da ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres), significa que será preciso fazer uma análise cautelosa sobre a situação atual.
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"A relação com a base, com o parlamento requer que não se tenha cabeça quente, reações imediatas e que se analise com cuidado cada um dos processos". E completou: "nossas relações com os partidos são duráveis e passam por momentos tensos, este é um momento tenso", disse.
Alan Marques - 23.ago.11/Folhapress |
Carvalho diz que momento entre base e governo é tenso |
ENTENDA
Em votação secreta, o nome de Figueiredo foi rejeitado por 36 votos contrários à sua indicação, 31 favoráveis e uma abstenção. A rebelião foi conduzida, em especial, pelo PMDB. Depois de deputados do partido assinarem manifesto com críticas e cobranças ao governo, parte da bancada no Senado decidiu usar a indicação de Figueiredo para revelar a insatisfação --e aproveitaram a votação secreta da indicação, que permite as dissidências sem eventuais retaliações do governo.
Além da questão política, parte da base era favorável à derrubada da recondução do diretor da ANTT por ele ser acusado de uma série de irregularidades --entre elas a suspeita de que teve ações de empresas privatizadas na época em que presidiu a Associação de Empresas Ferroviárias do Brasil.
O senador Roberto Requião (PMDB-PR) foi um dos articuladores da derrubada da indicação. Com acusações contra Figueiredo, Requião mobilizou a bancada peemedebista para derrubar o nome do diretor. Na reunião da bancada esta semana, o senador fez um apelo aos colegas de partido para que rejeitassem a indicação.
"Vamos impedir que a nossa presidenta, no Dia Internacional da Mulher, caia nessa armadilha de entregar para o cabrito o cuidado da horta. O senhor Bernardo Figueiredo é completa e absolutamente inadequado pelos interesses que ostensivamente defende. A indicação será um desastre terrível para a base de apoio do governo federal nas próximas eleições", disse Requião.
Aliado de Dilma, o senador Pedro Taques (PDT-MT) fez um duro discurso contra a indicação de Figueiredo. "Sou contra a sua indicação. Ele é incompetente. Não existe princípio da presunção da inocência quando as leis falam em reputação ilibada."
Com informações de GABRIELA GUERREIRO, DE BRASÍLIA
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