quinta-feira, 8 de março de 2012

Governo quer promover mudanças no relatório da Lei Geral da Copa. Até a emissão de carteiras passa pela ótica dos partidos, é grana para o caixa dois da UNE

BRASÍLIA – O líder do governo, Cândido Vaccarezza (PT-SP), afirmou que pediu mudanças no relatório da Lei Geral da Copa, que deve ser votado na próxima quarta-feira. O parlamentar disse que o governo quer alterar os pontos que tratam da emissão de carteira de estudante e dos descontos para ingressos dos idosos.

O texto de Vicente Cândido diz que as identidades estudantis devem ser emitidas “exclusivamente” pela União Nacional dos Estudantes (UNE), pela Associação Nacional de Pós-Graduandos, pelos Diretórios Centrais de Estudantes das Instituições de Ensino Superior, pela União Brasileira dos Estudantes Secundaristas, e uniões estaduais e municipais de estudantes universitários ou secundaristas.

O governo quer que não haja essa exclusividade, que favorece a UNE, entidade ligada historicamente ao PC do B e que está próxima do governo Dilma Rousseff. Vaccarezza disse que sugeriu a Cândido que o texto preveja a “prioridade” a essas instituições. “Eu acho importante reforçar as entidades estudantis. Mas se você obrigar carteira a ser de entidade, aí você nem vai ter o prioritariamente”, disse, numa referência à possível rejeição desse artigo do projeto pelos parlamentares.

O líder também quer alterar o ponto do texto que veta a meia-entrada para os idosos nos pacotes turísticos e permitir o desconto também nessa modalidade de venda. A intenção é que o Estatuto do Idoso valha também nesses casos.

Vaccarezza reconheceu que a liberação da venda de bebidas alcoólicas na Copa de 2014 será o ponto de maior embate na votação da semana que vem, mas afirmou que o governo vai apoiar o relatório de Cândido. Isso porque esse foi um ponto do acordo do governo brasileiro com a Federação Internacional de Futebol (Fifa) quando o país foi escolhido para receber o megaevento. “Tudo que foi acordado para ter a Copa no Brasil, nós vamos cumprir. Se você faz um acordo para trazer a Copa e não cumpre, fica mal”, disse.

(Daniela Martins / Valor)

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